Colour of Moonlight (Antiochus)

CERULEAN CITY

Colour Of Moonlight

— Só lembra da primeira coisa que eu te disse.

Se antes o mistério já estava incomodando Luke, com as últimas palavras de Darius antes que encontrassem as meninas novamente, sequer é possível imaginar o que se passava dentro do especialista. Apesar de tudo ser bem elegante e o local estar longe de parecer um lugar onde coisas ruins acontecem, bom, todo o porquê daquela multidão rica estar ali era no mínimo... Estranho.

Mas tudo bem.

Monstrinhos e pertences guardados, os demais pareciam conversar, mas paravam assim que chegavam sua vez. Em silêncio, Ashley sinalizava para Luke acompanhá-los: assim que adentravam a porta, estavam no que parecia uma arquibancada redonda, dividida em diversas camadas com um enorme buraco no meio com alguns aparatos metálicos grudados no teto. A morena caminhou praticamente circulando todo o local, escolhendo o que parecia uma dessas camadas -- agora dava para ver que se tratavam de camarotes. Cada seção tinha lugar para pelo menos cinco pessoas, porém extremamente confortável: cada poltrona possuía uma tela de computador em sua frente, na horizontal, com um espaço retangular em seu canto superior esquerdo. Garçons e mais garçons passavam de um lado para o outro, perguntando se desejavam beber ou comer algo.

— Pode colocar o cartão que você recebeu ali, é o que vai te dar acesso. — Ashley sentava na poltrona da direita, com as gêmeas sentando na fileira da frente; Darius sentava na esquerda e o local do meio era o que sobrava para Luke — Boa sorte! E nada de colar, viu?

Assim que Horan posicionava seu cartão sobre a parte sinalizada, a tela do computador em preto e o cartão, que parecia ser também todo preto — ao menos era até este momento — revelava uma arte diferenciada: se tratava de uma carta com um número, um dizer e um desenho. Muito provavelmente um código para identificação do especialista e diferenciá-lo dos outros. Mas tudo bem, isso não era tudo e somente um detalhe.

Um clique altíssimo era escutado vindo do buraco diante de todos e, poucos segundos depois, um enorme holograma surgia e ocupava todo o espaço vazio. "Loading... Slayer Island is starting. Place Your Bets!", circulava no holograma, com um relógio decrescente de cinco minutos. Gwen e Julie batiam palminhas de felicidade, olhando para trás e fitando Ashley como se estivessem desafiando-a, amistosamente, claro. Ninguém parecia conversar entre si, a não ser pelo camarote do lado que Luke conseguia ver uma menina, adolescente, estando bastante nervosa e o restante do seu grupo tentando acalmá-la.

— Vish, já já ela vai rodar. — comentou Gwen, dando de ombros — Menos uma com chance de ganhar!

Na tela de Luke, um branco botão central touch surgia e, ao tocá-lo, o especialista liberava uma lista que ia de A a J. Cada linha possuía uma foto de uma pessoa e um Pokémon, com os dados ao lado censurados em preto. Mais à direita, um ícone verde com sinal de +PK$, para adicionar dinheiro do seu fundo de PK$500 para cada "participante", podendo dividi-lo entre eles. Horan sentia uma leve cutucada de Darius, que consentia de leve com a cabeça, como se perguntasse se estava tudo bem, mas sem esperar uma resposta.

O relógio marcava dois minutos para o início do evento.

E aí, Luke?

No que diabos você se meteu?

CERULEAN CITY

Colour Of Moonlight

Muitas eram as dúvidas no consciente de Luke: o porquê daquilo acontecer, o que se daria com toda aquela cerimônia e como acabou parando no meio dessa "seita" esquisita. Infelizmente, sempre muito racional, o especialista percebia que não tinha muito o que fazer e, bom, seguir o conselho de Darius talvez fosse a melhor escolha em mãos.

Com outro leve cutucão, Luke percebia que o ruivo sinalizava com o queixo para que o mesmo olhasse para sua tela e escolhesse de uma vez em quem apostar. Horan não sabia em quê ou no quê estava apostando, mas aparentemente era necessário para que continuasse ali, incógnito em meio a toda aquela maluquice. Ashley, Gwen e Julie, por outro lado, pareciam extremamente entretidas no sistema de apostas, mudando suas escolhas várias e várias vezes.

Apostas feitas, o relógio marcou zero minutos e zero segundos. O burburinho que havia das pessoas ou conversando ou falando em voz alta de suas apostas desaparecia por completo. Um silêncio ensurdecedor, ainda mais para o especialista que ainda estava perdido sobre o que acontecia. Os garçons paravam o que estavam fazendo de imediato e voltavam sua atenção para o centro, aparentemente em respeito. O holograma circular desaparecia, dando lugar a uma espécie de mapa, agora horizontal — certamente também holográfico — de uma ilha. No canto superior os dizerem: "Slayer Island. Location: Unknown.". Um barulho de botas pesadas e saltos altos surgiam e ecoavam, contrastados de algum corredor adjacente já que onde Luke estava era acolchoado. Todos presentes voltavam sua atenção para o corredor atrás, então, Luke precisava fazer o mesmo: percebeu, há alguns metros de distância somente, um homem forte, de porte enorme utilizando um traje esporte fino que acentuava seus músculos. Ao seu lado, uma mulher também extremamente elegante, com cabelos castanhos chanel e um enorme chicote na mão direita.

— Aproveitem o filme de hoje. Espero que tenham feito boas escolhas nas apostas. — a voz grossa do homem acentuava ainda mais seu grande porte físico — Game Night está começando e eu serei seu comandante. E como sempre... — ergueu uma de suas grossas sobrancelhas — Enjoy at Maxima!!

A última palavra, repetida em uníssono pelos participantes, mostrava toda dedicação das pessoas dali para com aquele lugar, chegando a ser quase macabro. Acompanhado da mulher dos chicotes que não abriu a boca um único segundo, ambos saíam pela porta de entrada após circular as arquibancadas e observar cada um dos camarotes. De repente, o holograma central da ilha dava um enorme zoom, sendo trocado por uma projeção de câmeras em grade, com dez espalhadas -- uma para cada participante. Todos pareciam estar dormindo, mas a câmera logo trocava para a do topo direito, pertencente ao garoto de cabelos roxos e um Foongus, aparentemente já acordado.

A julgar pelas câmeras, todos estavam separados. Alguns em biomas de frio, outros de praia, outros de floresta, outro em um montanhoso, certamente distantes um do outro. A surpresa vinha com o gramíneo e o rapaz, no bioma gélido, embaixo de uma árvore que quase havia perdido toda sua folhagem. O pequeno venenoso percebia a presença da câmera (aparentemente um drone) e se assustava, correndo para acordar o rapaz, que despertava meio grogue, mas que dava um pulo de surpresa quando via onde estava. O desespero no seu rosto era claro quando começou a tatear as partes de seu corpo, não encontrando o que procurava. Seu gramíneo, claramente temperamental, começava a chorar em desespero -- o que causava o seu treinador, E, a começar a xingar a câmera, tentando enxotá-la. A ação do rapaz só arrancava risadas dos pagantes, inclusive de Gwen na fileira da frente.

CERULEAN CITY

Colour Of Moonlight

Conhece aquele ditado: a curiosidade matou o Meowth? Pois é. Era exatamente assim que Luke se sentia. Perdido em meio aqueles ricaços claramente macabros e maliciosos, o arrependimento começou a bater. Dez pessoas presas em uma ilha chamada Slayer Island? Ha, o especialista quase acertou o que acontecia, antes mesmo de começar. O que antes parecia uma simples noite de jogos com pessoas bem de vida, agora se tornava um pesadelo que não havia como acordar. Pelo menos não agora.

Mas, como Luke disse, vamos por partes.

Se aquela alegria dos pagantes em ver o desespero do garoto E já não era esquisito o suficiente, chegou um ponto que o participante cansou de brigar com a câmera e simplesmente sinalizou para seu gramíneo que continuassem caminhando; muito a contragosto, mas o próprio parecia perceber que não havia o que fazer - estavam no frio, mal agasalhados e sabe-se lá onde. Em determinado momento o drone-câmera circulava para trás do rapaz, pegando uma perspectiva de suas costas. Os presentes nos camarotes pareciam estar extremamente interessados no que estava para acontecer: aparentemente era uma direção que as câmeras seguiam para pegar uma melhor visão panorâmica. O que vinha a seguir, enojaria qualquer um de estômago fraco.

À distância era possível ver um monte de neve se erguendo, um evento estranho em qualquer lugar do mundo, certo? E e seu Pokémon pararam, assustados, somente para ver que se tratava de um enorme Beartic, extremamente magro e maltratado. O garoto de cabelos arroxeados começou a correr em desespero, pegando Foongus em seu colo já que o pequeno não conseguia fazer o mesmo. E aí, uma novidade: o sistema de som das câmeras era ligado. O rugido do urso gélido, uma mistura de raiva e de fome, ecoou por todo aquele auditório, já que aparentemente cada camarote possuía uma caixa de som presa ao chão. Talvez Luke não tivesse chance de ver isso, mas os olhos das pessoas do camarote brilhavam, quase como se estivessem em êxtase de ver o que acontecia.

A perseguição era implacável, com E começando a chorar, desesperado, disparando dentre a neve com Beartic em completo frenesi atrás dele. O pior, então, aconteceu: O rapaz tropeçou, sabe-se lá no quê. Queria poder dizer que houve aquela pausa dramática e que alguém simplesmente surgiu do nada para salvá-lo, mas não foi o que aconteceu. Foongus, pobrezinho, até tentou usar seus esporos, mas sem qualquer sucesso. Beartic já chegou abocanhando o bravo gramíneo que tentou salvar seu treinador, dando-lhe uma bela de uma mordida e lançando-o longe. O urso queria o prato principal. E, em prantos, esticou os braços e tocou no focinho do bravo Beartic, que por um único segundo esqueceu de sua fome e deixou que o menino o fizesse. "Por favor, não. Não. Não." foram as últimas palavras antes que a barriga do polar gritasse em desespero e o mesmo rasgasse E no meio. A sonoplastia até mesmo aumentava o som a fim de fazer com que escutasse a pele do garoto ser rasgada.

Me arrisco a dizer: Se aquela cena não comoveu as pessoas presentes naquele lugar, temo dizer que nada mais o faria.

Enquanto Beartic se deliciava com as entranhas do menino, sua câmera ficava com um filtro vermelho e, na lista das poltronas, sua linha riscada em xis. Era o fim para o rapaz. O pior vinha a seguir: a mesma menina que anteriormente parecia nervosa no camarote ao lado, vomitava de nervoso. Jatos e mais jatos. Ela se levantava, desesperada e com os olhos arregalados, correndo na direção do camarote de Luke, caindo no chão na frente da poltrona de Ashley. "Preciso chamar a polícia! Os Rangers! Vocês são todos doentes! CADÊ OS RANGERS!?" gritava, histérica. A morena prontamente esticava a mão para ajudá-la a se levantar, com os garçons já vindo para auxiliar também. Falaram algo sobre como levariam ela para se limpar e depois a liberariam, sem muito compromisso. Apesar de toda essa comoção, se Luke voltasse sua atenção para a exibição, veria conforme a câmera de E se afastava para ficar em grade novamente, que Foongus corria na direção de seu treinador enquanto Beartic se afastava carregando algum pedaço dos membros do garoto.

— Quer uma água? — Darius perguntava, fincando suas orbes rubras nas castanhas de Luke, quase como se quisesse passar uma mensagem; era muito para alguém assistir e talvez o ruivo só estivesse tentando confortá-lo a seguir seu primeiro conselho — Lá atrás você disse que tava com sede... Acho que em breve já dá pra matar.

Mais enigmas, sim, mas ao menos o garçom trazia algo para ambos molharem os bicos. Cinco minutos se passavam e nada dos outros participantes acordarem — seja lá o que for que usaram, certamente era bem forte. Nada da garota histérica voltar também, mas Luke conseguia perceber da outra ponta um grupo de Rangers que recebia propina de um dos garçons. No fundo o especialista estava mais do que certo...

O sistema é falho.

CERULEAN CITY

Colour Of Moonlight

E é aí que realmente vemos como a sociedade é corrompida, certo? Uma seita como essa, ajudada pelo sistema e simplesmente operante utilizando vidas como entretenimento sem qualquer consequência. Uma vida perdida a troco de absolutamente nada além do prazer sádico daqueles que detêm maior poder aquisitivo. Era isso, então, que significa viver em fortuna? Sentir o tédio de possuir tudo te consumir ao ponto de desejar tirar até mesmo a vida de terceiros? Seriam seus egos tão gigantes assim?

Muitas perguntas, nenhuma resposta.

E o vespeiro só aumentava de tamanho.

A câmera cortava para B, que acordava deitado sobre folhiço do que parecia uma floresta de árvores de baixas copas: era difícil saber já que a câmera focava exatamente no seu rosto, mas dedutível pelo tamanho das folhas e finura dos troncos. Machop se levantava, apreensivo, correndo de um lado para o outro, sem saber o que fazer. As mini câmeras dos outros participantes se apagavam, percebendo-se antes que quase todos acordavam ao mesmo tempo - parece que o que quer que seja que deram para eles, acabava o efeito quase ao mesmo tempo. Pobre E, ceifado por seu próprio rápido metabolismo.

— Aí, Ashley, não foi esse que você pegou ontem? — Gwen perguntava, dando gargalhadas ao olhar para trás para fitá-la; a morena, por outro lado, balançou a cabeça negativamente, como se quisesse que ela calasse a boca — Opa...

Pela expressão delas, não pareciam querer esconder algo de Luke, mas sim não tocar no assunto. Ashley estava obcecada em prestar atenção no que estava acontecendo, como se não quisesse perder um único segundo se algo "interessante" se passasse. Não deu outra, afinal, estavam ali pelo entretenimento e os organizadores certamente se certificavam de que os pagantes não passassem tédio. Slayer Island não era brincadeira de criança: certamente Luke também sofreria por lá, mesmo tendo seus monstrinhos em um nível já avançado.

Um grito de terror ecoou pela floresta: O lutador de B ficava pálido, erguendo a cabeça como se visse uma assombração. E, bom, de fato era. Quando a câmera-drone se afastava um pouco, era revelado que o garoto e seu Pokémon estavam em um bioma de Trevenant, árvores assombradas conhecidas por seu sadismo já característico da espécie. B já estava acordado meio desnorteado, mas demorou para se dar conta do que acontecia. Resultado: a sorte foi que o lutador sabia Protect, porque foi o que deu tempo dos dois saírem correndo, desviando dos ataques fantasmas.

No fim, a câmera de B apagava, dando lugar a de outro participante, mas que infelizmente não duraria muito: D estava sendo também perseguida, mas teve o azar de ser por uma matilha de Lycanroc, lobos extremamente rápidos e não lentos como a árvore anterior. Até que a loira e seu Finneon conseguiam não deixar que os alcançasse, mas pecou em não olhar para frente e prestar atenção onde estava indo, dando em um penhasco. Os pagantes já começavam a ficar alvoroçados, extremamente excitados sobre o fim que daria aquela situação. D pegou Finneon nos braços e pulou, somente para ser interceptada no meio do caminho por pedras pontudas que formavam protuberâncias no penhasco. Mais um xis vermelho para a conta, dessa vez sem sobreviventes de qualquer espécie.  

Ao olhar para o lado, Luke perceberia que Darius observava tudo com os olhos semicerrados, como se analisasse cada segundo do que se passava. Talvez ele estivesse focado na história como todo o resto, mas o ar que emanava do ruivo não era de prazer, mas sim de desconfiança, nervosismo, agonia. Assim que a sonoplastia fazia questão de ecoar o som dos ossos da garota quebrando para qualquer um ouvir, o rapaz suspirava, voltando seu olhar para o especialista.

— Acho que quando fui pegar o isqueiro na sua jaqueta, meu anel acabou ficando. — brincou, estendendo a mão para frente e mudando completamente seu semblante; o garoto era um exímio ator — Pega aí pra mim. — as meninas até prestavam atenção na conversa, mas davam risada já que provavelmente já aconteceu com elas — Bolso da frente de dentro, Luquinhas.

Assim que o especialista colocasse a mão dentro do bolso, perceberia uma espécie de botão, tal qual aqueles aparelhos de abrir/trancar carro, com um único botão central. Darius muito provavelmente colocou aquilo ali sem Luke perceber quando "pegou" seu isqueiro. Horan trocou olhares com o ruivo quando percebeu do que se tratava, o qual abriu um sorriso malicioso enquanto cerrava os punhos e forçava o maxilar.

— Aperta essa porra.

CERULEAN CITY

Colour Of Moonlight

Deixar o destino nas mãos de um desconhecido não é lá a melhor das escolhas a se fazer em um ambiente hostil, mas será que nossos protagonista tinha outra opção? Decidir não apertar aquele botão depois do que Darius disse só traria más consequências para o rapaz, já que o mesmo não fez qualquer questão de abaixar o tom de voz para dizê-lo. Não apertar significava deixar as coisas como estavam e jamais descobrir o porquê daquilo e, bom, Horan não é exatamente conhecido por seguir regras...

Ou não estaria aqui, certo?

O especialista apertou o botão, percebendo que Ashley ouviu o que o ruivo disse para ele. Dois únicos segundos pairaram sobre o espaço-tempo, durando como se fosse um minuto inteiro: sabe quando o nervosismo é tanto que cada segundo conta como se fosse o seu último? Luke não sabia o que estava para acontecer, mas via no olhar da garota a desconfiança, o nojo, a traição para com Darius. A morena estava abrindo a boca para falar, mas algo a impediu: levou sua mão direita ao estômago e boom. Mas não foi somente um barulho abafado de explosão, não, ha. Se eram coisas gráficas que gostavam, era isso que teriam. Os sons foram sobrepondo-se, um atrás do outro, ecoando pela acústica do auditório. Darius abria um sorriso malicioso enquanto observava não só Ashley como Gwen, Julie e alguns outros pagantes afogarem-se no próprio vômito, com convulsões que duravam segundos e mais segundos. O caos se instaurava, mas pelo que Luke conseguia perceber, não eram todos os afetados pelo que fez — era difícil compreender os meios pelos quais aquilo acontecia enquanto o ruivo não contasse, se é que iria o fazer em algum momento.

— Agora a festa começa, rapá. — o ruivo levou a mão direita até a sua jaqueta, se espreguiçando; Horan poderia até reparar que o sotaque do garoto mudava, como se antes estivesse atrelado a um personagem — Se prepara.

Um Beheeyem surgia diante de ambos e segurava o rapaz, que por sua vez pegava a mão de Luke, colocando-a no psíquico. Com ajuda de Teleport, eram levados para o lado de fora da porta, onde a menina da chapelaria de moicano cor-de-rosa estava esperando por eles. "Toma.", disse jogando os pertences de Luke sobre o mesmo e o de Darius no chão. "Não sei pra quê trazer esse garoto. A Organização vai comer o seu rabo.", revirava os olhos enquanto segurava a porta dupla com seu corpo - a garota já tinha conseguido passar uma barra de ferro entre as duas maçanetas, mas sozinho aquilo não ia aguentar.

— Sei que você tem muitas perguntas, mas preciso que você ajude. Tem algum Pokémon pesado aí? — Darius corria pra ajudar a garota enquanto buscava uma Pokéball no seu cinto de utilidades; liberou, então, um Garbordor enorme, com muito lixo acumulado, o que significava ser muito bem treinado — Bor, que nem treinamos, bora! Passa seu canhão por baixo da porta e chumbo neles! Poison Gas! — o ruivo começava a rir — Seus otários, vão todos morrer!

Para melhorar a situação e, bom, piorar a cabeça de Horan, um grito estridente poderia ser ouvido à distância contrária: ou seja, lááá no começo onde entraram pela primeira vez. Darius e a menina estavam ocupados demais para ter escutado, mas Beheeyem escutava também - o psíquico certamente pertencendo à garota. O que diabos poderia ser?