#006 - Breve Passagem

Olár:

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Sob o sol do meio dia, caminhando com pressa e esforço, o suor vinha naturalmente, escorrendo pela fronte e pelas costas dos nossos aventureiros. O pouco alívio que tinham da sensação térmica vinha da brisa, quando ela ousava vir, trazendo consigo o frescor do grande lago que havia por aqui, além das árvores da floresta, que margeavam a trilha.

Não eram os únicos naquele caminho, mas a rota estava longe de se mostrar cheia ou lotada de caminhantes. A hora ingrata se encarregava de afastar as pessoas da trilha, e a maioria dos treinadores preferia encontrar uma sombra para descansar e almoçar.

As casinhas dali estavam ainda em menor número, muito espaçadas umas das outras, e a grande maioria era de pequenos comércios na beira da estrada, prontos para atender os viajantes.

Um desses estabelecimentos marcava o exato ponto da nossa clássica bifurcação. Mas, calma, que essa aqui é bem mais fácil de decidir, já que o caminho à esquerda era a continuação da trilha, na estrada de terra batida e grama; enquanto que à direita Vincent e seu companheiro poderiam cruzar a rota pela ponte, sobre o grande lago.

Quanto ao casebre, não havia muito mistérios também. Todo em madeira, com a fachada pintada de azul clarinho e branco, cores que insinuavam o negócio tentador com o qual lidava: sorvetes! E todo tipo pertinente, banana split, frozen, iogurte, essas coisas.

- Boa tarde, queridos. - cumprimentou a velha senhora que atendia atrás do balcão gelado, se adiantando para higienizar as ferramentas e servir os rapazes - Saindo um de morango e outro de menta! Fica tudo por 6 pokédolares, querido.

Copinho ou casquinha? Como preferissem, seria servido, com colherzinha disponível se preferissem o método menos arriscado de se lambuzar. Veriam que ao lado da lojinha, numa área externa, sobre a grama, havia mesinhas e bancos de madeira, dispostos à sombra de uma árvore frondosa. Essa área, se fossem ver, ainda se estendia um pouco para os fundos, onde se aproximava da beira do lago.

Tinha apenas uma moça sentada em um dos bancos ao lado; ela tinha terminado seu sorvete, mas aproveitava a sombra fresca pra relaxar mexendo no celular. Já na outra parte, um rapazinho puxou um dos bancos mais pra perto do lago e cochilava à sombra. Suas mãos seguravam sem nenhuma força o cabo de uma vara de pescar, que até então nem se movia.

Enfim, tinham a opção de ficar por ali e terminarem seus sorvetes, ou seguirem seu caminho, agora com um pouco mais de frescor e doçura pra amenizar a pressa.

Off escreveu: Na real tem que ter um post do narrador entre cada um dos sorteios, como diz o guia, mas dessa vez tudo bem.

De certo modo, as sombras, o lago e a própria brisa fresca vindo dele eram tão tentadores quanto um sorvete doce e gelado. Então, não é de se estranhar que nossos protagonistas tenham se rendido e cedido a essa tentação também.

Estavam bem ali, curtindo a pausa repentina e o frescor daquele microclima, até que o curioso e criativo Ambrose encontrou nesse instante uma oportunidade de aproveitarem o tempo juntos, de um modo diferente e realmente mais incomum, dentre as coisas que já tinham feito até então.

Uma vara de pescar simples e antiga se estendeu e, nela, uma o garoto improvisou uma isca comum. Ele tinha a intenção de ensinar seu namorado a pescar, com técnicas básicas. Por isso, talvez nem ele esperasse o sucesso que tiveram.

Sorte de principiante talvez?! Importante é que, depois de alguns minutos, alguma coisa realmente foi fisgada! Era difícil para os inexperientes determinarem o que poderia ser, só pelos padrões de resistência da linha. Assim, puxaram e puxaram, juntos, mão a mão, porque tinham pescado um Pokémon e, por isso, precisavam de força pra trazê-lo até a superfície. Quando conseguiram, a surpresa: um par de olhos azuis e o chifre agudo de um belo Goldeen apontados para eles.