Oh, era gente importante.
Não vou mentir pra você: Se tinha uma coisa que era quase que completamente desconectada, essa coisa era quando começavam a falar de "nomes grandes", digamos assim. Era capaz de ter na ponta da língua mais de dezenas de pokémons e até conhecer características mais específicas das espécies e, em contrapartida, também não vou mentir pra você que tinha demorado um século até aprender o nome dos mais básicos líderes de ginásio. Não que alguém precisasse saber disso, mas já era tão comum que nem ligava mais.
E foi por isso que a indignação do Rocket não a acuou nem um pouquinho.
— Ah. — Foi o simples "comentário" que deixou escapar com a explicação do companheiro.
— Saquei. — E aí foi a vez da indignação voltar pro lado do coitado do ladrão de galinha, mais uma vez.
— Sério que você virou rocket só por causa disso? Caralho, que motivo bosta. — Deixou escapar, o cenho se franzindo de maneira inevitável. Bom, não era como se tivesse muita moral de ficar apontando o dedo pras motivações dos outros, mas sei lá... Entrar no mundo do crime por causa de alguém que nunca nem vai ouvir falar de você? Parece algo que beira fácil a insânia.
— Fin-... — Até começou a falar quando viu as árvores se abrindo pra uma clareira, mas o resto da frase entalou na garganta ao perceber que não mais existia qualquer sinal do sol - bem, pelo menos não além daquele que Roserade moldava, artificialmente, com sua energia natural.
— ... ... ...escuro? — Veio a substituição, a ponte do nariz se franzindo ao encarar o tecido negro que se estampava pelo céu.
— Que horas são? — Perguntou ao ruivo, e sabe-se lá quanto tempo ainda ficaria encarando aquele véu estranho se não fosse o canídeo cutucar-lhe o braço e apontar para o outro lado da clareira, fato que a fez estreitar os olhos e...
...aquilo era uma casinha?
— É aquilo ali? — Forçou um pouco a visão, erguendo a sobrancelha sem muita credulidade.
— Sério? Eu tava esperando algo um pouco maior... — Murmurou, mas até que fazia certo sentido. Tecnicamente, ser pequenininho daquele jeito era a única explicação que poderia existir para que não soubessem a localização exata do negocinho, né?
De tantas coisas que já tinha testemunhado, ela deveria saber que não seria...
Tão fácil assim. Acho que a estranheza e a curiosidade quanto à situação acabaram tomando o melhor de si, os passos tomando coragem de tomar a frente e, junto de Balthazar, se aventurou na direção daquela casinha para que pudesse dar uma espiada melhor no que estava acontecendo e... Talvez por causa disso não tenha percebido, imediatamente, quando a evolução de Lawrence vagarosamente se desfez.
Deveria,
mas ainda não.
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?