AAAAAH, então no fim das contas, não era gente grande, não?
Bom... Acho que isso limpava um pouquinho sua barra, né? E ela nem tava suja!
— Você acha que a gente tá aqui faz tanto tempo assim? — Foi a pergunta que deixou escapar, mais por estar incomodada com a escuridão do ambiente (ou a escuridão que deveria estar no ambiente, no caso, não fosse a interferência de seu belíssimo venenoso mascarado).
— E eu achando que a gente ia voltar antes do lanche da tarde... — Brincou, tentando espantar do coração aquela sensação incômoda que começava a se espalhar pelo peito, agarrando-se na garganta e perpetuando um arranhar sórdido no fundo da consciência, que já tão acostumada estava com a caótica situação do desconhecido.
E imagine o susto que não tomou quando percebeu, bem próximo daquela casinha de pássaros, o bendito de um passarinho - ou melhor... Uma, e era mais do tipo que "encantaria" uma ave, caso estivessem em um conto de fadas da Disney ou algo assim. Os ombros se retesaram quase de imediato porque, se tivesse que ser sincera, sempre que aparecia uma bendita de uma mulher no meio do seu caminho por aquele tipo de lugar, bem, ela acabava morta (ou desaparecida!) de um jeito ou de outro. Talvez tenha sido por isso que sequer cogitou tocar na criatura, os passos recuando como se tivesse tomado um choque elétrico - e essa podia até não ser uma verdade muito distante, levando em consideração que Balthazar estava por perto para espiar e foi ele quem reparou o projeto de rosto arrancado que balançava entre os dedos da figura desconhecida. Não só isso, como também criou coragem para se aproximar e roubar aquela máscara com a sua mangueirinha, voltando todo flutuante para que pudesse presentear a treinadora com aquele pequeno espólio esquisito.
— ... ...que desgraça é isso? — Murmurou, revirando o objeto entre as pontas dos dedos, delicada. Sinceramente, tinha a sensação de que aquilo se rasgaria a qualquer segundo se fizesse qualquer movimento mais brusco, então não ousou nem tentar arriscar experimentar a possibilidade. E, não sei se você percebeu, mas o próprio subconsciente já tinha decidido que não ia chegar perto daquela mulher
de jeito nenhum e, se você tiver afim, Nicholas, a bola é todinha sua.
— É uma ocarina? — Veio a exclamação de repente, quando os olhos passearam pelo ambiente em busca de alguma dica extra e se depararam com o instrumento musical abandonado sobre a terra. Sinceramente, cada segundo a mais fazia parecer que estavam se metendo num buraco de coelho que provavelmente não terminaria num lugar muito amigável, mas... Entende?
— Você acha que é um ritual de colocar isso aqui e tocar uma música? — Perguntou, mostrando o acessório para o rosto e encarando as duas peças por alguns instantes. Além disso, se dignou a espiar a casinha mais de perto, tentando encontrar alguma dica aleatória...
— Porque eu tô disposta a tentar, na real, sei lá. Espero que o processo não envolva dar um papoco e morrer. — Comentou, franzindo o cenho na direção da mulher caída e encolhendo os ombros. E, você quer saber o que mais? REALMENTE pretendia tentar esses passos, se o ruivinho não tivesse nada contra e não encontrasse nenhum sinal de opção melhor.
Já que ninguém nessa rota me ama, vamo ver se pelo menos dá pra servir de sacrifício pro tio Celebi.
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?