[MISSÃO ROCKET] 020 — i know the end

Que.

Raiva.

Não sei se deixei algo passar ou simplesmente não tive sorte, mas não encontrava nada. Absolutamente nada. As pastas da carga estavam vazias, assim como de outros cargueiros que provavelmente foram roubados ou desviados igual. A pior parte era possivelmente falhar na missão, já que a organização não é conhecida por ficar feliz quando isso acontece. Suspirei, pegando o dispositivo eletrônico para ver uma mensagem que havia acabado de chegar.

— Escrota. — resmunguei entre os dentes, revirando os olhos — ...

Sinalizei com a cabeça pra Ivy que estávamos indo embora. Com a rapidez da pequena, seria fácil encontrar uma janela para sairmos voadas daqui e em direção ao Centro Pokémon. Tenho certeza que a insônia não me deixaria dormir tão cedo... O medo de falhar é complicado. Principalmente pra uma cabeça como a minha.

Amanhã preciso pensar em uma desculpa pro olho roxo no "trabalho", ficar de olho em cada coisinha minuciosa que pode acontecer e, bom, colocar a cabeça no lugar.

Acho que seria bom beber alguma coisinha antes de dormir. Uma cerveja, um drink, qualquer coisa. E aterrorizar minha irmã com uma foto do estado da minha cara, também.

E se eu simular um sequestro? Pedir pra Ivy tirar uma foto minha jogada num beco com a cara desse jeito?

EU AVISEI QUE IA ME VINGAR, WOOPER.

Mas... Ok. Primeiro a bebida.

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Cansada, morta com farofa, desmaiada, em frangalhos... Pode escolher a frase que quiser, porque cada um delas descrever perfeitamente como estou me sentindo. Talvez todas elas combinadas, na real - não só estava com a cara toda arrebentada por um Dragonite com 165 de ataque, mas também carreguei peso de tarde e tive que fingir ser simpática (o que é pior que as outras coisas, ok? demanda mais energia). Só queria beber alguma coisa, deitar, pregar uma peça na Wooper e ir dormir.

Sorte minha e de Ivy que o caminho até o Centro Pokémon estava deserto, assim como a recepção. Apertei o passo na direção do meu quarto e, boom, quem estava lá? Senti e o Torchic obeso. Adoro aquele franguinho porque lembra meu filho que O PAI SEQUESTROU, mas estava sem muita paciência, como de costume.

— Senti... Você sabe que não pode sair entrando no quarto dos outros assim, né? Pelo menos bate na porta... — suspirei, já tirando as roupas de cima e me direcionando pro banheiro; Ivy, por sua vez, sentou no canto do quarto, observando a mulher e seu Pokémon — Nós somos ladras mas temos educação. — entrei no chuveiro e deixei a porta entre aberta, assim dava para escutá-la e Dragonite certamente não deixaria que ela mexesse em algo ou, sei lá, tentasse entrar no banheiro? Vai saber, né? — Pois é... Esbarrar nas coisas no escuro é fogo. Ainda bem que maquiagem existe. — suspirei, levando dois dígitos até a parte que doía, gemendo levemente de dor — Não tinha nada lá, Senti. Pelo menos não nos computadores ou nos arquivos. Ninguém também tentou mexer na carga. Alguma dica?

Saí do banheiro entregando o PokéNav nas mãos de Ivy e pedindo para tirar uma foto minha. Sentei no chão, coloquei as mãos pra trás das costas e deitei a cabeça sobre os joelhos de forma que as madeixas molhadas tapassem minha boca (era pra fingir estar amordaçada!) mas deixassem o olho machucado e roxo de fora. Fiz uma cara de choro e...

Voìlá?

Ah não, Ivy... Que problemão.

Er...

O problema?

Você já viu as mãos de um Dragonite?

Além de serem gordinhas, ficou um pedação amarelo na foto, tapando parte do cenário, mas felizmente deixando a parte importante (eu!) intacta. Outro problema é que os dedos dela enviaram a foto antes que eu pudesse sequer CORTÁ-LA. Tinha que torcer pra Wooper acreditar, mas duvido.

@Shianny

Zap para Natalie escreveu:

*Imagem descrita acima em anexo*

[Sem Texto]

— Caraca, olha o que seus dedos gordinhos fizeram, Ivy! — debochei, gargalhando no processo — Como pode conseguir dar um soco desses mas não conseguir tirar uma foto, filha? — a dracônica não gostou muito da reclamação e puxou o PokéNav de volta, brincando — EI GAROTA M-

@Shianny

Zap para Natalie escreveu:

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mhfggh,,,,,
,,,,,,,,,,,,,,,,,,
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@Shianny

Zap para Natalie escreveu:

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.
.
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.
   
       

— Ivy, eu vOU TE MATAR OLHA A VERGONHA QUE VOCÊ TÁ ME FAZENDO PASSAR NA FRENTE DOS OUTR- — nessa palhaçada de ficar puxando o aparelho eletrônico, Dragonite apertou vários botões e, bom, acabou selecionando a lista da Virtuum, tirando uma foto e enviando a imagem pra todo mundo — ... NÃO!

@Shianny; @Tyrant; @Rin Chevalier; @Cunha; @Nico'; @Food; @Luch; @Tielo; @Panda; @Lix; @Sajin; @Hanakko; @Hayto; @Aleksei Loban

Zap para lista da Sociedade escreveu:

,,,jkl
.

— Bom, lá se vai meu plano. Toma, segura essa porcaria desse PokéNav. — Ivy gargalhava da minha cara irritadiça, eu vou ficar UMA SEMANA SEM FALAR COM ELA — Você vai ver só. — abri um leve sorriso e voltei minha atenção para Senti — Desculpa por isso. Mais alguma coisa?

Acho que não preciso explicar nada pro pessoal da sociedade, né?

... Né?

Que vergonha.

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— Vo-você vai dormir aqui? — revirei os olhos, dando uma leve risada — Eu tinha que cobrar aluguel, o Torchic ocupa mais espaço que você.

Não ia adiantar reclamar, né? Ivy deitou para descansar depois do show que deu e, bom, ao menos agora sabia que não era minha culpa por não ter encontrado alguma coisa. Se até Senti acredita que ou o responsável sumiu com as provas ou eles não existiam já me deixava um pouco aliviada. O problema foi ter deixado o corpo morto do guarda por lá, mas pelo menos isso poderão culpar algumas gangues da cidade. Difícil pensar direito com a cara arrebentada, acho.

— Vamos dormir, então, né. — suspirei, deitando na cama — Espero que dê tudo certo amanhã.

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Sem muito o que fazer, adormeci e já acordei pronta para seguir pro trabalho. Me arrumei, passei uma leve maquiagem no machucado e, então, encontrei um presente de Senti. Um tapa-olho. Vão achar esquisito eu não tê-lo usado ontem, mas é melhor do que nada, né?

Segui com Ivy na direção do local, recebendo uma mensagem quase que imediata. Mais separação de carga... Talvez para ficar de olho bem perto da carga, né?

— Olha, seus roncos são complicados, viu. — resmunguei, acenando quando vi que ela me acompanharia — Mas tudo bem. Cá estou eu, parecendo uma pirata. — abri um leve sorriso, consentindo com a cabeça — Ah, ótimo...Sem trabalho braçal hoje. Vamos.

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Inicialmente seguimos para a área de cargas, o que obviamente me trazia memórias da noite anterior. Uma fita envolvia a área que havia matado o homem e precisei me fingir de surpresa, né? Coloquei a mão no rosto e tudo, balançando a cabeça negativamente. Que absurdo... Quem faria algo dessa magnitude?

— Nossa, que pessoa sem coração. Um monstro. — suspirei, juntando ambas as mãos em prece — Vou rezar pela alma dele. Que descanse em paz.

Depois de horas na última sala que estive durante a noite, um rapaz chegava com mais documentos da carga do dia anterior e que finalmente seria registrada. Com Senti enrolando o rapaz, finalmente era hora de conferir um por um e ver cada detalhe minucioso em relação a minha carga. Não sei se demoraria muito ou não, mas seria ótimo também prestar um pouco de atenção no que Senti falava com o homem.

Não dá pra confiar em todo mundo, né?

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