[Missão de Sociedade(s)] ... Once upon a tima in Ilex Forest

Thito — Date and Other Business

Tinha uma coisa que me acalmava nessa conversa toda; o fato de Thito se preocupar mais com Matthew do que o próprio Matthew. No fim 'ele estava em boas mãos'. Não que isso seja uma coisa agradável de se pensar, mas de todas as formas que um pathos pode tomar, o formato de 'auto-preservação' é sempre o melhor deles. Matte, apesar de não conhecê-lo, talvez fosse um desses tipo estranhos de cuidado de si...

... não tinha 'pulsão de morte', sabe? Não que eu (Winnie) saiba o que seja isso, mas me veio uma voz estranha na cabeça chamada Vitória que sabe, e decidi escrever isso por achar bonito.

Enfim, enfim! O garoto logo vinha sentar ao meu lado, se ele bem sabe, há algo de misterioso e agradável em 'sentar no chão' para mim. Sempre que estou nervosa, irritada ou insegura, eu acho que o chão é o limite. É difícil se perder quando você está - literalmente - tocando seu caminho. Ainda assim, ele não se abaixou para se localizar; o homem pegou minha mão e levou para o seu peito, mas fazendo ter um pequeno calafrio assim que senti seu coração.

Aqui, tínhamos uma questão. Até então eu passo parte da conversa olhando para seus olhos e outra parte evitando olhares cruzados. Ouvi-o assim, em todo o seu discurso, ainda meio magoada com o fato de estar tão fora da vida de Matthew quanto um desconhecido poderia estar. Fazia tempo que não admirava seu semblante como um todo e reparava nas terríveis olheiras e pelancas que o garoto agora tinha. Quando me lembrei que Matthew era um velho BEEM VELHO, tocar seu peito me deu vontade de rir.

Não era maldade, mas uma piada imbecil veio na minha cabeça: "será que ele está tentando me mostrar o marcapasso?". Óbvio que tive que fazer esforço para segurar aquele risinho frouxo enquanto ele falava sobre minha bravura. Era bonito, é claro que era bonito! A conversa de Thito era bonita e quase tudo que ele me dizia era bonito. Eu não queria ser fria ao ponto de deixar escapar uma risadinha aleatória ao meio do discurso...

... além de que, não sei se Matthew me acha bonita brava; ele normalmente me acha uma alcoólatra. Mais que isso? Não posso confirmar.

E bem, nem tudo que você quer é realidade né. Querer segurar o riso não era o mesmo de conseguir. Ainda mais lembrando que ele me acha uma bela de uma alcóolatra! Aquele dia no bar, na Cherry Cup, ele tava todo preparado no esporro! Eu acabei afrouxando um pouco o riso e deixando escapar um sorriso bobo, além de liberar o ar entre dentes. O semblante era vermelho - pela simples necessidade de fazer força muscular pra conter o riso - e o meio-sorriso fazia parecer que eu estava bem boba. Boba com o que? Bem, poderia ser com sua fala, mas não era.

Eu ainda estava presa na piada interna do marcapasso. Chegou um ponto que eu tive que olhá-lo nos olhos e dizer:
- Vamos resolver isso logo - O isso seguiu de uma olhada de cima a baixo - Pode ser? Depois você me diz mais sobre isso de eu ser a primeira namorada, e não a única.

#TreinoPupitar 14
#TreinoTynamo 14

Thito — Date and Other Business

Eu poderia começar com "complicado e perfeitinho" só pra deixar essa história ainda mais brega. Era um pouco estranho como eu não conseguia levar a sério todo aquele papo de 'você me ama?' que Thito fazia. Eu tenho certeza que Matthew talvez não ficasse tão fixado nesse papo de aparência e fragmento quanto o rapaz, ainda assim, era bastante sincero o sofrimento e a prisão que ele estava. Era sádico de minha parte não o levar 100% a sério, ainda assim, era difícil realmente acreditar que ele tinha dúvidas de que eu amava aquela pessoa ali na minha frente. Era Matthew! Pura e simplesmente o Matthew; não me importava muito "como" aquilo aconteceu. Ele era o Matthew e ponto. Diferente oras e outras, mas ele era absolutamente e completamente ele; ainda que se dividisse aos pedaços.

Minha resposta foi bem... sádica também. Eu abri um sorriso meio tosco e deitei um pouco a cabeça no ombro dele. Deixei minha visão reta, olhando bem o fundo do cenário e depois de um tempo de 'olhar para o vazio', abanei a cabeça de pressa:
- Hmmmm, pensando melhor... - Disse, num ato bastante encenado. Era óbvio que era cena, afinal de contas, eu não sou uma boa atriz - Oh garoto, deixa de ser BOBO, é CLARO que eu te amo. Sério, porque eu não te amaria mais? Quem é o MALUCO que termina um namoro COM UM HOMEM DESSES só porque ele não ta feliz? Sério... só se eu fosse uma imbecil. Meu papel é te fazer feliz, não é pra vir pronto não.

Era uma pergunta IDIOTA, eu sei. Eu deveria saber como beijar Matthew, mas eu tinha certo medo desse 'feitiço' ser muito específico. Se um beijo na bochecha bastava, ou um selinho, ou se eu deveria fazer mais. Era uma coisa meio confusa, mas depois de muito pensar, decidi que ele deve saber menos que eu, né?! Então vamos... bem, vamos nos esforçar.

Admito que a primeira coisa que fiz foi começar pelo ato simples. Eu estava ao seu lado, estávamos ombro-com-ombro e minha cabeça pendia sobre o corpo ossudo do rapaz. Então eu levantei. Quer dizer... eu não 'levantei' e pronto. Eu levantei, fiquei na sua frente, avancei em sua direção a indiquei para que ele esticasse as pernas. Ali, num ato um bocado apressado, abaixei-me devagar e sentei no seu colo. A princípio, eu deveria fazer algo mais... óbvio? Porém não consegui. Beijá-lo de imediato seria estranho e pragmático demais, então coloquei minhas duas mãos sobre seu ouvido e caminhei os dedos até o fundo de sua nuca.

Ali, repousei as duas mãos, soltando os braços e ficando mais relaxada.
- Você sabia que você vai virar um velhinho muito bonito? - Continuei, ainda implicando com os incômodos de Thito sem tentar 'gatilhá-lo' demais - Oh, você vai ter uma bochecha bonitinha - Disse, inclinando para lhe dar um beijo na bochecha - Um nariz rebitadinho - Da bochecha, meus lábios foram para a ponta do seu nariz - Não vai ter calvície - Do nariz, meus lábios deram um pulo até a testa do rapaz - E seus olhos continuarão lindos - E desceu, até um dos seus olhos, beijando-o na pálpebra - E um lábio hidratado bem hidratado... - Do olho, não foi difícil descer ao lábio e dar um selinho rápido.

Ali, desisti de descansar uma das mãos por trás de seu pescoço e a trouxe devagar até seu queixo. O dedão arrastava de lá-para-cá, chegando até a ponta do queixo do rapaz e lhe suspendendo de leve. Olhei de um lado de seu rosto e depois de outro:
- É, eu poderia me acostumar com isso - Abri um sorrisinho um bocadinho sádico, mas ele logo foi embora.

No fim, cansei de enrolar. Eu não sou muito boa nessas coisas, né? Inclinei minha cabeça e mantive a dele levantada, reaproximei meus lábios dos dele mas ao invés de beijá-lo, mordi a parte de baixo de seu lábio com certa força, puxando-o para mais perto de mim e lhe obrigando a me dar um beijo. Nos encaixamos. Não foi muito difícil seguir com isso... e aquilo era tão... quente.

Fechei os olhos, toquei-o com a língua e desci minhas duas mãos até encontrar as mãos dele. Entrelacei nossos dedos. Pressionei seu pulso com meus polegares e deixei que a unha fincasse um pouco sua pele. No mais, deixei que ele fizesse como quisesse a partir dali...

... não que devêssemos demorar demais, ainda há uma criança logo ali.

#TreinoPupitar 15
#TreinoTynamo 15

Thito — Date and Other Business

Existiu um instante onde tudo tava bem, não existiu? Um mísero milésimo de segundo em que meus olhos se fecharam e o de Thito também, e que nós nos tocávamos e nenhum dos dois pensávamos em nada muito ruim. A fração de segundo em que nada de ruim podia acontecer e que tudo iria se resolver.

Sabe, e eu digo mais... eu tenho sorte, sabe? Eu fui a primeira a abrir os olhos e no momento em que vi seu rosto liso eu pensei no quão feliz ele iria 'acordar'. Ali, meu sorriso se abriu. Meu coração acelerou, minha barriga resfriou e tudo que eu sentia era êxtase. Eu estava - depois de muito tempo - feliz por finalmente resolver um problema sem criar outros dez mil.

Olhá-lo primeiro e vê-lo bem, antes mesmo que ele se percebe-se bem.

Só que é aquilo que todos sempre dizem, quanto mais alto o voo maior o tombo. A frustração veio tão rápido quanto uma facada estúpida nas costas. Thito abria os olhos e, ao invés de brilho, um desânimo estúpido e um sorriso caído. Ele estava - definitivamente - melhor sem ver. "Foi ruim? Fiz algo errado? Aconteceu algo?". Nesse exato momento eu senti que deveria sair dali correndo.

Meu brilho sumiu e eu tive a completa certeza de que agora, com Thito completamente normal e em forma, ele ia revelar que o verdadeiro problema era eu e ele irá terminar comigo. Sério! Não havia outro motivo, havia? Depois do mocinho ter recuperado a bendita forma de um príncipe encantado ele me olha com essa desilusão e perde toda a felicidade em seu semblante? Ele só pode começar com uma revelação que ele não fez até então.

Foda-se tudo que ele me disse até agora, ele só pode ter dito isso até agora pra me convencer a tirar essa maldita maldição dele. Quando eu vi aquela cara, eu já sabia de tudo. Um tsk irritadiço saiu automático da minha boca, eu já me preparava pra sair de cima dele e dar de ombros, aceitando que não ia ter o que falar. Eu não ia me estressar mais, eu não ia me iludir mais, se ele queria 'terminar comigo', que assim fosse.

Eu não ia mais brigar e ser iludida. Não ia ouvir 'o problema sou eu, não você', porque disso eu já sabia. Eu não ia. Eu estava prestes a pegar um impulso e subir de imediato quando ouvi um estalo estranho no meu joelho que me impediu. Retornei para o colo e Thito, depois da missão falha de levantar e respirei fundo, olhando mais uma vez aquele sorriso amarelo... que finalmente se abriu para começar a falar.

Ele finalmente achou as palavras certas e ela era sobre 'bodas'. Eu ainda não tinha entendido porra nenhuma até ele mostrar a mim mesma minha mão. Eu não via nada muito estranho, diferente do rapaz, que parecia achar algo estranho em mim. Olhei para uma perna, para outra, para minha pele e até minhas unhas; nada demais. Foi só quando ele continuou falando que eu comecei a entender... aparentemente eu estava velha, mas eu não conseguia ver isso.

Sinceramente? Isso foi um alívio. Thito ficava falando no fundo enquanto eu olhava meu próprio corpo e pegava meu celular para me olhar pela câmera frontal. Deixei-o falando no fundo sem dar muita atenção - desculpa por isso - e fiquei avaliando por um tempo. De início, admito que estava bem normal, mas depois de olhar duas ou três vezes, senti alguns calafrios de mudança. Será que eu estava mesmo velha? Será que meu cabelo estava fino? Minha pele flácida? Tudo errado? Era difícil crer em algo que não via, mas isso tornava ainda mais fácil de 'lidar com isso'.

Só duas coisas que poderiam me incomodar em um corpo senil, a primeira era a ausência de rosa. A segunda eram as unhas. De resto? Eu posso sobreviver. Quando o garoto parou de falar, eu só dei de ombro e emiti um 'humph' meio solto:
- Ah, se eu não conseguir resolver isso nessa floresta, eu peço pra Sabrina resolver isso pra mim... - Agora sim eu me levantei, num ato meio veloz e incompatível com a idade - Seria pior se eu tivesse me transformado em uma criança né? Imagina só se a gente tivesse que se beijar pra resolver isso? - Eu não acredito que consegui pensar nessa maldita piada no final das contas, mas isso realmente passou pela minha cabeça em certo ponto - Pelo menos assim ninguém vai preso.

Na tentativa de reduzir os danos, tirei da bolsa um lenço rosado. Cobri-me. Havia um pequeno problema com minhas roupas; elas eram joviais demais. Eu precisava ao menos por uma calça jeans e uma blusa mais fechada, caso contrário qualquer um ficaria olhando para mim. Além disso, uma boina rosada ia ajudar a suprir a abstinência de rosa da minha aparência. Na maldita tentativa de encontrar um lugar pra trocar de roupa, peguei minha mochila, terminei de me cobrir com o lenço e fui caminhando barraca a dentro:
- Será que se eu fingir ser uma avó esse garoto me obedece?

#TreinoPupitar 16
#TreinoTynamo 16

Thito — Date and Other Business

OFF: Fumei um QQQQQQQQQQQQQQ

- Pff, eu ainda quero saber das suas várias namoradas - Você acha que eu sou fácil assim, Thito?

Ao menos, ele foi "salvo" pelo gongo dessa vez, porque mais uma vez a cigana apareceu e...
... sabe quando o problema não é com você e você não sabe se deveria se meter? Então, é essa a sensação que eu (a narradora) e eu (Winnie) estamos. Houve um certo momento de silêncio até processarmos que o problema não era nosso de modo algum, mas sim dos olhos-de-quem-fala... literalmente.

Num ato um bocado 'lateralizado', deixei que a música tocasse e fiz companhia ao meu namorado quando o assunto era silêncio. As falas finais e as explicações mal-dadas eram suficientes para eu pescar algumas ideias e ter algumas interpretações.

Primeiro de tudo: minha missão. Eu estava ali para invocar um guardião e, além disso, conhecê-lo. O Engraçado disso tudo é saber da peculiaridade da Ilex Forest. Óbvio que não vim aqui sem pesquisar, não precisa saber muito para descobrir que a lenda do Celebi vive aqui. O Celebi é o tal do 'mago do tempo' e Thito tendo a praga-da-velhice era, no mínimo, irônico.

Como eu não acredito em coincidências, me arrepiei junto de meu namorado e deixei que ele confrontasse a cigana com certo ardor.

Ok, ok, eu não entendo muito de religiões e tudo mais, mas essa moça parece entender e sua música parece tentar nos mostrar um pouco isso. Quer dizer, mostrar a Thito isso. Não a mim; ainda assim, acho que tenho um pequeno papel de tentar 'racionalizar' as coisas enquanto meu namorado surta, não é?

Pois bem, estou no mundo do Giratina, ele não parece amigável, as pessoas não gostam dele, eu peço ajuda e no fim, ao que tudo indica, ele chegou, Arceus não ajudou e não tem lá muito o que fazer além de lutar. Não me parece uma história muito complicada de entender se fosse uma história solta, mas qual diabos é a relação disso com o que estávamos vivendo? O que eu sei até então é que o primeiro pokémon é Arceus, ele criou outros três pokémons, Palkia, Dialga e Giratina. O Giratina era o pokémon da Antimatéria. Porque Arceus criou um pokémon que controlasse a Antimatéria? Não sei, mas Giratina acabou sendo banido.

Só depois disso que Palkia e Dialga puderam construir o espaço e o tempo como a gente conhece hoje.

Até ai... foi. Sabe o que é minimamente engraçado nessa história toda? É que assim, há um mito que um dia eu ouvi na escola que o Celebi é o pokémon originário. Claro que sou Johtonense e isso é ser meio 'clubista'. Nós de Johto acabamos 'caindo' um pouco nessas histórias que favorecem nossas culturas, mas o mito faz sentido, porque veja bem, há um fato que vou contar negritar: não é verdade que existe um Celebi para cada linha do tempo?

Pois então pasmem. A teoria é que cada Celebi inaugura uma nova linha do tempo, levando um ovo de Arceus do Futuro da Linha do Tempo A para o Passado da Linha do Tempo B, fazendo eclodir o Arceus original. Quando Arceus bane o Giratina, ele permite a construção de um novo espaço-tempo e assim nasce um novo Celebi. Dessa forma, o Celebi perpetua seu domínio hegemônico sobre a linha do tempo. Doido, né?! Pois é, nessa teoria, o Giratina é o maior inimigo do Celebi, porque sem ele, não há linha do tempo.

... eu to viajando demais? Eu to, né? Mas veja bem, se minha teoria fizer o mínimo de sentido, os efeitos que Thito está sentindo é próprio da floresta e eu precisava contar isso pra ele, mas não sem antes tocá-lo devagar no ombro, para não tirá-lo de um estado de choque absorto. Ele parecia extremamente focado em culpabilizar aquela cigana, mas eu começava a achar que ela também era fruto de alguma indicação mítica:
- ... amor, você já ouviu sobre os mitos de Ilex Forest? - Perguntei um pouco receosa, Thito realmente parecia bravo - Eu acho que tem a ver com isso, eu acho que você ta vendo o futuro...

#TreinoPupitar 17
#TreinoTynamo 17