[Gym Battle] Vs. Gwen #23

Larvitar egg: 59/80;

Os efeitos da energia gélida eram mitigados pela barreira erguida outrora pelo condor. Mesmo com as condições impostas por Whiscash, como seu Sand Tomb, seu ataque defensivo garantia a sobrevivência por mais um turno. Sua vitalidade era ínfima, contudo, poderia ser usada como uma troca tática – tal um embaralhamento para garantir a sobrevivência de meu próximo, sendo Droch ou qualquer outro.

Por fim, o bagre estatelou contra o relevo rochoso; a derradeira estática roxa era o indicativo de que o veneno que percorrera seu corpo terminava de esvair a sua vitalidade. Dois a zero, por enquanto.

Em gesto afetuoso, os lábios de Gwen tatearam a superfície esférica bicolor de Whiscash, arqueando outra seguir. Repetiu o gesto meigo, lançando a pokébola aos ares. A energia cinética do artefato ativou um de seus mecanismos, evocando a energia alva. O monstrinho materializado era de um bípede marrom, utilizando uma ossada craniana como capacete e mais um osso como espada – ou bumerangue.

Uma bela analogia para um cavaleiro medieval, huh.

Marowak parecia empolgada, contrariando os estereótipos que sempre ouvi de aventureiros ou pessoas mais velhas sobre o espécime. E tão jocosa quanto apareceu, obedeceria aos comandos de Gwen, pedindo para que utilizasse um golpe que sacrificaria ainda mais a sua velocidade para ganhar ataque e defesa física. Merda, a tela erguida por Shiranui era apenas para os golpes especiais.

Ok, calma. Há uma luz no fim do túnel: o resquício de energia de Xatu e de Droch podem me colocar em alguma vantagem antes de revelar o meu último monstrinho. Das opções possíveis para ser a última, somente Hariyama e Slowbro – com preferência para o último, mais bem treinado e vantagem sobre o tipo terrestre de Marowak. Utilizar da velocidade exímia de Charizard para impor, novamente, o envenenamento e iniciar o cronômetro não era uma má ideia, huh – afinal, não aguentaria muito mais tempo duelando contra inimigos que detém ataques duplamente efetivos.

Era apenas aproveitar a brecha.

Recolhi, então, Shiranui de volta para sua esfera bicolor, evocando ao campo de batalha o réptil alado que auxiliou a nocautear o pangolim. Quiçá, não poderia aproveitar não somente de sua velocidade como sua habilidade especial para depois desferir o máximo de dano, huh.

— Toxic — ordenei para o já em campo Balerdroch.

Larvitar egg: 60/80;

Tic tac. O abstrato cronômetro irá tiquetaquear ao fim de cada turno, marcando o ruído com a estática violácea correndo sobre o corpo da criatura terrestre. Duraria, ainda assim, algum tempo em campo; claro, ganho algumas vantagens com isso: agora, as estratégias podem variar para aguardar a toxina fazer o seu trabalho ou ajudar a minar a vitalidade de Marowak, desferindo dano regular e contando com o veneno.

Ótimo trabalho, Droch. Não à toa, é meu primogênito e único insubstituível em um rodízio de monstrinhos que carrego comigo.

Todavia, não posso ser ingênuo: com o aumento do ataque de Marowak em detrimento da perca de defesa, a defesa do réptil estava longe de ser boa. Não mais do que um – ou, quiçá, dois se a estatística jogar a meu favor – seria o suficiente para derrubar o já enfraquecido Charizard. Não sou ingênuo de não pensar de que os monstrinhos de Gwen têm golpes duplamente efetivos sobre ele, então, ficar na defensiva com um Pokémon em clara desvantagem é tolice.

E ainda tenho mais um monstrinho, huh. Muito provavelmente, será Mayakashi. Já que manter Charizard de pé tentando apenas restaurar sua saúde era tolice, então aproveitar sua velocidade, potencial ofensivo e habilidade especial para desferir o máximo de dano possível, e somente tomar mais energia se sobrevivesse ao primeiro golpe do terrestre era a melhor estratégia no momento.

— Overheat, depois Roost — pedi ao meu inicial, volvendo a fitar Gwen, como mais um passo daquela dança mental.

Larvitar egg: 61/80;

Balerdroch fez ainda mais do que o essencial. De início, contava que ele iria apenas injetar as toxinas sobre Marowak, iniciando a contagem. Entretanto, aquele Overheat fez muito mais do que o necessário; somado à sua habilidade, se não fosse pelo battle armor do adversário, o combate teria acabado apenas com as chamas tão poderosas quanto a do próprio Hades. Foi o que pôde fazer com o resquício de saúde que tivera; recebeu um ataque com o osso eletrificado do terrestre, cedendo à inerente exaustão.

Só o que pude fazer era recolhê-lo. O legado de Balerdroch naquela luta me garantiu a vitória, independente da minha próxima escolha: poderia trazer Mayakashi ou qualquer um de meus outros monstrinhos e, mesmo que caíssem com um único golpe, o veneno lançado pelo réptil encerraria a luta de uma vez por todas. Shiranui ainda restava – em tese – no combate.

Então, mudança de planos: ao invés de garantir a insígnia de vez, por que não deixar que Belle reunisse alguma experiência em um cenário como aquele? Diria até que era melhor aprender ali do que onde a vida selvagem tateia, por exemplo.

Taciturno, arqueei a esfera bicolor, evocando o feixe alvo, materializando a feérica alienígena. Ingênua como sempre, olhou de um lado para outro, tardando em perceber do que se tratava. Belle havia participado de um único combate, e não havia sido a linha de frente no mesmo. Fitou-me com nuances de apreensão em seu cenho.

— Não se preocupe. Isso é uma luta oficial da liga, você não corre nenhum risco. Encare isso como um treino, você vai lutar em muitas dessas, então tem de perder o medo — Belle engoliu a seco, afinal, sua evolução tão rápida não desmembrou por completo sua personalidade ingênua, receosa e imatura, típica de bebês. Talvez tenha pulado algumas etapas de como ensiná-la, contudo, a prática em situações reais ensina muito mais do que uma mera simulação. — Ataque com duplo Moonblast.

Talvez Gwen possa questionar meus métodos, mas nunca meus resultados.