[Holi Park] Scrafty Punk

Primeiro devo deixar claro que eu cresci em Mahogany sabe? Vilarejo pequeno e aconchegante onde todo mundo se conhecia e o máximo de tecnologia que a gente tinha eram as Pokébolas. Sério, nosso líder de ginásio era um senhorzinho, não dava pra esperar que fossemos tão avançados e experts em informática e esse tipo de coisa. Dito isso eu nunca tive problemas com tecnologia em si, mas aquele negócio de Holo Caster era muito complicado pra minha cabeça.

A história foi que se espalhou a novidade do tal Holi Park, um festival maneiro e que teve a primeira edição presencial e cheia de gente que podia capturar Pokémon coloridos, já sua segunda edição seria diferenciada sendo totalmente online. Coisa bonita, coisa normal né? Só que não, a tal edição online seria utilizando uma máquina que simplesmente te SUGARIA PRA DENTRO DO TROÇO, somente pela bagatela de PK$ 1.000. Não me leve a mal criador estranho e desconhecido do festival estranho e um pouco conhecido, mas isso me cheira a plano de vilão maligno. Depois trancam todo mundo no universo virtual, jogam a chave fora e aí? Vai ter algum espadachim que usa preto pra subir 75 níveis de um castelo e salvar a gente no final? Não vai né?

Eu honestamente nem participaria de uma pataquada dessas (danem-se os Pokémon), mas aparentemente toda a Virtuum havia combinado de ir. Alguns iriam sozinhos e outros em duplas, acontece que antes de saber como exatamente tudo funcionava eu aceitei ir com a garota do Passimian (não ouso falar aquele nome comprido dela, então vou só chamar de Karen mesmo), acabou que achei que seria meio rude desfazer o convite em cima da hora e cá estou.

Entretanto eu não sou um completo imbecil e se era pra entrar num mundo virtual eu entraria com um especialista. Proxy era meu expert em tecnologia e certamente era o meu Pokémon mais preparado pra me tirar de um lugar assim caso tudo desse errado, sabia que podia contar com o patinho virtual pra me tirar de qualquer enrascada.

- Ok carinha, como ligamos isso? - O Pokémon normal até parecia um pouco confuso também, mas parecia extremamente curioso com o rolê. Proxy analisou o Holo Caster de todas as formas e quando por fim achou por bem só apertou um botão qualquer e ligou. - E lá vamos nós - Karen se você me der um bolo eu te mato.

OFF:

Alô parceiros!
Estão pronto para partilhar todas as suas informações pessoais, incluindo dados antropométricos, como o governo para que ele possa criar cópias de vocês caso algo aconteça convosco em infortunos acontecimentos que podem ou não estar relacionados com os orgãos governamentais?

Escolher um avatar era complicado, o que eu poderia usar que definiria bem minha personalidade? Eu era tão genérico que nem dava pra imaginar Decidi escolher um personagem que parecia bem original e provavelmente ninguém escolheria igual.



Agora precisava achar Karen, não sabia como a namorada de Tyrant ia se vestir naquele mundo, mas tentaria encontrá-la. Coloquei meu nick naquele espaço virtual como "Lix Sannya" por algum motivo que nem eu sabia e pedi uma ajuda para Proxy.

- Proxy pode ver se tem alguma outra Karen online agora?

- Ei, você que é a Karen? - Disse enquanto corria atrás de Proxy um pouco esbaforido, vi que ele rondeava uma pessoa que se apresentou para ele como sendo Karen, então só podia ser ela. Uma coisa entretanto me chamou atenção quando vi ela. - Humm, pera aí. Será que tá bugado? Teu personagem é meio que... o mesmo que o meu.

Algo parecia estar errado, visto que nossos visuais eram iguais. Parecia até aqueles animes onde todos os personagens principais tem exatamente o mesmo design.

- Sou o Thomas, da Virtuum.

Antes que pudesse me apresentar mais apropriadamente, entretanto, uma garota com orelhas de coelho apareceu e nos surpreendeu. Falou do parque de diversões que tinha vários brinquedos e citou uma experiência aleatória que parecia ser interessante, ainda meio confuso só respondi: - Hãã, pode ser.

Então o "outro eu" era mesmo Karen, a rosada dona de um Passimian e namorada (ficante? peguete?) do Tyrant. Ver que usávamos o mesmo avatar era estranho, afinal quais eram as chances daquilo ocorrer dentro de um número, provavelmente, infinito de escolhas?

- Pois é, parece que esse cara é bem popular por aqui não é mesmo? - Foi a única coisa que pensei pra responder ela, após isso retribui o abraço virtual.

Depois de aceitar o convite para a diversão aleatória a moça com orelhas de gato - perdão, miopia - levou a gente até uma tenda nas cores... Verde tropa? Sério? Isso foi estranhamento específico, mas prossigamos.

Ali ela nos apresentou a um jogo, mais especificamente um beta de um jogo de zumbis. Bom, era no mínimo... Genérico? Coletar itens, atirar bala em zumbi, construir alguma coisa para se proteger. Ao menos se houvessem Pokémon zumbificados seria uma baita inovação. O que eu achava estranho mesmo era o fato da gente ter que colocar um óculos de realidade visual pra participar.

- A gente meio que já tá num mundo virtual né? - Falei para moça que havia nos levado até lá, tentando quebrar algum gelo com o fato de que aquilo parecia muito com as teorias de estarmos num universo dentro de outro universo. Já pensou se na verdade nós não fossemos vivos? Se houvessem pessoinhas nos observando e escrevendo sobre a gente? Mandando fazermos coisas? Que idiotice. - Tudo bem, eu vou experimentar. - Será que Karen toparia também?