Azeroth… é um nome legal. Não tem “castelo”, nem “Drácula”, nem “mal assombrado” nele, então eu estava esperando algo um pouco mais tranquilo dessa vez. Com certeza deve ter algum jogo amigável nessa lista, não é…? Um que não nos faça lutar contra um exército de mortos vivos, nem esbarrar em algo assustador a cada três passos. Tipo um joguinho de fazenda… sim, isso seria ótimo! Ajudar as plantinhas a crescerem, dar água para as Miltanks, regar o solo, e em suma, coisas com zero risco de vida. E se for para cuidar de plantas, eu poderia ajudar bem mais!
Sabia que era quase impossível esse “Azeroth” ser uma fazendinha amável, mas como a esperança é a última que morre, fechei os olhos e torci para acordar em um mundo calmo e acolhedor. Não tive nem que abri-los para perceber que estava errada. Os gritos de guerra bastaram. Quando reuni coragem para olhar, vi exércitos de humanos e criaturas que com certeza não eram Pokémons… e eles conseguiam ser tão intimidantes quanto as assombrações do castelo! Por favor, alguém me diga que não vamos ter que lutar contra eles…
…Aihn, a quem eu quero enganar? Mas é claro que vamos. Não teriam nos jogado no meio de um campo de batalha para outra coisa. Não sei se já comentei, mas eu não sou uma guerreira muito boa… as minhas primeiras batalhas estão sendo dentro desse jogo. Ammut sim é quem amaria estar na linha de frente e morder todo mundo, ele seria muito melhor para esse papel. Ou Hephaestus, ou Rozen, ou Sapphire, ou Koda… ou qualquer outro da equipe. Espero que Yoshiro não se arrependa por ter me trazido, é a primeira vez que fazemos algo só nós duas, não quero falhar com ela assim… Por isso, vou ter que lutar, dar meu melhor e tentar não atrapalhar ninguém. Esse último item parece o mais difícil…
Falando na minha treinadora, ela parecia tão empolgada com esse novo jogo quanto estava com o do castelo. Tinha mudado o avatar de novo e dessa vez estava com uma armadura brilhante e uma espada grande demais para os seus braços pequenos, e se fosse na vida real eu tenho certeza de que ela não conseguiria dar um passo carregando aquela coisa. Era uma paladina, ela disse… eu não ia duvidar. Pelo menos continuava humana, diferente de muitos, muitos outros jogadores…
- Larizinha, eu resolvi ir com a Aliança, você vem comigo? Parece que temos uma batalha beeem grande pela frente! E eu… não quero fazer isso sem você. - A última parte foi quase um sussurro, porém ainda alto o bastante para Lariel ouvir. Era bom ver minha humana contente, no entanto, a guerra que parecia prestes a estourar na nossa frente ainda me preocupava… Quando ela enfim começou, eu nem lembro de muita coisa, só de um empurra-empurra grande e estranho. Estranho porque, ao invés de se empurrarem com as mãos, faziam isso com as garras e lanças e espadas… Muitos jogadores caíram, Yoshiro balançava a espada de um lado para o outro tentando proteger tanto a mim quanto à sua amiga humana, e eu lançava o máximo de Solar Beams que podia enquanto desviava dos pés de inimigos e aliados, antes que alguém pisasse em mim por acidente. Foi uma loucura.. será que as grandes batalhas são sempre bagunçadas assim? Espero nunca ter que descobrir…