Aves de Rapina

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Era um alivio ter sido ignorado pelo pássaro por alguns minutos, ao menos por conta de suas ciscadas. Mas de certa forma, o galariano se preocupava ao ver os machucados em suas asas - Fico feliz que vocês se conheçam, vai ser mais fácil de se aproximar dele. - Mavis dizia ao ex-ranger, imaginando como iria fazer para cura-lo.

- Bob, eu sei que a gente está com pressa para irmos salvar os pokémons, mas podemos parar por uns minutos? Só o suficiente para curarmos esse pequenino. - Tentava convencer o camponês, mas sabia que não seria difícil. Como cuidador dos monstrinhos daquela região, Bob devia estar tão preocupado com aquele Swablu quanto o próprio Mavis.

- Tenho algumas bandagens e alguns itens de cura... Acho que é melhor você fazer essa parte do trabalho, tenho medo de assusta-lo caso tente chegar perto novamente. - Era para o bem de todos, afinal, um estranho chegar perto daquele Swablu que parecia ter sofrido, podia desencadear alguma reação e por fim não conseguiriam ajudar o pequenino - Assim que cura-lo, acho melhor deixa-lo descansar dentro dessa minha mini mochila. - Como o galariano costumava levar a maioria de seus pertences em uma mochila maior, a pequena servia apenas como emergências e ficava pendurada de um ombro para o outro lado do corpo. Não era muito espaçosa mas era o suficiente para que a ave entrasse e se aconchegasse, ao menos não forçaria seus machucados novamente.

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Feliz por ter sido aceito como "burro de carga" do pequeno Swablu, Mavis sorria enquanto tentava manter o pequenino seguro - Não se preocupe, se você não quer, não irei nem encostar em você, ok? - Indagava, respeitando a ave.

Claro, o silencio pairava onde o galariano e o ex-ranger estavam e com isso, era mais fácil ouvir as vozes vindo do caminho mais adiante - Shhh. - Mavis fazia o barulho bem baixinho, somente para Bob e o Swablu entenderem, enquanto isso, colocava seu dedo indicador na frente de sua boca, para sinalizar que não fizessem nenhum barulho.

Com a outra mão, Mavis chamava a salamandra para perto e então falava baixinho para ela - Kipper, estamos em uma situação complicada. Se formos caminhando diretamente por esse caminho, daremos de cara com quem quer que esteja lá. Assim eles ficariam alertas assim que vissem alguém chegando, e bem provável chamariam reforços ou deixariam os outros a par da situação. - O galariano observava as redondezas e procurava por um lugar para se esconderem - Preciso que você chame atenção deles, se for sozinha enquanto nos escondemos aqui, podem achar que você é uma Swampert selvagem perdida por aqui e virão atrás de você. Por isso peço que atraia eles até onde estaremos escondidos. Dessa forma a gente consegue bolar um ataque surpresa. - Virava seu olhar para Bob, aguardando a opinião do homem, para que então desse a ordem de sua monstrinha começar a colocar o plano em pratica.

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O galariano não sabia se era uma boa ou má noticia, mas aparentemente não precisaria lidar com aqueles bandidos. Talvez fosse mais inteligente ir direto para o ponto principal, onde as cargas e o chefe estavam - Tsc... parece que chegamos tarde de mais aqui, não vai adiantar a gente bater de frente com esses caras. Vamos segui-los até encontrar onde estão levando todas essas cargas. - O plano era atualizado, e Mavis falava baixinho para que Bob ouvisse, mas como ia chamar atenção de sua Swampert para que ela voltasse sem que os homens fossem alertados?

- Já sei. - O galariano chamava para fora da pokeball o pequeno Popplio e cochichava em seu ouvido - Gio, preciso que você se esconda pelos arbustos até chegar na Kipper e então peça que ela volte devagar para não alertar aqueles homens. Consegue fazer isso sem chamar atenção? - O treinador indagava para seu pequeno aquático e era respondido com a foquinha batendo no próprio peito, com quem dizia "deixa comigo".

- Por favor, tome cuidado. - Reforçava para que o Popplio não entrassem em conflito desnecessário. Restava saber se a ideia sairia do jeito que havia planejado.

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Com ambos os monstrinhos próximo de si, Mavis retornava o pequeno Popplio para a pokeball, agradecendo pela ajuda com um biscoito. Não demorava muito para que o galariano e o ex-ranger percebessem que teriam que sair dali logo - Certo, vamos segui-los com cautela. - Mavis afirmava baixinho para que os homens não ouvissem, mas algo ainda lhe incomodava.

- Bob, eu estava evitando ao máximo que nos separássemos, principalmente porque você sabe melhor que qualquer um como andar por dentro desse formigueiro. Mas o fato de eles estarem destruindo os ninhos me deixa um pouco preocupado. - O galariano tentava se explicar para que pudesse seguir caminho - Você não acha melhor ir checar os outros ninhos enquanto eu sigo eles? - Fazia uma breve pausa para tentar imaginar se não seria de grande risco e então voltava a falar - Não acho que me perderei pelos caminhos se eu continuar simplesmente seguindo aqueles dois, e outra... precisamos ter certeza que não tem nenhum pokémon em perigo nos outros ninhos. - Era isso que tinha para falar. Bastava o homem decidir o que ia fazer para que então Mavis fosse na mesma direção que os ladrões de monstrinhos.

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O ex-ranger parecia aceitar a ideia de Mavis sem problemas. Mas assim que o homem saia para checar os outros ninhos, o galariano se via em uma situação complicada. Fazia tempo que não via uma cena triste como aquela, e ainda ficava pior quando o pequeno Swablu de coloração diferente começava a protestar pelo seu lar destruído e os amigos abusados. Mavis abaixava a cabeça, sombreando seus olhos, e ficava em silencio por alguns segundos, apenas ouvindo os piados do Swablu amarelo. Quando voltava a si, olhava para frente novamente mas dessa vez com os olhos marejados e então deixava algo bem claro para os monstrinhos - Podem ter certeza que eles vão pagar pelo que fizeram. - Seus punhos se fechavam num ato de ódio e então se abaixava para deixar o pássaro a vontade para entrar em sua bolsa novamente - Venha comigo, irei dar um jeito nesses idiotas. - Finalizava voltando a prestar atenção na cena e agora vendo um problema que teria que resolver... qual o caminho certo que devia seguir?

O galariano não tentava fazer contato com os outros Swablus, afinal, era provável que estivessem revoltados o suficiente para ataca-lo se chegasse mais perto deles. Por isso só caminhava até os arbustos onde parecia ter sido um dos caminhos que os homens haviam tomado e então indagava - Por que iriam se dar o trabalho de ir na direção dos ninhos se eles já fizeram o que precisavam fazer? - Claro, ele perguntava mesmo sabendo que não receberia uma resposta - Acho que é muito mais suspeito terem ido por um caminho estranho como esse entre os arbustos... melhor seguirmos esse caminho. - Ele esperava ter tomado a decisão certa, até porque não podia ficar perdendo muito tempo por ali.