Cap piloto - Sem Quick Attack, um passo de cada vez!!

 Sota se assustava com o grito repentino da menina que então começava a lhe bater levemente , pareciam até alguém se conheciam a muitos anos. Ela parecia pegar intimidade bem rápido para com as pessoas , o menino por outro lado apenas tentava se defender dos ataques.  Não esperava uma resposta muito positiva obviamente mas aquilo o surpreendeu , sua atenção foi então tomada pelos gritos de Trapinch em direção a um arbusto ,  escapando ele pôde então se aproximar afim de averiguar o que se passava ali. -Amigão, fique atento.

Akemi ainda estava incomodada com a ideia do rapaz de ir atrás dos bandidos que aparentemente espreitavam pela região, mas calou-se após ver que Sota e seu Trapinch haviam se colocado em prontidão acerca de algo. Pelo visto, agora eles estavam sendo espreitados. Com todo o cuidado, eles avançavam na direção dos arbustos, abrindo ramo a ramo com a maior cautela que poderiam ter. E então…

Por detrás dos arbustos, eles puderam avistar uma figura um tanto exótica e meio deslocada dali, digamos. Era um jovem, talvez na mesma idade que os dois. Ele trajava roupas predominantemente pretas, em um estilo mais voltado para o urbano. Seus olhos caídos poderiam denunciar duas coisas bem distintas: desmotivação ou sono. Ao seu lado havia dois Pokémon, um deles era o famoso Pikachu, já o outro era um tipo de felino bípede com uma longa pena no alto da cabeça, corpo bem esguio e olhos atentos. Pela forma com que eles se comportavam, pareciam procurar algo. - Yo, Sneasel, acho algo? - a forma com que o jovem falava era bem diferente, pelo visto ele não era da região. O felino dá de ombros, balançando a cabeça de um lado para o outro. - Merda! E tu Pikachu? - diferente do primeiro, este respondeu com um grunhido desanimado, murchando as orelhas e também balançando a cabeça em negativa. - Mas que cacete! Cadê essas duas desgraças? - ele xingava e parecia bem impaciente. Mas o que estaria atrás?

 

Conseguindo se esquivar da menina ele se aproximou para averiguar a situação , ao tirar os arbustos da frente eles puderam observar um menino trajando roupas peculiares e sua expressão era tão igual quanto. Seu modo de falar não parecia ser algo típico da região e Sota logo deduziu que fosse de outra região , possivelmente , ao seu lado haviam dois pokémons as quais o jovem pesquisador tratou de registrar com a pokédex de forma a não chamar a atenção e então ao invés de ir atrás como ele queria optou por continuar a observar, atento a qualquer movimentação suspeita. Ele havia dito "duas desgraças" e o menino de cabelos grisalhos se perguntava a quem ele se referia afinal , seria Akemi e Chico?.

-Akemi , acha que está se referindo a você e Chico? - perguntou baixinho ao se virar para a menina.

Tentando fazer o mínimo de barulho possível, Sota lança uma questão para a garota. Akemi balança a cabeça, negativamente. - Não! Bem, espero que não! Nunca vi esse cara antes! - ela parecia apreensiva, porém sincera. Pelo visto o rapaz não encontraria respostas de quem era aquele sujeito…

O rapaz de roupas pretas, leva as mãos na cintura e respira fundo. Depois, solta um grito de frustração. - Ah, que merda! E agora, o que vou falar pro chefe?! - ele fala com seus Pokémon, que se entreolham sem conseguir dar nenhuma resposta para seu mestre. - Bom, ficar parado aqui também num vai dá em nada! Bora continuar a procurar! - ele então leva a mão até a nuca, coça de uma forma um tanto irritada, e segue por uma trilha ao lado exposto de onde Sota e Akemi estavam.

Eles agora tinham coisas para decidir. Aquele rapaz estava procurando algo em dupla por aquela região. Akemi não parecia nada confortável em seguir com mais uma perseguição, mas também não estava afim de voltar todo o trajeto da floresta sozinha. De todo o modo, a decisão estava, mais uma vez, nas mãos de Sota!

 

"- Foi o que imaginei , ela saiu correndo , não tinha como saber." - pensou com seus botões .

O rapaz parecia apreensivo e com medo das consequências de sua falha naquela aparente missão , o que quer que fosse ele tinha de encontrar a todo custo . Sua aproximação estava colocando em risco a situação do menino e sua dupla de aventuras , ou eles agiam enquanto tinham o elemento surpresa a seu favor ou seriam encontrados e então sabe se lá o que poderia acontecer. Saindo do esconderijo o menino se coloca diante deles , pedia a Trapinch e Seedot para ficarem de prontidão enquanto antes de fazer aquilo ele liberou Spheal e pediu que cuidasse de Akemi e para que se escondessem bem. - Será que posso saber o que está procurando? - indagou o menino com uma expressão séria e inflexível.

Decidido a descobrir o que aquele rapaz estava buscando com tanto afinco, Sota libera seus dois novos parceiros e pede para Spheal proteger e se esconder com Akemi, enquanto optava por uma abordagem direta: aparecer na frente do sujeito com seus dois parceiros e questionar, sem rodeios. Seria coragem ou estupidez? Bravura ou bravata? Bem, ele logo logo descobriria!

O rapaz tomou um baita susto quando viu Sota saindo dos arbustos ao lado de seu Trapinch e seu Seedot. Depois, sua postura foi de tentar analisar quem era aquele que lançava a pergunta. Olhou Sota dos pés a cabeça. - Não. Não é da sua conta, pirralho. - mesmo tendo idades parecidas, o sujeito lança um “pirralho” na direção de Sota. Este também consegue observar detalhes com mais acuidade, agora que estava próximo ao rapaz. Além das roupas pretas e chamativas, havia um outro detalhe em seu pulso direito: uma pulseira com um símbolo de um Lycanroc. Enquanto se encaravam, o sujeito percebeu algo junto de Sota, sua incubadora. - Ei, isso é seu ou encontrou por ai? É melhor que seja seu, ou vai se ver comigo, bandido de bosta! - mesmo não demonstrando claramente sua determinação e bravura, seu Sneasel e Pikachu tomaram à frente, juntando-se ao seu mestre naquela abordagem! Mas espera, o que ele quer dizer com bandido???

 

Chamado de pirralho mesmo tendo a probabilidade de ser mais velho e ainda de bandido de bosta , Sota não sabia se socava a boca do moleque ou resolvia do melhor jeito , uma batalha pokémon. Apesar de sua ira lá no fundo ele achou melhor fazer da segunda forma , agora uma questão curiosa era que a incubadora parecia ser o objeto de busca do menino. Seria então o ovo e Spheal que ele procurava ou na verdade seriam os dois Poochyena encontrados anteriormente ? de qualquer forma ele não parecia ser o dono ou era muito irresponsável e ignorante no ponto de vista do jovem grisalho.- O que quer dizer com bandido ? Ele estava sendo atacado e tudo o que fiz foi proteger ele , agora se é seu então você é muito irresponsável, agora se quer resolver isso com uma batalha eu te digo que encontrou o cara certo. A pergunta é , isso é realmente seu ou você quem mandou aqueles dois Poochyena para uma busca falha? 


Dito isto ele encarou o rapaz e então com um olhar mais aprofundado conseguiu perceber em seu pulso uma pulseira com o símbolo de Lycanroc , um pokémon o qual o rapaz demonstrava grande interesse. -Um lycanroc.. - começava a se questionar se aquele rapaz não seria de alguma organização e se era então  qual? o termo "chefe" só dava mais embasamento a teoria e os dois cachorros de hoenn estavam provavelmente em uma missão de busca , ou não teriam eles conexão alguma? dúvidas e mais dúvidas e nenhuma resposta.

O clima não estava muito agradável naquela área da floresta. De um lado um completo desconhecido todo marrento com um Sneasel e um Pikachu. Do outro estava Sota com seus parceiros, nem um pouco felizes com a forma de agir do rapaz, com o garoto grisalho prestes a voar no pescoço do outro devido a panca! O sujeito parece inquieto, trocando o peso do corpo constantemente entre uma perna e outra, estalando os dedos da mão e balançando a cabeça, não dava para saber se ele queria partir para a agressividade, a intimidação ou se quer dar no pé e fugir o mais rápido possível. Farpas eram dadas, poucas explicações…

- Bandido, pô! Ladrão de Pokémon, traficante, essa sua laiazinha ai! - ele aponta o dedo na direção de Sota, na altura do rosto do jovem - Resolver com batalha a cabeça da minha pica, chapa! Eu e meus chapa tamo aqui pra te quebrar na porrada! Aqui é LOBO, porra! - ai ouvir sobre a batalha, ele cresce de um modo estranho. Abre os braços e faz uso de palavras de baixo calão, como um valentão tentando ganhar a situação literalmente no grito - Tenho Poochyena nenhum não, otário! Puta Pokémon de fracassado!

Ele continuaria a soltar mais e mais palavras como aquelas e xingamentos quando Sota percebeu a insurgência de uma figura tenebrosa próximo de si. Akemi saia de seu esconderijo, com os olhos fulminando de raiva, o rosto todo retorcido de ódio! - Eu não suporto palavrão! - havia uma nuvem escura sobre a cabeça da menina, como se a própria estivesse prestes a entrar em forma Dynamax! Óbvio que isso também foi notado pelo sujeito! - Yo, yo, yo, calma ai pô, que isso! - ele se espantava legitimamente com essa nova forma de Akemi! Provavelmente, ela tinha adquirido a trait Intimidate!

Foi então que um rompante de luz azulada brotou das costas de Akemi! Estaria ela evoluindo??? Não! Era o Silcoon despertando e começando sua evolução! Lentamente o casulo tomava forma de asas para além da seda, e crescia cada vez mais. Agora, junto de Akemi, havia uma linda Beautifly! - Oh Arceus, que linda! - novamente Akemi retorna ao seu modo natural junto de uma Beautifly confusa. No entanto, a borboleta agiu de uma forma inesperada para com a jovem! Ela primeiro a observava e depois usava de seu aparelho bucal para sentir o cheiro dela. E então bateu as asas, alegremente, dançando em torno da menina! - Ei, hahaha! Que fofa! - era uma brincadeira bem sadia entre humana e Pokémon, algo tão encantador como todo o mundo Pokémon.

Então o sujeito perto deles mudou de atitude. - Yo… pera ai um pouco! Cês não são os contrabandistas? Nunca vi esse tipo de coisa entre bandido! - se ele estava investigando também os boatos sobre o crime na floresta, então isso explica muita coisa! Mas ele não falou nada, ainda, sobre a misteriosa pulseira que tanto chamou a atenção de Sota.  

 


Sota levava a mão até o rosto e abaixando a cabeça suspirava fundo ao se perguntar o que tinha feito pra merecer aquilo tudo , primeiro Ryo que no final tinha se mostrado alguém incrível e um rival digno de uma espera por outro embate , agora aquele cara ali não parecia ter solução não. Ora essa , "te descer na porrada " será que ele achava que ia fazer isso com a mente? , o Q.I daquele cara deveria ser o mesmo de um Cramorant ou até pior. De qualquer forma antes que o menino abrisse a boca algo surgiu atrás dele lhe causando um arrepio , era Akemi que estava tão irritada que conseguiu colocar moral no moleque irritante.

- Tão intimidadora quanto bela... - o menino soltou , mais preocupado com ser o próximo alvo do que com o que ela ia pensar daquilo , na verdade se perguntou como não tinha sido ele primeiro depois de tudo o que aconteceu.


Nesse momento uma luz azulada saiu de trás da menina e se revelou em uma bela Beautifly , sua expressão mudou de irritação para contentamento. Finalmente o pokémon havia dado sinal de vida e não só isso como terminará sua fase de transformação , tanto ela quanto sua interação com Akemi era algo lindo de se ver.


- Contrabandista ? acho que nem tenho dinheiro pra poção  , já viu contrabandista pobre? - o tom do menino era de irritação misturado com frustração. - Não me disse de onde tirou essa pulseira.. e nem o que está procurando, melhor colaborar , sabe , antes de chegarmos aqui ela me pegou pelo pescoço e quase me matou, hehehe. - o menino brincada enquanto ria prazerosamente por dentro.

Se a preocupação de Sota era se tornar alvo da fúria repentina de Akemi, então não tinha o porquê! Assim que a garota ouviu as palavras ditas pelo grisalho, seu rosto novamente tomou tons bem vermelhos, como fogo, e sua única reação foi se virar para disfarçar esse novo rubor conversando com a Beautifly recém evoluída. Mas este pequeno momento cômico era somente um em meio à tensão crescente e constante.

O sujeito olhava com mais cuidado para o rapaz. - Sei lá, pô! Contrabandista tem de tudo que é jeito! - de fato, dizer que uma pessoa não era criminosa apenas pelo o que estava usando e vestindo era uma forma bem incomum e um tanto ineficaz de investigar ou constatar algo. Mas não parou por ai. - Não tenho que dar satisfação de nada, palhaço! Minhas coisas são minhas coisas, eu hein! Pagando de bonzão exigindo uma caralhada de coisa ai! Tá achando que é protagonista de anime? - e ele voltou com os palavrões, mesmo recebendo um olhar fulminante de Akemi. Acontece que este novo olhar não surtiu o mesmo efeito. O sujeito agora, ao invés de se assustar, retrucou - Perdeu cu na minha cara? - expandindo o peito e crescendo naquela situação, era a garota que se encolhia. Pelo visto ela não tinha tanta intimidade com esse tipo de agressividade. - Tô perdendo tempo com vocês, tá ligado? Se não são os caras que tô atrás, então volta pro colinho da mamãe! Fui! - ele então começa a dar passos para trás, mas sem dar as coisas, começando a tomar qualquer caminho que fosse, para qualquer objetivo que fosse!