#001 - Chegada em Lilycove

OFF: Desculpa a demora. E vou deixar um aviso aqui também, segunda (talvez), terça e quarta eu vou ficar ausente, tenho uma pequena viagem.

Antes de ir, a moça apenas falou sobre os ombros:
- Você se da melhor com sua imaginação do que a verdade - E foi-se embora, deixando claro que não responderia mais nada a Avan.

E era engraçado como uma velhaca daquele estilo sumiu completamente. Não que ela tenha desaparecido, mas ao andar um pouquinho em direção às lojinhas, ela se misturaria muito rápido a multidão e não seria mais encontrada por Avan. Quer dizer, não sei se outra pessoa a encontraria, mas certamente esta pessoa não seria Avan.

Agora ele poderia - finalmente - desfrutar da feirinha de artesanatos que, infelizmente, começava a lota. Os míseros minutos que passou discutindo com aquela velha foi suficiente para que muita - mas muita mesmo - gente chegasse ao local. Logo ao fundo, com um pouco de dificuldade, o menino-do-som montava os aparelhos. Dentro de alguns minutos alguma atração musical ia se iniciar...

No mais, as feirinha era um enorme espaço aberto retangular. Nas duas retas paralelas do retângulo (que eram também as bordas maiores), havia um bocado de barraquinhas. Doces, cervejas, salames, queijos, rações, ervas, vitaminas e sanduíches do lado esquerdo, acessórios, bolsas, joias, artefatos, utilitários de cozinha, panos bordados e bonecas do lado direito. Tudo no dinheiro; não aceitavam troca.

No fundo, o palco. No centro, mesinhas - já quase todas ocupadas -, pessoas e pokémons.

É, não adiantava muito, a velha tinha ido embora. No mais, foi chamado por Kip para ver o que tinha para ver, e se surpreendera ao perceber que não adiantava olhar; não faria ideia do que aquilo seria. Por isso, foi até um transeunte qualquer e perguntou, poupando suavidade. O homem "escolhido", um pouquinho espantado com a sorbeba do tom de Avan, demorou um pouco notar que ele não era ninguém importante. Quando assim percebeu, relaxou os ombros e deixou os ombros caírem:
- Putz, por um momento achei que você era algum parente do Steven - Comentou. A referência era o tom do cabelo - Vai ser a décima edição do show de talentos amador de Lilycove. Em geral é um palco com um monte de jovem se apresentando... a maioria canta. Tem muito olheiro procurando alguém pra começar carreira.

OFF: Oie voltei. Você quer ser coordenador com o Avan? Tem uma galerinha que ta reformulando contest, acho que em alguns meses devem abrir um de teste :>

Quando Avan falou sobre ser primo de Steven, o homem arregalou os olhos na hora. Não em surpresa, mas com certa comoção:
- Sabia! - Disse, já com os olhos mais baixos e um sorriso no rosto - Sendo da família assim, eu te boto pra dentro. Tenho meus contatos! - Deu uma risadinha besta - O prêmio da vez é muito bom. O segundo e terceiro lugar também.

Era um pouco estranho como ele jogara isso sem falar qual era o bendito prêmio. Era um mistério? Ou apenas lhe deixou curioso de propósito? Bem, pode ter sido só sonseira do homem, que sem perceber deu apenas metade da informação. Não que conseguisse dar toda, né? Mudkip acabou se intrometendo antes da conversa terminar, levando para outro rumo:

- Tem muita gente que canta, mas você não precisa cantar - Mexeu a cabeça em afirmativo - Tem apresentação de Contest, fisiculturismo, apresentação de filme amador, de artesanatos, vestidos feitos a mãos, malabarismo... é uma mistura só.

O homem já foi na frente ajeitando os papeis. Ele seria tão "famoso" naquele nicho que deixaria Avan escolher a posição em que iria se apresentar: eram dez, ele poderia se apresentar em qualquer posição. A única coisa que pediu, foi um "pequeno favor":
- Mas assim, você pode me ajudar com uma coisa? - Indagou, deixando a entender que aquele favor que ele fazia era uma pequena troca - Eu tenho um filho, sabe... eu queria muito que ele tivesse um futuro brilhante igual o de vocês.

Sua referência era não só Avan, como Steven também. Aquele homem sonhador pautou-se nesse tipo de sucesso para projetar seu filho, então tomou coragem para introduzir seu pedido. Nesse meio tempo, começou a anotar as informações de Avan na ficha cadastral, pedindo-o o nome e outras coisas mais.

O palco, como pôde ser observado neste momento, era um sobressalto de madeira. Não havia fenda entre uma tábua ou outra, além de ser muito bem envernizado. Para o uso de outras apresentações, havia cortinas, espelhos, pedaços de madeiras, suportes de alumínio e enfeites de isopor. Havia também dois holofotes de luz para se usar de forma programada, além de um pódio em madeira e um pequeno sobressalto redondo, também de madeira, usado para aumentar a visibilidade das crianças baixinhas que se apresentavam ali.

Ao ouvir que Avan iria lhe ajudar, o homem ficou extremamente grato; será que era esta a ajuda que a moçoila falou?! Além de vocalizar o agradecimento, pegou a mão do rapaz a apertou com humildade, agradecendo-o com um sorriso bem grande e sincero. Depois disso, partiu para fazer as burocracias, dando-lhe tempo para observar.

O palco, além do que já fora narrado, tinha uma belíssima vista para a plateia, permitindo ver todos ali presente e interagir bem. No mais, havia uma escadinha para acesso comum e uma rampa inclusiva. Por detrás da primeira cortina, havia todo um "almoxarifado" improvisado, com diversos itens fantásticos. Claro, não era um vestuário ou estúdio da Blogo, mas certamente tinham um arsenal de itens interessantes.

A terceira pessoa já havia se apresentado quando o homem volta até Avan, lhe dando um cumprimento de mãos novamente:
- Não sabia seu nome, então te inscrevi como Mister Stone, tudo bem? - Deu uma ajeitada de ombros, sentindo que fez um bom trabalho - Nem nos apresentamos, né?! Meu nome é Ronaldo.

Já era a quarta pessoa a se apresentar e esta era a primeira que destoava. Enquanto os três primeiros eram cantores, este aqui foi fazer uma apresentação de mímica com um Mr. Mime.