[Recrutamento de Aprendiz] - Natalie Chase

Ao contrário da situação do "PASSA", em que alguém com o "cargo" de Tomoe certamente teria uma HAVAIANA DE PAU para sapecar em qualquer infeliz cria que fosse ou ficasse, posso dizer que embora não soubesse o que esperar no topo da escadaria pela qual perseguia Wake Jr. discretamente, com toda certeza não estava esperando (ei, isso não é redundante?) o que havia, de fato, lá em cima.

De imediato, os orbes acinzentados passaram rapidamente pelas portas que se estampavam ao longo do corredor - entretanto, não demoraram antes de se virar na direção dos tantos retratos espalhados pela parede, denunciando linha do tempo e famílias que há muito não estavam por ali. A que menos chamou atenção, pra ser bem justa, tratou-se justamente das figuras desconhecidas da criança e do mascarado, simplesmente por não encontrar rosto que se enquadrasse na descrição vívida e estampada de nenhum dos dois; Em contrapartida, aquela na qual mais se demorou foi justamente o retrato que denunciava dois ovos, Crasher e... Tomoe, se tivesse que apostar.

Também foi com os dedos roçando pela moldura do quadro, quase roubando-a da parede por um breve momento para que pudesse analisar mais de perto, que foi pega com a boca na botija e graças à Suicune não tinha de fato retirado, pois o pulo que os ombros deram diante do "Fwu" repentino que ecoou no silêncio do ambiente indicava que seria o suficiente para talvez derrubar o bagulho no chão de uma só vez, caso não estivesse com um bom agarro.

Felizmente, tudo que aconteceu foi um afastar singelo dos dígitos do retrato.

— ...e eu já vou pedindo desculpas pela intromissão... — Disse simplesmente de imediato, um riso sem graça ao se dar conta de como o coitado do bicho já estava prontinho pra sapatear pra debaixo de lençóis - e oh, meus céus, QUE FOFINHO QUE ELE FICAVA NAQUELA TOUQUINHA. GRRRRRRRRRRRRRRRR. — Wake Jr., né? Ou você prefere Júnior? — Apoiou as mãos na frente do corpo, meio sem saber onde deveria enfiá-las. A parte boa de tudo aquilo era que, considerando que tinha passado pela TEMIDA WANDA PANDA, talvez ficasse claro que pelo menos dela tinha o aval... Embora não soubesse o quão significativo aquilo seria para o animal. — ...hm... Eu não quero tomar muito seu tempo, mas é que- — Olhou pra um lado, pro outro...

... ...e deu dois passinhos para o lado, o que imagino que fosse suficiente para denunciar, no mínimo, a POUPANÇA da Floatzel que a acompanhava.

Se não fosse, não tem problema!!!
Um polegarzão discreto, apontado pela frente do corpo, sempre resolvia tudo. Ou pelo menos foi o que me ensinaram, mas posso estar maluca, também.

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Você já olhou pra alguém e pensou - o que se passa na cabeça dele?

Foi exatamente isso pelo o que passou quando, ao voltar a atenção para o projeto de estante, encontrou um abajur bem mal disfarçado enfiado em uma das prateleiras. Ouso dizer que até mais confusa que o próprio Wake Jr., e olha que ele estava claramente lesado de sono e era uma competição bem difícil de se lidar, se quiser saber a minha (não tão) tímida opinião. Eu poderia passar horas falando a respeito de como tudo isso afetou a psique da ruivinha, mas infelizmente [PRANTA 1, 2, 3] simplesmente acabaram comigo e não tenho mais essa capacidade.

Digamos, então, que no fim, só deu um aceninho em resposta ao aceninho de Júnior, dispensando-o daquela maluquice sem tamanho que claramente não tinha motivação alguma além de atrasar o soninho dele. Até pelo fato de que seria melhor se pudesse dar de cara com o bicho depois, ao invés de tentar convencer de que aquela lâmpada na verdade era uma Floatzel disfarçada.

...que ficou encarando, aliás. Com a sobrancelha erguida e um olhar bem descrente, mas ficou encarando.

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Acho que é até injusto dizer não ter plano nenhum. Como sobreviveria, afinal, se fosse o caso? Às vezes é preciso improvisar pois, do contrário, provavelmente teria morrido na praia mais vezes do que se é permitido contar em público sem que acabasse passando vergonha no rolê. Quando não se existe NENHUMA NOÇÃO do que se fazer, ao invés de GRITAR E BERRAR, a solução simples é.... IMPROVISAR!

Façamos, então.

— ...você. — Apontou, aproximando o indicador estendido VILMENTE da Floatzel após a reverência... E deu-lhe um boop bem no meio do nariz. — ...é mais difícil do que eu pensei. — Admitiu, espiando a princesa por algum tempo, cruzando brevemente os braços e balançando a cabeça. — Nesse caso, precisamos de um plano de ação. — Decidiu, largando os braços e suspirando brevemente no processo. — Vem comigo. — Pediu, enfim se voltando para as escadas e... descendo tudo mais uma vez.

Quando eu digo tudo, é isso mesmo que eu quero dizer - tudo. Segundo andar, recepção e, mais importante, diretamente na direção do porãozinho improvisado, que até agora não sei (ou só não lembro, me perdoe) se tem ou não uma iluminação decente. No pior dos casos, é só deixar a lanterna do Pokénav acesa e tá tudo bem, porque não é como se precisassem de muito mais que isso. Então, vamos lá: Assim que chegou, parou por um momento, olhou ao redor (resolveu umas coisinhas no PCzinho morto ali do lado)...

E pescou a boia gigante de Wake.Jr do ofurô.

Você não pode me matar, narrador, não tem mais uma máquina de lavar aí dentro.

— ...OK! Você quer falar com ele, mas você não pode travar com ele se quiser falar com ele. — Desembuchou, volvendo na direção da Não-Tomoe (que esperava ESTAR ALI, por favor, esteja ali), fincando a boia no chão virada pra ela. — ENTÃO PRIMEIRO: O que é que você quer falar pra ele? — Bateu na boiazinha ao lado. — Vamos TREINAR!

E nisso era fera, afinal, era uma treinadora!
...pelo menos, achava que era.

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Mediante o "puxão de orelha" sobre sua incapacidade de enfrentar de frente os seus temores, Sanlynda / Sandynda (nossa, só piora...) levou aquele cutucão de repreensão na ponta do focinho e, após isso, se tornou cabisbaixa, confirmando sua teoria interna de que havia jogado fora uma chance de ouro de encontrar seu ídolo.

Aceitou então ser guiada lentamente pela ruiva por todos os andares, mas não sem antes largar o álbum com todas as cartas daquela edição de coleção limitada Foil metalizado com muita dor; principalmente a número 29#02 que era uma arte alternativa que só foi disponibilizada para a equipe de filmagem porque a staff havia concluído o trabalho num dia 29/02, algo que envolvia muita coincidência para se deixar passar.

Mas, é claro, não se atreveria a roubar Júnior.

Desceram; Natalie marchando como uma professora indo até a sala da diretoria, e a Floatzel cabisbaixa, prestes a receber uma advertência por sua letra cursiva feia... Coitada. Assim que passaram pela secretaria, em que Wanda Panda de forma tediosa descansava o queixo na palma de uma mão e só teclava com a outra, de forma bem preguiçosa, a ruiva poderia notar que Crasher e os Pokémon (Incluindo Ryo) já não estavam mais ali na arena da piscina... Onde estariam, então?

– HÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ! – Ecoou o grito, de... Algum lugar do ginásio, que parecia abafado pela distância de onde nossa protagonista estava. – Agora você, Ryo.

Bem... Assunto pra outra hora. Tínhamos coisas mais importantes para resolver agora!

Assim que passaram pela entediada Pamela, Natalie talvez não notasse, mas qualquer leitor com visão de terceira pessoa privilegiada, sim: ela rapidamente desviou o olhar, seguindo por alguns segundos - coisa rápida mesmo - a Floatzel, voltando os olhos para o seu monitor e sua tarefa chata de secretária antes que fosse notada.

Assim que as duas chegaram na entrada do esconderijo, tinham que entrar pelas escadinhas sem iluminação. Relembrando para você: é como um porão, com paredes bastante cruas, sem reboco nem nada; apenas... pedras, terra, enfim... Relativamente bruto e definitivamente inacabado (e escuro). O que contrastava muito bem com o esconderijo em si, que mais se assemelhava a uma suíte de hotel de luxo.

Estou começando a achar que ela não montou esse quarto, ela só... ESCAVOU outro caminho até ele. Não sei, talvez.

Assim que Natalie chegasse com o boneco inflável de Wake Jr e plantasse ele na frente da Floatzel, a Pokémon iria desviar o olhar. Quase como um imã repelindo; a ruiva poderia testar! Põe o boneco, ela vira a cabeça. Tira o boneco, ela volta a olhar pra frente. Após alguns vai e vem bem bobos, a Floatzel iria suspirar profundamente e dar alguns tapinhas em seu rosto, se enchendo de determinação e encarando o boneco inflável com extrema coragem.

... E, lentamente, desfazer seu cenho fechado e desviar com delicadeza a visão para os pés da boia e de Natalie, meio sem jeito, mas sem fugir completamente do alvo, o que era bom! Eu acho.

Quando foi indagada do que iria querer falar, ficou dedilhando suas patinhas, pensativa. Ergueu a cabeça, relutante, abrindo a boca para falar um tímido.

– F-f-fwa....

Era como uma... Perda de palavras. Não que não soubesse o que dizer, muito pelo contrário: tinha tanta a coisa a dizer, que não saberia por onde começar. Começou a se enrolar, jogando alguns "Fu-", que logo eram censurados por mudanças de ideia, verbalizadas com "Tzel!", e assim a coitada ficou se tropeçando no monólogo por uns três minutos.

Não lembro se Natalie já tinha escutado a "voz" de Lynda, tirando aquela risada psicopata da primeira página. Era incrivelmente delicada para uma maluca aficionada; parecia ter talento para o canto!

... Eu acho.

Com cada "reset" na frase, sua carinha começava a se tornar mais semelhante a de uma criança tentando se desculpar, o que em breve transitaria para uma carinha de choro e desespero, de modo bem bobo e infantil. Pela primeira vez, desviou o olhar da Boia e olhou para os olhos de Natalie.

Enfim, tentou se manter firme e falar o que realmente queria; a coisa que era MAIS IMPORTANTE!

– Fwat.

Era uma palavra simples, de forma bastante precavida, que veio junto de uma mímica de um aceno seguida por um "botão imaginário" sendo apertado; algo que durou pouco mais de três segundos até a Floatzel explodir em vergonha e tampar o rosto com as patinhas, cortando a troca de olhares com a boia.

Ela queria uma foto; um registro de que, em algum momento, pôde estar lado a lado com seu herói.

A que não teve quando era mais nova.

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Progresso de Rota - Natalie Chase :

Natalie Chase

Última edição por Food em Qua Mar 15 2023, 19:41, editado 1 vez(es)

Lyndandy? Sandylyndy? Salyndandy? Salyndy? Lyndydan? São muitas opções mas talvez, de fato, uma acabe ficando pior que a outra - e olha que nem começamos as mesclas com Tomoe. Talvez seria melhor se tivesse chamado de TM, que aí não tinha dúvida ou problema nenhum e todo mundo ia amar, no fim das contas. Na dúvida, dá até pra chamar de 29/02 e fazer presentearem a bonita cm uma carta metalizada, pois tenho certeza que sei alguém aí que tem também... Claro, só uma intuição feminina, nada demais.

É uma situação quase tão embolotada quanto a de deixar Ryo nas mãos de um líder de ginásio piradinho. Por que é que tinha a impressão que ia voltar e ela estaria distribuindo Suplex por aí?

E a letra cursiva nem era feia assim. Aposto que nem chegaria a atrair olhares de secretárias, e olha que eu aposto que toda secretária tem que ter uma letra lindona de caligrafia pra poder anotar os compromissos adequadamente. Imagina só se falta papel, ou se os computadores são curiosamente roubados bem em uma época que deveria ser de agenda lotada,, só pra serem devolvidos logo depois?

Inclusive, estou indignada das suas dúvidas a respeito do TALENTO PEDREIRAL+ARQUITETAL de nossa nobre Floatzel. O que é que você quer dizer com não foi ela quem fez?
Abusado. Isso enquadra em DIFAMAÇÃO, sabia disso? Eu vou te processar.

...ou talvez não.

DE QUALQUER JEITO, não é essa a parte importante. A verdadeira SITUAÇÃO de todo esse rolê se deu lá embaixo, só entre as duas, escondidas do mundo e dos olhos de todos que quisessem ou não aparecer.... Quer dizer, ainda tinham os olhos vidrados da boia de Wake Jr. e de todas as imagens que haviam escapado nas paredes e coisa e tal, mas isso é um detalhe que temos de deixar passar pro negócio não ficar pior do que já tá. Devo dizer, então, que foi em silêncio que a ruiva acendeu a lanterna do Pokénav e assistiu cuidadosamente - desde a briga entre vai-e-vem de cabeça e boia até todo o discurso atrapalhado, censurado, corrigido, retrocedido, você quem diz.

A única parte bem encenada fora a mímica (mímico?) de câmera bem articulada pela aquática e, ironicamente, sequer havia sido direcionada para a boia - mas para si.

— ...E se. — Disse, devagar, os olhos passeando cuidadosamente pela imagem do brinquedo inflável que, querendo ou não, dava umas balançadinhas leves pra lá e pra cá. — ...você fechar os olhos? — Sugeriu, a atenção se volvendo na direção da nossa MAIS NOVA VOCALISTA DE TENOR, mais uma vez. — ...Fecha os olhos. Respira. Vê se te ajuda. — Afinal, o que os olhos não sentem, o coração não vê...

Ou algo assim.

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— ......você foi ótima! — Não era exatamente o que estava esperando, é verdade, mas pra quem tinha se FINGIDO DE ABAJUR imediatamente diante da possibilidade de falar Oi pra um Wake Jr quase dormindo, um aperto de mãos com toda a certeza era um avanço mais que belíssimo, você tem que concordar. — ...Qualquer coisa, você pode fingir que ele é uma boia, também... — Brincou, olhando brevemente ao redor e passando os olhos na direção do autógrafo ESPETACULARMENTE PROTEGIDO. — ...Você podia levar essa moldura junto pra ficar na foto, também, o que acha? — Isso também era uma outra saída, afinal, se ela tivesse que CUIDAR do autógrafo, não poderia dar uma de doida com o risco que ele CAÍSSE NO CHÃO e MORRESSE DO NADA.

Afinal, todo mundo sabe que uma quedinha é bem mais potente que um Z-Move.

— ...Ele deve acordar pra jantar alguma coisa daqui a pouco. — Comentou, olhando brevemente o horário no Pokénav. — Aí dá pra tentar falar com ele... De novo. O que você acha de tentar dar algum doce ou algo assim de presente? — Ela deveria saber o que ele gosta, né? Acho que sim.

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