[EVENTO] Se mentira tem perna curta uma centopeia é sem mentiras????? EM????

OFF: CHEGUEEEEEEEI, OLÁ GALVANIS, OLÁ NARRADOR, OLÁ MUNDO!!!!

Ressaca, ressaquinha, RESSACÃO! Depois de um ridículo confronto contra Fantina, eu precisei fugir um pouco das redes sociais para não ter notícias do que Kouman e eu protagonizamos na revista Mareanie Claire. Talvez por isso minha ressaca foi mais moral do que física; preciso admitir que bebi um bocado, mas a técnica que não dormir bêbada e gastar o resto do dia para me hidratar é sempre tiro-e-queda.

No mais, entrei num bendito navio e fui para o mais longe o possível de Sinnoh. Talvez - e apenas talvez - eu volte para lá um dia, mas não é meu momento. Neste navio - ao contrário da última vez -, trouxe minha moto comigo e decidi ficar passeando por aqui ou por lá, para pegar o jeito. Nesses últimos dias, preciso admitir que peguei o jeito bem, além disso, as aulas de "Mozinho & Mozão" em Hearthome me deram o pontapé importante para que eu começasse a entender a mecânica por si só.

Hoje, ando um pouco pelas ruas de Goldenrod, tentando pegar prática. Passei numa oficina qualquer e comprei um bendito capacete rola e uma figurinha de uma Jellicent, tentando personalizar aquele troço pra dar a minha cara...

... quer dizer, se eu preciso me vestir como motoqueira pra usar isso, nada mais justo que a moto se vestir de Winnie para ficar de acordo comigo, não é?! Mas eu preciso admitir o quão fútil e ridículo tem sido essas doses homeopáticas de moto na minha vida; é quase como se eu forçasse uma rotina que não é a minha. Fazer o quê, né? Ainda que seja ridículo e risível, foi algo que me afastou dos pensamentos ruins que tive no fim do ginásio de Hearthome, além de ter me feito levantar razoavelmente feliz pela manhã, mesmo depois de tanto sangue e morte presenciado.

Claro, eu não sou uma Natalie ou uma Karinna da vida; muito menos sou uma Rocket clássica, daquelas vilãs de filme, mas há um fato aqui: eu tenho nutrido atos e pensamentos moralmente impuros... e o pior disso... me parece que tenho também nutrido pokémons. Ops, pensei nisso de novo, né?! Pera, deixa eu parar minha moto nessa praça bem arborizada em Goldenrod.

Parei, puxei o encosto, passei o cadeado (sim, sou old school) e fui andando procurando o banco do vazio. Achei um monte, é claro, mas vi um especialmente curioso: um banco que estava ocupado por um mocinho que não me era estranho. Eu o conhecia? Não sei, não lembro, mas devo admitir que conversar um pouco pode me ajudar a melhorar meu dia.

Sentei, como quem não queria nada, e repentinamente percebi que isso de sair falando com os outros DO NADA é coisa de gente maluca. Eu ando meio maluca? Sim. Estou ao ponto de me quebrar por completo? Talvez. Posso dizer que esse é meu lugar de fala? Provavelmente, mas AINDA há uma certa "forma certa de agir" - ou podemos chamar de neurose - que me segura a língua quando eu quero, verdadeiramente, soltar.

Então apenas sentei ali, do lado de um mocinho grande, atlético e de bandana. Ele certamente se perguntou porque eu decidi sentar ao lado dele mesmo com tantos bancos vazios, mas fazer o quê, né?!

Treinamento #Staryu #Eelektross #Pincurchin 01

Foi sentar a bunda no banco e começar a refletir sobre onde diabos eu meto meu traseiro e - por consequência - minha cara, que reparei o quão inconveniente eu estava sendo ali. Aquele rapaz não estava apenas de passagem, ele estava de passagem COM TODOS OS POKÉMONS DELE. E o pior, eu sentei bem ao lado de uma pokémon que definitivamente não gostava da minha presença.

Pra piorar, ela não me atacou: ela se tremeu toda e se distanciou. Isso é muito pior, porque não há uma relação dupla e ambivalente do incômodo: eu fico sendo a chata, insuportável e inconveniente em 100% das versões. Isso é muito importante para que minha cabecinha maluquinha me retire de lá o mais rápido o possível, me fazendo levantar do banco de imediato. Só de pé que olho em volta e analiso os pokémons a olhos rápidos, reparando - por alto - em cada um deles.

Era um Weaville e um... Sneasel?! Eu já vi isso em algum lugar... Parei um pouco, pensei um bocado e respondi o "Olá" no automático, com um "Oi!!" e um aceno de cabeça, além de um sorriso torto. Continuei tentando lembrar daquela espécie enquanto respondia algo mais concreto:
- Ah, desculpa. Eu deveria tomar mais cuidado quando me aproximo assim, eu realmente não fiz por mal e não é ela que está errada. Na verdade, o problema é a minha inconveniência - O tom foi abaixando, junto com a minha cabeça - Desculpa, eu só parei um pouco pra descansar as costas - Não era uma mentira, a moto de fato fazia minhas costas doer pela falta de encosto.

Fiquei pensando mais um tempinho até que finalmente lembrei, levantando a cabeça, dando uma estalada de dedo e apontando para o mocinho de bandana:
- Ah, lembrei! Hisui! Tu foi pra Hisui?!

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Quando Galvanis insistiu, admito que não demorei para ceder e sentar ao seu lado, passando os olhos para lá e para cá vendo aquela comunicação. Sabe família?! Pois é, aquilo ali era uma. Sabe uma família bem grande? Onde os filhos mais velhos acabam não tendo muito contato com os mais novos porque já foram trabalhar e estudar fora e, por isso, fica uma família meio distante? Pois é, essa é a minha família de pokémons. A do Galvanis parecia ser algo ainda pequeno e aconchegante, onde os maiores de fato cuidam dos menores, pois eles tem muito espaço para conviver junto.

Era engraçado porque o garoto não precisava dizer para que eu tivesse a suposição de que aquele Sneasel era novo no bando: ninguém sabia se comunicar com ele, mas todos tentavam. Isso seria explicado pela sua surdez, mas sem dúvida era algo comum com pokémons recém nascido ou novinhos, que sempre são delicados demais para se "manipular", no significado literal da palavra: manusear.

"Pokémons são bonzinhos, né?!", pensei com meus dois miolos, vendo Gardevoir se esforçando ao máximo para fazer a coisa funcionar. Depois disso, ouvi com atenção toda a história de Howlett e não direi que me comovi, porque não seria verdade. Quer dizer, eu não fui apática a história, ela de fato me deixou em uma reflexão profunda, mas recentemente as notícias e histórias ruins têm me decido como "apenas mais um pouco do mesmo", então não há surpresa ou horror...

... há, em suma, reflexão. Retirei meu olhar de campo, retraindo as palpebras uns 45% e abaixando a cabeça. Olhei ao chão pensativa e levei um dedo indicador até os lábios, cutucando-os como um tique:
- Nossa, é estranho ouvir história de pokémons sendo maus - Dei uma pausa longa, pensando um pouco mais sobre isso - Normalmente somos nós, né?!

Meu pensamento foi direto para Freya. Será que ela é... má?! Não sei. Não sei nem ao certo se isso de bem e mal existe, mas isso me causou uma pequeno mal-estar. Por sorte, Galvanis começou a apresentar seu time e me tirou desse pensamento insosso, me obrigando a dar um sorriso simpático para cada um, acenar e responder:
- Ah, eu sou Winnie - Respondi, bastante interessada no nome dos outros mas pouco interessada no meu. Era como se eu fosse só mais uma, enquanto eles são uma família. Depois disso, me virei para Howlett de forma exclusiva, dando um aceno mais demorado - Oooiii - Disse, marcando muito bem as sílabas com a boca. Não sabia se ela poderia entender assim, muito menos se olharia, mas era uma tentativa.

E depois disso, uma ideia súbita me tomou:
- Ah, eu tenho uma pokémon que... que acho que faria bem sair um pouco e ter um convívio. Ela é muito apática, sabe?! Talvez seus pokémons me ajude a entender ela... tem problema eu liberar?

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Sabe como uma mísera fala muda um bocado de coisa dentro de você?! Quando Galvanis falou sobre "sobrevivência", era nítida a minha boca formando um "o" e meus olhos arregalando. Eu não consegui deixar meus pensamentos dentro da minha própria cabeça e acabei murmurando algo baixo, sem o intuito de prolongar a informação:
- Ooh, será que ela então precisa? - Indaguei a mim mesma, pensando principalmente em Freya e suas tentativas de comer almas.

Faria sentido, não é?! Mas isso não é algo que a PokeDex ensina. Galvanis prosseguiu com a explicação e eu levantei uma hipótese:
- Será que essa é uma característica comum da comunidade de Sneasels e Weaville? Do tipo que eles levam por ancestralidades e ancestralidades? - Pensei com meus miolinhos, afinal, se Howlett e Kinney tiveram a mesma história, mesmo isoladas geograficamente, talvez fosse um pouco sobre... "instinto"? Não sei. Achei curioso, talvez seja algo sobre abandono e solitude de pokémons Darks que a PokeDex também não ensina.

No mais, liberei Araquanid naquele cenário. A araquinídea pousa próxima de Gardevoir, mas fica extremamente inerte, como se estivesse brincando de mímica. Pela falta de reação, não seu muito como fazer com sua chegada, então apenas apontei para a monstrinha e apresentei:
- Essa é Sleipnir

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Repentinamente eu recebi um bocado de informações sobre Sneasels e Weavilles. Minha reação?! Olhá-lo com olhos bastante brilhosos e ouví-lo com os ouvidos bastante abertos. O sorriso no rosto mimetizava a alegria e o entusiasmo de Galvanis ao falar daquilo, me fazendo perceber duas coisas: ou ele ama estudar, ou ele ama Weavilles e Sneasels. Chuto, por baixo, que o segundo se sobressaia ao primeiro, visto que ele se tornou aprendiz do Pryce e não um pesquisador.

Por um instante, vi nos olhos e no entusiasmo de Galvanis o Ayzen. Eles não eram parecidos; ao menos, não pelo pouco que vi Galvanis falar. Ainda assim, o entusiasmo pelo entendimento e por uma boa conversa era algo raro de se ter em um mundo nômade-pokémon, então toda a vez que eu me ver tendo longas conversas e mais aprofundadas, eu vou lembrar de Ayzen.

... inclusive, saudades dele.

Isso inclusive serviu para me fazer sair um pouco de Jellicent e Araquanid para levar minha mente para outro exemplo: os Goomys. Eu, ouvindo Galvanis, tive vontade de perguntar sua opinião; não só por achar relevante, mas também por querer prolongar a conversa:
- Cara, eu encontrei um Goomy em Hisui... - Era uma mentira, na verdade quem encontrou foi a Natalie, mas eu também lhe vi, então é só uma semi-mentira - E ele EXPLODIU assim que tocamos nele. O guia falou que os Goomys de Hisui evoluem com propriedades metálicas e não soube explicar direito NADA. A gente ficou se perguntando por muitas horas se essa explosão dele é um troço genético que vai passar pra prole e é algo super usual entre os Goomys de Hisui ou se é algo... dele?! Será que faria sentido um Goomy ter uma linha evolutiva que seja plausível explodir?

Eu SEMPRE, ênfase no SEMPRE, tive uma relação conturbada com o golpe Explosion. Em geral, é um golpe que não ensinaria para nenhum pokémon meu, mas como toda regra, há uma exceção: Fafnir, meu Claydol, se recusa a esquecer esse golpe. Quer dizer, mesmo eu tirando-o do moveset, ele fica por ai explodindo sem mais nem menos, se machucando e depois recompondo os cacos de barro. É, no mínimo, estranho, e percebo que não é só ele: Katakuri já havia me falado de um Claydol que explode como um kamikaze no Shimmer Desert. É como se fosse algo da... espécie?!
- Porque diabos um pokémon se explodiria, sabe?! - Falei em voz alta, como se fosse o resultado de todo um processo mental meio sem sentido.

E foi durante essa discussão que Araquanid se fez presente. Era um pouco engraçado como a aranha não sabia muito bem por onde começar e finalmente expressava algum sentimento em sua face estática; o sentimento de confusão. Primeiro olhou para Galvanis, que lhe saudou, depois para Kinney e tentou lhe mimetizar, saudando com uma das garras. Quando olhou para Ciri, tentou respondê-la com outra mimetização, porém era impossível balançar uma cauda que não tinha...

... foi até meio patético, já que a aranha levantou o segmento posterior como se esta fosse sua "cauda", e balançou justamente a glândula que libera a teia. Já quando viu Leona, deu completa tela azul, sem saber como diabos mimetizar um vestido. Depois de um tempo parada e olhando-a sem muita reação, balançou a cabeça em positivo e foi comer.

Eu olhei aquilo e fiquei com uma enorme interrogação no meio da testa.
- Que porra foi essa... - Falei, em tom baixo, mas era possível ouvir minha confusão - Ai Galvanis, não faz pergunta difícil... - Olhei para ele com o olhar já mais alto e um sorriso meio amarelo. Era brincadeira, de fato, mas tinha um fundo de verdade - Sei lá, toda vez que fico meio sem saber onde vir, paro em Johto. É meu continente natal, meu lugar de conforto. Eu precisava tirar minha carteira de motorista e acho que decidi vir pra cá fazer isso... não sei. Você sabe o que ta fazendo aqui?

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