Re: [EVENTO] Nightmare

por **Koi** Qua Abr 12 2023, 20:32

Ah, não se preocupe. Eu também fiquei pensativa e aérea, a ponto de nem questionar a mudança de direção - apesar de muito ter desviado olhares de partes íntimas alheias. Porém, meu motivo de distanciamento mental era outro, um incomodo "falta o quê?", que era exatamente o que vinha perseguindo desde que encontrei Steven e conheci um pouco mais sobre as tais pedras.

- Erh... É por não saber o que falta, que eu pensei em te procurar... - levei a mão até a nuca, coçando de leve pra aliviar algum incomodo aleatório que devo ter sentido mas não consegui dar plena atenção naquele instante - Pelo que Steven Stone - sim, o próprio, eu o conheci! - Enfim, pelo que ele me disse, existe ainda um outro fator, que é a relação entre treinador e Pokémon. Minha dúvida é bem essa: como eu meço isso?! - enfiei a mão na bolsa uma vez mais, agora procurando a segunda pedrinha - Descobri que Oak é um Pesquisador referência em estudar essa relação e, como você estagia com ele, achei que pudesse me dar alguma luz de como avaliar isso...

Cada reticência era uma nota da minha insegurança. Nunca antes havia questionado minha relação com meus Pokémon porque, da minha perspectiva, ela é especial e extremamente forte. Mas, da forma que o Steven colocou as coisas, mensurar isso de outra forma era, de algum modo, crucial pra que eu tivesse a experiência correta com a Mega Evolução. Enfim, mostrava pra Ayzen a segunda pedra: Charizardite.

- Eu me sinto segura com Salamence, de certo modo... Ysera, a mãe dele, 'tá com Katakuri desde cedo e tem uma relação quase espiritual com o cara, algo que eu meio que sinto com o meu dragão também, e eu o cuidei desde o ovo. Independente dos meses que ele tenha passado no Day Care... Eu sinto que temos algo bem especial e forte. - rolei a Charizardite na palma da mão, ainda pensativa - Charizard é minha insegurança. Não sei se lembra, mas ele era do Gabriel, e por algum motivo não tiveram uma proximidade assim tão grande. Daí ele ficou bastante tempo largado quando era Charmeleon, antes de ir parar no fundo do Potin... É um Pokémon incrível e nunca me deixou na mão, mas eu sei que algumas feridas e ressentimentos podem ser difíceis de sarar - Psicologia Pokémon no currículo kkkkry

Sobre o "bebê" Pokémon que o casal carregava: pra mim é algo perfeitamente normal, pois eu mesma carrego uma morcega felpuda em um canguru, nas costas. Diferente de Ayzen, eu tô longe de conhecer um bom número de espécies diversas, exceto se forem penados/alados/Voadores, então pra mim podia muito bem ser só um Dunsparce bem amarelo, com o rabo pra cima ao invés da cabeça, né?!

por **Ayzen** Qua Abr 12 2023, 22:37

Sinto que eu toquei em ferida aberta. Quando notei a mudança para melancolia no tom de voz de Kiki, minha atenção foi roubada para ser totalmente dela. Não me importava com bebê pokémon envolto em saco de pano de casal nu. Kiki parecia pensativa e insegura. Ela não era inseguro. Eu bem sabia disso! - Entendo. - era a única palavra que saia quando a via. Não porque eu não a entendia, muito pelo contrário, entendia demais. Porém, naquele contexto, queria ofertar a palavra amiga mais adequada. Ser alegre e feliz sem sentido não demonstraria esta responsabilidade emocional.

- O que você diz faz total sentido, cientificamente falando. Pokémon que estão com os treinadores desde o nascimento adquirem uma relação mais intima do que os Pokémon que passam de mão-em-mão. Um dos fatores que propicia e fecha o quebra-cabeça da mega evolução é, justamente, o aumento da confiança que há entre treinador e Pokémon. E digo fidelidade mesmo, não personalidade.- acrescentava, erguia a mão e tocava no ombro dela, sorria e dava de ombros.

- Nydon é um dos meus Pokémon mais poderosos e é incrivelmente leal a mim e a toda equipe. Mas a personalidade dele é ser ranzinza. Ser ranzinza não significa que ele não seja fiel. Acredito que se ele pudesse, com certeza mega evoluiria muito bem. Acontece que a mega evolução requer um sacrifício enorme aos Pokémon. Não é totalmente sem danos. Veja na pokédex de cada mega para você ver! Por isso precisa dele laço. - respirava ainda. - E você entender que a sua relação com Salamence é diferente da de Lizardon, é o primeiro passo. Felizmente, não é fim do mundo você não ter 100% da confiança do seu lagarto. Tem como melhora pra caramba!- finalizava.

por **Victoria** Qui Abr 13 2023, 21:11

Já que todos ignoraram o elefante branco na sala, passemos aos próximos passos: e digo, literalmente, passos. Porque dou ênfase nisso?! Pois foi depois do décimo quinze passo - largo - de Ayzen que o cenário mudou. Ultrapassaram uma pequena curvinha e deixaram uma grande árvore para trás, podendo ver melhor o horizonte da praia a frente e BOOM! UM BOCADO DE GENTE. Claro, não era um bocado como uma praia entupida em copacabana ou praia de itapuã, estava mais para uma "Praia do Forte", sabe?!

Digo "bocado de gente" porque, comparado ao outro gato pingado, agora há chuva de felino.

Mas muito disso era explicado pelo que viam no lado oposto ao mar: um calçadão. Nele, três quiosques bem grandes com mesa na areia ou no estabelecimento. O curioso?! Bem, tanto quanto o pedaço retrógrado, o anterógrado era repleto de pessoas peladas sentadas às mesas. As únicas coisas que faziam com que Ayzen e Kiki se sentissem minimamente "parte do cenário" eram os garçons, cozinheiros e trabalhadores: estes eram os únicos vestidos, e apenas por cuidados sanitários. Ninguém quer genitalias a vista ao ter a comida entregue, não é?!

Enfim, enfim, podem parar por aqui. Desta vez não era visível nenhuma placa de "proibido vestimentas" para vcs ignorarem.

AYZEN:

KOI:

por **Koi** Sex Abr 14 2023, 22:41

Tomaria a nota mental de verificar a Pokédex sobre as Megas, quando pudesse. No fim, eu ainda ficava um pouco contemplativa sobre as dúvidas que me angustiavam. Ayzen não me deu uma fórmula mágica pra medir essa relação com meus Pokémon, porém me ajudou pra caramba dando esperança de que as coisas podiam melhorar e, no fim, eu absorvia isso também como um "você vai saber, quando estiverem prontos".

Muito que bem, tinha conquistado um novo sorriso no rosto depois da conversa e, com certeza, poderia estender mais ainda o diálogo se não tivesse parado pra contemplar a nova praia. Chamava atenção, sim, o fato de ser consideravelmente menos deserta que a anterior. Mas, o que realmente alarmava era...

- Mais. Gente. Pelada?! - que diabos tá rolando aqui? - Hoje é algum tipo de feriado local em que se anda pelado por todo canto, ou o que?! Já estive na cidade antes e não me lembro de nada parecido...

Tudo bem que eu vim pra um evento, na ocasião, e não explorei o suficiente pra ter um padrão da cidade, mas isso aqui é completamente diferente dos padrões de qualquer lugar que já estive. Bem, de fato, ao menos ver algumas das pessoas minimamente vestidas diminuía um pouco a estranheza da cena toda. Também, se tinha uma placa indicando a privacidade da área, eu não a vi (ainda).

- Bom... Vai ser estranho ficar por aqui mas... Ao menos nada está nos proibindo de ficar. Vestidos, quero dizer. - ainda que, debaixo da saída de praia, eu esteja só com o mínimo das partes íntimas tapadas (kkkkkk), ainda me considero vestida de alguma forma - Só que, se você quiser, também podemos ir pra outro lugar. Imagino que mais no centro da cidade. Um shopping talvez. Você não checou muito a região das praias, mas acho que um centro comercial basiquinho não tem erro, né?! Heh. - se eu não conhecesse um pouco das expressões de Ayzen, até podia achar que ele queria, justamente, me induzir à nudez; mas dá pra ver que ele não ficou tão confortável e, óbvio, ele consegue minha nudez sem precisar de tantos rodeios ou lugares especiais (?).

por **Ayzen** Sáb Abr 15 2023, 08:09

- Shopping é ótimo...- após pensar um pouco, olhar para o horizonte e ver tantas genitálias a solta, eu fiquei um pouco encabulado por estar quase que sendo perseguido por pessoas peladas em um sonho em que normalmente eu estou pelado. Ah, vá! Quem nunca sonhou que estava nu em público, atire a primeira pedra! Problema era que não parecia tão fácil assim para mim tirar o short e acompanhar a rotina alheia. Será que é alguma convenção na cidade? Não lembro de Lilycove ter este tipo de programação...

Enfim, de qualquer forma, eu optava por sair com a morena para algum outro lugar. Ainda sou comandante! Depois de 2 anos como capitão, era bom ser reconhecido pelo meu trabalho. Isso significava que o RH iria requerer mais trabalho chato de mim, mas o trabalho de estrategista em Hoenn já me era bem vindo. Acompanhei Kiki para o shopping mais próximo, guiado pelo Rotom Phone, enquanto levava Teddiursa em meus braços. Optei por recolher Togekiss e Ambipom sabia o caminho slow

por **Victoria** Dom Abr 16 2023, 15:20

Ao saírem, deixaram para trás uma altíssima badalada de um sino, que vinha na direção dos quiosques. O engraçado é que, enquanto seguiam para fora daquele lugar, as pessoas pareciam levantar e irem em direção ao som, o que ia ao encontro da teoria dos dois: havia sim alguma convenção ou algo do tipo, mas já que nenhum deles quisera muito saber sobre, ficará para a próxima...

... aparentemente ninguém aqui é muito fã de "eyes wide shut", quem sabe em uma próxima rota?!

No mais, era importante ressaltar que chegaram no shopping mais próximo e se depararam, logo de cara, com um manifestante com um megafone, sozinho, sem nenhum tipo de companhia e apoio:
- NÃO PODEMOS ESQUECER! - Gritava. Seu rosto era pintado de preto e suas roupas também - NÃO PODEMOS ESQUECER!!! - O segundo grito foi mais forte e grosso, muito mais imponente - TODOS VOCÊS FINGEM QUE NÃO HÁ NADA DO DIA DE HOJE, MAS NÃO PODEMOS ESQUECER! ESSA FÚRIA VEM PORQUE NÓS TENTAMOS, DIARIAMENTE, ESQUECER QUE ELE VIVE E ELE REINA! NÃO PODEMOS ESQUECER!!!

Ao seu lado, uma faixa pregada na parede do Shopping: "Doe para o aniversário de Gilatina! Pix: +100 (1) 345 2345"

O alerta gatilho veio muito tarde?!

AYZEN:

KOI:

por **Koi** Dom Abr 16 2023, 20:42

Ufa! Sem gente pelada seguindo o som da sineta como se fossem crianças indo pro recreio. Acho que era tão estranho que nem tentamos parar pra entender o quão estranho era tudo (?)

Bem, como íamos sair da zona da praia, nada mais justo do que eu ter botado um vestidinho mais praiano e folgado, por cima da seminudez do biquíni. De resto, infelizmente teria que aceitar o aroma de protetor solar no corpo pelas próximas horas.

Dali em diante, as estranhezas não melhoraram muito, pra ser honesta. Contudo, essa bizarrice aqui estava mais dentro do nicho de coisas que eu é Ayzen estávamos um pouco mais familiarizados...

- Q-q-que q-que ele di-disse...? - simplesmente perdi o foco do contexto "extremista cultista" da coisa e só me segurei em um nome: Gilatina.

Meu queixo deve ter caído por uns segundos, antes de subir pra mandíbula novamente quando eu engoli em seco, sentindo os lábios também secarem na mesma hora. A pressão deve até ter baixado, ouso dizer.

Um certo antigo pesadelo me assombrava subitamente. Não era o Gilatina em si, preciso ser honesta, mas sim os riscos de realidades e possibilidades que a criatura submeteu eu e meus "eus" do multiverso...

Dorgas.

por **Ayzen** Dom Abr 16 2023, 21:10

Sem mais gente pelada. Eu esperei Kiki colocar uma “saidera” de praia enquanto brincava com Teddirusa me meus braços. Nenem cresceu e já sabe segurar a bola (que por acaso, não quer soltar). Longe da Convenção dos Largados e Pelados, fomos pro shopping, dessa vez contando como eu estava ansioso para as novas missões como comandante. Claro, a probabilidade de vim missão mais perigosa era mais alta ainda, mas sempre tinha alguma de liderar outros rangers em missões mais simples.

A nossa conversa era interrompida. Não pelo manifestante. Meio que eu estava bloqueando da mente o que ele dizia, pela minha falta de interesse. Mas meus olhos percorreram o ambiente e se depararam diretamente aquela placa. A placa que com todas as letras me fazia lembrar o que ocorreu há 01 ano. A placa que trazia o nome da criatura demoníaca que visitou todo o mundo Pokémon, em uma sede insaciável pelo caos, embora não tivesse muito expressão. Aquele cara fazia apoio ao Wrong Turn??? QUE

- Mas que merda é esta? - toda alegria, empolgação e ansiedade do cargo novo sumia junto da minha energia de Golden Retriever, já que alguém que apoia alguém como Gilatina não deveria saber o que foi Gilatina. Cerrei os pulsos, deixei Tedd escorregar no meu corpo, caindo no chão, achando estranho, mas não largou a bola. Ambipom sentiu minha raiva, como se eu fosse perder o controle. E de fato eu queria dar um soco na cara dele, pelas vítimas que se foram no acidente. Mas ao ver Kiki abalada, eu percebi que eu não teria direito de me descontrolar ali.

Gilatina causou mais danos a ela do que a mim. Toda saída nossa era isso: alguma situação dava errado. Mas nenhuma situação deu tão errado quanto aquele cataclisma em Celadon, sem contar que Kiki ainda estava abalada pelo Bad Ayzen que se formou em outro universo a partir desta devastação que deu muito errado. Preferir dar apoio a ela. - Vamos, deixa eu comprar uma água para você.- envolvi o braço na cintura dela, em uma forma protetora, procurava algum lugar pra comprar uma garrafinha de água e tirá-la do meio de gente doente como aquele cara. Ambipom dava a língua pro manifestante.

por **Victoria** Seg Abr 17 2023, 10:04

Talvez eu tenha matado o Golden Retriever dentro de Ayzen e o diálogo na garganta de Kiki. Talvez, apenas talvez, eles estariam prestes a reviver péssimas memórias de coisas que nunca aconteceram, mas que ainda assim, inundavam. É até irônica a ideia de sair da praia para serem acometidos por uma... onda?! Uma onda devastadora de sentimentos que enraiveceu o Ranger e assustou a criadora.

O que fazer?!

Sair dali talvez fosse a medida imediata, comprar uma água podia ser um paliativo, mas... o que fazer?! O que fazer frente ao grande elefante branco ignorado neste ambiente. Talvez pela tamanha repulsa que Kiki tem ao tema, ela não identificou o Pikaone quando o viu no colo daquelas pessoas malucas na praia, talvez o trauma posterior, frente as possibilidades de morte, tenha lhe feito elaborar algum tipo de recalque, talvez, apenas talvez, esta experiência simbólica do "quase" ou do "podia ter sido muito pior" lhe paralisava...

... e Ayzen podia até compreender, mas entender a totalidade dos fatos era difícil, afinal de contas, não era ele que "deveria ter morrido".

Pois prosseguiremos, ou melhor, prosseguirão.

Ao passar pela porta automática e receber um choque térmico inevitável, um homem de roupas extremamente comuns e rosto ordinário os abordou apenas para lhe dar um cartão. Era uma abordagem ordinária, tal qual sua estética: um homem comum entregando algum tipo de anúncio publicitário no pé de um centro comercial.

Provavelmente Ayzen e Kiki pegaram o cartão sem ver seu conteúdo de imediato, pois foi algo tão corriqueiro e tão banal que - TALVEZ - não tivesse lhes tirado do embotamento afetivo. O fato era que, quando vissem o cartão que fora oferecido a eles sem nenhum esmero, perceberiam que não havia nada de cotidiano, banal ou corriqueiro...

??? escreveu:”Ainda não acabou.
Não acabou porque não deixaram que acabasse.
Me encontre no Cais, às 16 horas.
É hora de dar um ponto final.”

AYZEN:

KOI:

por **Koi** Seg Abr 17 2023, 12:42

Se o discurso do cara era um sonoro "não podemos esquecer", então ele se fez bem sucedido, pois acabou de não me deixar esquecer da tal criatura e dos fatos a ela atrelados.

Senti o braço de Ayzen me conduzindo com firmeza pra dentro do prédio e só me deixei levar, com a mente nublada e o corpo ligado no automático. Devo ter pego o cartãozinho entre meus dedos mas, realmente, só daria atenção pra ele em outro momento. Agora, eu tinha só que tentar recuperar o controle sobre mim e meus nervos, nem que fosse a base do chacoalhão de cabeça insistente.

- 'Brigada... - agradeci o loiro, em meio a tentativas de controle da respiração - Não sei o que me deu. Acho que subestimei o sol. - comentei com um sorriso forçado.

Admitir o motivo real era dar margem pra reviver, mentalmente, as razões por trás dele, então o melhor a fazer era negar, por enquanto. Com Ayzen ao meu lado era fácil achar um novo ponto focal: seu rosto. Era um misto de atenção, preocupação e dúvidas, agora, mas ainda era ele; sem barba e sem aquele olhar vazio e severo. Okay, isso ajudaria a me tranquilizar um pouco.

- Como tem gente manipuladora, né?! - início de comentário aleatório detectado - Hoje é fácil manipular quem já se esqueceu das coisas, mas ainda tirar dinheiro delas... Absurdo.

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