— ...Qual é, dado o nosso histórico, não dá nem pra chamar isso de confusão! — Riu, balançando a cabeça com suavidade. Foi mais ou menos nesse momento que percebeu que jogou a própria linha que nem sua cara (literalmente o negócio parou em cima de uma pedra), então a recolheu sem muita pressa para arremessá-la para outro lado.
— ...Mas, ei... — O olhar se desviou brevemente na direção da loira, um franzir de incômodo de sobrancelha.
— ...você disse orbe de energia? Porque da última vez que a gente bateu numa palhaçada dessas, acabamos mofando no meio de uma confusão de Rainbow! — Murmurou, torcendo o lábio com discrição.
— Tu não acha que vai dar uma dessas de novo não, né? Tô com paciência de ter que ficar lidando com palhaço desse tipo não. — Ranzinzou, apertando com delicadeza os próprios dedos.
...não exagerou na reclamação, porém, e havia um motivo para isso.
Foi com suavidade que os dedos afagaram a cabeça de Kel, delicados - a única parte boa que havia se revelado no meio de todo aquele caos. Não tinha certeza se ele compreendia cada uma das "categorias" à qual se referia e, considerando que ele sequer reagiu às palavras, era difícil ter alguma certeza baseada no fato. Entretanto, não gostava de entrar muito no assunto justamente porque o gigante ainda merecia um espaço justo para processar todo o luto que, pelo menos era o que a ruiva imaginava, existia dentro de si.
...para ele, provavelmente ainda era mais recente do que poderia imaginar.
— ...eu não sei quem que você quer enganar, mas você tentaria tirar toda a roupa em menos de dois segundos dentro de uma roupa de motoqueira. — Duvida? Se ela já queria ficar pelada de qualquer maneira, em uma roupa QUENTE daquelas, cheia de mangas, preto e blábláblá, você não pode me convencer que ela ia se comportar e ficar tranquila.
— ...você tá é velha. Reparar no quê, se você já tinha me dito, bocó? O Daisuke te fez esquecer o nome, também? — Provocou, apoiando um dos braços sobre o joelho.
— Mas o cabelo ficou bem bonito, eles fizeram direito, pelo menos. — ...se não tivessem, ela provavelmente teria matado os coitados. Não comentou dos piercings porque, bem, esses ela já tinha visto.
— ...eu só tenho uma ressalva... — Essa parte disse mais devagar, correndo o olhar brevemente na direção da loira.
— ...a gente vive apanhando. Cê não tem medo de rasgar esses piercings, não? — ...tá, provavelmente não era o que alguém gostaria de escutar em uma situação daquelas, mas veja bem: Estava cuidando da sua irmãzinha, ok? E era uma ideia que se sentia na obrigação de pelo menos colocar na cabeça dela para que pudesse, no mínimo, ter um pouco mais de cuidado a respeito.
— ...Unhum! Ah, eu não sei se ela tem opção de vender, não... Acho que se ela tentar, o líder mata ela, o que é uma possibilidade bem válida. — Uma pausa.
— Pra ser justa, não sei nem se tá no nome dela, porque parece que foi meio "toma, leva"..._________________
O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?