[Rota Atemporal]E-Girl Café e o Pecador Ilhado

Outra derrota, rapaziada. Acho que já deveria estar meio que anestesiada, principalmente por há muito tempo me achar uma treinadora péssima, mas uma parte de mim realmente achou que poderia me sair bem nesse Battlefield. Com Wooper indo muito bem, não queria desapontá-la ou desapontar todo mundo que poderia estar torcendo por mim.

O lado bom? Em vez de deixar minha baixíssima auto-estima me consumir, decidi encher a cara depois da derrota para Nakeisha. Não me julgue, acho que muita gente faria o mesmo, ainda mais depois de ouvir algumas vaias enquanto deixava o estádio. Decidi que ia na barraquinha da Flora, mas no caminho acabei pegando uma garrafa de sakê na lojinha de conveniência, o que me deixou já mais pra lá do que pra cá. No Pokézap, a irmã do Ty disse que estava vendendo enroladinhos dos aquáticos que trouxe pro campeonato, o que ia contRA MINHA ÍNDONE. Não que eu seja vegetariana, tô fora, mas fiquei com pena por ter me apegado a Dondozo.

- PARADA AÍ, VOCÊ EST- tropecei em cima de parte do balcão - ESTA SENDO PRESa pOR CRUELDADe aos ANIMAIS

Leiam exatamente como está acima. O caminho da conveniência até a lojinha da Flora era no máximo de dez minutos andando e, sim, eu bebi a garrafa de sakê toda. Ali, decidi tirar minha blusa - o que me fez andar de top pela cidade, mas foda-se - e amarrar na cabeça, onde eu simularia um assalto contra a Flora para que ela parasse de produzir enroladinhos de Dondozo. IDEIA DE BÊBADA, NÃO JULGUE.

Nem preciso dizer que, apesar de ser uma Rocket de alto escalão, eu NÃO SEI AMARRAR CAMISA NA CABEÇA E SIMULAR ASSALTOS, então qualquer um que me conhece veria que, bom, era >eu mesma< ali, sem blusa, com uma garrafa de sakê vazia na mão e um pano amarrado na cabeça todo torto.

- VENHa COMigo ENTREGUE TODO SEU ESTOQUE DE PEixe!

Fui tentar andar de novo e, puff, tropecei, caindo em cima de um isopor cheio de gelo que Flora mantinha ali por perto.

Vou ficar toda roxa, mas fazer o quê... Quem mandou encher a cara?

Olha, namoral, eu sou muito prestativa. A Flora disse que queria abrir uma barraquinha de comida no Battlefield, e eu, toda prestativa, arrumei todo um estoque de salgados e contato de fornecedor. Aluguei uma van e tava feliz da vida trazendo os salgados para a minha gostosa em questão. Eu até vesti um daqueles roupões longos com umas estampas de Gyarados, sabe? Daqueles festivais de pesca e tal? Tava dedicada!

E lá estava eu, feliz da vida, carregando uma remessa de salgados de Tauros e uns de queijo de Gogoat FÊMEA para levar para barraca quando, de longe, vi a Karinna indo na direção da Flora. Fiquei muito feliz, já que tinha muito tempo que não via minha cunhadinha, mas quando vi ela tirando a blusa, arqueei uma sobrancelha, até aí, nada demais, sabe? Ouvi dizer que ela gosta mesmo de tirar a roupa e tal, mas né...

...quando reparei que ela tinha garrafa de saquê na mão, as coisas fizeram sentido. Eu nem vou citar a quantidade de merda que já fiz bêbada, mas quando ela enrolou a camisa na cabeça, eu parei em choque. A Flora, distraída que só enquanto zoava pra caralho um pirralho de cabelo azul, ainda deixou a loira tropeçar e cair com tudo na caixa de gelo das bebidas. De longe, vi Flora me procurando e bom, saí correndo pra ajudar!

Quando cheguei na barraca, coloquei os salgados em cima da bancada, e ajudei Flora a levantar a Karinna. - Olha, eu sei que ta quente, mas acho que tomar uma água era melhor pra se refrescar, né? - E ri, sem jeito, enquanto ajudava minha amiga. Reparei que tinham uns curiosos cercando a gente, e até pensei em fazer algo, mas felizmente, Glameow, Butterfree e Graveler tomaram a iniciativa de afastar os curiosos.

Que vão todos pro caralho!

Levando a loira pros fundos da barraca, deixava Flora cuidando das vendas e ia apoiar Karinna. Eu arrumava um pouco gelo e colocava numa sacola nos lugares onde havia ficado vermelho. - Bom, com sorte são só alguns hematomas, talvez nem fique roxo! - Falava pra ela., com um sorriso esperançoso, deixei quieto por alguns minutos e sentei no chão, ao lado dela.

- ...você ta bem? - Perguntava, após uma pausa. Quer dizer, era nítido que não, mas queria deixar ela falar somente para o caso de se sentir confortável, sabe, sem pressão. Sou só a amiga preocupada.