Um dia comum
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Um dia comum
Um dia comum
Faz um ou dois dias que tudo acontecia de forma muito dinâmica. Era preciso se atentar aos pequenos detalhes para não deixar nada passar ou faltar. Em uma aventura mundo afora, tudo poderia acontecer. Sendo o caso mais inusitado, ou o caso mais comum. Estar preparado para as inconsistências das coisas deveria ser o mínimo. Não vamos ver tanto isso nesse início de história, no máximo uma busca por suprimentos básicos, mas não deixa de ser um fato.
Meghan estava em sua cidade, mais especificamente em um mercado. Fazendo o que? Colhendo recursos. Firmo que não se pode sair despreparado. Barras de nutrientes, quem sabe um saco para dormir ou muita água? Acredito ser o suficiente.
Estava próximo ao anoitecer, a escuridão se estendia no horizonte e nossa protagonista se conduzia para o oeste. As docas não eram muito movimentadas durante a noite, apenas os cargueiros se faziam presentes, mas vazios. O que procurar nas margens ao anoitecer? Talvez um enquadramento perfeito, ainda era uma pergunta um tanto válida.
A garota com sua câmera em mãos, capturava toda a extensão das docas. Marcava seus primeiros momentos de independência em meio a imensidão que era o mar. Em diante, tudo era inusitado para quem se distanciava de sua terra. Exagero obviamente, ainda estava muito próximo do que sempre viveu.
Uma longa caminhada, e o tempo passou. Agora se encontrava em uma doca um tanto distante das outras. Nessa margem, um navio cargueiro estava atracado. Um ou dois marinheiros desciam constantemente com caixas. Como era inusitada essa atividade em meio a madrugada, a garota observava escondida. Utilizava um arbusto e árvores para evitar ser percebida. Sim, estamos na madrugada, o tempo passou e continuou passando. Os marinheiros ainda transportavam as caixas para fora do navio, empilhando em um armazém próximo. Um dos que estava nessa atividade sentou em uma caixa separando uma farinha branca em fileiras, sugando como se fosse ar. Um outro reclamava e exigia retornar ao trabalho. Nesse momento, percebia que estavam armados. O homem deixou uma arma em cima da caixa onde aparentemente estava aproveitando um intervalo. O conteúdo das caixas também se revelou quando um outro se assustou com algum som que ecoou das árvores ao norte, e partiu com um rifle de assalto. Felizmente a garota não estava nesse norte. Enfim, o que acontecia nas redondezas não parecia nada bom. Era melhor não se envolver, mas quem poderia perder uma cena dessas?
Meghan centrava tudo que acontecia, seria uma história com evidências. Mas o melhor ainda estava por acontecer. Paris se esgueirou, chegando à caixa onde a farinha branca estava. Sua face transmitia felicidade, e era tarde demais quando Meghan percebeu. O Spinda cheirou o conteúdo acima da caixa de uma forma, parecia um dependente químico. Eram histórias passadas ou apenas curiosidade? Sem muito tempo para pensar, uma cena muito complicada se desenrolava. Um homem percebeu o movimento da criatura que se encaminhava para perto da treinadora, assim revelando sua posição. Acredito que não tinha como piorar uma cena dessa.
– Puta merda, Paris! – resmungou a garota.
Meghan correu para dentro da floresta sem pensar duas vezes, começar perdendo a vida não era uma opção. Paris corria acompanhando a treinadora, de uma forma muito desastrada, mas ainda conseguia ser mais veloz.
– MEU SENHOR, VOCÊ É MALUCA? – exclamou, ainda com a câmera em mãos e registrando tudo.
Um homem que corria procurando ambas viu o vulto da garota com câmera e exclamou para o restante. Em seguida, um som estrondoso ecoou. O marinheiro atirou contra o vulto, e felizmente a história não acaba agora. O desespero ainda continua.
– EU AINDA SOU MUITO NOVA PARA MORRER! – desesperada, procurava alguma forma de despistar os marinheiros.
Nessa fuga muito dinâmica a garota escutou um outro marinheiro ao fundo, também não parecia nada contente. Mas, não era sobre ela. O marinheiro gritou algo como: “Ele conseguiu sair novamente!”. Um tiro ecoou novamente e outra fala de um outro homem perpetuava: “Não atira, idiota! É mercadoria! Pega os dardos porra!”. Nesse meio mundo a garota avistou um bote guardado por uma lona e se escondeu. Era a melhor saída no momento, visto que ainda havia marinheiros procurando por ela.
– Vamos ficar aqui por enquanto. Eles vão nos matar se nos encontrarem, não temos para onde ir. – sussurrou a garota, dentro do bote. – Dessa vez você se superou em, e parecia saber muito bem o que fazia. E é drogada agora, é? Eu ein!
As vozes ainda ecoavam nas redondezas. Um homem gritava desesperado. Falas sobre algo ter atacado um homem e que talvez não pudesse ter outra alternativa. Tiros e diálogos sobre mercadoria, dinheiro e entrega. Muita coisa estava acontecendo. Mas a escuridão chegou, e o cansaço que rendeu a garota.
. . .
Um feixe de luz deu continuidade a história que se seguia. Estava amanhecendo, e agora só se escutava o som das aves. Retirando a lona do bote que ainda cobria maior parte da visão do céu, se notava que o céu estava muito azul. Que coisa, não? No horizonte se via uma única coisa, a imensidão do mar. Parece que o bote não estava preso e ficou à deriva.
– MEU SENHOOOOOR! – exclamou vendo tudo em que tinha se metido. – Ótimo! Posso ser uma pirata agora, tenho um bote e um sonho! Que caramba!
Enquanto isso a Spinda despertava, com uma energia nada contagiante. Depois de tudo o que passou também, não esperava menos. No mais, o abastecimento de recursos realmente serviria para alguma coisa então, certo? Duraria vários dias no mar, talvez. No bote tinha uma mochila, provavelmente do proprietário que deve estar se perguntando nesse momento onde está o bote. Na mochila tinha recursos também, poderia aproveitar. Uma vara de pescar, um pouco de dinheiro e um rotom phone? O que é isso? Melhor deixar para outro momento, nada estaria favorável agora e talvez nem em diante.
Mais algum tempo passou, poucos dias. As ondas arrastaram o bote para muito longe. Um verdadeiro milagre ter durado tanto, as ondas eram fortes e não perdoavam. Ao horizonte, um navio se aproximava. Essa seria a única esperança de voltar para terra firme, visto que não tinha noção alguma de onde estava e como retornaria.
O navio se aproximou, a garota subiu a bordo. Era um navio que transportava passageiros para uma outra região, estava saindo de Hoenn. Eles não podiam dar meia volta, muito menos esperar um resgate. A única alternativa para a garota era seguir viagem com o navio e desembarcar em uma nova região. Nesse caso, o navio tinha sentido para Olivine, uma cidade na região de Johto. Não teria conhecimento algum, mas uma coisa era certa, novas aventuras, como a mesma queria.
Nessa altura, podemos dizer: tudo era inusitado para quem se distanciava de sua terra.
Hayto- Ace Trainer II
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Renzinho- Especialista Fairy II
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