Off: post longo pq tem bastante coisa nesse POV -qq
Recebi o líder com um sorriso no rosto, sentindo levemente as sensações do nervosismo de novo. Neguei educadamente sua oferta de bebida, então quando Falkner sentou diante de mim, com aquele olhar observador e sério, esperando, ajustei Woobie no meu colo, arrumei minha postura na cadeira, tomei fôlego e comecei:
– Bem, você tinha me pedido pra ir até o Lake of Rage ajudar com os voadores, principalmente Gyarados, que sofriam com o desastre de congelamento por lá e, claro, pra ajudar nas investigações com seu amigo, o Policial Nicholas. – resumi o contexto antes de entrar no relato em si, que envolvia encontrar consequências do desastre desde a Rota 28 –
Encontrei o senhor Nicholas já na fronteira entre a Rota e o Lago, de lá seguimos. Inclusive, espero que ele esteja bem agora! – sem parecer dramática, senti que precisava manifestar meu desejo de que o Policial, amigo de Falkner, estivesse bem e com saúde, devia esse respeito a alguém próximo e de confiança do meu mentor.
– ... Estávamos só nós dois naquela imensidão congelada, nem mesmo a vegetação escapou. Honestamente, desde esse ponto eu já me preocupei. Digo, não vi nada igual àquilo nem quando estive no Ice Path! – e ai lhe contei que Nicholas tinha tentado contato com os outros oficiais, Ranger e Polícia, sem sucesso; contei que enquanto tentava procurar alguma direção ou pista a seguir, o homem desapareceu completamente, sem deixar vestígios.
– Sério, era um gelo que não parecia gelo, me entende?! Tipo, veio uma nevasca do nada... Eu tava refazendo o caminho pra ver se achava o senhor Nicholas e, do nada, um paredão de gelo se ergueu onde antes era só o chão! Feito mágica ou sei lá... Fora que era um gelo que não derretia nem com as habilidades potentes do meu Charizard!Depois eu gastaria poucos minutos relatando minha caminhada incessante por caminhos ilógicos daquela imensidão branca e fria. Falkner tinha me aconselhado levar Delibird junto justamente pro pinguim me ajudar a me localizar em meio ao gelo, porém nem mesmo a ave conseguiu esse feito diante de um cenário que parecia mudar ao bel prazer das pessoas que estavam por trás daquilo tudo.
– ... E aí veio a primeira situação de extremo perigo. – apertei Woobie mais firme no meu peito só de lembrar –
Tava completamente cercada por coisas congeladas que se moviam sozinhas na minha direção... Completamente cercada e... Aí veio aquela luz de cima, não sei de onde, exatamente na minha direção... – engoli em seco e até ruborizei com a lembrança de uma mensagem desesperada que mandei pra Ayzen, quando achei que ia morrer –
Sim, eu achei que ia morrer ali. Recolhi todos meus Pokémon pra os proteger, mas Woobie... Woobie ela... Ela saiu da pokébola e se colocou entre mim e a tal luz, recebendo o impacto do que até hoje eu não sei o que era. Woobie ficou completamente congelada instantaneamente. E, de novo: chamo de gelo por falta de uma palavra mais adequada, porque aquilo não se comportava como gelo. Ali eu tive mais uma prova disso, porque não consegui tirar Woobie daquele estado nem com fogo, nem com berries, nem com poções... Nada. – minha voz estremeceu só de lembrar.
Avancei mais um pouco, aos saltos do relato que se repetiria na minha desorientação no lugar. A batalha que tive com os suspeitos também foi resumida, sem muito foco já que não influenciava em nada, exceto por me permitir mencionar que os outros estavam bem "armados", munidos de Mega Evoluções. Por fim, após mais alguns minutos eu estaria me aproximando do fim da história, quando encontrei a torre erguida pelos meliantes, de onde eu suspeitei ser a fonte daquele problema.
– Eles sabiam que eu tava indo então já tinham fugido. Obviamente não deixaram pra trás nada que pudesse ser usado contra eles, ou do que queriam. Mesmo assim fotografei o que pude e apresentei pras autoridades depois. – o último suspiro preparava a parte final do relato, aquele momento em que eu simplesmente abandonei tudo –
Aí veio a segunda ameaça à minha vida, mas essa deixava claro que não haveria Pokémon que pudesse me proteger: uma bomba. É, eles tinham uma bomba no andar principal do laboratório. Admito que fui imprudente de ter tentado desarmar algumas vezes, mas só porque confiei estupidamente num contador de tentativas e numa pista de senha que tinha. Porém, como obviamente nada surtia efeito ou fazia sentido... – passei dias e dias me julgando mal por ter abandonado tudo, como se eu tivesse falhado –
Desisti. Vi que, diferente da outra vez, agora eu estava num lugar alto, sem paredes de gelo pra me barrar o caminho. Montei em Charizard e voei dali. De volta pra cidade, o mais rápido que pude.O restante da história o que Falkner já devia saber pelas mídias e até do próprio amigo Nicholas. A bomba explodiu segundos depois de eu ter saído de lá, levando a torre ao chão. Comprovando suspeitas o lugar era o centro do problema, então logo a comunicação com a cidade e as autoridades voltou e o suposto "gelo" foi derretendo de vez. Surpreendentemente nenhuma vítima daquela substância congelante tinha sido morta, estando só misteriosamente presa e viva por tempo indeterminado lá dentro.
– Eu sinto muitíssimo pelas coisas não terem acabado como esperado, sem uma conclusão ou sem solução pro crime. Sozinha com meus Pokémon eu fiz tudo que pude, até o que só achei que podia, mas achei errado... Se nem um batalhão de Ranger e Policiais, com seu treinamento especializado, foram páreo pra isso, eu dificilmente seria. Mas, ainda assim, tentei. – fim.
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