[Entrega de Missão] NAKEISHA LAOUALI #02

- Acho que tem uma em Blackthorn... - Revisitou a memória rapidamente, tentando lembrar do pouco de politicagem internacional que sabia graças ao seu posto de Líder de Ginásio - É difícil lembrar exatamente onde estão as embaixadas todas, são mais de uma por Tohjo, mas normalmente elas ficam em cidades que tem translado intercontinental. Blackthorn, Cinnabar, Olivine. Blackthorn eu tenho certeza que tem uma.

Por um instante Falkner pareceu entrar em um modo introspectivo, tentando resgatar uma memória e um conhecimento que a muito tempo descartou por falta de uso; não era um Líder conhecido por sua politicagem, por isso deixava toda essa diplomacia para algumas outras pessoas. No mais, percebeu que não conseguiria resgatar algo que jogara no lixo; no máximo se lembraria de um ponto ou outro do aspecto. Percebendo que não poderia ser muito mais útil que isso, deixou de lado e voltou ao que importava: livros e o vidrinho sobre os livros.

Talvez Nakeisha nem tinha dado tanta importância ou nem tivesse visto aquele vidrinho que Falkner outrora tirou do bolso e botou ali, tanto é que pegou o primeiro livro sem nem vê-lo, deixando que o potinho transparente caísse no chão e por sorte não quebrasse. O líder, assustado e preocupado com o pequeno "desleixo", emitiu um "meu deus" assustado, enquanto botava as duas mãos na cabeça e via aquilo cair. Por sorte nada quebrou ou foi danificado, fazendo ele emitir um "ufa" junto de um suspiro calmo. Desta vez pegou o vidrinho e colocou bem na palma da mão de Kiki, sendo inevitável que ela visse:
- Por aqui. Começa por aqui... - Desta vez percebeu que deixá-la no completo escuro não parecia ser uma boa ideia - Veja um pouco antes... antes de perguntar alguma coisa.

Essa fora uma chamada um pouco esquisita; podia ser um puxão de orelha pelo fato de Nakeisha não ter visto o potinho antes, assim como também podia ser um "aviso". Fato era que, se ela olhasse para o vidrinho, veria dentro dele uma pedra de gelo que não depositava um pingo de umidade no recipiente. Não havia gotículas, sinais de degelo ou vapor de sublimação. O formato também era um pouco mais pontudo e denso do que um "gelo comum" costuma ter, além de não parecer expansivo como a água. Se Kiki olhasse bem, veria que era um bocadinho semelhante ao que ela enfrentou naquela maldita rota.

No mais, sobre os livros que viu, já lhes adianto que não haverá nada muito interessante: eram livros basicamente sobre química. Propriedades de Metais e Ametais, comportamentos de ligas de aço no calor e no frio, dilatação e retração de metais, livretes sobre tabela periódica e outros dois um bocadinho diferentes, que podiam ser mais "animadinhos". Um era uma dissertação cuja hipótese era que Rock, Ice e Steel eram tipagens "irmãs". O segundo era uma tese cuja hipótese era que as tipagens de pokémons também são derivadas evolutivas com algum ancestral comum e por isso umas são mais complexas que outras; porém todas igualmente evoluídas.

Falkner se segurava para não responder a dúvida pontual que Nakeisha tinha; queria muito falar para a moçoila sua hipótese mas não queria que a garota simplesmente concordasse com ele e pronto. Seus estudos tinham o levado para uma rua sem saída e temia que ele acabasse a levando para o mesmo problema. Não era um homem científico e não entendia muito de metodologia, muito menos esperava que Nakeisha entendesse, mas sabia que as vezes o necessário para desvendar um mistério é motivação e conhecimento. O resto é resto...

Progresso:

OFF: Koi, vamos inverter um pouco a lógica de narrador/narrando pra dar graça nessa missão?! Vou te dar mais liberdade pra narrar o cenário e suas ações, me limitando a narrar mais as consequências do que o ambiente em si. Vamos ver o que sai disso, acho que você vai usar melhor a criatividade pra resolver o "problema" se tiver essa liberdade. Também proponho que essa não seja uma rota fechada em 35 posts de narrador como o guia sugere; deixarei 35 posts como limite, caso você não chegue no TARÃAA do enigma, mas caso você desvende antes, você vai ta livre. Além disso, já temos 12 posts que se a gente somar com esse início aqui faz a gente conseguir superar esse "tramite burocrático" dos 35 posts.


Ao ouvir a confirmação de Kiki de que aquilo se assemelhava muito ao que viu no Lake, Falkner deu um assobio aliviado, que quase saíra sem querer. Frente àquilo, sentou na poltrona ao lado de Nakeisha e foi sincero com ela:
- Ok, fico aliviado em saber que ao menos não estou procurando pepita numa lago achando que é um rio - Desta vez sua formalidade foi um pouco embora e ele trouxe a tona as metáforas que costumava usar para aconselhar, porém em formato de piada - Isso aqui é um achado. Pouco depois de sair o resultado de tudo na TV, um rapaz foi até Jasmine com isso aqui. Ele contou uma história de que estava no Lake próximo e o Umbreon dele foi repentinamente pego por alguma coisa. Ele não sabia ao certo, mas o Umbreon dele ficou "congelado". Por causa do Synchronize, o pokémon acabou congelando o objeto que estava logo a frente, que foi uma pequena pedrinha - Apontou para o vidrinho e espremeu os olhos. Se Kiki fizesse o mesmo poderia ver um tom opaco-bege no fundo do "gelo" - Dai pra frente, você já deve imaginar. O Umbreon logo ficou livre... mas a pedrinha não.

Inquieto, levantou-se da cadeira e começou a andar para lá e para cá. Havia um certo brio nele ao se deparar com esse assunto, como se isso lhe tirasse levemente o sono pela manhã. O Falkner que normalmente era exemplar e disciplinado parecia um pouco nervoso e o motivo era um bocado interno em sua cabeça; quanto mais pensava naquele componente, mas temia que ele fosse só a ponta de um Iceberg que fosse desequilibrar ainda mais os ecossistemas de Tohjo. Era um líder que costumava manejar bem crises externas, mas tinha um bocado de problema quando as coisas se tornavam obsessivas dentro da sua cabecinha. Sabia disso, tinha autocrítica.
- Jasmine a priori não viu nada demais. Assim como você disse, isso aqui facilmente seria uma pedrinha estranha no nosso mundo, mas felizmente ela não descartou a história completamente e nos entregou isso. Ela admitiu que não teve tempo para estudar e não temos um líder de ginásio Rock em Tohjo, então ela achou que eu pudesse ser o mais interessado no assunto... - Confirmou com a cabeça o que ele mesmo falou: era ele, de fato, o mais interessado nesse assunto - O que ela sabe até agora é que isso se comporta muito parecido com metal, mas não estudou a fundo nenhuma estrutura micro. Calculou o ponto de fusão mais ou menos aos 3 mil graus celsius e disse que o que tornava mais difícil de derreter é que quando botava uma quantidade muito grande de energia, ele expandia singelamente, então dava uma aparente resistência a fogo.

Dito isso, percebeu que estava falando "demais". Ainda tinha certo receio de que Kiki não tirasse próprias conclusões então deu um basta na palestra e bateu palmas uma única vez, chamando atenção de si mesmo e assustando Swoobat que já estava um pouco aéreo de novo:
- Vamos lá?! Sua missão é me entregar um relatório com uma análise sobre isso - Referenciou o vidrinho mais uma vez - Te dou acesso completo ao laboratório do ginásio e a biblioteca daqui. Lá a gente tem quase tudo. Junte o máximo de informações que conseguir e me relate, se houver uma mísera luz nesse mistério todo, você pode considerar que a missão foi cumprida.

Missão: RELATÓRIO!!!
Dificuldade: A
Descrição: Estude e descubra o máximo de propriedades possíveis da pedra que Falkner deixou para você. Use qualquer recurso necessário para tal coisa e faça um relatório com as informações mais importantes. Boa sorte!
Recompensa: +2500 de EXP para pokémons participantes e 1 Recompensa a escolha financiada por Falkner (1 TM a escolha, 1 Iron Ball ou 1 EXP Candy L)

Progresso:

Nakeisha logo partiu para o laboratório que Falkner tinha lhe oferecido. Sabendo muito bem o funcionamento de um (visto sua experiência acadêmica na Universidade de Criadores), se sentiu rapidamente confortável no espaço. É fato que a falta de organização daquele local era sintoma de uma inexperiência dos outros aprendizes (e até de Falkner) com os métodos científicos, mas havia uma certa lógica na forma que tudo era organizado.

Pequenos apetrechos nas primeiras gavetas, maiores nas segundas. Aparatos descartáveis de segurança na terceira e materiais de limpeza na última. Nos nichos de porta-de-armário estavam os recipientes, vidrarias e frascos, separados de forma relativamente categórica: os que costuma-se esquentar à esquerda, os outros à direita.

No mais, aparelhos maiores ficavam sobre o balcão, enquanto aparelhos menores ficavam na prateleira planejada de cima: termómetros, balanças mais sensíveis, alguns apetrechos métricos.

Se você parasse pra analisar um pouquinho, você veria que a organização daquele laboratório era muito semelhante a de uma cozinha, o que era um bocado cômico. Os móveis planejados formavam algo MUITO parecido com uma cozinha comunitária e até a decisão do que por na gaveta era um tanto redundante ao ambiente culinário.

No mais, lixo contaminado ficava numa espécie de alçapão (ou portinha) na parede do fundo, indo direto a um local apropriado para tal. Lixo comum ficava no chão, numa lixeira de pedal.

Foi nesse ambiente um bocado plural - que eu falei que não iria narrar tanto, mas vide o fato que eu queria te inteirar da (des) organização do local frente a inexperiência de todos - que Kiki arriscou abrir o vidro e reparou que o ato era aparentemente seguro. O gelo não reproduzia e muito menos parecia congelar aquilo que tocava; a pinça ficou levemente mais fria, de fato, mas por uma simples regra de capacidade térmica. Não congelou e muito menos sofreu danos reconhecíveis.

Fora da vidraria, o que Nakeisha faria com aquele... pedregulho? Pedrinha? Pedrada? Não sei...

Progresso:

Perceber que aquilo era muito semelhante ao gelo que lhe prendeu já deixava Swoobat receosa. Era uma fobia? Não, pokémons até podem ter fobia mas raramente deslocam a realidade para uma fração dela, não simbolizando aquele "gelo" como sua prisão; apenas parte importante no fato de que outrora esteve presa.

Seu receio era muito mais uma angústia frente ao sentimento de vazio. Diferente de uma hipotermia comum, Swoobat lembrava bem do tempo que ficara enclausulada naquele TROÇO, não perdendo seus sentidos e nem a consciência; a memória pode ser algo bastante traumático, mas ao menos tinha materiais para se lembrar.

O sonar, propriamente dito, não fora muito útil; quando petrificada não conseguia usá-lo com destreza alguma então não sabe exatamente o que esperar de um resultado destes. Podia usar como base suas experiências iniciais no Lake e assim o fez, mas só obteve a sensação de semelhança, não a certeza. Tentou mais um pouco, aproximou-se um pouco mais e seguiu com as mesmas conclusões.

Swoobat não queria confirmar com toda a certeza que era sem se aproximar mais do objeto. O que ele mais lembrava era carnal: o toque, o cheiro e o gosto. Neste meio tempo teve sede e sabia que aquilo lhe ressecava. Teve frio, mas não a ponto de doer.

Só que havia algo no olfato que lhe chamava atenção. Uma memória que tinha era que, de quando em quando, Woobie sentia uma "fragrância" que lhe dava vontade de chorar. Não pela tristeza, mas pela simples e inevitável irritação do do canal lacrimal da pokémon. Isso era um bocado estranho para Swoobat, que além de ter um ótimo faro, é muito resistente aos malefícios de algumas fragrâncias que humanos costumavam reclamar. Numa espécie de tentativa "ousada", ao ver o aval de Nakeisha dizendo que ela podia "fuçar o quanto quiser", ousou jogar uma de suas penas com um "Air Slash" fraco, tentando dar pequenos danos na pedra.

A priori, nada aconteceu, mas alguns minutos depois (seja pela ação do golpe, seja porque a substância já faria isso mesmo), Woobie sentiu o exato cheiro de antes. Chorou e, nesse momento, se lembrou do sofrimento que passara, se arrepiando toda e tremendo um pouquinho. Conteve o pânico, foi até Kiki e confirmou: é definitivamente a mesma coisa que a prendeu.

Enquanto isso, a aprendiz lia livros que lhe lembrava de coisas "básicas", porém muito importantes: em primeira instância, leu que numa generalização, os Metais são encontrados de forma sólida a temperatura ambiente e que tem altíssimos pontos de fusão. Além disso, tendem a conduzir eletricidade e calor muito bem, sendo ótimos condutores de quase todos os tipos. Ametais são justamente o oposto: não há uma fase (sólido - líquido - gasoso) predominante e eles são péssimos condutores de tudo, salvo de energia mecânica, que tendem a ser bons meios de propagação. Tais diferenças acontecem principalmente pela diferença da última camada de valência dos elementos químicos, que fazem com que uma ligação entre eles mesmos seja mais forte ou mais fraca; em geral, metais são muito difíceis de separar e romper sem uma técnica certa. Até mesmo quando liquefeitos tendem a estarem juntos e ter certo agrupamento, sendo dúcteis, passando por uma fase de "gel". O mercúrio, que é o único Metal-Líquido, demonstra bem essas propriedades.

Sobre os aspectos Macroscópios dos metais, Kiki leu duas coisas que resumem tudo: (1) tendem a ser encontrados em Ligas Metálicas, ou seja, misturadas em outros elementos e (2) são brilhosos e rígidos. Quebrar não é muito fácil. As cores são diversas e não se comportam de forma translúcida ou transparente, sempre refletindo muito mais. "Exemplo disso é o Espelho, que nada mais é que uma superfície de Prata extremamente fina sobre uma camada de vidro.".

Progresso:

Foi relativamente fácil acalmar Woobie, visto que a bonita não estava em pânico, só um pouco atordoada. Um carinho ali, um cuidado aqui e uma águinha foram suficientes para ela querer voltar ao trabalho. Sem mais delongas, as duas companheiras e amigas botaram aquele material numa plaquinha de vidro, dando uma base segura a ele mas não o botando numa superfície que dificultaria a observação.

Ao que entendi bem, o primeiro passo era uma lupa comum e não um microscópio ou algo do tipo, então as observações que Kiki fazia ainda eram macroscópicas, porém levemente mais aprofundadas que antes.

A primeira coisa que a moça poderia perceber - e essa seria bem fácil de ver com a lupa - eram os arranhões. Apesar de não ter se quebrado ou soltado lascas, o objeto estava CHEIO de microfissuras, que poderiam ter sido causados por n coisas. A queda, o golpe, a manipulação. Não dava ao certo para saber, mas pela quantidade e variação de tamanho & direção, Kiki poderia identificar que não foram feitos num só golpe ou num só movimento. Além disso, algumas microfissuras pareciam ter a borda levemente arredondada, enquanto outras eram mais secas e agudas. Porquê será?! Não dava para dizer ao certo; poderia ser apenas a forma e a história daquele machucado.

Ou não.

Enfim, sobre a superfície, Nakeisha repararia duas coisas primordiais: apesar de não ser lisa, não havia um padrão de "cristalização" do OTNI (Objeto Terrestre Não Identificado). Quer dizer, A PRIORI não existia padrão alguma; depois era possível ver que na medida do possível, o contorno do "gelo" acompanhava um pouco o formato da pedra dentro dele: quando ela ficava concava, o OTNI também; quando ela ficava convexa, a mesma coisa ocorria. Era como se o formado daquela coisa 3D fosse uma projeção da coisa com que ela congelava, porém mais grosseira e com menos detalhismos. A Lupa foi importante para que Nakeisha reparasse isso porque a pedra em si não era fácil de visualizar sem que a lupa fosse usada; o objeto começava a ficar bastante opado mais ao fundo, deixando a entender que seu comportamento "luminoso" se comportava diferente aqui do que acolá.

No mais, o fado de "seguir" o contorno da pedra fez os ângulos serem ora obtusos e ora lisos, mas nunca agudos. Além disso, Nakeisha precisou sim cobrir o nariz e a boca nos primeiros minutos de análise; depois não precisou mais. Se acostumou ou o cheiro passou?! Difícil dizer. Nem ela nem Woobie pareciam incomodadas com aquilo mais.

Sobre as pesquisas no RotomPhone, Nakeisha não teve muita sorte: ninguém sabia mais que ela sobre aquilo, nem mesmo Nicholas, que outrora deu uma entrevista bastante rasa. A única coisa que teve de novo era que o laboratório de Mossdeep, junto do Steven Stone e do museu de Rustboro estavam pensando em abrir um grupo de pesquisa para aquela situação mas desistiram completamente ao ver que não havia mais o que estudar, afinal de contas, o "gelo" tinha sumido.

Ai ficava a questão: porque Jasmine entregou a peça para Falkner e não para eles?! A resposta parecia mais política (e politicagem) do que útil em si. Valia a pena ficar fuçando?!

Progresso: