[Entrega de Missão] NAKEISHA LAOUALI #02

OFF: Ok, não vou mudar sua box ainda pra não confundir os mons que ganharão exp de recompensa, ok?! Mas sobre isso, é sua escolha também Koi. Se você quiser MATAR ESSE ASSUNTO DE VEZ matamos KKKKKKKK eu sou muito empolgada e doida, vc sabe disso, pode me cortar.
Inclusive, desculpa a demora, o feriado foi atribulado.


Frente a suposição de Nakeisha, Jasmine não tinha muito o que fazer; apenas deu de ombros e deixou que a hipótese ficava no ar. Não tinha bagagem suficiente para opinar nesse tipo de golpe e muito menos nesses suprimentos. Estava mais aflita que Kiki, sem dúvidas, mas o peso que tinha sob sua cabeça sumiu, era como se ela pensasse "hm, não vou descobrir mais nada HOJE, talvez daqui a alguns dias eu consiga novas informações. Vamos esperar, né?". No mais a moça saiu e Nakeisha fez o que tinha que fazer, até procurar Falkner.

Caminhou pelo ginásio e possivelmente ficou surpresa ao descobrir que o líder não estava lá, ele havia ido numa casa de um homem que morava próximo. A recepcionista - a mesma moçoila que recebeu Kiki mais cedo - avisou que ele não tinha hora para voltar e que tinha um endereço caso precisasse o contatar.

- Ele disse que se você precisasse o encontrar, era só ir lá - Deu a Nakeisha um papelzinho indicando uma ruela que poderia até ser desconhecida para a maioria dos treinadores, mas não seria para os moradores de Violet.

Aquela era a rua que o antigo prefeito morava... e também era a rua que, quando ele virou prefeito, ganhou uma atenção "especial". Na época que Nakeisha era nova - que era a mesma que Winnie -, esta rua recebeu uma pequenina pracinha que hoje está inativa e abandonada. Lá, alguns eventos ocorriam, como circos, pequenos shows e pequenas festas. A casa que Falkner estava era uma bem ao lado a casa do prefeito, que se Nakeisha forçar bem a memória, lembraria ser de um arquiteto que trabalhou no projeto da pracinha.

Qual a relevância disso?! Não faço a mínima ideia. Talvez seja bem próxima de nenhuma.................................... O fato é que Falkner estava lá e tinha deixado um recado para Nakeisha ir pra lá encontrá-lo caso precisasse.

Nakeisha caminhou pelas ruas muito embebedada de seus próprios pensamentos. Ergueu as hipóteses, traçou seu comportamento e foi até onde tinha que ir. Por sorte da moça, suas pernas que lhe guiavam, porque se dependesse de sua cabeça para chegar lá, certamente atrasaria (muito).

Mais cedo ou mais tarde estava na rua do endereço marcado. Passara um pouco a pracinha abandonada e num esquina viu Falkner, já na porta, se despedindo de um senhor já de idade. O líder lhe tratava com muito respeito e educação, apesar de todo o escândalo político que (talvez) lhe rondava. Pegou sua mão, fez uma reverência e se preparara para sair quando avistou Kiki, provando ter olhos de águia.

Assim que a viu, levantou o braço e deu um aceno para a garota, logo em seguida lhe fazendo um sinal para vir mais perto. Numa distância suficiente para se comunicar (sem ser aos berros), o líder falou:
- Ei Nakeisha, esse aqui é Juan - Apresentou-o e o velhaco emitiu um "boa tarde" com sotaque, algo Sinnohniano - E ai, o que trouxe para nós?!

Direto e reto. O "nós" foi curioso, né?! O próprio Juan não entendeu o tom, emitindo uma risadinha frente ao fato de que estava sendo englobado em tudo aquilo.

Era possível ver Juan congelando enquanto Nakeisha falava o que encontrava. Tim-tim por tim-tim! Quando falara sobre aço *& gelo, nada ocorreu, quando falara sobre o sedimento de dentro, o velhaco começou a ficar nervoso e, por fim, quando falara dos serezinhos, ele começou a tremer igual vara bamba. Quando Nakeisha finalizou com "responsáveis por isso", ele começou a andar nervoso para dentro de sua casa e procurar um corrimão para se apoiar:
- Acho que vou desmaiar - Disse, entre suspiros e procurando um lugar para se sentar. No final, não desmaiou, apenas sentou num sofá de entrada e esperou que Falkner corresse para dentro da cozinha e trouxesse água para ele - Você disse seres vivos minúsculos e congelam as coisas?! Não pode ser...

A voz ficava baixa, como quem estava prestes a passar mal mas se segurava. Depois de alguns golpes de água, as mãos ficaram mais bambas, mas a voz mais firme.
- Não é possível. Eu esmaguei, esfarelei e espalhei isso pela casa sem um pingo de cuidado! Não pode ser! - A mão nervosa ia da cabeça ao copo e do copo à cabeça. Ora ou outra ele molhava a testa com o suor do vidro cheio d'água. Falkner, começando a ficar preocupado com o que ouvia, foi pegar um pouco de água para si e para Kiki também. Era possível ver Juan oscilando entre a preocupação e a displicência neurótica, enquanto suspirava e pensava nos cenários.

O velhaco continuou devaneando "e se minha casa for congelada?"; "e se eu for congelado?"; "e se...". Não pararia até Falkner fazer um "Hã hã" com a garganta e chamar a atenção dele pela via da ignorância:
- Se não foi até agora, acredito que seu conflito seja com o tempo e não com os bichos - Falou em tom ríspido - Estiveram espalhados pela sua casa até agora e nada aconteceu, é melhor falar mais sobre o que você descobriu do que ficar chorando as pitangas.

O mesmo líder que era solícito e cordial com o idoso mudara da água do vinho, como quem dizia "seja funcional, seu velho!", porém com palavras mais corretas, se é que há palavra correta ou não. Fato é que o velho, acuado, abriu o bico e Nakeisha começou a entender porque diabos estava ali.

O arquiteto era também um colecionador de rochas preciosas, o que fazia muito sentido; se Kiki pesquisasse, descobriria que o background da polêmica praça foi recheado de intrigas sobre uma possível mina de Gemas e Diamantes no subterrâneo. Para construir, cavaram-na e  muito se especulava sobre o que Juan havia encontrado por lá. Enfim, não era essa a função dele ali, mas esta informação era um excelente contexto para Nakeisha: agora a garota sabia como Falkner pretendia obter informações sobre aquela pedra e que Falkner tinha um segundo exemplar daquilo e que havia dado a Juan.

Quer dizer, não era um Segundo Exemplar, era apenas 50% daquilo que Nakeisha tinha em mãos; ele literalmente dera a Juan para que ele partisse no meio e o troço repentinamente regenerou. O que Kiki estudou era apenas 50% do que Falkner recebeu da Jasmine.

Enfim, enfim. Vamos ao que importa?! As informações do velhaco foram um pouco repetidas com as de Kiki, mas ele não fez nenhum estudo microscópico ou milimétrico para achar vida naquele troço; ele apenas fez pesagens, dosagens e manipulações químicas/físicas. Com isso, descobriu que o objeto ao seu redor era majoritariamente de aço e mais algo (até então, nem sequer cogitara água; não deu importância suficiente ao vapor) e que dentro dele havia um fragmento de um mineral maior.

Sabia que era um mineral maior porque, diferente de Kiki, ele "degelou" toda a pedra e pôde perceber que havia uma grande incisão que não fora causada por nenhum objeto (ou pessoa) conhecido. Percebera que, pelo tamanho, aquilo foi partido de algo bem maior, talvez 10x maior, e pelo padrão parecia ser uma espécie de estilhaço.

Esse formato de Estilhaço enganava um pouco antes do degelo porque o Aço ao redor tinha uma relação refratária com a luz, fazendo-o parecer mais circular do que era. No geral, o objeto interior era pontiagudo no topo e roliço na base, revelando duas camadas heterogêneas no mesmo mineral. A parte de baixo era porosa e mais sedimentada, sendo um composto compactado de vários minerais juntos, como Bauxita e outras rochas com alumínio. No topo, a coisa mudava de história: era rígido e resistente como nada antes visto, muito mais que Diamante ou qualquer outra pedra que Juan já viu. Isso fazia o velho ficar encucado, afinal de contas, se é tão duro, como se estilhaçou em um (ou mais) pedaços?! Além disso, não fora difícil dividir aquilo ao meio com um corte mecânico, o que fazia o velho ficar cada vez mais encucado. No fim, falava, falava e fazia aquele movimento que já conhecemos: abria várias questões e não conseguia responder nada. O caso só ficava mais completo. No fim, fora Falkner que levou a mão no queixo e falou em voz alta:
- Não pode ser um Adamant Crystal? - Questinou o líder, tirando um riso do velho, que achava ser uma piada de Falkner. Quando ele notou ser sério, respondeu de imediato.
-  Você acredita nessas histórias mitológicas? - Deu de ombros e esperou ouvir um "sim".

Um silêncio se fez. Na história contada no Centro de Conservação de Hisui, se narra de uma forma original de Dialga, que carregava consigo um Adamant Crystal que fortalecia toda sua estrutura metálica. Lá se deixa claro que ninguém sabe o que aconteceu com este cristal e só se sabe da existência dele porque alguém o registrou em pinturas e livros. A hipótese é que, na guerra com GIlatina, o cristal foi implodido para que Dialga ficasse enfraquecido, mas há quem ache que o próprio cristal desejasse se (cor)romper.

No fim, Falkner balançara a cabeça e tirara essa ideia da cabeça.
- Desculpe, mas sabe o que dizem, né?! A única coisa mais dura que um diamante é isso... - Deu um suspiro um pouco pesado - Vamos pro ginásio, Kiki?! - Convidou a moça para caminhar com ele.

Quando Nakeisha falou o que tinha que falar, Falkner confirmou com a cabeça e emitiu um "uhum" confiante. Ele tinha certeza disso? Definitivamente não, mas estava decidido em confirmar: já bastava um surtado, não precisavam de dois ou três. Era melhor aquietá-lo, também para que nenhum alarde fosse feito. No mais, pouco restou do objeto que Juan recebera de Falkner e ele prontamente devolveu à Falkner num potinho, querendo "se livrar".

No caminho para o Ginásio, um silêncio foi o argamassa entre o líder e seus pensamentos, sendo inevitavelmente o mesmo silêncio que pairava entre ele e sua aprendiz. Depois de alguns longos minutos de caminhada (lenta), Falkner levantou o olhar para o céu e disse em voz alta:
- Sei que parece absurdo, mas não seria extremamente comum? - Perguntou à Nakeisha, mas também parecia ser uma pergunta para si ou retórica - Um grupo criminoso encontra um artefato raro com poderes desconhecidos. Entende e abusa para tirar vantagem de algo e depois esse mesmo artefato mágico pune eles... - Sim, não só era uma história comum em qualquer filme por ai, como também é uma história muito comum no mundo pokémon - ... não acha?

Havia coisas que Falkner poderia falar em voz alta, mas ele não sentia necessidade. Coisas como "intensifica a proteção dos seres vivos metálicos", "mais duro que diamante", "um raio instantaneamente imobilizou os pokémons em gelo-aço". Além disso, "cristal que não conheço", "seres desconhecidos com ele"...

- ... não parece que tanto os bichinhos quanto as pedras viajaram juntos? - Viajar era um termo muito amplo. Para dois "Mono Flying", era muito mais do que ir à um lugar que deseja - Minhas ideias estão se misturando e não sei se isso é bom ou ruim - Foi franco, mas antes de continuar deu uma pausa e olhou para Nakeisha nos olhos, quase que pedindo ajuda - As suas tão mais claras? Inclusive, que sacada incrível perceber os micro-organismos. Eu sabia que você era a pessoa certa, acho que nenhum outro aprendiz meu sabe minimamente como funciona um microscópio - Ele poderia falar "eu também não sei", mas não iria se expor pra isso. Falkner era um líder muito mais voltado à disciplina, o que englobava batalha e livros, seu laboratório era mera formalidade e exigência do comitê. Como a própria Nakeisha pôde perceber, já que estava abandonado, apesar de limpo e organizado.

Falkner olhou para Nakeisha e a ouviu como poderia ouvir. Emitiu 'uhuns' bastante convincentes e se mostrou um excelente ouvido. Quando esta terminou seu monólogo de tamanho médio, ele deu um pequeno sorriso e falou como um adulto de meia-idade, mostrando um pouco desta personalidade sisuda que até então tinha sido descartada:
- Na época que meu pai me treinou, eu vi muita coisa que ninguém iria acreditar... - Deu uma pequena pausa, como quem revisitava uma memória ou outra - ... e na polícia, vi outros tipos de absurdo. Sendo sincero, sinto falta dessas experiências, isso me ensinou a não duvidar de nada e nunca pagar pra ver.

Apesar do termo absurdo, o rosto de Falkner não se contorcera ou mostrara repulsa àquilo que estava se referindo. Podia falar por dias inteiros sobre todas as violências que presenciou nos seus curtos 4 anos como chefe da polícia, mas não era isso que ele recordava. No mais, ficou pensativo até chegar no ginásio e lá convidara Nakeisha para entrar em seu escritório. Já la dentro, foi sincero:
- Você fez mais do que eu imaginei que fizesse, a sua descoberta me deu novas ideias para investigar - Sua referência era aos seres vivos metálicos dentro do artefato - Por isso, atesto que seu dever foi cumprido.

A última frase fora dita enquanto Falkner abria a gaveta e arrumava algumas coisas sob a mesa. Nela, botara em fileira duas coisas: um Porta CD, um EXP Candy L e uma Iron Ball.
- Pode escolher sua recompensa, Nakeisha - Fez questão de pronunciar todas as sílabas.