[ROTA ATEMPORAL] UMA NOITE DE MACHOS

Quando fomos todos para a Praia, as meninas conversaram por alto que gostariam de fazer um tipo de "Festa do Pijama", mas não houve qualquer manifestação da parte dos rapazes de fazermos algo parecido. Mesmo que não fosse lá muito a nossa cara, eu acredito que um momento só com os caras ia reforçar nossos laços e deixar a Sociedade mais forte, como um todo. Sendo assim, fiz aquilo que precisava ser feito e que parecia mais óbvio! Tirei umas semanas para pesquisar várias informações do passado de cada um dos meus companheiros de Virtuum e comecei a preparar umas cartas misteriosas de autoria anônima, com dados bem específicas de cada um dos rapazes, tentando "chantageá-los" a se deslocarem para a Sede de Rinshin!

Claro que não seria só isso, né? Eu até que levo jeito para organizar coisas. Trouxe algumas paradinhas legais tipo: Jogos de Tabuleiro, algumas armas de AirSoft sem quaisquer tipo de Equipamentos de Proteção para acompanhar, além de muita comida gordurosa e ultraprocessada, como deveria ser. Eu até prepararia algum "mastigável" também, mas como eles cismam em duvidar da minha capacidade de adicionar Mariju nos alimentos, resolvi recuar nesse sentido. AH! Também marquei com o Seu Jubiscleiton do Karaokê-Bar bem raiz ali da esquina, informando que talvez aparecesse por lá com uns amigos. Ele disse que prepararia as melhores bebidas para todos nós e que até limparia os copos dessa vez. Chique, não?

Fazer todo o trabalho de decoração e arrumação era difícil, então tive que colocar meus Pokémon para pôr a mão-na-massa, pendurando bolas, bandeiras, forrando mesas, varrendo e limpando o chão, bem como janelas. Por fim, pediria aos meus queridos amigos Yamask, Drifloon, Mimikyu e Honedge para fazerem o trabalho mais sorrateiro, que era aplicar todo tipo de peça nos garotos que chegarem a fim de ir direcionando eles para o local certo. Nada como uns fantasminhas para animar o povo!

Enfim... Com tudo pronto, assumi o último passo, desliguei completamente a energia da Sede para que todos acabassem entrando no escuro e fossem direcionados para o Depósito onde eu havia montado a festa em si. Agora restava ficar de guarda ao lado do Disjuntor Geral e surpreendê-los quando chegassem até aqui.

QUE OS JOGOS COMECEM.

Era um dia atípico. Nem sempre o loiro exercia suas responsabilidades como treinador ás, dando algumas pausas depois de pouco mais de um ano como um nômade. Dessa vez, Nicholas jazia em seu quarto, com uma samba canção preta um pouco mais curta, uma camiseta retrô do Manchester United, seu adillete preto com listras brancas e uma meia preta até a canela. Na porta, um cartaz autoexplicativo com os dizeres “Se for entrar, bata na porta (a não ser que seja a Misy)", e esta permanecia fechada com o kantoniano em seu interior. A decoração do cômodo era com alguns pôsteres esparsos entre as paredes de séries e filmes que Nico é fã — deixo aqui alguns títulos como Game of Thrones, Oppenheimer, Interestelar, Peaky Blinders e por aí vai. Na mesa que residia seu computador repleto de LEDs — além do monitor de última geração e um PC absurdo comprado no cartão do Shion —, algumas actions figure e bonecos funko.

— Dropa AK aí. Aí smoka mid que antes de entrar, eu vou bangar banana. Vamo dominar meio e rushar B quando o tempo tiver acabando — até pediria para falar português, todavia, é a linguagem que se usa quando está jogando Counter Strike online.  

Era uma partida ranqueada de um jogo de tiro online que o loiro usava para descontrair quando jazia nas bases da sociedade. O time fazia a sua compra, Nicholas recebia a arma solicitada e preparavam para a jogada — e como adendo, deixo o nome online do treinador: n1ckG0D. Eram jogadores aleatórios por parte de todo o mundo com uma ligação no Pokécord. A estratégia se iniciou e o kantoniano compenetrado em sua função como o agressivo do time. Matou o primeiro que viera ao seu encontro, e então, caiu a bomba de fumaça, o sinal para começo do avanço no bomb B.

Devo dizer que por isso não deu corda a uma carta que chegara ao seu lado, onde repousara o papel para poder ler depois. No entanto, quando iniciou a jogada definitiva, toda a luz da base caiu, consequentemente desligando seu computador e a internet. Ah, aquele seria o último round do desempate também.

Naquele momento, quem jazia na base ou em seus arredores, independente da distância, ouviria um gutural berro mesmo com sua porta fechada. Diria que até mesmo Giratina e Darkrai se assustariam com aquilo.

— QUEM FOI O FILHO DE UMA PUTA? — tão alto quanto gritou, proferiu baixos xingamentos a um provável responsável àquela catástrofe que é cair no meio de uma partida ranqueada. — EU IA PEGAR GLOBAL, PORRA! BALERDROCH, CHAMA TODO MUNDO AQUI, AGORA — seu inicial jazia no seu quarto e parecia bem assustado com a voz de seu treinador, que poderia soar doce quando o mesmo cantava. Todavia, esse não era o caso. — TÁ NA HORA DE CAÇAR O ARROMBADO POR TRÁS DISSO.

Iluminado pela chama em sua cauda, o réptil alado foi de um em um para chamá-los para a mais nova inquisição de Nicholas: buscar o responsável pela queda de energia. O coitado parecia realmente assustado, e mesmo de longe, todos os monstrinhos do kantoniano responderam ao seu chamado.  

Nicholas abriu a porta com tudo e começou a calcorrear pela base quase despertando o sharingan. Junto dele, alguns de seus monstrinhos mais poderosos: Hermos, Vijam e Mithra, com Balerdroch um pouco mais atrás ainda amedrontado pela postura agressiva do loiro.

Seja quem fosse o responsável, espero que tenha uma boa desculpa para tal, antes que acabe em morte.