Entreguei a fruta para ela e a mesma comeu com dificuldades. Aos poucos recuperava sua energia, o que significava que eu havia cumprido minha missão. Era esse o tipo de coisa que um criador fazia? Eu me perguntava. Embora não fizesse parte da classe, tinha grande apreço para quem se dedicava à criação.

De repente, um barulho veio de um dos ovos. Percebi certa vibração vinda do mesmo, me deixando curioso. Será que... Uma rachadura surgiu e, em alguns segundos, o ovo se quebrou totalmente, revelando a figura de um pequeno Weedle. A mamãe pokémon olhava para sua cria de forma terna. Aos poucos os outros ovos foram se rachando até que enfim três pequenas lagartas rodeavam a pokémon casulo, alimentando-se do resto da Berry que a dei. Nunca pensei que presenciaria cena tão bonita.

– Acho que você quer ficar sozinha com seus filhotes agora, certo? – Dizia enquanto fazia carinho na cabeça da Kakuna – Estou indo. Espero que eles se tornem tão fortes quando você. – Despedi-me com um sorriso e me levantei. Tinha pensado em capturá-la, mas não poderia fazer. Seu lugar agora era ali, cuidando dos seus filhotes. Assim, retornei ao meu destino, indo em direção a Pewter.

Continuei caminhando por aquela densa floresta. Havia muito chão até Pewter ainda e eu começava a ficar com medo de me perder e nunca mais sair dali. Seria bom que, assim como a outra floresta, aqui tivesse um portal que me jogasse diretamente para a famosa cidade cinzenta.

À medida que avançava, a floresta parecia ficar mais escura. Olhava para cima e, quando conseguia ver alguma coisa que não os troncos longos e as folhas encobrindo o céu, via algumas poucas nuvens. Estaria anoitecendo? Me perguntava enquanto avançava. Não poderia perder tempo ali.

Seguia meu caminho quando vi um estranho objeto rosado saltando por aquela paisagem verde. Cocei a cabeça, tentando decifrar o que era aquilo. Parecia com uma... Ah não é possível, nunca ouvi falar que elas fossem encontradas por aqui. Confuso, saquei a pokédex e apontei para coisa que estava de costas enquanto me aproximava. Seria possível uma Chansey naquela floresta? Pelo comportamento daquela, aparentava ser selvagem.

Era realmente uma Chansey, nunca pensei que veria alguma fora dos centros pokémon. A mesma ouviu o bip do meu aparelho e, aparentemente assustada, começou a correr. Guardei a pokédex no bolso, procurei por uma pokéball em minha mochila e passei a correr atrás da mesma.

– Eii, espere!! – Pedia, sem parar de correr. – Vá, Ekans! – Exclamei jogando a esfera da serpente no ar. – Não deixe com que ela se perca dos nossos olhos. – Ordenei a pokémon serpente.

Não seria difícil, pensava. A Chansey não era muito veloz e ainda tinha cuidado para não quebrar o ovo em sua barriga.

– Acalme-se Chansey. Não pretendo fazer-lhe mal. – Avisei em um tom calmo. Ela parecia selvagem e, como era rara naquele lugar, poderia cair em mãos erradas. Nem eu mesmo sabia minhas intenções com a mesma, uma batalha seria ideal e quem sabe uma captura? Assim eu poderia encontrar um treinador confiável para ela.

Ekans não era bem o tipo de pokémon confortante. Por gostar tanto de pokémons venenosos, tinha esquecido o quão repulsantes eles poderiam ser. Mas era sorrateira e no chão poderia ser rápida. A Chansey viu-se encurralada pela ofídia e, bastante assustada, procurou por uma nova rota de fuga. Assim que percebi suas intenções de fugir pelo mata, pedi para que minha parceira entrasse em ação.

– Ekans, use o Poison Sting na frente dela para impedir com que ela avance. – Pedi. – O que acha de uma batalha, Chansey? Se vencer, prometo deixar com que parta para onde quiser. Se perder, prometo encontrar um treinador que a trate bem.