#6 Indo além de Pewter! O treinamento continua!

OFF: Acho que sim... Acho. -q

Quando o pequeno lagarto voltou a ficar lado a lado de seu treinador, Magust não podia acreditar, e não deveria. Parecia que o pokémon de fogo havia mudado de ideia novamente. Será que algum dia Fire iria voltar a falar com Magust? O menino esperava que sim, mas quando? O garoto achava que aquilo seria passageiro, mas para ele, já estava durando de mais.

Logo, quando Fire mudou de ideia, o menino o viu sumindo, e não sabia para onde. Ele começou a suar frio, começou a ter seus batimentos cardíacos acelerados. Ele olhava ao seu redor com uma terrível cara de preocupação. Ele havia perdido Fire de vista.

- Fi-Fire! – Falou o menino, com a voz tremula. O que era para ter sido um grito, agora parecia mais um sussurro. O treinador voltou a ficar preocupado, e reuniu todas as suas forças num único grito. – Fire!!! – Gritou o menino, quase se esganando para fazer sua voz ficar mais alta.

O menino ficou ali, esperando uma resposta. Logo, o silêncio da Rota 3 fez seus olhos marejarem, fez seus músculos desmancharem como areia. O que havia acontecido com o jovem Fire? O menino reuniu forças novamente, e agora, nada iria o fazer parar, quando o mesmo correu para dentro da mata, onde viu seu Charmander adentrando para um encontro com o inesperado.

O garoto correu para a mata. Os galhos abriam rasgos por seu corpo. Mas nada que pudesse superar a dor de perder seu melhor amigo, quem sabe pra sempre. O menino gritava o nome de seu Charmander mais uma vez, em desespero. Parecia que a qualquer momento, ele iria arrebentar suas cordas vocais. Estava no seu limite.

O menino chorava como uma criança. Seus músculos voltavam a se desmanchar como areia. Ele iria perder seu melhor amigo do mundo por causa de uma simples captura? O menino naquele momento poderia trocar mais de um milhão de Croagunks só para ter de volta seu amigo.

O menino se encostou junto a um tronco de árvore. Suas pernas foram se desmanchando como a mais pura água que ele um dia houvesse visto. Seus músculos relaxavam de vez, e a madeira rosando em suas costas lhe fazia ferimentos, que eram harmonizados por suas roupas, que ali se rasgavam como uma tesoura com uma simples folha de papel.

O menino chorou. Era a primeira vez que chorava, desde que perdeu seus pais. Para que ele iria chorar? Isso não iria tocar o coração de pedra de sua madrasta, mas naquele momento, chorar ou não, não era uma opção. As lágrimas simplesmente desciam por suas bochechas, e tocavam seus ferimentos. O que ele iria fazer? O garoto arranjou forças para o que seria seu último grito para chamar seu Charmander, mas logo, sua concentração foi interrompida por um grito familiar.

O garoto sabia de quem era aquele grito típico de Charmanders, com um toque especial. O toque de Fire. O menino inclinou-se para frente, estava disposto a levantar, talvez até mesmo rastejar para o encontro com seu amigo.

Porém não foi preciso. Logo, um Charmander, abusando de toda sua velocidade, rasgava o encontro das folhas de um arbusto, e logo se pregava ao peito de Magust, como um martelo pregava alguns pregos. O menino o abraçou. Cansaço algum iria estragar aquele momento. Fire estava assustado, tremulo. O garoto quase não acreditava que tinha seu pokémon de fogo novamente em seus braços.

E então, um velho saia de onde estava Fire, e pegava novamente seu esfregão, que quase havia acertado Fire. O velho disse uma frase, e então, Magust já tinha noção do que se tratava, mas tudo que importava pro menino agora era seu Charmander. Naquele momento de desespero, o certo e o errado simplesmente não existiam.

O menino girou seu corpo, num movimento que dava suas costas ao velho, e deixava seu Charmander protegido. O menino chegou perto da cabeça do animal, e logo sussurrou.

- Nunca mais. Eu disse, nunca mais, saia de perto de mim assim. – Falou o garoto, e logo voltou sua atenção ao velho. – Para pegá-lo, só por cima do meu cadáver. – Disse o garoto. – E afinal, quem é você? E por que fez isso com meu Charmander? – Terminou o treinador, com uma mistura de dor e raiva em sua voz.

O menino sabia que a resposta era clara. Maçãs. Mas nada o faria acreditar no certo ou no errado, enquanto sentia seu Charmander tremendo de medo em seu peito.

Última edição por 'Man em Seg maio 13 2013, 10:01, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Errinhos de escrita e.e -q)

Pokémon e Treinador, juntos novamente, finalmente. Magust tinha a consciência da necessidade que seu companheiro possuía de ter sua mínima proteção, principalmente ao sentir seu corpo trêmulo e assustado, encolhido em seus braços. Um mero giro de cento e oitenta graus foi o bastante para esconder o próprio olhar da direção do homem ali presente.

Seus braços trêmulos apertaram fracamente a salamandra de fogo contra o peito, aproximando a boca de seu ouvido e sussurrando-lhe uma ordem direta. O animal ergueu o olhar, que agora jazia marejado e as lágrimas ameaçavam escorrer a qualquer hora. Ele assentiu, se encolhendo ainda mais contra Magust, que virava o rosto para o homem, frustrado, física e psicologicamente ferido, exausto. Suas falas saíam de sua boca sem quê o pensamento lógico pudesse intervir. A mágoa dominava o coração do jovem e essa era uma força poderosa. Não importava de quem era a culpa. Importava a situação.

- O "minino num" vai "mim dá" o "bichim" não, é? "Si" o "minino num mim dé" o "bichim disavregonhado", eu "vô tê" que "tirá o bichim do minino"! "Circcir", "véim prá" fora, belezura! - O velho concluiu a frase, atirando uma esfera bicolor para cima. Esta partiu-se ao meio, impulsionada por um raio esbranquiçado que logo atingiu o chão, aos poucos tomando a forma de um animal de estatura mediana, provavelmente do tamanho de Fire.

Aos poucos, sua opacidade e colorações eram definidos. O pequeno animal possuía uma bela e perfeita tonalidade branca, com um suave cinza nas pequenas exceções da primeira cor. Ele sorria, um sorriso singelo e doce, enquanto as mechas que saíam de seu corpo traziam uma bela decoração para o espécime. Uma de suas patinhas segurava uma das madeixas suavemente contra o pescoço, trazendo-lhe uma bela aparência. Era quase... Angelical. Obviamente, era um perfeito contraste com seu provável dono ali em pé, que ameaçava os outros com um esfregão.


O animal emitiu um suave som de "Cin...", olhando de forma confusa para os dois aliados à sua frente, que logo metamorfoseou-se em um olhar de preocupação ao ver seus estados. Claro que tal fato era impossível passar despercebido, ainda mais pelo pequeno animal ter se aproximado alguns passos antes de ser impedido pela voz do velho.

- "Circcir", "num" é "prá tê cumpaixão dus inimigo"! "Vâmu pegá as nossa" maçã que "tú ajudô a prantá cum" tanto "amô" - O velho falou em sua linguagem torta e desengonçada, enquanto o espécime olhava com pesar para Treinador e Pokémon, cobrindo levemente a boca com as patinhas. Agora, a tristeza também estava presente naquele olhar, afinal, haviam sido roubados, não é verdade?

E agora, o quê aconteceria? Provavelmente só restaria a batalha... Ou não?

Em mistura de calma e curiosidade, o jovem rapaz retirou seu avermelhado eletrônico do bolso. A lente digital do objeto cautelosamente foi mirada na direção da graciosa criatura, e um "Bip" inundou o ar, ao passo que uma voz robótica rasgava a barreira do som, indicando as informações do doce espécime que ali presente se fazia.

Cinccino
Chillaccino

Seu pelo branco é revestido por um óleo especial que torna mais fácil para eles desviarem de ataques.

O jovem resguardou seu aparelho no mesmo lugar onde antes este permanecia e, olhando pesarosamente para o espécime à frente, desculpava-se quase em um sussurro. A pequena salamandra de fogo adiantava-se para fazer o mesmo. Cinccino apenas olhava meio sem saber como deveria reagir, mas um rosnado do velho e o erguer de um esfregão acabou por fazer Fire recuar, escondendo-se atrás de seu dono.

O jovem estava preocupado e hesitante. Não pretendia batalhar com o espécime perdido e confuso à sua frente, mas aquele homem não estava disposto a recuar... Com peso no coração, ele deu suas ordens em um murmúrio, consequentemente recebendo um olhar irritado de Fire. Ele realmente o faria batalhar contra Cinccino?! Mesmo a contragosto, Charmander avançou alguns poucos passos, olhando hesitante para sua mais nova oponente.

- "Taír Israpi e Tiquíle, Circcir!"

A pequena hesitou. Devagar, ela aproximou-se de Fire. No entanto, ao invés de conceder as ordens de seu treinador, ela simplesmente abriu os braços e abraçou o animal. Magust entrou em choque, sem saber o quê fazer. Mas as coisas estavam um pouco atrasadas... Assustado e com o pensamento fixo em quê a pequena atacaria, Fire investiu contra esta em uma forte cabeçada, fazendo-a cair contra o chão em recuo, meio assustada. (Headbutt)

As lágrimas se acumularam nos olhos de Cinccino antes de deslizarem por sua face. Sem mais contestamentos, o animal hesitou, mas saltou contra Charmander, esfregando suavemente sua cauda no corpo do animal e recuando, segurando ambas as patinhas e fixando o olhar no chão. O choro ainda demarcava-se em seu rosto, ao passo que o estágio de ataque e defesa de Fire recuavam em um estágio. (Tickle)

Um brilho fraco inundou o olhar de Charmander, e ele mais nada fez para contra-atacar. Infelizmente, a batalha já havia começado, então... Seria tolice tentar estancá-la.

E agora?

Hora da Batalha
Campo: Uma estrada de terra batida. Gramíneas ocupam a lateral esquerda de sua margem, ao passo que árvores altas dominam a direita. O Sol está com uma luz opaca no céu manchado por nuvens cinzentas, e uma chuva fina começou a cair.

	Vs.
Cinccino (F) Trait: Cute Charm Lv. 12 80% Status: Normal		Charmander (Fire/M) Trait: Blaze Lv. 11 100% Status: Passionate; -1 Attack; -1 Defense

Magust ouviu o “velho do esfregão” dar suas ordens confusas a Cinccino. Uma face de dúvida brotou sobre o rosto do menino no mesmo instante. Ele não conseguia decifrar os ataques mandados pelo velho, com suas palavras confusas e desajeitadas. O que o velho tenha dito iria funcionar? Sua pokémon iria o obedecer?

O menino olhava os dois pokémon com certo peso na consciência. Eles iriam mesmo batalhar? Aquilo não parecia o caminho certo para se livrar do peso de “furtar” as maçãs do velho, mesmo que tivesse sido um grande equívoco. Mas o senhor não estava para conversas. O que seria de Fire se o moreno não tivesse chegado na hora para salvá-lo? Mesmo assim, não parecia certo, era mais que claro que a pobre Cinccino tinha um pensamento diferente sobre o Charmander e o menino, aliais, muito mais diferente que seu dono, e isso foi mostrado em apenas um gesto, que deixou o jovem treinador pasmo.

A Cinccino aproximou-se vagarosamente do pokémon de fogo, mas então, apenas o abraçou.

...

O que teria sido aquilo? Aquilo era o ataque que o velho tinha ordenado? Aliais, existia um ataque do tipo? Parecia tão... Puro. Não, aquilo não era um ataque, era um gesto de compaixão e perdão. O menino olhou a cena, com seus olhos esbugalhados, e o coração se derretendo em vergonha, e o peso na consciência parecia que o iria afundar ao chão da Rota 3.

Infelizmente, Fire teve o mesmo pensamento, pelo menos em parte, que seu treinador teve. Ele parecia achar que estava sendo atacado, e logo revidou com um movimento físico, mas não um abraço ou um gesto de carinho... O Charmander acertou sua cabeça no animal, que caiu para trás, assustada.

Agora, desculpas não iriam fazer mais efeito. Magust não teve tempo de impedir seu Charmander, que agora tinha os mesmos sentimentos que seu treinador, e talvez os seus tivessem vezes dois aos de seu amigo.

A Cinccino então se levantou, e podiam-se ver as lágrimas em seus olhos. Ela havia sido atacada... Por nada. Logo, o animal revidou o ataque, mas com... Cócegas. Mas diferente do abraço, aquilo era um movimento de batalha. Por último, um brilho apareceu no olhar da salamandra. O que poderia ser aquilo?

O treinador entrou em choque. A pequena Cinccino apresentou-lhes um movimento de carinho, e eles revidaram com um movimento de batalha. Aquilo parecia monstruoso na cabeça do menino, que tipo de monstro faria tal coisa? Sua madrasta. Ele estava se tornando um monstro igual sua madrasta? Ele balançou a cabeça negativamente, tentando esquecer sobre esse pensamento. Ele detestava a mulher que “cuidou” dele a partir de certa idade, na verdade, ele não “cuidou”, ela apenas o trancou, o isolou de tudo e de todos.

O que fazer? O brilho nos olhos de seu Charmander só poderia significar uma coisa. Paixão. Ele agora estava apaixonado pela Cinccino. Será que havia sido a habilidade do bicho? Bem, aquilo não importava, mas agora o menino teria que reverter o efeito do status. Afinal, agora, a Cinccino estava magoada, e não iria adiantar de nada que Fire apanhasse ali, feito um bobão apaixonado, sem ao menos poder se defender. Ele olhou para os céus, buscando ajuda.

Como o menino evitaria a paixão de seu Charmander pela adversária, se nem ao menos ele sabia o que era o sentimento? Ele nunca havia se apaixonado, aquilo seria um desafio para o jovem.

Sem se aprofundar nos seus pensamentos sobre a paixão, ele preparou-se para dar suas ordens ao Charmander apaixonado, e agora, ele teria que contar com a sorte.

- Fire, não se deixe cegar pela paixão! Lembre-se, isso é só um pretexto para que ela possa te atacar, não haja como um bobo apaixonado. Tenha certeza que se ela vier a sua direção, é para te machucar! Eu sou seu amigo, eu sei o que estou dizendo, tem que confiar em mim! Tem que sair dessa! Vamos Fire, não quer perder, certo? – Falou o garoto. O menino havia usado tudo que podia lembrar para tirar seu amigo do transe da paixão. – Agora garotão, espere-a atacar, só atacaremos quando ela vier te atacar. Quando isso acontecer, afaste-a de você com um poderoso Ember, e então, use um Smokescreen para atrapalhar a visão dela, desvie de seus golpes e esconda-se nas árvores mais próximas, tente alternar entre elas! – Terminou o jovem.

Agora, era contar com a sorte. A parede de fumaça talvez pudesse fazer o Charmander ter dificuldade de ver a Cinccino, o que talvez o pudesse quebrar sua paixão por ela. Ao final de suas ordens, o treinador encarou o velho do esfregão, como se quisesse ler seus pensamentos.

Em vão, o jovem treinador procurava traduzir as ordens e palavras do velho homem que há pouco os ameaçara com um esfregão. Como poderia proteger-se contra algo que simplesmente não entendia? Ele respirou fundo. Sinceramente, não concordava com aquele confronto, mas o quê poderia fazer? O homem não estava nem tentando um acordo de paz... O quê poderia fazer contra isso? Nada.

Porém, ao notar as ações de Cinccino, uma grande e gorda bigorna afundava em sua mente. A pequena havia-lhe passado um gesto de carinho e acabava retribuindo com... Um movimento de batalha. Em choque, Magust observava aquilo sem mais saber como agir. Vários pensamentos corriam-lhe pela mente enquanto lembrava-se de inúmeras situações terríveis. Até mesmo sua madrasta viera-lhe à mente...

Engolindo a seco, a atenção do garoto foi voltada para o brilho no olhar de sua pequena salamandra de fogo. O quê era isso? Fire havia apaixonado-se? Seria isto algo relacionado com a habilidade de sua mais nova adversária? Bem, nada mais poderia fazer. Cinccino estava magoada e não poderia permitir-se que Charmander acabasse apanhando feito um tolo apaixonado.

Respirando fundo, deu as ordens para seu companheiro inicial e melhor amigo, assim como deixando alguns lembretes no ar. Fire assentiu mais ou menos com um pequeno movimento de cabeça, ainda com o olhar fixo na jovem e dócil Cinccino. Ele sorria de modo abobado, mas balançou a cabeça com o mínimo pensamento de ser derrotado. Não, isso não poderia permitir...

Cinccino observava-o com preocupação. Ela aproximou-se de Fire e tocou-lhe levemente o rosto em uma suave carícia, arrependida por seu avanço. No entanto, assim como as ordens haviam lhe sido firmadas, Fire abriu a boca, enquanto diversas bolas de fogo saíam rapidamente de sua garganta, atingindo a pequena animal e a fazendo recuar em um grito de dor. (Ember)

Charmander cobriu a boca com ambas as patas. Mais uma vez. Um gesto de carinho, retribuído com uma ofensiva horrenda. Tanto treinador quanto animal não conseguiam acreditar, processar aquela louca informação. Cinccino era diferente de todos que já haviam enfrentado e, mesmo que houvesse apenas lhes distribuído carinho, fora atacada impiedosamente. Sinceramente? A salamandra não queria mais batalhar, e já mostrava indícios disso ao recuar alguns passos, assustado.

- Tá "veno, Circcir"? Esse povo só "qué si porveitá di nóis! Vamú revidá" isso, "benhê"! - O velho falou, começando a se irritar - Roquí Brastí e Tiquíle!

As lágrimas escorriam pela face de Cinccino, que observava a ambos os oponentes de forma completamente magoada. Ela não conseguia entender. De tudo fizera para evitar um confronto, mas os companheiros ali não ajudavam... Baixando o olhar e mordendo os lábios, ela ergueu suavemente as patinhas após tocar o solo, fazendo rápidos movimentos em direção de Charmander. Formas prateadas e giratórias partiram de suas patas, acertando em cheio o animal de fogo, que foi atirado para trás, embatendo contra uma árvore e levando cortes extras. No mesmo segundo, mais formas geométricas idênticas às anteriores atingiram o corpo da salamandra, que gritou de dor, ofegando. (Rock Blast {2 Hits})

Mesmo ferido, Charmander virou o rosto, negando-se a concluir as ordens de seu treinador, destruindo as oportunidades de ocultar-se com a cortina de fumaça que se ergueria. Assim como Cinccino, que fitava o animal com certa mágoa, mas não avançou para a segunda ofensiva. (Smokescreen/Tickle)

Hora da Batalha
Campo: Uma estrada de terra batida. Gramíneas ocupam a lateral esquerda de sua margem, ao passo que árvores altas dominam a direita. O Sol está com uma luz opaca no céu manchado por nuvens cinzentas, e uma chuva fina começou a cair.

	Vs.
Cinccino (F) Trait: Cute Charm Lv. 12 70% Status: Normal		Charmander (Fire/M) Trait: Blaze Lv. 11 58% Status: Passionate; -1 Attack; -1 Defense

Em estado de choque, o treinador engolia a aridez em sua garganta. Seu corpo tremia, e o peso em sua consciência revelava-se cada vez maior. Sinceramente, aquilo era terrivelmente vergonhoso. Durante todos os turnos que se passaram até agora, apenas gestos de carinho haviam sido dados para Fire. Como foram retribuídos? Com ofensivas, ferimentos. Violência. Tais atos eram como explosivos no subconsciente de Magust; O garoto saíra de sua cidade natal para fazer o certo e nada mais. Aquilo era o certo? Pode apostar que não. Machucar e magoar tão dócil animal estava fora de seus planos, completamente.

Respirando fundo, ele acabava de optar por algo que provavelmente mudaria seu destino, talvez até o de Cinccino. Avançando após recuperar-se mais ou menos das lágrimas que umedeciam seu rosto, o garoto encarava fixamente o homem que ali estava, sob os olhos reprovadores e até mesmo curiosos da pequena salamandra de fogo. Afinal, ele iria mesmo prosseguir com aquela batalha louca?

No entanto, um sorriso fraco e calmo tomou os lábios do pequeno Charmander ao finalmente entender a posição de seu treinador. Cinccino também sorriu, com um brilho diferente no olhar, indecifrável. O velho o encarou irritado, antes de avançar lentamente na direção do treinador, e tacar-lhe uma esfregãozada na cabeça.

- "Muléqui" tem "qui aprendê" a "controlá" o "bichim menó!" "Bichim menó" deu "perjuízo prá Circcir!" - O velho falou meio irritado, antes de ir contra Charmander, pronto para dar-lhe uma carreira de esfregão. No entanto, quem impediu desta vez foi a própria Cinccino, que o olhou e negou levemente com a cabeça. O homem bufou meio irritado, fazendo um som estranho com os lábios - "Circcir" vai "arresorvê" o "probréma intoncis". "Vô ti isperá" lá na "prantação" - O homem acrescentou, revirando os olhos e apoiando o cabo do objeto no ombro, andando de um jeito torto e desengonçado para as moitas, antes de simplesmente desaparecer.

A pequena respirou fundo, caminhando até o treinador e estendendo-lhe a patinha, sorrindo. Ao ver Magust abaixar-se e estender a mão, impediu-lhe de tocar a própria pata, tocando fracamente as costas da mão do rapaz, tocando a própria pelagem com a pata livre. De lá, retirou um pequeno saquinho rosado e um tipo de pastilha esverdeada, pousando os objetos na mão do treinador e o soltando após dar-lhe um pequeno abraço.

A seguir, caminhou até a pequena salamandra de fogo, tocando seu queixo e beijando levemente sua bochecha, acariciando-lhe o rosto e sorrindo, antes de dar um pequeno aceno e sumir lentamente por entre as folhagens, na mesma direção que seu dono partira, deixando para trás apenas as lembranças e os presentes resultantes de um doce encontro.

E agora, o quê o garoto iria fazer?

O sol já estava prestes a se pôr quando o garoto caminhava rumo à cidade de Pewter. O cansaço envolvia-lhe os músculos, assim como os de seu pequeno Charmander, que agora arranjava carona nas costas de seu treinador e amigo.

Várias surpresas haviam encontrado-lhe na Rota 3; Inclusive uma inesperada oponente que acabou por revelar-se uma dócil companheira, ainda que não lhe fosse permitido capturá-la.

Só uma única pergunta rondava a mente do jovem treinador:
O quê aconteceria daqui para frente?

~ Rota Trancada ~