Capítulo 2: Treinamento

Bingo! Usar o ambiente de batalha a seu favor foi uma estratégia genial. Enquanto os pokémons de Blake não aprendiam golpes mais poderosos, com certeza seria necessário ser criativo nas batalhas.

Para a sorte do garoto, sua pequena Skylar demonstrava ser uma batalhadora nata. Fora de batalha ela costuma ser agitada e escandalosa, mas durante a batalha ela sabia como focar sua energia.

Como o treinador viu que a estratégia funcionou, não deu outra: como diz o ditado popular, não se mexe em time que está ganhando, então decidiu repetir a jogada.

- Skylar, você está indo muito bem! Continue usando seu golpe Uproar de longe e tome cuidado com qualquer investida de Mankey! Evite as pedras e árvores, porque de lá ele pode te atacar...

Assim que Skylar levou uma pedrada, o coração de Blake disparou. O impacto aparentemente foi forte e a pequena ave quase caiu na água. O treinador chegou a suar frio só de pensar numa possível tragédia.

- Skylar, você está bem? - Blake perguntou, preocupado com o bem estar de sua companheira.

O pokémon alado piou animado, demonstrando que já estava pronta pra próxima. Blake respirou aliviado e conseguiu focar de volta na batalha. Reparou que Mankey estava cansado e que a batalha logo teria um fim. Seria uma boa idéia tentar um ataque direto?

- Skylar, voe em círculos em volta de Mankey para deixa-lo confuso e no momento mais oportuno, ataque-o diretamente com Tackle!

A estratégia de Blake deu certo e enfim o pequeno Mankey foi nocauteado. Só que algo inesperado acabou acontecendo: a investida final de Skylar no seu oponente foi tão potente que derrubou o primata da água. Ao ver o pokémon lutador se debatendo na água, Blake se desesperou, não sabia ao certo como agir. Se deixasse o primata se afogando, com certeza iria morrer.

O treinador não pretendia capturar o Mankey, então utilizar uma pokébola seria o último recurso que utilizaria. Decidiu então liberar Sheldon de sua pokébola. Assim que ele saiu, Blake utilizou uma potion no pequeno réptil aquático para que retardasse um pouco os efeitos do envenenamento.

- Sheldon, sinto muito ter que pedir algo para você nessas condições... - Disse o treinador, se ajoelhando e encarando sua mascote nos olhos. - Mas é que a vida daquele Mankey está em jogo. Queria que você nadasse até ele e o puxasse de volta para cá.

O Squirtle fez um sinal positivo com sua cabeça, mergulhando no lago e indo até a direção do Mankey, na intenção de resgata-lo.

Para a felicidade de Blake, o resgate do Mankey foi bem sucedido. Apesar de estar envenenado, Sheldon conseguiu nadar e puxar o pokémon primata para a beira do lago sem grandes problemas, salvando a vida dele. O treinador se aproximou do seu adversário derrotado e viu que o mesmo estava respirando, sinal de que estava bem. O treinador ficou aliviado, jamais iria se perdoar se algo tivesse acontecido com aquele pokémon.

De repente, a chuva que agora pouco estava caindo lentamente pelo céu começou a ganhar força, com gotas caindo mais frequentemente. Era questão de tempo para que uma forte chuva chegasse na rota. Definitivamente, o melhor para se fazer agora era retornar para Viridian o quanto antes.

Blake agradeceu a seus pokémons, os retornou para suas respectivas pokébolas e pediu desculpas para o pequeno Mankey. Se não fosse um pokémon de natureza tão agressiva, até tentaria coloca-lo de baixo de uma árvore ou algum local seguro. Blake não tinha interesse de capturar o primata e ficou com peso na consciência em deixar ele lá, debilitado, na beira do rio. Mas infelizmente isso faz parte da vida de um treinador e Blake precisaria se acostumar com esse tipo de situação.

Por fim, tomou o caminho de volta para Viridian, tomando cuidado para não escorregar ou cair na lama e nas poças que estavam começando a se formar com a chuva.