Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 3: Lembranças

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Off: Já disse no chatbox que adorei sua idéia, né? Depois de muito pensar, decidi a direção que vou seguir na história da amnésia. E é muito bizarra.
E aí vem um post meloso e cheio de mimimi para a história do meu personagem. Era algo que eu queria fazer para introduzir de uma vez uma NPC, que ainda estou na dúvida se boto como rival ou como parceira. :3
E eu já peço desculpa pelo post monstruoso. ;-;





De repente, Blake se levantou. Seu corpo estava dolorido, sentia algo que parecia uma forte corrente elétrica percorrer por suas veias. Não sabia exatamente o que havia acontecido naquele momento. Tudo que lembrava é que minutos atrás havia sentido medo e, principalmente... solidão.

Várias memórias percorriam por sua cabeça, mas nenhuma delas era relacionada a Kanto. Esqueceu da conversa que teve com seu ídolo Prof. Oak. Esqueceu de seu fiél e medroso parceiro Sheldon, assim como seu amigos Skylar e Duke. E esqueceu até mesmo de seu novo objetivo de vida.

Tudo que o jovem lembrava era que estava vivendo uma vida feliz em Hoenn, trabalhando em um projeto importante com o Professor Birch. Estava muito feliz profissionalmente, ganhando sua vida com algo que gostova muito e, de sobra, com boa companhia. Os assistentes de laboratório o tratavam como um irmão caçula e seu ambiente de trabalho sempre era descontraído.

Porém, as várias lembranças que tomavam sua cabeça naquele momento revelavam que apesar de ter uma vida feliz em Littleroot, havia uma mistura de sentimentos que existiam, mesmo que escondidos, na cabeça do treinador: uma mistura de arrependimento e rancor. Tudo relacionado – como de costume – à aquela garota loira dos olhos verdes: Miranda.


~x~

Miranda. Só de pensar nesse nome o coração de Blake disparava. Se conheciam desde a infância, em Slateport, aonde eram vizinhos. Com o passar dos anos, os laços foram se estreitando e ali surgia uma forte paixão que, por imaturidade de ambos, acabou sendo reprimida por um bom tempo.

Acontece que, junto dessa paixão de Blake e Miranda, a vida colocou mais duas grandes paixões paralelamente no coração desses jovens: ele caiu de amores pela ciência; ela, pela aventura e adrenalina. E foram essas paixões paralelas que ruiram uma relação tão bela.

Quando fez 17 anos, Miranda decidiu que iria iniciar uma jornada pokémon por Hoenn acompanhada pelo Mudkip que havia ganhado de seu pai. Assim que descobriu que sua amada iria partir, o jovem de cabelos castanhos enfim declarou seu amor pela loira. Dividida entre realizar um sonho ou alimentar sentimentos, a garota optou pela primeira opção e foi embora sem nem se despedir de Blake.

Depois disso, longos meses de tristeza acompanharam o aspirante a cientista. Abandonado, acabou por alimentar seu amor pela ciência e se formou em biologia pokémon.

Até que, 2 anos depois, a situação se inverteu: Miranda havia se tornado uma grande treinadora, inclusive ganhando todas as insigneas de Hoenn. Havia decidido retornar para sua cidade natal e viver uma nova aventura: uma vida ao lado de seu grande amor. Mal sabia a treinadora que Blake havia recebido uma proposta de emprego em outra cidade e ele, rancoroso, foi embora sem se despedir.

Os dois ainda se encontraram algumas vezes desde então. Mas parecia que havia algo faltando. No fundo, a chama da paixão ainda queimava dentro do coração dos pombinhos, mas o medo e a insegurança de ambos fez com que se afastassem.


~x~

Ao olhar em sua volta e se deparar com vários pokémons abatidos no chão, a mente do garoto tentava entender o que estava acontecendo. Ele não recordava de ter visto aquela floresta na vida dele e a sensação de dor e medo que ainda sentia o deixava intrigado. Havia acontecido algo antes dele despertar no meio da vegetação, mas não sabia o que.

Extremamente confuso, McBride chegou a uma conclusão bizarra: aquela floresta era o purgatório.

Um local estranho; a visão de vários pokémons abatidos; a mistura de sentimentos fortes como dor e medo; um acúmulo repentino de memórias que representavam arrependimento. Todos esses ingredientes juntos dizeram com que a mente do garoto delirasse a ponto dele achar que havia morrido e estava revivendo alguns momentos de sua vida para saber qual seria seu destino final.

Se levantou, pegou sua mochila e começou a caminhar por aquela floresta que nunca havia visto em sua vida – pelo menos era o que achava. Ele pensava que o que iria encontrar pelo caminho seria seu destino final. Mas, na verdade, o que ele estava prestes a encontrar eram suas lembranças que haviam se perdido por ali.

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OFF: Parceira, por quê parceira? ;-;
Justo quando eu resolvia que ia stalkear todas as suas rotas por essa narração linda, você me joga a bomba que vai começar rotas em dupla com um NPC? ;-;
Eu não aguento não tio, me deixa te stalkear sem uma parceira na cola ;-;
....Okay, pode me bater agora >.<
Ah, e desculpe a demora...
Eu só digo uma coisa: SEU SORTUDO!
Ficou na VF até dar esse Swarm Divo *U*
Vai tentar pegar algum?
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Ainda que em sua mente as imagens rotacionavam como um bumerangue de ciclo infinito, nem uma única partícula circulava ao redor de Kanto. Até mesmo as mudanças que haviam sido embatidas em seus sonhos e sua personalidade se dissiparam como mero gelo seco em deserto. Em sua memória, todas as lembranças de Hoenn eram canalizadas e afixadas em cada mínima partícula de dendritos que esgueiravam-se pelo cérebro do rapaz. Ele não mais via o presente, no entanto, imaginava este como o passado.

A jovem de cabelos de ouro com olhos esmeralda era outra pessoa que assombrava seus mais profundos e secretos sonhos. Um longo e interminável flashback rondou com imagens imaginárias à frente de suas orbes esverdeadas, que agora emitiam um brilho fosco, quase inanimado. O arrependimento e o rancor rasgavam-lhe o peito ao meio, trazendo à tona o desejo de que as lágrimas deslizassem por sua face alva, levando com si mesmas toda aquela dor oculta no fundo de seu coração.

A sua alma por fim acordou daquele transe no qual a própria mente o fizera submergir e ocultar-se entre um mar de lembranças, e enfim seu pescoço virou-se suavemente para ambos os lados, completando um suave giro de cento e oitenta graus, pelo menos, o máximo que um humano poderia ter a capacidade de fazê-lo. O que viu, bem, não poderia passar despercebido, ou tampouco como algo comum.

Diversos pokémons, todos de mesma espécie, caídos por sob a relva baixa e macia do local, este último completamente cercado por árvores antigas e misteriosas que prolongavam a própria duração ao longo dos séculos. Sua consciência indicava-lhe que algo havia ocorrido por entre aquela vegetação alta, que sequer conseguia-se lembrar de onde era. No entanto, o cérebro humano sempre busca explicações para seu estado, não importando o quão absurdas estas lógicas ilógicas poderiam demonstrar-se ser. E exatamente com essa base que seu corpo trabalhou, formando a imagem que o moreno agora via, e transmutando-a na ideia do próprio Purgatório. Como poderia não topar com tal opção? Tudo a sua volta, e até mesmo dentro de seu corpo e mente, indicavam-lhe esta aparente verdade. Para o rapaz, era a coisa mais simples que alguém poderia tentar compreender.

Com um ânimo meio abalado, mas longe da desistência, McBride lentamente recolheu os objetos que rolavam para fora de sua mochila, erguendo-se com esta e começando a caminhar por sua estrada final da vida, onde possivelmente encontraria o completo findamento dos longos anos que tivera o prazer de desfrutar por sua juventude curta. Mal sabia ele, que não seria Céu ou Inferno que o abateriam ao fim dessa caminhada, mas sim, a dor e a incredulidade de que sua mente fora roubada por um habitante frustrado. Será mesmo que as pequenas partículas de sua memória seriam recuperadas em uma simples caminhada? Era isso que o rapaz deveria descobrir, nem que isto levassem dias, semanas, meses ou até mesmo anos.

Seus pés o guiavam para o suposto desconhecido, e sua mente relembrava traços que ele não mais conhecia. Um mistério de mente, um jogo de palavras. Algo incompreensível, porém decifrável. Vagueando pela mata, o barulho agradável de alguns pacíficos visitantes ecoavam como música de fundo daquela plenitude florestal. Seu coração pulsava em um ritmo tranquilo dentro do peito, enquanto os olhos vazios buscavam alguma pista do que poderia tê-lo trazido ali, ou ao menos do que iria encontrar pela frente.

Alguns minutos, ou talvez horas. Seu cérebro brincava pacientemente para que a resposta não lhe aparecesse tão fácil, e não permitia-lhe possuir nem mesmo uma mera noção de tempo. Um vulto amarelado foi captado pela visão periférica do moreno, ocasionando um simples virar sutil de cabeça. Suas orbes embateram contra uma jovem abelha caída, que contorcia-se fracamente sob o solo. Banhado em confusão, questionou-se se apenas aquele espécime estaria em nocaute na floresta. Quer dizer, nenhum outro animal fora visto pelo rapaz, tampouco um caído.

Por que aquela ali parecia-lhe especial?
Por que aquele remexer fraco de asas sinalizavam-lhe perigo?
Por que o medo rasgava-lhe a alma, visto que tão indefeso aquele pobre animal aparentava estar?

Um impulso elétrico fez sua mão mover-se sozinha, e seus dedos deslizaram por um traço em seu rosto. O rapaz assustou-se por meio segundo ao notar aquele corte. Como o havia conquistado? Impossível dizer. Teria algo a ver com aquela abelha que debatia-se vez ou outra no solo, em busca de seu voo na atmosfera? Não sabia.

O que ele poderia fazer agora?

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Off: Eu até penso na possibilidade de ter uma parceira. Mas pelo formato atual de NPCs, isso não me agrada nem um pouco. Queria algo que me desse mais liberdade de narração e envolvimento entre NPC-personagem. Não queria alguém robotizado só acompanhando alguém pelas rotas. Queria alguém que só fizesse umas aparições especiais de vez em quando, com significado. Por isso, tô achando que a melhor opção vai ser Miranda se tornar minha rival.

E... stalkear minhas rotas? XD Vai se entediar um pouco, eu acho. Hahahahaha

Desse Swarm, adorei os pokémons que tem na Viridian Forest, mas não sei se os usaria. Já tenho um Pidgey. Logo, Starly e Taillow não são opções tão boas assim pro meu time, ficariam na reserva. ;-;
Porém... Se eu tiver a sorte de encontrar uma Combee fêmea, vou fazer de tudo pra capturar a bichinha e não troco nem a pau. xD





Conforme andava pela floresta, Blake sentia a estranha sensação de estar familiarizado com aquele lugar. Ao mesmo tempo em que sentia conhecer o local, não se lembrava de ter passado por lá.

Conforme caminha por lá, ouviu o som de alguns visitantes caminhando pela floresta. Pareciam felizes, em paz. O fato de ouvir o som daqueles visitantes ali trouxeram de volta a sanidade do garoto aos poucos. A idéia de estar no purgatório era um tanto quanto radical. Talvez caminhando por aquele local ele poderia encontrar pistas do que havia acontecido e, por fim, descobrir porque estava ali.

Um tempo depois, se deparou com mais uma abelha caída no chão. Aquilo intrigava o garoto. Por que naquele lugar havia apenas uma abelha solitária? Quem ou o que havia feito isso com ela? O que havia a atacado era menor que a criatura que havia massacrado as demais.

De repente, sentiu um impulso elétrico e sua mão se moveu sozinha. Seus dedos deslizaram por seu rosto e o rapaz percebeu que havia um curativo. Ao tocar no curativo, se sentiu estranhamente familiarizado com aquilo tudo. Um flashback de uma Beedrill arranhando seu rosto passou por sua mente e aquilo tudo parecia tão recente...

Por algum motivo, decidiu revirar seus bolsos e lá sentiu que haviam alguns objetos esféricos. Pokébolas? Blake não se lembrava de já ter capturado algum pokémon. Curioso, decidiu abrir uma das esferas bicolores que estavam ali. A cápsula se abriu, liberando um raio prateado que tomou a forma de um pequeno pássaro, que voava alegremente em volta do garoto.

Conforme contornava em torno do rapaz, o pombo fazia MUITO barulho. Outras pessoas se sentiriam incomodadas com aquele ruído, mas por algum motivo Blake já estava acostumado com ele. A ave logo posou em seu ombro e deu bicadas carinhosas na cabeça do jovem. Foi quando um nome surgiu expontâneamente na cabeça do garoto:


– Skylar, é você? – O garoto observava atentamente a ave, que parecia preocupada com o olhar confuso dele.

Por algum motivo, ele se lembrava do pássaro. Mas não se lembrava daonde ele havia surgido e nem se era realmente dele. De fato, as lembraças surgiam aos poucos na cabeça de Blake, completando aos poucos o quebra-cabeça que era sua mente naquele momento.

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OFF: Se achar uma Combee Fêmea, vou te obrigar a breedar e me doar o ovo. Tenho direitos especiais como sua narradora! <3
Né? >:
Ah, seja um Mestrando bonzinho e não recupere sua memória sem minha permissão, bebê. Vou deixar passar dessa vez ù-ú
E desculpe o post minúsculo '^'
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Alguns flashbacks faziam a mente do pobre moreno revirar. Ele não compreendia como a simples visão de uma abelha solitária sob a relva baixa da floresta ocasionava um turbilhão em seus pensamentos. Não sabe-se o motivo, mas seus dedos finos exploraram os bolsos que continham em sua calça, sentindo esferas pequenas no local. Ao retirá-las dali, deu de cara com objetos bicolores. De imediato, reconheceu tais itens como pokébolas, e a pura curiosidade impulsionou-o a abrir um daqueles objetos esféricos e misteriosos. Este, repartido por um raio esbranquiçado que se impactou contra o solo, liberou o formato de uma pequena ave, que olhou em volta antes de dar um rasante em torno do rapaz, dando-lhe diversas bicadas na cabeça.

McBride estremeceu um pouco pelos impactos, mas uma luz surgiu em sua mente e, sem nenhuma permissão, um nome escapou-lhe da garganta, em fusão com uma simples pergunta. A pequena frase ocasionou um olhar preocupado no espécime, que mesmo um tanto quanto perdida, assentiu suavemente com a cabeça. Ela não esperou quaisquer reações extras do rapaz, abrindo suas pequenas asas e erguendo voo, dando gritos de estourar os tímpanos e ziguezagueando por entre as árvores majestosas da floresta.

E agora? Deveria o rapaz seguir aquele animal curioso, ou ficar para descobrir o que uma abelha fazia caída no local?

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Off: Mas, mas, mas, mas... ;-;
Não fiz na má intenção, juro. D:
Você meio que deu um gancho pra memória dele começar a se recuperar aos poucos e eu pensei que não teria problemas se eu meio que continuasse esse gancho com algumas memórias surgindo. Tanto é que eu não fiz o Blake recuperar a memória totalmente. Lol
Enfim, vamos lá procurar a nossa Combee fêmea. o/





A mente de Blake continuava confusa. A grande e densa floresta sempre num tom verde vivo, aquela abelha abatida no chão se contorcendo, as pokébolas em seu bolso, a Pidgey barulhenta que havia acabado de sair de uma delas... O garoto acreditava com fervor que nunca havia visto nada daquilo na sua vida, mas ao mesmo tempo era tudo tão familiar.

Por algum motivo misterioso, ele sabia que aquela ave respondia pelo nome de Skylar. Não sabia suas origens e nem porque ele estava tomando conta de tal criatura, mas o jovem de cabelos negros se sentia ligado a ela. Se distraiu por alguns segundos vendo a ave voar animada pela floresta, contornando seu corpo e dando algumas bicadas ocasionais em sua cabeça.

De repente, percebeu que o pássaro levantou vôo e começou a voar por entre as árvores da floresta. Não sabia o que ela tinha em mente, mas a idéia de seguir aquele ser carismático e barulhento parecia muito mais agradável do que ficar ali esperando a sanguinária abelha se levantar. Começou então, a correr atrás de Skylar, revezando o olhar entre o pokémon alado e a vegetação – não seria nada agradável tropeçar em alguma raíz de árvore enquanto estivesse olhando para o alto.

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OFF: Awn, está tudo bem, calma! <3
Mas olha lá a criatura, a gente dá um anzol e já quer a linha toda >: EIAUSHEIUASH’
Combee, Combee )o) Fuja dos outros até achar uma :rei:
Mas ainda queria que enfrentasse o Pikachu... Ele vai aparecer ainda, viu? >:
Sei que já falei algo parecido mas...
A Cleffa virou Galvantula! Parabéns pela evolução mutante *w*
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O bem e o mal. Vitória e derrota. Vida e Morte. Sanidade e Loucura. Realidade e Ilusão.

Era impossível definir quaisquer palavras de cada grupo que realmente encaixava-se na atual situação que o rapaz se encontrava. Seu mundo girava sem sair do lugar, e as mais diversas memórias embutidas massacravam a pobre mente do rapaz, sem que nunca uma real pista partisse em confronto com sua alma e indicasse a ela o verdadeiro caminho para que a saída de suas perdições profundas se iluminasse à frente. Cada contraste na floresta rasgava seu peito como uma eventual lembrança... Algo conhecido, embora nunca houvesse sido visto antes... Será?

Uma forte ligação jazia entre ave e humano, e este último sentia tal corrente emanar perante aquele espaço mínimo entre ambos. Não tinha consciência de como não restavam-lhe dúvidas de como deveria chamar por tal animal, e este fato o intrigava profundamente. Quando o espécime ergueu voo, afastando-se por entre as árvores do local, o impulso imediato do moreno fora seguir o pequenino pássaro, afinal, quem não o faria, visto que uma sensação terrível dominava-lhe a alma ao pensar que aquela abelha poderia erguer-se a qualquer segundo. Então, partindo em constante correria na qual seu olhar alternava entre o ar e o solo, o rapaz passou a seguir o ser barulhento.

Alguns segundos se passaram antes de o azar atingir em cheio o jovem McBride. Não fora uma raiz que o fizera ir de encontro ao solo, mas sim uma forma macia. De cara com a relva, ele apenas respirou fundo antes de apoiar-se sob os cotovelos e lentamente se erguer do solo, sentando-se contra o chão e buscando com o olhar o causador daquele pequeno acidente. De inicio, apenas viu um montinho de pelos, no entanto, com uma segunda atenção, o rapaz pôde reparar na pelugem arroxeada, junto com pequeninos membros de cor areia. Duas antenas brancas saltavam da testa do jovem inseto e seus olhos escarlates fitavam com receio o rapaz. Como poderia não fazê-lo? Fora praticamente atropelado pelo homem.

Uma pontada de culpa encheu a alma do moreno, que aos poucos tentou aproximar-se do espécime, que recuava em passinhos curtos contra um tronco que ali havia. Skylar havia dado meia volta e agora apoiava-se sob a cabeça do adolescente, observando curiosamente a bolinha fofa e medrosa que ali estava.

E agora?

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Off: Sim, já que não terei time pro evento, vou tentar encontrar algo legal do swarm. ^^
E obrigado pela parabenização pela promoção. Minha Cleffa também era um Ditto. xD





Blake tentava se concentrar em correr, olhar para Skylar e não tropecer em nada. Porém, não obteve sucesso. Com a adrenalina correndo em seu sangue devido a corrida, o jovem se descuidou por um segundo e acabou pisando em algo macio, fazendo com que caísse no chão.

De cara na grama, sentou-se para observar o que havia ocasionado tal tombo e o rapaz descobriu que havia pisado em uma criaturinha que era basicamente uma bola de pelo roxa com grandes olhos vermelhos. O pobrezinha estava assustada com o acontecido e tentava se esconder do garoto, que se enchia de culpa por ter machucado aquele ser indefeso.

Numa tentativa – frustrada – de tentar melhorar aquela situação desagradável, o desmemoriado garoto de olhos verdes colocou a mão em sua mochila para procurar algo que pudesse agradar aquele pokémon assustado. Acabou encontrando um sanduíche e pensou que seria uma boa idéia dar um pedaço daquele alimento para a bolinha roxa.

Porém, antes de completar a aproximação, percebeu que aquele inseto estava recuando, se sentindo ameaçado. Seu subconsciente o fez perceber que não seria uma boa idéia tentar aquela aproximação e acabou desistindo. Ele poderia não se lembrar do choque que levou de um Pikachu ao tentar uma ação similar, mas bem lá no fundo de sua mente essa memória estava adormecida, o que talvez tenha feito com que ele pensasse duas vezes antes de agir.

Nesse meio tempo, Skylar, a ave mais barulhenta daquela floresta, havia dado meia volta e pousado na cabeça de Blake. Ela dava alguma bicadas na cabeça dele e observava aquela bolinha de pelos roxas. O garoto sentiu que a presença ave só iria piorar ainda mais a situação, então decidiu se levantar.


– Não sei se vai adiantar muita coisa, mas peço desculpas por ter pisado você. Eu não queria te machucar, ok? – Disse Blake, olhando para o inseguro Venonat. Em seguida, olhou para cima, numa tentativa de ver a Pidgey que estava em sua cabeça.– Você estava tentando me levar para algum lugar, certo? Pode seguir em frente, mas dessa vez com mais calma, por favor.

Com a consciência um pouco mais limpa, o garoto aguardava para onde a Pidgey iria leva-lo. Esperava encontrar respostas naquela floresta, afinal, tudo que passava em sua mente agora eram perguntas e mais perguntas.

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OFF: Posso te usar pra pegar uma Illumise pra mim? –Q
Hmm, percebeu que até agora nenhum dos nossos posts ficaram sem um off? Conversamos demais! OwO
Shianny gusta isso. :3
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Enquanto a culpa deslizava como uma cobra venenosa em seu peito, o rapaz observava o pobre inseto que estremecia e se encolhia, usando as patinhas para tocar levemente o topo da cabeça em uma atitude hesitante e ao mesmo tempo adorável. Buscando uma melhor interação entre o bichinho, começou a revirar a mochila que carregava, demorando pouco mais que alguns segundos antes de encontrar um sanduíche meio amassado entre a bagunça de itens que ali haviam.

Mantendo a ideia de oferecer alimento ao pequenino, McBride passou a aproximar-se da fofa bolinha de pelos, que passava a cheirar o ar, no entanto, ainda afastava-se com curtos passinhos daquele estranho humano que invadira a calmaria natural da floresta. Tal ato finalmente despertou uma luz na cabeça do jovem Treinador – profissão esta que não encaixava-se em sua cabeça de onde a memória ausentara-se abruptamente -, o fazendo estancar no local e respirar profundamente. Ainda que não se recordasse dos acontecimentos passados sobre sua mesma ação momentânea, um brilho fosco no fundo de seus pensamentos indicava que o melhor a fazer era deixar a pobre criatura arroxeada em paz.

Tornando a erguer-se, Blake permitiu que um baixo suspiro escapasse por sua garganta, observando o espécime ali presente e pedindo-lhe desculpas, antes de olhar para cima e tentar encarar o barulhento Skylar, que bicava constantemente as pobres e inocentes mechas que pendiam de sua cabeça. De repente, o alimento que antes jazia em suas mãos simplesmente escorregou dali e, ao voltar o olhar para baixo, apenas pode ver uma pequena bolha de pelos roxas saltitando em constante afastamento, com um sanduíche entre suas presas pequenas.

Naquele meio tempo, a ave que antes o guiava deu um giro no ar, erguendo voo em direção oposta e vez ou outra emitindo fortes gritos que transpassavam o coração da floresta e impactavam-se contra a madeira bruta dos troncos das árvores que majestosamente erguiam-se no local.

E agora? O que ele deveria fazer?
Ir atrás do lanche perdido, ou seguir a ave que há pouco castigava-lhe o couro cabeludo?

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Off: Illumise ficaria um pouco complicado para mim, porque agora tô indo pra Pewter. Ficaria meio ruim de voltar para a Rota 22 agora. D:
Mas se quiser algum dos pássaros, posso pegar um pra você. Sobre os insetos ainda não me decidi quais eu vou querer, mas eu te aviso qualquer coisa. ^^
E sim, me gusta conversar em off nas rotas! Além de muita diversão, ainda dá pra se enturmar! o/





Após o breve acidente com aquela bolinha de pelos roxa, o saldo final para Blake foi apenas um sanduíche perdido. Ver aquela pequena criatura fugindo com o que poderia a ser um delicioso lanche mais tarde foi um pouco frustrante, mas o desmemoriado preferiu não se preocupar com isso. Afinal, havia acabado de pisotear aquele inseto assustado. O sanduíche perdido poderia ser apenas o karma entrando em ação.

No meio tempo em que Venonat havia roubado o sanduíche, Skylar continuava bicando a cabeça do garoto, intercalando entre o seu boné e as mechas de seu cabelo que estavam para fora. Até que parou, dando um minuto de descanso para o rapaz. Pelo menos era o que ele pensava: o pokémon alado logo abriu suas asas e começou a voar na direção oposta do ladrão de sanduíches e piando num tom extremamente alto, como de costume.

A intuição de McBride, acompanhada do estranho vínculo que sentia pelo pássaro, fez com que ele decidisse seguir aquele caminho. Porém, antes fez um breve desabafo para si:


– Espero que aquele sanduíche não seja de presunto.

Em seguida, lembrou-se que o acidente foi causado devido a grande velocidade da Pidgey escandalosa, pois o rapaz desmemoriado não conseguia acompanhar o ritmo. Ele começou a gritar o nome do pokémon, como se algo grave estivesse acontecendo.

Skylar, um pouco assustada com a atitude do garoto, deu meia volta e posou no ombro do jovem. Ao perceber que não havia acontecido nada de grave, a pomba , em um momento raríssimo de sua vida, encarou Blake em silêncio.


– Olha, Skylar... Eu não sei o que você está procurando. Mas eu te peço: dá pra voar um pouco mais devagar? Tá difícil de te acompanhar!

A resposta de Skylar irritou um pouco o garoto: ela parecia zombar do pedido, piando de uma forma estranha, como se estivesse rindo. Mas foi respeitosa e obedeceu o garoto, voando num ritmo mais lento.

Agora o garoto poderia acompanhar a Pidgey tagarela sem tropeçar ou causar acidentes. Pelo menos era o que ele esperava. A floresta era cheia de surpresas e qualquer coisa poderia acontecer.

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OFF: Desculpe a demora... E obrigada por esperar ;~;
Ah, tudo bem D:
STAAAAAAAAAAAAAAAAARLY )O)
Se bem que o Swarm está acabando D:
Aposto que você não é tão sociável na vida real... -not
Estou com a impressão de que esse post foi um dos mais ridículos que já fiz nessa rota. ;-;
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Mesmo com a perda de seu precioso sanduíche, o rapaz apenas ficou em silêncio, se levando a crer que apenas o carma estava agindo no momento. Um suspiro foi aprisionado em sua garganta. Não poderia reclamar, não é verdade? Quer dizer, já havia oferecido o alimento ao pequeno inseto e também nem havia se passado muito tempo após ter pisoteado a pequena bola de pelos arroxeados. Respirando profundamente, ele apenas murmurou consigo mesmo um secreto desejo de que aquele lanchinho da tarde não se revelasse como um belo e delicioso sanduíche de presunto. Seria uma pena perder tão perfeito pedaço de carne...

Após a ave de nome Skylar retornar a seu voo veloz, o rapaz deu um forte grito ao chamá-la, como se a sua vida dependesse do jovem pássaro que abria seus pulmões em longos berros em forma de canto. Tal fato assustou o animal, que deu meia-volta e pousou no ombro de McBride, dando um risinho ao notar o que levou o moreno a instigar o Pidgey com aquele grito desagradável... Uma comparação até injusta, considerando que a ave não parara de gritar desde que fora solto de sua esfera bicolor. Mesmo assim, ele alçou voo, em ritmo amenizado, vez ou outra planando e deslizando seu corpo de encontro ao solo, pouco antes de retornar para o ar suspenso.

Alguns minutos se passaram antes do jovem Skylar dar dois giros no ar e pousar no solo. McBride olhou ao redor, antes de aperceber-se que o local era um simples e pequeno descampado. A ave saltou suavemente para o centro do local, logo começando a ajeitar as penas de suas próprias asas com o bico.

Observando o local em certa confusão, o moreno questionava-se o quê poderia haver de tão especial ali, visto que apenas aparentava ser um espaço livre da floresta. Quer dizer, nada se afixava à vista, não existia destaque algum naquela flora que trazia a ocultação para a fauna ali presente. Coçando levemente a cabeça, o adolescente submergia em pensamentos, em uma vã tentativa de recorrer às suas lembranças.. esquecidas?

Ele estancou no lugar.

Como assim esquecidas?

Um vulto rápido passou por sua mente, e duas figuras humanoides, ainda que meio borradas em tonalidades difusas, apareceram na imagem de seus pensamentos. Vozes rodavam por sua cabeça e a tontura nauseante impactava contra o corpo do jovem rapaz.

"- Ratata, use Quick Attack mais uma vez!"

Ele olhou em volta. A voz era clara como águas cristalinas. Parecia presente, e ao mesmo tempo não era. Deveria ser, e o carma embatia para que não fosse... Supostamente. Não era mesmo? A confusão invadia seu corpo. Então, ele avistou uma pequena lagarta.

Capítulo 3: Lembranças - Página 3 010

Ele via a tonalidade verde daquele animal, assim como o amarelado e o aberto "V" rubro em sua testa. No entanto, por algum motivo que ainda passava-lhe despercebido... Aquilo não parecia o que realmente era. Em sua cabeça, a imagem de um Weedle era formada, criando um ponto de interrogação na mente de McBride.

"- Aqui está, meu neto. É assim que se captura um pokémon: você primeiro precisa enfraquecer ele com uma batalha e aí sim jogar a pokébola nele... É arriscado jogar uma pokébola em um pokémon selvagem sem enfraquecer ele."

Novamente, vozes. Aquilo começara a perturbar-lhe os sentidos, no entanto, por mais que olhasse ao redor, nada conseguia identificar. Ele cerrava os punhos e levava uma das mãos à testa, logo apoiando a livre em um dos troncos de árvore antes de deslizar para o chão, não tendo onde encontrar apoio. O que estava acontecendo?

"- Entendi, vovô! Prometo cuidar bem desse Weedle!"

Agora, era perceptível o timbre baixo e diferente, além de animado. Uma... Criança. Sua visão se borrava, e agora outra imagem aparecia-lhe à mente.

Miranda.

Ah, a jovem loira que há tanto atordoava e rasgava-lhe o coração com seus atos impensados. A mesma garota que, ainda que se demonstrasse tola, conquistara os sentimentos de McBride, enlaçando e aprisionando seu peito em um mar de teias de onde era impossível escapar.

"- O que foi, Miranda? É tão difícil me deixar descansar um pouco?"

Reconhecendo a própria voz entre aquela que surgia em sua mente, ele mordeu com suavidade o lábio inferior, apertando o tronco áspero e fechando fortemente os olhos, fazendo a imagem formar-se com mais nitidez em sua memória. Ele sentia a relva macia acariciar-lhe os pés, carícia esta que logo subiu por seu corpo ao ver-se deitado na grama, observando o céu azulado com pinceladas brancas nomeadas de nuvens. Distraía-se desvendando os formatos curiosos destas, e um sorriso leve emoldurava seus lábios, antes de sua pobre pele ser atingida por um impacto de um pé, ocasionando-lhe um suspiro frustrado antes do rapaz sentar-se no chão, para por fim definir a garota em suas lembranças.

Ele viu uma pequena esfera bicolor entre os dedos da jovem, ao passo que uma outra frase transpassava sua mente.

"- Finalmente! Eu consegui!"

McBride viu-se abraçando seu mais recente amor. A paixão ainda fazia seu peito arder e aquela miragem ocasionou um deslizamento suave de lágrimas por sua face pálida. A imagem esvaiu-se no ar e, com ela, a curiosidade do rapaz. Aquilo era uma tortura mental? Bem parecia. De algum modo, sentia que aquilo traçava uma forte cicatriz em seu psicológico.

Sem oferecer resistências à fraqueza, ele deixou-se cair na grama, encarando a copa cerrada das árvores. O que estava acontecendo consigo? Aquilo eram lembranças? Como poderia saber que as suas próprias haviam sido deletadas da memória? Era um monstro se assim fosse. E se Skylar fosse um dos exemplos que possuíam profunda importância para si? Como o pássaro não estaria se sentindo, abandonado deste modo por culpa de um redemoinho que destroçara por completo as imagens em seu cérebro, explicando agora as lacunas brancas que jaziam em sua mente?

E agora?
O quê o rapaz poderia fazer para resolver seu... Problema?

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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