Pokémon Mansion: Novas Amizades e Muitas Confusões!

Ele se pronunciava, parecendo tentar responder cada pergunta. Aparentemente, aquele lugar, dimensão, mundo, ou seja lá o que fosse não possuía grandes coisas e o rapaz não sabia muito da história. Nenhuma informação de Aya, para meu desgosto. O prisma não era apenas uma joia, mas ser uma fonte de energia não explicava porque ele me atraía... Embora eu ainda tivesse essa dúvida, logo a esqueci.

Ele se aproximou de mim, meu rosto ficando corado de novo com a aproximação repentina e com o gesto dele. A cabeça em meu ombro, não me deixando ver muito de um dos lados e impedindo que eu visse o que havia caído. Utau parecia prestes a ter um ataque, tentei forçar um sorriso para acalma-la, mas estava tão nervosa que isso provavelmente (com certeza) não funcionou...

Novamente, me esqueço de tudo, só consigo observar o rosto do homem que dançava comigo. Mais velho do que eu, mas ainda assim jovem. O rosto mais lindo que já vi. Fico olhando surpresa e abobada, me recuperando um pouco quando ele se aproxima. Imagino que vá dizer algo, mas dessa vez não desviou o rosto e continuou se aproximando. Meu coração falha uma batida e acelera logo em seguida, minha respiração saia do ritmo, parecia que o mundo havia parado.

Minha mente se desliga e não consigo pensar em mais nada. Meu rosto, novamente, está mais vermelho que um tomate, enquanto observo com um olhar abobado, mesclado com confusão e surpresa. Tenho vontade de cavar um buraco e me esconder dentro até clarear meus pensamentos... Meus pés se moviam de forma automática, acompanhando a dança, enquanto meu cérebro se dividia entre trabalhar, para entender o que estava havendo, ou permanecer desligado. Infelizmente, tempo é algo que não ganho e novamente ele falava próximo de meu ouvido.

Agora ele fala de uma possível saída... Mas só depois de ter causado um turbilhão de pensamentos e sentimentos que sempre tento evitar, por isso sempre me deixar sem ação... E esse turbilhão piora quando ele para e segura minhas mãos, perguntando se eu queria ir embora. Não sei o que responder! Desvio o olhar, quero tentar organizar pelo menos alguns pensamentos, mas isso está beirando o impossível. Levo algum tempo para formular uma resposta, e mais algum para conseguir dizê-la sem gaguejar... Embora não importa o esforço, as palavras saiam com extrema dificuldade...

-E-e-e-e-e-u-u-u pr-pr-pree-ci-ci-so-so-so i-i-i-ir...

Espero que ele consiga me entender... Novamente estou cheia de perguntas, mas não faço nenhuma dessa vez. Observo fixamente um canto qualquer do chão, como se houvesse algo atrativo nele. Não estou acostumada com aquilo, não consigo levantar os olhos para fitá-lo, nem mover meus pés. Utau praticamente petrificada, nos encarando com a boca aberta e olhar arregalado, não me ajudava muito...

Porque ele havia feito isso? O que esperava de mim? Imagino que este lugar seja solitário, mas se há uma saída, porque continuou aqui? O que ele queria com tudo isso? Tudo isso está me deixando desnorteada e não sei se aguento mais surpresas por hoje...

A mente de Melissa parecia entrar em pane, não sabia o que fazer e a cada momento as coisas pareciam apenas piorarem, ele tirando a máscara, beijando-lhe, segurando-lhe as mãos e terminou com aquela pergunta tão simples, mas ainda levou um longo tempo para Melissa respondê-la. O homem - não mais mascarado - continuava a segurar suas mãos e insistiu em sua pergunta.

- Você realmente precisa? Você deseja me deixar aqui, novamente sozinho? - Melissa olhava para o chão, mas mesmo assim via que ele olhava-a bem nos olhos, querendo que ela fizesse o mesmo.

Porém, parecia desistir da ideia, soltava a mão de Melissa, a contornava a criadora e pegava sua máscara e a colocava mais uma vez, tapando seu rosto e deixando apenas seus olhos azuis a vista, então começou a andar para a mesa que havia no tempo, mas antes de se aproximar um pouco mais dela, olhou para a criadora, esperando por uma resposta.

Utau estava ainda paralisada com tudo que tinha acontecido nos últimos instantes, enquanto Vini continuava sem fazer muita coisa, porém Castiel finalmente mostrava alguma reação, parecia um pouco triste com o homem se afastando e olhava para Melissa esperando por alguma reação da garota, que em alguns momentos, parecia tão estática como sua Glaceon.

Ele insistia na pergunta e, mesmo que eu observasse o chão, pude notar os olhos azuis fixos nos meus. Isso me deixa ainda pior... Se não bastasse a confusão e a vergonha, agora o sentimento de culpa se juntava a “festa”.

Ele me soltou e se afastou, não sei até onde isso foi bom... Por um lado, ele perto me deixava constrangida, mas agora eu me sentia péssima em dizer que quero ir embora... Meus braços ficam caídos ao lado de meu corpo, mantenho minha cabeça baixa e olhar fixo no chão. Os poucos e breves momentos que me senti sozinha foram horríveis, não consigo imaginar pelo o que ele passou.

Não posso ficar, mas não quero deixar ele só...

Fito Utau, que parecia tão confusa quanto eu. Sem reação, assim como eu... Miro meu segundo ponto seguro. Fito Castiel, ele parecia triste e me olhava, como quem espera alguma reação. Mas o que devo fazer? Dizer que vou ficar? Não pertenço a este lugar! Embora o termo “precisar” deixar esse lugar talvez não se encaixe exatamente nesta situação... Se ele conhece a saída, então...

-Não desejo a solidão pra ninguém... – digo praticamente num murmúrio. Duvido que ele tenha realmente me ouvido... – Se você conhece a saída, então porque não sai daqui também?

Não o respondo, mas faço uma nova pergunta, apesar de ainda não fita-lo diretamente. Começo a enrolar alguns fios de cabelo nos dedos, ficando inquieta. Tirar ele desse lugar e levá-lo comigo para o mundo normal, isso talvez fosse loucura... Talvez ele recuse, sendo o mais provável. Talvez ele aceite e todos nós conseguíssemos voltar para a mansão, mas e depois? Deixar ele na cidade? Não parecia o correto... Ligar para a família e dizer “Mãe, pai, entrei numa dimensão e esse cara saiu de uma fumaça que surgiu depois de eu colocar sangue num frasco misterioso. Ele não lembra o próprio nome e não quero deixá-lo sozinho. Posso deixar ele com vocês?”... Acho que isso não seria boa ideia... Sendo que já estaria ocultando a parte dos rockets tentando me matar e do beijo... É... Meus pais estão fora de cogitação... Melhor pensar nisso só depois, se não vou enlouquecer...


Ai meu santo Arceus, porque faz isso comigo? Mel ta mais tonta do que uma Spinda, e devo confessar, eu mesma não sei o que fazer. As ações dele me pegaram de surpresa e só consigo observar em choque. Porque ele estava fazendo aquilo? O que esperava conseguir com isso? Convencer minha treinadora a ficar? Só porque ela é uma coração mole que não consegue negar ajuda a quem precisa, cabeça oca, tapada e ingênua, ele não precisa deixar ela nessa situação!

Ele se afasta, para meu alivio, mas ainda não sei o que fazer... Tudo isso foi inesperado demais e nunca pensei que, algo desse gênero, algum dia viesse a acontecer... Melissa me observa, pedindo alguma ajuda, mas creio que estejamos ambas sem saber qual a melhor ação para tomar. Devo dizer que, apesar de não gostar dele, apenas poucos seres (vide Dakota/Rold/Cientistas/Miltanks/Rockets/Crianças com mania de puxar minhas orelhas/Venonat quando em ataque de raiva e não me deixa chegar na mochila para pegar um caderno da Mel para mastigar/E alguns outros seres inferiores que não me vem na mente agora devido sua insignificância) são capazes de não despertar pena em mim, nesta situação...

Como não tenho resposta, Melissa fitou Castiel. Embora o jeitinho distraído, de alguma forma, ele ajuda. Desta vez, não foi diferente. A pergunta da Mel me preocupou um pouco, o que poderia acontecer depois que ele saísse desse lugar? Não creio que teria sido a melhor sugestão, mas observo para ver no que isso vai dar...

Melissa não sabia o que fazer, o que preocupava Utau, que sabia que sua treinadora tinha um coração mole e não conseguiria deixá-lo aqui, e para sua sorte, Castiel apenas atrapalhou ainda mais a situação, mostrando-se do lado do homem, eis que Melissa surgiu com a ideia de levá-lo com si, mas já sabia que havia muitos fatores que o impediriam e ele criou mais um, só que totalmente intransponível.

- Eu já tentei, mas não consegui, eu estou preso aqui, mas se quiser ir... - Ele estava com o olhar baixo, mas o levantou novamente e completou sua fala. - Tudo bem, eu posso continuar aqui, se um dia conseguir sair, lembrar-me-ei de ti.

Apesar de por um tempo Castiel ter se mostrado a favor do homem, ele parecia retornar a sua dúvida, sem estar certo de seus pensamentos, Utau parecia contente com a resposta do homem novamente mascarado, poderiam finalmente sair daquele lugar, só esperava que Melissa não inventasse novos problemas. Então o homem falou novamente.

- Então. Vamos?

Fico muda e não sei o que dizer. Não consigo pensar em nada para dizer e não me atrevo a encará-lo. Um homem preso, vivendo sozinho e sem lembranças. Isso era desumano demais! Devia haver uma forma! As palavras dele, dizendo que se lembraria de mim, fazia meu coração ficar apertado.

-Não diga que está tudo bem... – Digo, passando a fitá-lo. – Pra tudo se da um jeito, sempre existe alguma forma, alguma saída. Se não existe, então se cria uma. Se tiver alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar...

Quero ajudar de alguma forma... Deve haver algo que possa ser feito, talvez algum local inexplorado, ou nem que eu tenha que encontrar uma forma de forçar o portal, porta, saída, ou sei lá o que ficar aberto o suficiente para ele passar. O que realmente o prende aqui? Me preocupo com o que poderia ser... Mas se eu posso sair, deve haver uma forma dele sair, certo?

Utau me encara, parecia esperar que eu fizesse aquilo, embora tivesse alguma esperança de poder sair logo daqui. Quero pelo menos tentar fazer alguma coisa por ele e bastou um olhar para ela entender isso. Minha Pokémon suspirou, um pouco desanimada, sei que está preocupada com o que pode acontecer aqui, mas vai me ajudar e agradeço por isso.


Ele sabe como sair! Obrigada meu senhor por não colocar um maluco em minha vida, que não vai tentar matar eu ou a Melissa, que aceita ajudar sem pedir nada em troca (aparentemente)! Mas no momento que ele disse que estava preso, eu já sabia que a Mel não ia conseguir sair sem tentar ajudá-lo.

E não é que eu acertei? Isso não me surpreendeu... Mel sempre acreditando em outras alternativas e milagres... Só porque geralmente saímos com vida das encrencas graças a algum milagre, não creio que ela deva abusar e exigir um... E ainda por cima especificando... Geralmente as coisas vão mal quando tentamos fazer que corram de uma forma, para depois de estar em pânico e sem esperanças, algo acontecer e nos tirar da tal situação...

A observo e ela retribui o olhar. Suspiro desanimada, já sei que está com aquela ideia fixa e não vai desistir sem tentar. Tenho minhas dúvidas de que realmente haja algo a ser feito, mas infelizmente, esse cara estranho usou as frases certas para que essa teimosa decidisse isso. Vou ter que ajudar e cuidar para que ela não faça alguma besteira. Precisamos de pelo menos uma cabeça sensata para ficar atenta aos possíveis perigos.

Fico mais preocupada com a indecisão de Ralts, queria saber o que esse homem está realmente pensando... Não importa como, não consigo confiar nele...

Poderiam finalmente sair dali, era até difícil de acreditar que Melissa teria a sorte de encontrar uma maneira de sair dali sem que tivesse que encontrar uma pessoa que quisesse matá-la, na realidade, achou uma que lhe guiaria, porém, para a infelicidade de Utau, que já esperava isso de sua treinadora, Melissa não sairia dali sem tentar de tudo para levar o homem mascarado.

Perguntou se poderia fazer algo para ajudá-lo, mesmo ele falando que não conseguiria sair dali, mas por algum motivo ele logo soltou algumas palavras rapidamente, sem pensar, o que normalmente ele fazia se não bastante, sempre o suficiente antes de responder ou falar alguma coisa qualquer.

- Você poderia.- Porém, antes de completar ele se calou e após algum tempo voltou a falar, normalmente. - Talvez se eu for até lá de novo e tentar mais uma vez eu consiga sair. - disse em um tom alegre, mas não empolgado.

Mesmo que Melissa tivesse alguma contestação, não era como se pudesse fazer algo, ele já saiu dali e começou a caminhar na direção que devia ser a saída. Utau ainda encostou sua cabeça na perna da criadora para incentivá-la a ir e então o seguiu, saindo do tempo e indo para algum lugar sem ter certeza em que direção, já que não tinha muito com o que se guiar.

Não era como se fosse uma caminhada pequena, mas o silêncio que os circundava a fez parecer maior ainda, dá primeira fez que "passeara" por ali não tinha ninguém com o que falar, mas agora o homem que a pouco tinha beijado-a estava bem a sua frente, porém não parecia apropriado falar algo, ou talvez a timidez da garota a fizesse pensar assim. Seus Pokémon a seguiam, Utau tinha ido um pouco para frente da garota, Castiel, a três passos, Vini se apossou da mochila nos ombros da garota, a fazendo carregar um peso extra.

Então o jovem se virou, Melissa estava a alguns passos dele, então ainda seguiu um pouco mais, até sentir a água em seus pés, estavam novamente perto d'água, não sabia se era o mesmo lago e não tinha nada para que pudesse conferir se era ou não. Enquanto isso, a sua frente, o homem parecia conferir alguma coisa, andando em pequenas elipses, até parar e assim Melissa poder se aproximar.

Percebeu que estava numa parte bem rasa, que seu pé nem chegava a ser totalmente coberto, ele agachou e passou a mão sobre o solo, retirando parte da neblina, fez o mesmo algumas vezes e revelou uma grade, antes de abri-la, olhou para Melissa. A garota percebeu que fazia um tempo já que ele não a olhava nos olhos, então ele falou com uma voz baixa.

- Melissa, você não pode sair.  - Ele olhou para baixo e falou um pouco mais alto e Melissa pode confirmar o que ouviu. - - Melissa, você não deve sair.

Ele olhou para a garota novamente, foi um choque ver nos buracos da máscara, no lugar de seus lindos olhos azuis, um brilho vermelho, mas sem vida, sem se mexer até agora, ele avançou contra Melissa, suas mãos agarraram a garganta da criadora e com o impulso que tinha feito, derrubou ela na água rasa, Vini saltou para o lado para não ser esmagado, Castiel se aproximou e Utau parecia bem surpresa.

Ele iniciou sua fala, mas logo se calou. O que eu poderia fazer, mas que ele preferiu não mencionar? Bom, seja o que fosse, ele parecia querer fazer mais uma tentativa de fuga, embora não parecesse muito empolgado. Talvez eu não pudesse fazer realmente alguma coisa.

Me perco em pensamentos por poucos segundos, vendo-o me guiar, enquanto Utau me incentivava a seguir em frente. Agradeço a companhia dela mentalmente e todos nós passamos a seguir o homem. Utau a minha frente, Cass a três passos, Vini pendurado em minha bolsa e atacando-a com fervor. Não sei para que direção estamos indo, tudo ali parecia ser vazio...

O silêncio me deixava desconfortável. Não encontro nada para dizer... A situação, no geral, era desconfortável... Não sei nada dele, só imagino o que ele possa pensar e a razão de ter me beijado, mas deposito confiança o suficiente para segui-lo. Devo ter enlouquecido de vez, quem sabe teria escorregado e batido a cabeça, imaginando tudo isso? Seria bem mais provável...

Olho para baixo, ao sentir a água. Voltamos para o lago? Ou seria outro? Não tenho como saber... Só sei que era uma parte bem rasa. Fico observando o homem retirar a neblina e revelar uma grade. Seria a saída? Abro a boca para falar, mas não pronuncio nada e me perco nos olhos azuis. Ele parecia evitar me olhar antes. O que estava havendo?

Estou confusa. Ele fala algo baixo e não tenho certeza do que era, mas ele repete e me surpreende. Em ordem do que menos me assustou para o que mais me assustou: fiquei confusa por ele dizer que não devo sair. Fico assustada quando, no lugar dos lindos olhos azuis, agora havia um brilho vermelho. O que mais me surpreendeu e assustou, foi o homem com quem eu havia dançado, me convencendo a não temê-lo, agarrar meu pescoço.

Sinto o ar abandonar meu peito quando atinjo o chão repentinamente. Meus olhos estão arregalados, assustados e perplexos. Não entendo o que está havendo, mas não penso. Tento empurrá-lo desesperada, desvencilhar minha garganta de suas mãos virou minha prioridade. Me debatia, embora estivesse trêmula. Porque ele estava fazendo isso?

Utau não ficou parada, usando seu golpe de gelo direto nele, tentando afastá-lo de mim. Cass e Vini estavam totalmente confusos, sem saber o que fazer, até que a Glaceon se irritou com eles e grita o que penso ser uma ordem que Cass obedece, usando Confusion no homem e tentando afastá-lo de mim.


O homem passou a nos guiar, após responder a pergunta, parecendo disposto a mais uma tentativa. Melissa parecia ficar pensativa e encosto minha cabeça em sua perna. Estava acontecendo muita coisa e mais rápido do que do que ela era capaz de associar.

Começamos a caminhar. Fico entre minha treinadora e o homem, o observando atenta, mas algumas vezes virando o rosto para fitar Melissa. Estou feliz por estarmos indo em direção a saída, mas parece que vai ocorrer algo ruim. Talvez seja neura minha, já que locais desse gênero não costumam ter boas surpresas...

Fito a água, não posso evitar me perguntar o motivo de voltar para o lago, ou ir para outro lago... Volto a mirar Melissa, que está perto de novo do homem, parecendo olhar alguma coisa, quando nós duas nos assustamos com o que ele diz.

Como assim ela não deve sair? Sou pega de surpresa quando ele a derruba no chão e suas mãos enroscam o pescoço dela. Obrigada senhor, pela brincadeira sem graça... Invés de mandar um maluco em minha vida, que não tenta me matar ou a Melissa, coloca um maluco disfarçado que seduz a Mel em minha vida, que se passa de bonzinho até surtar e tentar esganá-la... Há há há... Estou morrendo de rir...

Fico furiosa e não penso duas vezes antes de atacá-lo, mandando ralts usar Confusion nele para tentar forçá-lo a se afastar. Pelo menos, ele me obedece, mas espero que isso funcione para criar alguma distância... Da próxima vez, não vou me conter e vou morder todo mundo que eu quiser morder!

Melissa, talvez, finalmente tinha encontrado a saída, mas antes do homem mascarado tirar aquela grade, falou algo com a garota e em seguida pulou sobre ela a enforcando. Como era de se esperar, a criadora começou a lutar contra isso e a protetora Utau logo atacou o homem. O vento gelado lançando, no entanto, não causou-lhe muitos danos, apenas a sua capa, que ficou coberta de neve e um pouco rasgada.

Porém, Castiel logo começou a levantá-lo, às ordens da Glaceon, para libertar sua treinadora, assim o homem começava a flutuar e chegou a soltar levemente o pescoço da garota, assim Melissa começou a puxar o ar e soltá-lo, uma duas vezes, mas ele a agarrou com força novamente no momento que Castiel o lançava para trás, levando Melissa junto.

A garota agora, ao menos, estava sobre o homem mascarado, mas a falta de ar afligia-a novamente, dificultando para ela usar sua força, tentando apenas tirar os braços dele do seu pescoço, enquanto ele tentava girá-la para ficar por cima novamente, mas antes de poder fazê-lo, Utau avançou e cravou seus dentes em um dos braços do sujeito.

Aquilo o fez soltar Melissa, que arfando, rapidamente recuou um pouco, ainda sentada na água, mas então, com uma mão segurando seu braço o homem deu um chute em Utau, lançando-o para o lado mais fundo da água, de onde um crocodilo azul saltou, abocanhando-a e em seguida caiu perto de Melissa, soltando a Pokémon Gelo que tinha sido ferida pelos dentes do Pokémon.

- Pelo visto terei que acabar com esses seus Pokémons antes, para você ver que deve ficar aqui. - Então ele olhou para o Feraligatr e deu-lhe alguns comandos. - Feraligatr, use seu Scald e depois outro Bite.

Como pude ser tão ingênua? Tenho que quase morrer para aprender alguma coisa? Não tomar uma atitude precipitada, não julgar sem saber o que aconteceu (embora essa eu ainda não tenha aprendido por inteira), entrar no jogo dos outros e aprender a dar a volta, agora não ser tão inocente.

Quando minha garganta tem uma trégua, o ar volta ferindo meus pulmões. Quase me afoguei uma vez, em um lago quase congelado, mas isso era tão ruim quanto ou até pior. Infelizmente, a liberdade dura pouco. Ele parece ter alguma coisa contra meu pescoço... Não sei o que aconteceu ao meu redor, só sei que fui puxada por ele e que, enquanto lutava para me livrar, ele tentava me imobilizar de novo. Utau me protege e, com certeza com muito prazer, morde o braço dele, forçando-o a me soltar. Respiro com dificuldade, uma das mãos sobre o pescoço, como se tentasse protegê-lo de alguma forma.

Sinto meu mundo abalado e descubro que tenho fôlego para gritar o nome de minha companheira. Estava em choque com o que havia ocorrido. Nunca me ocorreu que alguma coisa desse tamanho surgiria e feriria Utau. Tento me livrar da mão que segurava meu braço.

-Utau, sai daí! Use Investida Congelante pra sair de perto dele, desviando dos ataques e para se recuperar! Cass, tente jogar essa coisa azul para longe de Utau com Confusion!

Grito desesperada. Pergunto-me como pude ser tão tola em confiar em alguém que vi pela primeira vez. Começo a ficar com raiva e encaro os olhos que antes tinham sido azuis. Não escondo minha irritação. Se é assim que ele quer “jogar”, então será assim.

-Obrigada por me mostrar que devia ter ouvido minha amiga e não ter confiado em você!

Minha voz sai estranha, minha garganta ainda dói devido ao aperto. Embora um pouco rouca, sem querer, deixo transparecer minha irritação mesclada a mágoa. Tento morder a mão que ainda me segurava, com força suficiente pra tirar sangue se for preciso! Quero ele longe de mim. Quero ficar perto de Utau e Cass, lutar ao lado deles se for preciso...


Minha paciência tem limites. Minha raiva não! Eu vou morder esse mascarado tanto, que ele vai ficar irreconhecível!!!! Ver que ele ainda não soltou a Mel, me fez ver vermelho. Estou nem ai se ele é o único que sabe a saída, tentar nos matar é uma coisa, mas quase conseguir já está muito além do abuso! Salto e o mordo, ficando aliviada quando ele finalmente a solta, mas ele tem a audácia de ME CHUTAR! E se não fosse o bastante, um crocodilo azul me morde! E isso dói...

Só consigo ouvir Melissa gritar por mim, fazendo o possível para cumprir o comando e me afastar. Já passamos por situações ruins, mas esta já atingiu um nível muito elevado para meu gosto. Fico rosnando, olhando para o homem e ameaçando dar outra dentada bem merecida, enquanto Castiel distrai o que provavelmente é o nosso novo oponente.

Falar ainda era um pouco difícil, mas mesmo assim Melissa fez de tudo para dar os comandos para seus Pokémons, queria ajudar Utau, apesar de que a Pokémon de Gelo estava mais interessada em acabar com o homem mascarado, mas mesmo com a tentativa da criadora, o Pokémon dele ainda foi mais rápido e usou seu Scald, lançando um jato d'água fervente contra o Pokémon de gelo, o que o machucou ainda mais.

Mas a raiva da Glaceon não a deixava ficar parada, então ela logo saiu correndo com sua Investida Congelante, cobrindo seu corpo de gelo, o que a recuperava um pouco e a aliviando do calor, para então investir contra o oponente com seu golpe e logo em seguida o Ralts já usou seu Confusion e lançou o Feraligatr contra o chão, aumentando o dano causado.

Porém, o Pokémon Aquático não levou muito tempo para se levantar e correr até sua oponente, que também recuava, então ele acabou pegando Castiel desprevenido, pois pensava que não era o alvo - e a priore, realmente não era -, o Pokémon psíquico ficou preso entre as presas do Feraligatr, até ele soltá-lo e se afastar um pouco, analisando os Pokémons ao seu redor.

Enquanto isso, Melissa e o homem estavam um do lado do outro, mas assim que pode, a criadora se levantou e se afastou dele, mas o homem não deu trégua, mesmo com os Pokémon lutando ao lado, ele não deixou de dar atenção a Melissa e a seguiu, o que a lhe deixou em uma situação complicada, pois se ela continuasse correndo sairia de perto de seus Pokémons, pois não seria possível eles a acompanharem com aquela fera no lago.

Hora da Batalha
Campo: Lago raso, com profundidade crescente e neblina o tapando, assim como o que havia ao redor, céu nublado e sem vento.