[Ficha] Miki Mayoke

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  Sua pele é levemente pálida, um pouco mais clara do que o restante de sua família. Possui cabelos azuis, o que lhe rendeu alguns comentários maldosos das outras crianças, cortados na altura dos ombros. Seus olhos também são azuis, porém de tom um pouco mais claro, e às vezes parecem cintilar quando expostos à luz, mais ou menos como a águas de um lago iluminado por raios solares.  
  Costuma usar uma blusa branca coberta por um colete preto sem mangas, de modo que as mangas brancas compridas da blusa ficam visíveis, assim como a gola da mesma cor, que sempre está dobrada. Sempre carrega uma bolsa azul clara, que vai desde em cima do ombro esquerdo até a cintura do lado direito. É nela que a menina carrega seu material de arte.  
  Para evitar a implicância de outras pessoas, insiste em cobrir seu cabelo com uma boina azul-claro, cujo único enfeite é o símbolo do naipe de espadas (carta de baralho). Infelizmente a boina não é grande o suficiente para cobrir seu cabelo por completo, mas usá-la virou um hábito, e atualmente ela nunca a tira fora de sua casa.
  Geralmente é vista desenhando ou pintando. Para isso usa principalmente a mão direita, mas ás vezes passa para a esquerda.

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  Miki é equilibrada, consegue manter a calma mesmo em ocasiões extremas. É intuitiva, e quase sempre acerta em suas deduções. Por algum motivo não são muitas as pessoas que conseguem compreender seu modo de pensar, o que faz com que alguns a achem meio misteriosa, embora na verdade ela apenas observe e tire suas próprias conclusões de fatos cujo as outras pessoas não param para refletir. Adora tudo que envolve arte, embora tenha preferencia por desenhos, pinturas e músicas. Toca vários instrumentos diferentes, mas prefere flauta.
  Quando, por algum milagre, consegue fazer amigos humanos, se mostra incrivelmente leal e compreensiva, sempre fazendo de tudo para ajudar e dando conselhos sempre que julga necessário. Como não possui muitos amigos, dá muito valor para os que já têm. Ama sua família, principalmente suas irmãs, e embora tente esconder todos os dias sente muita falta delas. Não gosta muito de lugares barulhentos, prefere a paz e a tranquilidade.
  No entanto, também é muito teimosa, quando decide algo não há quem a faça voltar atrás, e não gosta de receber ordens, sendo um pouco desobediente. Pode ser bastante irônica às vezes, mas em geral ela é muito sensata e moderada.

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Miki nasceu em Ecruteak City, e desde pequena apresentou um caráter bastante realista e grandes habilidades artísticas. Possui três irmãs, Ran, Su e Dia (pronuncia-se Daya), e é a segunda mais velha, e também a segunda mais madura, perdendo apenas para Dia, que curiosamente era a mais responsável mesmo sendo a caçula.
  Nunca teve muitos amigos e geralmente era ignorada por seus colegas de sala na escola, embora suas irmãs fossem muito populares. A verdade é que sua personalidade lhe rendeu desde o primeiro dia uma vaga para ser “popular”, a qual ela recusou. Aquilo causou indignação por parte dos outros alunos a deixou com uma má reputação, mas ela simplesmente não se identificava com aquele estilo de vida, não gostava de ser o centro das atenções. Saía-se razoavelmente bem nas matérias escolares, mas era péssima em esportes, ao contrário de Ran, que era a estrela do time. A única disciplina em que possuía verdadeiro talento era em artes, e nessa categoria ninguém conseguia superá-la. Su era a melhor em economia doméstica, e Dia era a mais inteligente nas matérias em geral.
  Miki adorava a paz e o silêncio, mas ironicamente tinha nascido logo em Ecruteak, uma das cidades mais movimentadas de Johto graças ao grande número de turistas que a visitava todos os dias. Depois que as aulas terminavam, voltava a pé para casa com suas irmãs, que eram suas únicas amigas. Mas, como cada uma tinha seus próprios compromissos (como o clube de esportes para Ran, de economia doméstica para Su e de música para Dia) e seus pais tinham que trabalhar, Miki acabava passando a maior parte do dia sozinha. Como não gostava de ficar sem companhia em casa e não suportava o barulho da cidade, a garota sempre ia até a floresta que cercava a Ecruteak.
  O lugar era bem calmo e o silêncio predominava, exceto por alguns sons causados pelos insetos que viviam naquela área, mas felizmente nenhum deles a incomodava. Lá Miki podia se sentar na sombra de uma árvore, tirar da bolsa que sempre carregava um lápis ou um pincel, e desenhar calmamente a paisagem e os Pokémons. Na maior parte das vezes não passava mais do que algumas horas no bosque, ficava apenas tempo suficiente para relaxar e esquecer os problemas por um tempo, mas em certas ocasiões terminava por passar o dia inteiro lá, voltando apenas ao anoitecer. Sempre que isso acontecia ela chegava em casa com seu caderno de esboços preenchido até a ultima folha com desenhos tão perfeitos que poderiam ser confundidos com fotografias, a bolsa dividida entre seus pertences e algumas Berrys que coletava no caminho, além de algum Pokémon que simpatizava com a menina e a seguia até sua casa. O pobrezinho sempre ficava desapontado ao ter que voltar para a floresta, mas a moradia de Miki era pequena, apesar de acolhedora, e não ofereceria o espaço de que um Pokémon precisa. Ela não entendia o motivo, mas ao mesmo tempo em que não se dava bem com seus colegas, os Pokémons pareciam apresentar estranha curiosidade e simpatia pela menina.
  Apesar de não se sentir exatamente à vontade em Ecruteak, as lendas que diziam respeito ao local a fascinavam mais do que poderia imaginar. Por esse motivo acabou adquirindo o hábito de todas as madrugadas sair de casa escondida e ir até a Bell Tower, normalmente acompanhada por Noctowl, Murkrow, Butterfree e Weedle, Pokémons que já tinham se tornado seus amigos após os passeios diários à floresta. Na verdade, Murkrow residia na própria torre, e geralmente a esperava todas as semanas perto do local para vê-la e brincar com seus novos amigos Pokémons. A menina nunca tinha reunido coragem o suficiente para entrar na torre, e nem mesmo possuía autorização para tal ato, mas se contentava em ir até lá sempre que podia, observá-la por um tempo e fazer uma pintura dela. Sim, a Bell Tower já era uma bela imagem sozinha, mas com a floresta ao seu redor, algumas montanhas cobertas de neve ao longe e tudo isso iluminado pelo nascer do sol... O resultado era uma vista espetacular, que Miki fazia de tudo para retratar nos mínimos detalhes. Enquanto pintava, pensava sobre a lenda daquela torre, e desejava um dia poder desvendar seus mistérios e encontrar o Pokémon lendário que outrora morara ali.
  Quando completou doze anos, Ran tinha treze, Su onze e Dia dez, e as quatro conseguiram permissão para sair em uma jornada. Ficaram muito felizes, embora um pequeno detalhe atrapalhasse: elas não poderiam viajar juntas. Ran iria com Su e Dia para cuidar delas (já que Su era a mais ingênua e Dia a mais nova), porém Miki viajaria sozinha. No começo aquilo deixou tanto a si quanto suas irmãs tristes, mas por algum motivo tinha sido uma exigência dos seus pais para que elas pudessem iniciar uma jornada.
Miki acordou de madrugada no dia anterior ao qual partiria para New Bark Town, e foi até a Bell Tower uma ultima vez. Noctowl, Murkrow, Butterfree e Weedle ficaram muito tristes com a notícia de que nunca mais se veriam, mas estavam determinados a fazer daquele dia o mais feliz de suas vidas. Os cinco se divertiram como nunca, e trocaram presentes de despedida. Os quatro Pokémons lhe deram algumas frutas raras, que podiam ser usadas para fazer ótimas tintas. Miki deu alguns desenhos que ela mesma tinha feito, e retratava os melhores momentos que tinham passado juntos. Até hoje ela se lembra de cada detalhe daquele dia, mas em momento nenhum se lembra de ter dado adeus a eles.

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