Capítulo 5 - Passos de um Garoto sem Rumo

5 . 1 - A Trilha

“Em minha última aventura, deixei com que Minori viajasse sozinha naquele helicóptero. Meus planos eram simplesmente continuar caminho como todo treinador da região de Kanto faria, caminhando pelas trilhas que levassem a ordem dos ginásios. Porém, havia me esquecido de algo em especial que esperei anos para poder entregar. Tive toda a oportunidade do mundo, mas não aproveitei disso.
Sem mais nenhuma saída, voltei para dentro do prédio e ali paguei minha passagem, entrando naquele móvel aéreo que acabava de chegar.”
“Cheguei no local quase que anoitecendo, e ali mesmo entrei em contato com o primeiro funcionário, lhe pedindo informações. Sem demorar, ele apontava para ela, ali, andando de um lado para o outro, olhando para a janela enquanto conversava no telefone celular. Me aproximei e a esperei desligar. Quando esta se virou digamos que se surpreendeu, me perguntando o que diabos deu estar ali. ‘Você... quer dizer... eu, precisava te dar isto’ disse, abrindo minha grande mochila e dela retirando uma caixinha de veludo preto: ‘Encontramos isso juntos, quando estávamos estudando. Mesmo neste estado, minha vó sempre falou que era algo mágico e que um pedaço conectaria com o outro’.”
“Abri a tal caixinha e dela mostrei aquele colar, um colar carregando uma pedra redonda quebrada desproporcionalmente ao meio, um item brilhante, colorido e bonito. Ela não demorou e o pegou: ‘Sim, eu me lembro, pensei que sua vó ficaria com ele’ disse ela. ‘Não, ela me deu, fiz dois colares’ abri um pouco a gola de minha camiseta branca e de dentro mostrei o colar escondido, a outra metade ‘Este é meu, e este será seu, quero que estejamos conectados, mesmo que rivais, você ainda é minha amiga, mais que isso eu diria. Mesmo separados, estaremos juntos, aqui, agora e sempre’.”
“Assim realizamos mais uma vez nossa despedida, com um abraço e um desejo de sorte. Nos separamos novamente e mesmo que estando na mesma cidade, éramos rivais e deveríamos seguir caminhos diferentes. Aliás, uma aposta é uma aposta e não posso saber com clareza os planos do adversário, se não o jogo perde a graça. Não tinha certeza para que cidade ela iria após Saffron, mas eu queria conhecer o Norte da região. Estamos agora oficialmente separados, mas de alguma maneira juntos como dito anteriormente.”
“Enquanto procurava o apelidado CP, em meu Pokegear entrei em uma comunidade de trocas para ver se tinha alguma notificação nova. Havia colocado aquelas plaquetas em troca desde o primeiro dia que cheguei em Viridian. Por sorte um garoto aceitou trocá-las e estava exatamente em Saffron. Não demorei para achar o local e ao adentrar este observei o garoto que se identificava com o mesmo do perfil. Assim resolvemos trocar, dei a ele minhas dez plaquetas em troca de uma belíssima Dusk Stone (LINK). Aproveitando o local, pedi a moça de cabelos rosados que pudesse verificar a situação de meus parceiros enquanto alugava um quarto para passar a noite."

“Após uma boa noite de sono, me levantei já que animado, assustando Bulbasaur e Murkrow que dormiram na cama junto comigo. Pedi desculpas por ter os acordado, porém minha animação era maior. Tomei um banho rápido e me vesti ao meu caráter de sempre, me espreguiçando completamente. Já havia mandado uma mensagem para dona Kiko que havia partido de Viridian para Saffron então ela nem se preocupou muito com meu desaparecimento repentino. Arrumei minhas coisas e junto aos meus pokemons nos despedimos no Centro Pokémon e saímos correndo na metrópole, procurando a saída da cidade."

“Manhã, mais ou menos oito e quinze, marco aqui meus primeiros passos na rota de número cinco segundo o mapa da região. Que a jornada recomece!"

5 . 1 - A Trilha

““Adentrei a então chamada rota 5 e ali caminhei um bom tempo ao lado de meus companheiros. Não podia ver mais nenhum prédio, a cidade de Saffrom havia se distanciado e muito, ao meu redor somente a beleza da natureza e um silêncio profundo. As únicas marcas de som naquele espaço eram minhas pegadas deixadas ao longo da trilha que caminhei.”

_ Estamos muito... parados. Vamos esticar nosso esqueleto. Que tal? _ Disse Mahiro, colocando sua grande mochila ao chão e dela retirando um prato de plástico avermelhado _ Frisbee!
“Frisbee, por que não? Uma simples brincadeira porém que poderia nos dar um pouco de diversão. Enquanto corremos atrás do disco avançaríamos sem perceber perante a rota e ainda aumentaríamos um tanto bom de nossa velocidade”

_ Muito bem, Murkrow, vá na frente e pegue, em seguida jogue para Bulbasaur e Bulbasaur jogue para mim! _ Disse o jovem, ditando as regras da brincadeira.
Assim então se fez. O garoto de olhos dourados segurou o objeto de uma forma a lança-lo em linha reta e com uma velocidade um tanto média, com o objetivo da corva conseguir agarrá-lo no ar com o bico ou então com as patas.
“Frisbee, lembro que brinquei muito disso com meu pai no passado. Nostalgia dos tempos em que passei em Celadon. Mesmo estando na cidade praticamente ao lado, eu não pretendi visitar minha terra Natal tão cedo. Meus pais ficariam espantados por ter chegado em casa em menos de uma semana, pensariam até que eu já teria treinado tanto que estava ali apenas para desafiar a líder de ginásio. Claro que quero voltar um dia, mas esse dia não será hoje.”

5 . 1 - A Trilha

“Não pude deixar de notar aquele estranho som. Novamente a nostalgia de infância... Bem não seria uma nostalgia e sim um medo, um trauma. Quando pequeno brincava aos arredores da casa da minha vó quando ouvi um estranho barulho aos arredores. Curioso como sempre fui ver o que era. Um pato... não, era um Farfetch’d, que havia caído. Porém quando este me viu usou aquele objeto que todos de sua espécie carrega e começou a me espancar com aquilo durante um bom tempo, até dona Kiko chegar e espantá-lo.”
O jovem parou por alguns segundo com o disco na mão, olhando aos arredores a procura de algo. Não tinha certeza o que era, porém pensou em ignorar e caso ouvisse novamente tentaria identificar a que espécie aquilo se direciona.
_ Não sei o que foi isso mas vamos continuar galerinha, comece com você agora Bulbasaur, pegue! _ Lançou, um pouco mais alto para que o bulboso tentasse aumentar suas habilidades de salto.
“Tá, eu sei, não deve ser nenhum Farfetch’d, fruto da minha imaginação. Apenas evito sons assim e digamos que aquele pato não é meu favorito. Se eu ver um na minha frente não sei se corro ou jogo uma pedra. Eles são maus, nunca brinque com um Farfetch’d. Mas também é uma história pessoal, os únicos que sabem disso é minha vó e meus pais, que riram muito da minha cara. Queria ver eles sendo atacados por aquele... aquele... Esquece o Farfetch’d vai.”

5 . 1 - A Trilha

Mahiro e seus companheiros continuaram a correr na rota em busca dos discos, Bulbasaur se desempenhava cada vez mais e isso era bom. Enquanto aquele murmuro estranho logo parava, o que era ... estranho. O jovem então pegou o Frisbee na mão, parando para entender o que tinha acontecido. Não demorou para ver que o murmuro havia se transformado numa voz... ou melhor, uma canção.
“Uma melodia? Que voz bonita eu diria. Não pera... eu conheço essa música...”

_ Quem está ai? _ Gritou à espera de uma resposta, analisou bem de onde vinha tal voz e lançou o disco em direção ao local.
“A vontade era maior que minha própria pessoa, nostalgia, nostalgia, nostalgia...”

...Meu alegre coração palpita
Por um universo de esperança
Me dê a mão, a magia nos espera

Vou te amar por toda minha vida
Vem comigo por este caminho
Me dê a mão...

“Pausei nessa parte, esperando a resposta. Aquela música, todo menino deve conhecer, fez parte da infância de muitos. Quem nunca acordava as dez horas da manhã só para assistir essa lenda? Bagon Ball!!! Eu e dona Kiko assistíamos direto, e esse era o tema de Bagon Ball GT ainda. Que emoção. Quem será que estava cantando?”

5 . 1 - A Trilha

“Não pude evitar de olhar para o lado e dar aquela leve risada escondida por causa do sotaque daquele homem. Era engraçado, era meio que morgadão... vamos dizer assim. Incrível como pessoas assim possa ter uma voz tão bonita”

_ Pessoal, podem sessar, fãs de Bagon Ball GT não devem ser considerados inimigos. _ Falou o jovem indo até o rapaz e o cumprimentando com as mãos. _ Prazer é todo meu, me chamo Mahiro Fuwa, mas pode me chamar de Hiro, e estes são meus fiéis amigos de jornada, Bulbasaur e Murkrow.
“Ele era um cara legal, e o estilo dele me lembrava muito um grupo Hippie que sempre visitavam Celadon. Minha vó como boa aventureira e “rockeira” sempre ia tirar uma ideia com eles e eu acabava por ir junto. Sua cultura era diferente mas eles são gente fina, aprendi muito com eles, sem falar na hora que eles faziam uma roda para cantar. Momentos mágicos”

_ O que fazia em meios as árvore, moço? Quer dizer, Rico. Os múrmuros de agora pouco eram seus? Não tinha nenhum Farfetch’d ai não né? _ Perguntou, já olhando aos arredores se certificando não ter nenhum daqueles pássaros a qual tanto temia.