Ensinando os TMs!

Após apagar o incêndio, recolho todos pokémons exceto Flaaffy. Ela teria que continuar comigo para iluminar o caminho, sabia que a luz que ela emitia era pouco. Porém quando não há um brilho o pouco viraria muito, seria o suficiente para continuar o caminho.

O barulho de colheres batendo em um vidro voltava a tona. Talvez tal barulho nunca tivesse parado, apenas minha concentração se voltará para os Scythers e não havia prestado atenção no barulho a minha volta. Sem demora olho para Flaaffy, a escuridão a minha volta era inquietante, mas eu teria que continuar a procurar Tangrowth.

- Flaaffy, vamos atrás desse barulho. Sei que você está com um pouco de medo, mas não precisa se preocupar vamos ficar bem. A pequena ovelha cor de rosa toma a minha frente e começa a caminhar, a lâmpada que saía da cauda de Flaaffy emanava uma luz azulada, na escuridão era o suficiente para nos guiar sem que houvesse acidentes, mas nada além disso.

Começamos a andar na direção dos barulhos. Não parecia estar muito distante, afinal era algo contínuo que parecia manter uma sincronia. Voltava ao meu pensamento, poderia ser um Kadabra ou um Alakazan batendo em uma parede de alguma Mr. Mime que pudesse estar perdida pela floresta. Mas seria algo inesperado se isso acontecesse de verdade, só teria um jeito de descobrir. Chegando ao local do barulho.

Off: Tem luz onde a pessoa ta presa?

Continuávamos a caminhar na direção do som. Por um momento me veio a cabeça que o sangue continuava em um rastro contínuo pelo chão, então não havia sido os Scythers que haviam atacado alguém e sim outra coisa. Não fazia a menor ideia de que horas seriam, só queria saber o que estava provocando aquele som e quem havia sido ferido.

O caminho continuava, mas o som parecia estar muito perto dessa vez. De repente em um movimento único Flaaffy fica imóvel a minha frente e como consequência eu quase a atropelo. Olho por cima da pequena ovelha e vejo uma pessoa amarrada por diversos cipós a uma árvore extremamente grande. Aquilo parecia um sacrifício, sem me equivocar observo ao redor a procura do barulho porém não havia nada que pudesse estar fazendo aquele barulho.

- Flaaffy, terei que ir lá. Fique aqui e cuide, caso alguem tente me surpreender use um Thunder Shock no pokémon ou pessoa. Apenas me cubra. Falo para meu pokémon em um tom baixo. Me agacho e pé ante pé procuro me aproximar da árvore. Dou uma olhada para trás e Flaaffy estava com os dois olhos arregalados atenta a tudo que pudesse acontecer. Então contínuo em direção a pessoa.

Não iria chamar Flaaffy para se aproximar, ter ela como um elemento surpresa era a melhor opção no momento. Ao observar que a pessoa estava pendurada resolvo subir na árvore mesmo sabendo todo o risco que poderia estar correndo. Mas era um humano, teria que fazer isso, sem demora alguma começo a escalar a árvore.

Flaaffy por sua vez botava as patas na frente dos olhos, talvez não gostaria de ver o que ia acontecer. Porém ela voltava a tirar as patas, sabia que deveria continuar em vigilância e minhas palavras ecoavam em sua cabeça "Mantenha vigilância...cia...cia.", "Se alguem se aproximar use Thunder Shock...Shock...Shock." Então ela arregalava os olhos e continuava a vigiar.

Pego do chão umas três Oran Berrys e sem pensar alcanço para Flaaffy. - Coma rápido, não sei se precisaremos lutar. Pego mais algumas e guardo na mochila rapidamente. A imagem de um emaranhado de cipós me atacando me remetia a possibilidade de ser Tangrowth o pokémon que havia amarrado o garoto.

- Tangrowth, é você que está aí? Eu estou procurando você, precisamos conversar. Você não pode atacar treinadores por pior que seja a sua história. Em quanto falava para o alto sem poder ver o pokémon começo a me aproximar do garoto para ver a situação dele.

Os sons haviam parado também, gostaria de saber se isso era bom ou ruim. Estava tudo muito escuro, me abaixava e me aproximava do garoto, ele estava branco e estático. Será que ele estaria morto? Qual o motivo para atacar um menino? Será que tudo isso era remorso de Tangrowth? Eram muitas perguntas e nenhuma resposta.

Observava atentamente Tangrowth cair na minha frente. O pokémon parecia ter muito ódio dentro de si, mas eu não queria lutar, queria resolver aquela situação sem luta apenas na conversa. Esperava que o pokemon cipó pudesse me ouvir.

Levando as duas mãos a minha frente mostrando a palma da minha mão para Tangrowth. Tentando demonstrar que estava desarmado. - Não quero lutar com você. Por favor se acalme. Hyuutaro e Raul me contaram o que aconteceu com você. Seu treinador era uma pessoa má e ganhando ou perdendo ele batia em você independente da situação. Mas existem pessoas boas que gostariam de te ajudar, ter uma aventura longa com você. O que importa não é a força do pokémon e sim o laço que o treinador e pokémon conseguem ter a confiança de ambos.

Respiro fundo e continuo. - Você não pode atacar treinadores assim, você está se tornando um pokémon mau, exatamente como canalha de seu ex-treinador é. Pense muito bem nisso, eu tenho certeza que no fundo você não quer ferir ninguém. Talvez esteja tentando demonstrar que você mudou e ficou mais forte, mas isso não mudará nada para quem te deixou. Por favor me deixe te ajudar!

Eu sabia que seria muito difícil fazer aquele pokémon mudar de ideia, mas eu não iria desistir dele. Para completar o garoto que havia sido atacado por Tangrowth continuava inconsciente, não seria uma boa eu travar uma luta contra aquele pokémon com o menino caído ali. Para completar Flaaffy estava do meu lado, eu podia sentir a energia estática saíndo da lã dela, o que antes era pavor e medo agora se tornará coragem. Os olhos dela estavam vidrados em Tangrowth, talvez ela estivesse esperando algum movimento do emaranhado de vinhas para atacar.

Ao observar as reação de Flaaffy, falo o mais baixo que eu consigo para que apenas a ovelha consiga ouvir. - Não faça nada, uma luta contra Tangrowth não irá mudar nada que ele sente quanto a raça humana. Apenas o deixará mais irado e com ódio. Se ele me atacar não reaja por favor.