Primeiros passos!

por **Namus** Qui 18 Dez - 23:59

Ajeitei o casaco marrom durante a caminhada, deixando a mochila atrolhada de itens pendida só pela alça direita em meu ombro. Com uma camiseta social branca e calças jeans claras, deixo a cidade de Pallet após uma breve caminhada, já que o laboratório do professor não era muito distante da saída do lugar. Meus sapatos de couro negro iam se sujando com a poeira que levantava no percurso, mas isso era o de menos, pois minha jornada finalmente havia começado. Já estava lá para o final da manhã quando alcancei a entrada da primeira rota. É, aqui parece ser bom - Pensei, retirando do cinto a Pokébola do Charmander, meu mais novo e primeiro companheiro de viagem. Pressionando o botão central da esfera que estava no tamanho compacto, o objeto cresceu e projetou um lampejo vermelho. Desse lampejo surgiu um lagarto laranja de cauda flamejante, que me encarava com um olhar faceiro.

- E aí, Charmander.

- Char, charmander!

- Bom, nós não nos apresentamos lá atrás e acho que é bom irmos nos conhecendo. Meu nome é Roberto Valdez, mas geralmente me chamam por Valdez, ou Beto. Eu gosto de livros, bebidas, cigarros e música. Acho que é isso, por agora.

- Char, Charmander! Char, char. - Gesticulando as patas dianteiras, ele falava.

- Bom, antes de mais nada, se não me engano há uma função aqui que pode me esclarecer umas coisas. - Digo, um pouco atrapalhado enquanto remexo o bolso traseiro das calças. Retiro um aparelho vermelho e o abro. Após ligá-lo, uma voz robotizada me dá as boas vindas - É, isso ai, Pokédex. Acho que você pode me ajudar.

- Charmander?

- Só uma conferida, Charmander. - Com uma voz calma e um sorriso no rosto, ponho o Pokémon diante da câmera do item e espero pelo "robô" informar-me quais movimentos eram conhecidos pelo pequeno. Junto disto, dou uma boa olhada no lugar para me ambientar.

por **Joul** Dom 21 Dez - 14:13

Off:

A chance de começar uma jornada pokémon é algo que toma conta da mente de muitos jovens por todas as regiões do mundo, já que, querendo ou não, está é a oportunidade para que estes “sonhadores” vislumbrem e conheçam as mais diferentes criaturas. Além é claro, de terem a oportunidade de viver as mais diferentes aventuras juntamente destes seres tantas vezes fascinantes.

Dessa forma, pela rota um, pode-se observar a presença de um destes esperançosos indivíduos, jovem este conhecido como Beto Valdez, um rapaz de 19 anos que foge, e muito, do estereótipo dos iniciantes em jornadas pokémons. Entretanto, tal situação realmente não atrapalhava o rapaz, que depois de se sentir a vontade envolto por todas aquelas árvores e naquele clima ameno da rota um, Beto convocou a campo seu pokémon inicial, um pequeno Charmander recentemente recebido no laboratório da cidade de Pallet.

Assim, após alguns minutos de apresentação, o rapaz resolveu conferir as informações sobre seu pokémon. Por isso, ele apanhou sua nova pokédex, apontou para o lagarto de fogo e viu as seguintes características sendo expostas na tela do equipamento:

Charmander
Hitokage

A chama que possui na ponta de seu rabo mostra a força de sua vida. Se ele estiver fraco, a chama irá diminuir. Quando está saudável, a chama brilhará intensamente.

Com isso, após aprender mais um pouco sobre seu parceiro e de descobrir os movimentos iniciais do pokémon, o aspirante a mestre começou a olhar a seu redor em busca de conhecer um pouco mais sobre as possibilidades que o rodeavam. Sendo assim, o treinador pôde novamente dar uma olhada em todas as árvores e arbustos que se enfileiravam no decorrer da estrada principal que cortava aquele trecho de floresta. Contudo, a calmaria prevalecia naquela paisagem, fato que dava a chance para o jovem usar toda sua criatividade para o decorrer de sua caminhada por aquele lugar.

por **Namus** Dom 21 Dez - 16:01

Spoiler:

- Ah, entendi. Entendi. Bem, vamos continuar. - Falei, me alongando um pouco enquanto me ergo, franzindo as sobrancelhas ao dar uma analisada na área. Árvores e plantas, pensei que ia encontrar algo por aqui. Bem, vamos seguindo. - Pensei. O Charmander, por sua vez, me observava com os olhos grandes e vívidos, piscando-os várias vezes.

- Char, charmander!

- Mas antes... Eu devia te arrumar um nome. Afinal, existem vários pequenos iguais por ai. É legal ser único, sabe? Uma identidade própria.

- Char, charmander. Char. - Ele respondeu. A cauda flamejante balançava da esquerda pra direita, parecendo excitada. Acho que a ideia havia animado-o, afinal de contas. Ser chamado só por "humano" ou "você" não iria me agradar também.

- Vamos dar uma olhada então. Como posso te chamar... - Me acocorei flexionando os joelhos e fiquei cara a cara com o rapazinho. Coçando o cavanhaque ralo, apoiando os braços na coxa, comecei a analisá-lo. Dando uma boa olhada, procurei reparar em qualquer detalhe que fosse único, ou memorável. Bem, ele era pequeno. Não tão pequeno. Parecia regular, sabe. A chama do rabo dele brilhava de modo intenso, o que também era bom pela descrição da pokédex. A pele laranja, um pouco dura e característica dos lagartos, combinava com o amarelado da barriga. Quando olhei para a cabeça, notei uma pequena cicatriz, ou marca de nascença, que cortava a região do olho direito que me parecia uma lua nova retorcida.

- Char?

- É difícil, sabe? Que tal Brasa? Tipo, "mó Brasa, mora?". - Falei, rindo da ideia. Nós dois balançamos a cabeça em discordância.

- Char, char!

- É, não é uma boa ideia. Que tal Festus? É um nome legal, de um livro que eu curto.

- Char... Char, charmander! - Após titubear, analisando se gostava ou não do nome, acabou concordando. Movia as patas de modo alegre.

- O.k., Festus então. Agora que acabamos por decidir, podemos continuar a viagem, certo?

- Char, char.

Alternativas revisadas e decisões tomadas, Festus e eu seguimos viagem. Já que aparentemente não havia nada preocupante na pacata paisagem, caminhávamos jogando conversa fora. Eu contava-lhe sobre minha vida e o que eu havia feito e ele, hora que outra, intervinha com um "char" ou "charmander", argumentando. Guardei minha pokédex no bolso, vasculhando o caminho com os olhos para não perder o caminho da trilha e, quem sabe, alguma aparição repentina.

por **Joul** Dom 21 Dez - 20:33

A calmaria momentânea que se instaurou pela rota um acabou se transformando a melhor oportunidade para que Beto e Charmander acertassem uma coisa muito importante entre eles, já que, até aquele momento, o treinador ainda não tinha decidido qual seria o melhor nome para seu pokémon de fogo. Entretanto, a criatividade do herdeiro dos Valdez era algo realmente admirável, pois, depois de alguns minutos de desacertos, a dupla enfim chegou ao consenso que Festus seria o melhor nome para o lagarto de fogo.

Dessa forma, após acertarem mais um ponto para a convivência deles, a dupla seguiu tagarelando pela estrada que cortava aquela bela paisagem. Fato este que, visivelmente, estreitava os laços entre o treinador e seu pokémon, pois, querendo ou não, a partir de agora eles deveriam se tornar cada vez mais próximos caso buscassem a importante sintonia entre eles.

Assim, o tempo passava e cada vez mais o aspirante a mestre e seu novo pokémon se viam mais e mais distantes da pacata cidade de Pallet. Porém, tal situação, em contrapartida, fazia com que os novatos acabassem por se embrenhar cada vez mais pelas estradas da rota um, e, isso, ficava mais claro ao se observar o aumento da vegetação ao redor deles, além é claro, da estrada que ficava cada vez mais estreita. No entanto, isso poderia estar caracterizando uma outra condição, uma vez que, possivelmente, graças a toda essa conversa desatenta, Beto e Festus poderiam ter saído da rota principal sem que ao menos eles percebessem isso.

Agora, diante de uma ambiente cada vez mais selvagem, o que se poderá esperar da dupla? Uma vez que, para viajantes de primeira viagem, eles nitidamente não poderiam contar com a sorte, pois ela já provava que não estaria com eles naquele momento.

por **Namus** Dom 21 Dez - 20:59

- Festus...

- Char?

- Era para nós estarmos aqui? - Perguntei, passando a mão na cabeça com uma risada nervosa. Olhava para um lado e para o outro, buscando um ponto de localização. Com a vegetação em abundância, bem mais que o normal, e a estrada estreita que havíamos tomado cheguei a conclusão: Nos desviamos da rota. Ih, caramba.

- Acho que estamos perdidos, hahahahaha!

- Char?! - Charmander por um momento me olhou em silêncio e, ao se tocar da gravidade das palavras, seu ânimo despencou, bem como a expressão. Os ombros decaíram e um clima depressivo se apossou do pequeno que, agora, corria em minha frente de um lado para o outro segurando a cauda flamejante. O fogo, talvez pela excitação, talvez pelo medo ou, quem sabe, talvez pelos dois juntos, crepitava de modo irregular, tendo altas e baixas constantes.

- Char! Char! Char! Char! Char!

- Calma, carinha. Nós vamos ficar bem. - Eu disse, levantando as mãos numa espécie de "pera lá", com um sorriso desconsertado no rosto. Ele estava realmente em pânico.

- Char! Char! Char! Char! Char!

- O.k. O.k. É só respirar.

- Char! Char! Char! Char! Char!

Ô, meu pai. - Me agachei durante a volta da corrida energética de Festus e estendi o palmo, fazendo sua testa bater na minha mão. O pokémon parou, coçou o local do impacto e começou a resmungar de novo.

- Cara, acho melhor você retornar e se acalmar um pouco. - Falei, coçando a cabeça dele enquanto puxei a pokébola do cinto, expandindo-a para o tamanho de uso e pressionando o botão central que ativava um lampejo rubro. Festus voltava para dentro da esfera por meio do lampejo.

- O.k. Pense, Valdez. Vamos tentar achar o caminho da rota novamente. - Coçando enquanto dou uma olhada no lugar, minha mente e meus olhos param numa árvore grandona. Caminho até ela, analisando o tronco.

- É, acho que vai dar. - Digo, subindo pela superfície da árvore, me aproveitando de rochas e galhos mais baixos para ir me agarrando e firmando o pé na madeira. Lá do alto, na copa da árvore, tento dar uma olhada no lugar para achar o caminho de volta para a estrada principal.

- É melhor achar o caminho certo que sair procurando na mata. Só espero que isso não dê um problema maior.

por **Joul** Seg 22 Dez - 1:37

Diante daquele trágico acontecimento, Beto acabou se mostrando o indivíduo mais centrado da dupla, pois ao perceber que poderia ter se perdido juntamente de seu treinador, Festus acabou ficando completamente fora de si, e, isso, fez com que o aspirante a mestre pokémon recolhesse seu lagarto de fogo novamente a sua pokébola. Assim, após alguns minutos de um vislumbramento solitário, o treinador optou por usar todas as suas habilidades de escalada para alcançar a copa mais alta de uma das árvores daquele lugar.

Dessa forma, depois de atravessar a densa folhagem de uma das árvores, provando realmente suas habilidades neste ofício, o jovem treinador começou a observar tudo a seu redor em busca de algo que demonstrasse o caminho de volta pra a estrada principal. Entretanto, a junção de todas as copas, juntamente do tamanho nada considerável da árvore escolhida pelo rapaz para subir, acabava por formar um grande e deslumbrante tapete verde, condição está que impossibilitava a Beto a percepção da estrada principal.

Com isso, agora, o herdeiro dos Valdez terá que partir para uma nova ideia, já que, nesta oportunidade, ele acabou não conseguindo encontrar uma forma de escapar deste problema. No entanto, antes que ele pudesse descer da árvore, um barulho estranho pode ser ouvido logo abaixo dele, fato que tornaria aquele momento algo ainda mais extraordinário.

por **Namus** Seg 22 Dez - 2:02

- E o caminho de volta é pro... verde. Eta, tranqueira. - Falo para mim mesmo ao avistar toda aquela porção de mato que as copas das árvores, folhagens e arbustos produziam. Será que o dia tem como piorar? Ele arressem começou, pô. - Dialogava comigo mesmo dentro da caixola, racionando sobre o que fazer diante daquela situação.

- É, daqui não vai acontecer, que saco. - Desci com cuidado, usando os galhos como fonte de apoio para evitar a queda que, caso ocorresse, seria bem feia. É, o jeito vai ser encontrar a volta pelo caminho convencional. - Pensei, até escutar alguns ruídos estranhos. Estava enfim no solo, sem me esborrachar no chão e virar um patê de treinador/coordenador. Durante a descida, contudo, um ruído estranho veio a tona. Firmei os pés no solo ao atingir-lhe, ajeitei a mochila nas costas e franzi as sobrancelhas, correndo o olhar pela área para identificar de onde vinha aquele barulho estranho.

por **Joul** Seg 22 Dez - 20:46

Ao final da descida, Beto só conseguia se atentar para o barulho que ainda podia ser escutado nos arredores de sua posição atual, apesar do rapaz não conseguir definir o local exato de onde provinha aquele estranho som. Entretanto, antes que tal dúvida terminasse de se instaurar na mente do novato treinador, algo completamente inesperado veio a toma, já que, de repente, do meio de alguns arbustos a esquerda do jovem, se viu saltar uma estranha criatura que possuía um pelo em um tom roxo, uma longa cauda e dois poderosos dentes que seguravam firmemente uma fruta rosada.

Diante de tal fato, era visível que o rapaz estava completamente surpreso, pois, querendo ou não, aquele era o primeiro encontro do rapaz com um pokémon selvagem logo após seu início de jornada pokémon. Sendo assim, a partir de agora, o que se poderá esperar do herdeiro dos Valdez? Uma vez que aquela situação poderia ser algo que o treinador novato tanto esperava.

Contudo, antes que Beto chegasse a tomar uma nova atitude, um urro foi escutado ao longe, fato que fez com que a criatura a frente do jovem retomasse seu fôlego e partisse novamente em uma fuga desesperada. Com isso, ficava provado que a cada momento ali, o treinador poderia entrar em uma complicada situação.

por **Namus** Seg 22 Dez - 20:59

- É, isso foi bem estranho. - Digo para o nada, coçando a cabeça. Encaro o ratinho roxo até o seu sumiço, arregalando os olhos com o urro. Estranho a reação instintiva do rato de fuga. Ou isso é o som de um fantasma, ou é de um carinha maior e mais conhecido por essas bandas. - Pensei, tentando achar uma saída para aquela situação toda. Enfiando as mãos no bolso do casaco marrom, retiro um isqueiro e um maço de cigarros. Ponho um dos cigarros na boca e o acendo, mirando a trilha de fumaça que subia em curvas para o céu.

- Eu posso sair correndo pra lá. Posso me perder de novo e ficar aqui pra sempre. Ou eu posso fazer o caminho de volta, não sei se eu quero encontrar quem fez esse barulho. - Gesticulando as mãos de um lado pro outro a cada alternativa, analiso a melhor saída para a situação, apesar de nenhuma parecer boa o bastante. Se eu saísse correndo atrás do Pokémon roxo, eu poderia encontrar mais pokémon selvagens. Se eu me perdesse... bem, só me perder já é ruim o bastante. Não gostaria de morrer aqui e virar um fantasma que atormenta treinadores. Acho que seguir o caminho de volta seria bom, mas eu não ia encontrar nem quem fez o urro, nem o rato.

- É. Voltar é melhor. - Falei, focado em chegar até a próxima cidade. Era o mais importante, afinal de contas. Olho pro chão e pras árvores, tentando encontrar vestígios do caminho que eu havia feito até ali: galhos quebrados, folhas amassadas ou pegadas na terra, já que a caminhada fora recente. Provavelmente as pegadas ainda estavam bem formadas.

- Vamos ver no que dá... - Digo, tragando o cigarro. Retiro-o da boca, soprando um pouco de fumaça para o alto.

por **Joul** Ter 23 Dez - 0:32

Mesmo ao ouvir aquele amedrontador urro, Beto parecia se manter calmo e em busca de uma solução para a retomada de sua caminhada pela estrada principal. Sendo assim, após acender um de seus cigarros, o treinador iniciante conseguiu enfim encontrar uma aparente resposta para aquilo, pois, ao levar em consideração todas as possibilidades, o rapaz optou por partir em busca do caminho traçado por ele até aquele lugar, já que, querendo ou não, pelo menos, ele voltaria para seu ponto de partida.

Assim, ao olhar atentamente por toda aquela paisagem em busca de seus rastros passados, Beto acabou encontrando suas marcas de sapatos sobre uma região de areia fofa, e, isso, visivelmente, acabava por ser o ponto que o treinador tanto esperava encontrar para, enfim, encontrar o caminho de volto. Contudo, de repente, um novo urro foi escutado, mas, agora, o som parecia muito mais perto do que antes, fato este que provava que o emissor do som estava cada vez mais próximo da posição atual do jovem.

Com isso, agora, o herdeiro dos Valdez terá que acelerar seu passo caso ele queira realmente sair dali antes que aquele ser termine de se aproximar dele. Mas, isso, se ele optar por não dar de cara com o indíviduo, pois, querendo ou não, e pelo fato do já observado, era praticamente certo que o que se aproximava, provavelmente, não estava muito afim de brincadeiras.

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