Off :
Ir para Fortree. Descontar o valor da passagem de ônibus (pela primeira e última vez, amém).
Mesmo tão cedo, a cidade continuava bem desperta. Isto é, se ela sequer tivesse dormindo… as ruas de Lilycove parecem sempre bem agitadas, e nem sequer a ausência do sol conseguia lançar alguma calmaria sobre elas. Será que ninguém ensinou a esses humanos que a noite foi feita pra dormir…? Se fossem mais silenciosos, eu provavelmente teria conseguido cochilar nos braços da minha treinadora enquanto ela andava para… onde mesmo? A verdade é que não faço ideia, e ainda estou cansado demais para me importar com isso. Ninguém merece ser acordado de madrugada, eu só queria estar na cama agora…
- Uma passagem para Fortree, por favor. - Quando meus olhos já estavam pesados demais para se manterem abertos, ouvi minha humana dizer algo pela primeira vez desde que saímos do Centro Pokémon. E definitivamente não eram palavras que eu esperava ouvir. Como assim, Fortree...? É de comer? Sacudi a cabeça para tentar me livrar da sonolência, mas isso me fez perder o equilíbrio e cair de cara no chão. Que droga, Yoshiro! Pagar uma passagem é mesmo mais importante do que segurar o seu inicial direito!?
Espere, passagem? Pra onde raios essa doida quer me arrastar agora?
- Vamos, Sapphire. - Ela espanou do meu rosto a poeira da queda, murmurando um rápido pedido de desculpas, e então apontou para o ônibus em que deveríamos entrar. Tentou outra vez pegar-me no colo, contudo, afastei a mão dela dando-lhe um tapinha com a minha pata.
“E-ei, espere aí! O que significa isso tudo? O sol nem nasceu ainda, Yo!” Reclamei, indignado por ter sido arrastado pra fora de uma cama macia e quentinha sem nenhuma boa razão aparente.
- Sapphi, por favor… eu não quero mais ficar aqui. - O tom triste no qual ela disse aquilo arrancou-me todo o mau humor. A garota mantinha a cabeça baixa, sem coragem de me encarar nos olhos - provavelmente, ainda envergonhada pela sua atitude no dia anterior. Bem, eu não posso culpá-la por querer sair daquela cidade… mesmo já tendo se passado alguns dias, o Contest ainda era um assunto fervoroso em Lilycove, minha humana não conseguia ir a lugar algum sem ouvir comentários sobre ele. E, nessa situação… acho que isso é tudo o que ela não quer ouvir.
“Tudo bem.” Assenti para a menina, permitindo que ela me pegasse nos braços. Não é a primeira vez que viajamos para outra cidade de uma forma tão repentina… então é provável que dê tudo certo no fim, não?