[Cerulean City] - O Passado Escondido.

Depois de uma briga suada com o pokémon aquático, finalmente consegui tirá-lo da água. Era apenas um Goldeen, pokémon simples da região, porém me parecia forte, deu bastante trabalho, pra um Goldeen, e ainda tinha energia pra se debater fora d'água.

Não era o que eu procurava, então pensei em apenas usá-lo como treino, mas ao ver Tangela a encarando daquela forma, com aquele olhar, fiquei com dó e achei melhor apenas devolver.
No entanto, ele me parecia forte, podia ter algo de especial, talvez eu devesse batalhar com ele pra ver o seu potencial.
Mas o que um Goldeen podia oferecer de especial?!

- Melhor devolver. Tangela, me ajude a devolver ele pra água.

Quando fizéssemos isso mudaríamos de local e começaríamos tudo de novo. Isca no anzol, e lançar na água.

Decidi por devolver o peixe para a água e assim não causar nenhum tipo de problema para ele, mas o mesmo já estava irritado comigo e pondo-o de volta no lago, ele me lança um golpe de água.

- Mas que filha da... mãe! Devia ter batido nela. Aí, agora to todo encharcado e a chuva não para pra ajudar.Dá até vontade de sair daqui.
- Vamos tentar mais uma Tangela, se não vim nada de interessante voltamos pra cidade e tentamos outra hora, uma em que esteja ensolarado.

Novamente joguei a linha com a isca em direção a água, se demorasse demais pra algo morder a isca também iria embora, se eu pegasse algo que fosse comum como o Goldeen também me retiraria.
No entanto eu voltaria a pescar uma outra hora, não iria desistir do meu aquático na equipe.

Eu estava na segunda e última tentativa de capturar um pokémon aquático, as condições eram ruins, não havia porque se arriscar sem uma grande necessidade, mas a vontade de pegar um pokémon novo falava alto, por isso dei mais uma chance pro lago.

Não demorou muito e algo mordeu a isca, deu pra ver um pouco de seu rosto, os olhos e a boca pra ser mais exato, e eles não me demonstravam alegria.
Novamente o pokémon pescado puxava forte, era nessas horas que se percebia a diferença dos peixes criados em pesqueiros e os criados na natureza. Eu sabia que forma mais eficiente era esperar o peixe cansar e depois retirá-lo, mas a força dele não me permitia controlar a situação e outra vez as criaturas do lago venceriam a briga de força.
Pra minha sorte eu tinha Tangela pra me ajudar e tentar vencer a briga.

- Mais uma vez Tangela, minha querida, enrole cipós nas árvores e outros na vara. Dessa vez tente enrolar dois ou três de cada lado. Eu irei comandando quando você deve fazer força e quando parar, quero cansá-lo e não quero perder a linha ou a vara.

Assim que Tangela fizesse o que eu pedia, iria ritmando os momentos de puxar ou não, eu já tinha experiência em pesca, só me faltava a força. A adrenalina do momento fazia meu cérebro esquecer das roupas molhadas, a chuva e até o verdadeiro motivo de eu ter ido para Cerulean. E agora eu venceria a disputa novamente?

Alguns minutos depois brigando com o peixe, finalmente conseguimos o puxar para fora do lago, era uma criatura vermelha e azul, dentes expostos e olhar feroz, com certeza não era da nossa região, rapidamente utilizei a pokedéx para ter mais informações.

Pokédex escreveu:

- As mandíbulas fortemente desenvolvidos do Carvanha e suas presas pontiagudas tem um poder destrutivo pra arrancar cascos de barcos. Muitos barcos foram atacados e afundado por este Pokémon.
Se alguma coisa invade o território dos Carvanhas, eles vão em enxame contra o invasor e investem com suas presas pontiagudas. Mas quando está só, no entanto, este Pokémon se transforma em um ser tímido.

- Então é você mesmo. Carvanha. Gostei de você, parece bem forte. Apesar de não estar no seu ambiente, acho que você ainda não pode ser capturado só jogando a pokébola.
- Tangela, vamos enfraquece-lo mais, use o Vine Whip duas vezes nele e cuidado com os dentes.

No momento em que mandei Tangela atacar o pokémon aquático, percebi que havia movimentos na água e quando desvio o olhar para o lago, vejo um cardume com dezenas de Carvanhas nos olhando.

- Eita po... pega. Da onde veio tudo isso? Não acho que são amistosos. E agora o que faço?

"Será que devo correr? Ah todo esse trabalho pra nada. Não. Eu quero esse pokémon, o que está na minha frente deve estar fraco, talvez eu deva jogar a pokébola nele. Mas ai os outros podem reagir. Se reagirem eu corro.
Mas e se ele escapar? Vou ter que correr de todo jeito. Acho que é a melhor chance agora. Vamos tentar isso então.

Lentamente eu pegaria uma pokébola vazia, e sem muitos movimentos bruscos a lançaria no pokémon na minha frente. Assim que a pokébola o atingisse eu pegaria Tangela no colo e correria para longe do rio, se a captura fosse confirmada mandaria a minha pokémon usar o Vine Whip para pegar a pokébola.
Caso não fosse capturado, a pokébola não teria mais serventia e já estaria correndo caso as piranhas resolvessem fazer algo.

No calor da situação essa me parecia a melhor ideia para conseguir ambos os objetivos de pegar um pokémon e correr.