Lilycove é um grande mix de emoções pra mim, nos últimos tempos. A cidade representa um verdadeiro lar acolhedor para mim, que me abraçou ainda no início de minha jornada. Mas, recentemente, uma série de eventos meio perturbadores aconteceu. Pra começar, é claro, fiquei um ano inteiro perdido no deserto — sabe-se lá como. Foi uma experiência meio... traumática. Até hoje não sei dizer o que foi real e o que foi um mero fruto da minha imaginação. E honestamente? Eu até prefiro não saber.
Foi Lisia quem me resgatou daquela imensidão insuportável de areia. Pelo que eu fiquei sabendo, ela ficou super preocupada comigo, e contatou uma força-tarefa para me procurar. Isso faz meu coração apertar um pouco, apesar de não saber exatamente a razão. As pessoas daqui se preocupam comigo mais do que eu um dia imaginaria. E não estou muito acostumado a ter esse nível de cuidado por parte de outros. Uma amizade por alguns dias e semanas? Claro, tranquilo, isso eu sei que tenho. Agora, pensar que tinha gente que pensava em mim o bastante para notar minha ausência, preocupar-se, e então me procurar como se não houvesse amanhã? Isso chega a me assustar um pouco.
E claro, não tem como falar de Lilycove recentemente sem se sentir um pouco assustado. Assim que fui resgatado do deserto, me encaminhei à metrópole. Fiquei alguns dias na cidade, colocando os pensamentos em ordem antes de ir ver minha mestra. O único problema? Assim que saí do hotel em que eu estava, parei pra falar com um menino bonito que encontrei na praia, e quando fui ver, estava metido com um culto religioso alternativo. Sequestro, mortes, rituais, sacrifícios, divindades invocadas de outras realidades... Bem, foi um pouco traumático. Só de pensar naquela pobre garotinha que estava presa há semanas, com um corte infeccionado... Isso sem falar na porra da gelatina enorme e mutante que me atacou.
Talvez seja possível falar que esse trauma me fez querer sair de Lilycove por um tempo. Não tava pronto pra continuar na cidade, fingindo que nada ali aconteceu. Por isso, quando sai pra espairecer e me deparei com uma viagem gratuita até Sinnoh, não pensei duas vezes (e nem mesmo li as letrinhas miúdas). E aí quando me dei por mim mesmo, estava em Hearthome participando de um... evento de batalhas. E bem, digamos que o extenso tempo que passei em outro continente bastou pra eu me preparar para voltar para meus deveres.
Honestamente, não sei direito. Meu coração pesava toda vez que pensava em Lisia, em tudo que ela fez por mim, e a auto-depreciação logo batia à porta. Como eu poderia não ser forte o bastante para ir vê-la? Foi só um monstro demoníaco de outra dimensão. Não foi o primeiro que você viu, e...
Ah, chega. Sim, eu estou meio receoso de chegar no ginásio e ouvir umas poucas e boas, mas... pelo menos eu tô aqui, inteiro, com um lugar para voltar e alguém para dizer
"estou de volta". Mas ainda assim, eu tenho o meu orgulho. Não quero simplesmente chegar de mãos abanando, uma cara triste e uma completa falta de perspectiva de futuro. Tenho que provar a mim mesmo que eu sou capaz de alguma coisa. Que não sou um completo incômodo.
Por isso, passei pelas portas do ginásio estando um pouco ansioso. Fui até a recepção, atento para ver se encontrava um rosto familiar. E assim que o fizesse, abriria um sorriso, daria um abraço e falaria algumas palavras inusitadas. —
Oi. Cheguei. A Lisia tá? Fala pra ela que ela tem um desafio de ginásio.Off :
Tô desafiando o ginásio de Lilycove.
Atenção: esse ginásio vai engatar numa rota de missão de aprendiz logo em seguida, e por isso, já tendo o aval da Vitória, o
@Tarr tem prioridade máxima para narrar, sendo meu narrador de aprendiz. Favor, não pegar o desafio sem antes verificar a disponibilidade dele para narrar.