Capítulo III - Em busca de um... Skarmory?

— Muito prazer, sr. Lamalberto. Eu sou Lauratida! —, ainda sorrindo, achando a situação um pouco divertida, me "apresentei" ao jovem, também feliz em saber que ele tinha um bom plano para tirar os frascos — Muk e Grimers... Boa opção.

Com o garoto e seus pokémons, finalmente poderia tirar os frascos de perto do Skarmory, mas, infelizmente, dito pokémon não colaborava, impedindo os "lodos" de pegar os tais recipientes. Como não queria que Alberto tentasse afastar a ave a força, tomei a iniciativa de me aproximar dela, acariciando seu rosto e dizendo-lhe:

— Skarmory, esses frascos estão te fazendo mal. É por isso que você está desse jeito e não consegue voar. — fiquei cara a cara com o pokémon, olhando-o fixamente nos olhos — Confie em mim. Eu quero o seu bem. Só... Deixe os pokémons do Alberto pegarem esses frascos, ok? 

— Obrigada, Alberto. — agradeci sinceramente, o que era visível pela falta do apelido — Se não fosse você eu teria perdido minha mão e o Skarmory continuaria sofrendo. Sério, cara, valeu.

Com os frascos finalmente retirados do ninho, sentia como se tivesse tirado um peso dos meus ombros. Admito que talvez fosse um defeito meu, nem sempre ser tão altruísta era a melhor opção, mas naquela época eu almejava ser como meus heróis preferidos, que se sacrificavam pelos outros. Bom... Talvez eu ainda almeje um pouco. De qualquer modo, eu podia finalmente tentar capturar algum Skarmory. Mas qual? Não podia optar pelos que estavam no alto da montanha: chegar lá em cima seria deveras complicado e perigoso. Restava apenas a ave que fazia carinhos no meu braço, ou melhor, no meu agasalho.

"Hmmm... Não sei se seria uma boa opção, tipo, ele pode querer ficar aqui... Mas ele parece gostar de mim, então pode dar certo! Mas eu não sei se ele tem família... Mas se ele tiver, eles não deveriam ter ficado aqui em baixo com ele?", pensei, um dilema se formando na minha mente. Decidi então, após alguns longos segundos, arriscar e tentar ver se ele gostaria de ir comigo:

— Skarmory, eu queria saber... Você gostaria de ser meu companheiro? Tipo... Eu vim aqui apenas para conseguir um Skarmory e... bom... Você é um, sabe? Então, é... Apenas se você quiser. Se você preferir ficar aqui no seu ninho e tals eu vou procurar por outro pokémon.

—Yaaay! — sorri para o pokémon, feliz com sua resposta positiva. Tratei então de pegar uma das pokébolas vazias que estavam no meu cinto e tocar o Skarmory com ela - tinha medo de tacar a pokébola e isso de algum modo fazer mal a ele. Eu sabia, é claro, que teria um desafio pela frente: a partir daquele momento, uma das minhas principais obrigações seria cuidar muito bem do pokémon metálico e fazer com que ele se recuperasse completamente.

— Eu prometo que vou fazer com que você retorne a sua antiga forma!

Com o Skarmory capturado, não tinha mais nenhuma razão para prolongar minha estadia naquela rota. Coloquei a pokébola dele no cinto, em seguida pegando a de Mankey e me desculpando por não ter tido nenhuma batalha, retornando-o então para dentro da esfera e colocando-a também no cinto.

Com as pokébolas no seus devidos lugares, tentei refazer o caminho que havia seguido até chegar ali, visando retornar para o início da rota e voltar para Pewter.

— Ah, oi, Shuckle, tudo bem? — cumprimentei o pokémon, que felizmente não impedia o caminho, e, por algum motivo, parecia bem feliz em me ver — Estou voltando pra Pewter... Consegui pegar um Skarmory! Então acho que não vamos mais nos ver... Bom, é a vida, tchau!

E com uma "ótima" despedida, passei pelo pokémon, acenando para ele e continuando a seguir em direção a Pewter.

"Desculpa, Shuckle, mas eu não quero te capturar...", pensei triste, olhando por cima do ombro o pokémon.