Uma pequena aventura pela rota!

A Rota 101... Ah a Rota 101...

O primeiro passo de todos os treinadores - ou quase - era dado naquela pacata e simples rota, sem muitos atrativos e com uma paisagem bastante comum. As árvores coníferas justificavam seus nomes com a forma perfeita de um cone, que era adquirida pelas folhas de árvores que desenhavam este objeto, e também preenchiam toda a extensão da estrada, sendo alternada com as árvores mais normais que davam frutos e abrigavam animais. O chão de grama verdinha era um tapete para todos aqueles que passavam por lá, e paralelamente à Rota estava a estrada onde os carros passavam. Mesmo assim não havia barulho, mostrando a magia da primeira Rota de Hoenn.

Hayato, Milo e Winry corriam pelos campos abertos da rota, seguindo ao norte para chegar na cidadela de Oldale. Os Pokémon estavam relaxando, pois nas condições climáticas agradáveis, nada mais poderia ser feito se não isto mesmo. O treinador tinha o simples objetivo de encontrar um oponente para batalhar, e isso não seria difícil. Avançou alguns passos na rota crente de que seria desafiado a qualquer momento, e tomando notas faladas de seus Pokémon, não viu a distância ser encurtada até que chegou numa área mais fechada da Rota.

As árvores alternativas - as que não eram coníferas - formavam uma parede vazada para os raios de Sol, que iluminavam focos pequenos do chão de terra, que era rebaixado em relação às árvores. Um pouco mais a frente conseguiu ouvir um choro infantil e alguns soluços. O que o garoto faria?

Após guiar-se pelo som do choro, Hayato avançava um pouco na rota e encontrava uma criancinha no meio desta, sentada com as pernas esticadas e aos prantos. Era um menino, tinha cabelo raspado na máquina um e usava uma boina xadreza. Vestia um moletom cinza e bermudas cinzas também, além de um sapato de um herói local. Seu nariz fazia bolhas de meleca com o choro, e o soluço era tamanho para o garoto tremer com eles. - A tia Rebelo me esqueceu aqui. Buáááá! - Reclamou o menino chorando.

Ao ver Milo lá, abaixou o volume de seu choro para passar a mão na cabeça da raposa. Parecia ser uma distração para o menino, mas deixá-lo lá poderia ser uma judiação para a criança. Como o treinador reagiria em tal situação?

O menininho parecia ter pouco menos que seis anos, e estava um pouco apegado à pelugem de Milo. Hayato estava preocupado com o menino, e o máximo que conseguiu fazer para ajudá-lo no momento foi perguntar onde morava. O menino parou de amaciar o pelo da raposa, repousou sua mão na cabeça desta e olhou nos olhos do treinador. Ficou um tempo boquiaberto pensando numa resposta, e então se virou e apontou para um lado aleatório. - Lá. - Falou, olhando novamente para o menino e esperando uma ação.

Perguntar aquilo à um menininho era arriscado, já que nem todos conseguem uma resposta exata. O treinador precisaria ser mais didático, mais preciso em suas perguntas, facilitando a vida do menininho perdido.

Com inocência o pequenino erguia a mão para Hayato, que com paciência começou a andar junto do garoto, sem rumo nenhum. Andaram para o norte, e até agora não houvera nenhuma objeção do garotinho, que aceitava a caminhada desde que estivesse ao lado de Milo. - Ele tem pelo macio. Haha - Comentou sorrindo para o treinador e massageando a cabeça da raposinha. Isso parecia uma boa distração para o pequeno não chorar, e assim avançaram na Rota 101.

E entre as árvores, o menino apontava para cima e anunciava: - Piu piu! Piu piu! - E se olhasse para cima veria um monstrinho azul marinho com o peitoral vermelho, bico pequeno e bastante tranquilo observando o treinador e o menininho. O que Hayato faria?

Após o alarme dado pelo pequeno garoto, cujo nome Hayato desconhecia, o mesmo tentou colocar seu Pokémon para a batalha. Os monstrinhos se entreolhavam num combate mental, e quando o elétrico foi se mover, foi surpreendido por um bater de asas repentino do Pokémon que voava na direção norte, fazendo a criança largar a mão de Hayato e começar a correr atrás do pássaro. - Piu piu! Piu piu! - Começou a correr até sair da visão de Hayato, que por ética deveria ir atrás do garoto e consequentemente, do Pokémon.