Um novo capítulo.

Dragonite olhou com esperança para Chronno quando ouviu o seu pedido, mas algo parecia errado. O Pokémon então inclinou a cabeça e tocou a Pokébola, mas para a surpresa do monotreinador, essa não capturou a criatura. Aquele Dragão já pertencia a outro treinador, já existia uma Pokébola ligada a ele. Dragonite balançou a cabeça negativamente confirmando que não poderia ir com Chronno dessa maneira.

- hahahahahaha! Seu tolo, ele já tem um treinador. E a Pokébola dele está com mestre Clain!

Dragonite pareceu ficar furioso com aquela afirmação e deu dois passos à frente com uma expressão nada convidativa. Em seguida ele disparou um Thunderbolt que quase acertou o homem.

- hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! – Morrendo de medo de ser morto pela Dragão, o homem fugiu para dentro da selva em busca dos seus reforços.

O que Chronno faria? Dragonite parecia disposto a seguí-lo.

A melhor opção de Chronno era correr, e Dragonite acenou positivamente que iria acompanha-lo o melhor que podia. Gligar voou alto, por cima das árvores, conseguindo encontrar a direção da cidade, após isso voou mostrando o caminho.

Chronno e Dragonite corriam lado a lado enquanto seguiam o “escorpião voador”. O Dragão fazia o melhor que podia, conseguindo acompanhar o ritmo do monotreinador, mas a cada passada que o Pokémon verde dava uma expressão de dor era visível em seu rosto. Dragonite caiu duas vez com a cara no chão durante o caminho, mas sempre se levantava e voltava a correr. E após um bom tempo de corrida, chegaram a cidade sem problemas, estavam apenas cansados, respirando pesadamente e as feridas do Dragão voltaram a se abrir devido a corrida. Ele sangrava em vários pontos diferente. O que Chronno faria agora?

Gligar acenou que tinha entendido a ordem e voou mais alto para procurar o Centro Pokémon, quando o avistou partiu apressadamente sem olhar para trás. Dragonite sangrava, e apesar de Chronno querer ajuda-lo, não tinha nada que o treinador podia fazer. O Dragão vendo a preocupação de Chronno forçou um sorriso para dizer que estava bem e começou a andar na direção que Gligar tinha partido...

O Dragão agora liderava até um ponto em que não aguentou mais andar, caindo de joelhos na rua. Algumas pessoas se aproximaram para ver a criatura ferida, tão rara e tão bela, mas fizeram questão de manter distância, afinal não sabiam qual era o temperamento do Pokémon.  Depois de quase 10 minutos a enfermeira Joy apareceu sendo guiada por Gligar, e logo atrás dela vinha Lem com Pikachu em seu ombro.

- Pobrezinho! Ele precisa de tratamento imediato! – Dizia preocupada já tirando de uma bolsa alguns remédios para aplicar em Dragonite. Enquanto isso Lem olhava boquiaberto maravilhado por ver Dragonite tão de perto.

Um pouco melhor devido ao tratamento improvisado, Dragonite se levantou nervoso, tinha muitas pessoas perto e com medo procurava Chronno para orientá-lo.

- Devemos ir ao Centro Pokémon para que eu possa trata-lo devidamente. Por favor Dragonite, me acompanhe! – Joy se manifestou tentando guiar Dragonite pela mão, mas o Dragão puxou sua mão e caminhou para o lado de Chronno como se buscasse a sua proteção. Ele parecia querer saber se era seguro acompanha-la. O que Chronno faria?

Com algum esforço por parte de Chronno, o Dragão conseguiu chegar ao Centro Pokémon. A enfermeira Joy não perdeu tempo em levá-lo a sala de emergência, onde começou o tratamento intensivo. Após aplicar um tranquilizante em Dragonite, ela pediu que o jovem treinador esperasse do lado de fora.

Tinham se passado quase 1 hora quando a Enfermeira Joy retornou sorrindo. – Ele vai ficar bem... Tivemos que fazer uma transfusão de sangue, mas nada preocupante. Agora ele está descansando. O único problema é sua asa. Apesar de já poder usá-la, ele vai ter que ficar no mínimo dois dias sem voar para ter uma recuperação total.

Outros treinadores tinham aparecido no CP e a enfermeira não tinha mais tempo para conversar. Ela voltou ao trabalho começando pelos Pokémon de Chronno, restaurando a saúde de todos para em seguida atender os demais treinadores. Nesse intervalo de vai e vem, ela autorizou ao treinador e ao pequeno Lem que visitassem o quarto onde Dragonite cochilava.

O Dragão estava praticamente curado, já não se via as marcas de tortura ou as feridas. O único sinal evidente de sua situação anterior era um curativo na dobra da articulação de sua asa direita, local onde havia uma fratura. Dragonite roncava baixinho, dormia um sono tranquilo apesar do que tinha vivenciado. O que Chronno faria agora?

- Eu sabia que ele era real! - dizia a criança com olhos brilhando de admiração.

Dragonite acordou de um pulo. Parecia muito bem disposto e cheio de energia. Quando viu Chronno abraçou o treinador com carinho. Apesar de mostrar um pouco de receio devido a presença de Lem, o Dragão logo se acostumou com o garoto. Após um rápido momento de descontração, Dragonite ficou sério, como se lembrasse de algo importante.

- Ele parece preocupado com algo, o que será? – disse confuso o pequeno Lem. – Será que existe alguma maneira de o entendermos?

Dragonite ficou ainda mais agitado, angustiado por falar e não conseguir se entendido. Ele gesticulava tentando dar vida a sua narração, mas tudo era muito confuso. Será que existia algum método que Dragonite poderia usar para se comunicar?