C1 - Meeting Treecko

OFF - Postando pelo celular sz Mas acho que ficou legalzinho meu post.

Torchic realmente era um grande problema naquela batalha. Sua velocidade aumentava a cada golpe, a cada comando, a cada esquiva. A cada instante. Treecko teria problemas para vencer daquele Pokémon, e com meus olhos verdes fixos na ação, torci para que a lagartixa pudesse ter um momento de sorte e vencer seu oponente com um movimento inesperado. Meus dedos brancos encostavam na palma da mão e se apoiavam sobre a bancada, limpa e seca, diferente do que eu pretendia deixá-la em alguns instantes. As luzes e outros apetrechos que enfeitavam e equipavam o local estavam agora em segundo plano, eu já não queria mais me aparecer para o público, mas focava em vencer a batalha e não ferir meu Pokémon.

O ágil pintinho passou como um rasante diante de Treecko e lhe desferiu um arranhão com a patinha amarela. A lagartixa não conseguiu, assim como eu, ver detalhes do golpe ágil. Torchic parecia cada vez mais um vulto laranja. A gramínea cambaleou para o lado sofrendo com a ardência do Scratch, e juntou forças para girar sua cauda e bater em sua cesta. Minha estratégia dava certo, só restava Treecko chegar. A cesta batia no balcão, enquanto Mudkip tentava bater em Treecko.

Após devolver um golpe na cesta de Torchic, o distanciando mais ainda desta, Treecko conseguiu ver o aquático se aproximando. O monstrinho azul vinha com velocidade, mas não mais que a da lagartixa, que tirou um sorriso esperançoso meu ao conseguir saltar por cima do oponente e deslizar até a nossa área. Assim que conseguimos concluir aquela etapa, não tive outra reação em me empoleirar no balcão e estender os braços para pegar meu Pokémon.

Com as patas meladas e, convenhamos, desconfortáveis, Treecko saltou em meus braços. Abracei a fêmea e trocamos carinho com a bochecha. Ofereci agua da pia para limpar suas patas, não poderíamos cozinhar com sujeira do chão. Treecko, sem relutar, aceitou. A lagartixa ficou em pé no balcão assistindo seus oponentes duelarem entre si. Peguei a cesta no chão já comentando alguma coisa com meu Pokémon.

- Eu tô torcendo pro Mudkip. - declarei - E você? - perguntei, mas fiquei no vácuo. - Será que podemos começar?

Procurei um dos diretores ou organizadores. Fiz sinal para saber se poderia por a mão na massa. Literalmente. Podendo, começaria lendo a receita, se não, apenas continuaria na minha secreta torcida.

A vida é cheia de surpresas, e mais uma delas era o resultado dessa primeira fase da disputa. Torchic era dotado de uma habilidade que o impulsionava a cada movimento dado, sua velocidade era ampliada potencialmente a cada comando de seu treinador, dando a eles uma grande chance de vitória. Mas isso já não ia acontecer, Treecko havia ganhado. Mas já era claro, pelo menos para mim, que Torchic seria o segundo colocado nessa etapa. Mudkip não era um Pokémon veloz, não tinha chance de ganhar numa corrida simples com Torchic.

Após movimentos desperdiçados e oportunidades aproveitadas, Mudkip e Torchic decidiam a corrida numa surpresa para todos: vitória aquática.

Agora seria a etapa de cozinha. Os ingredientes estavam dispostos no balcão onde eu apoiava minhas mãos e lia a receita. Treecko estava nos meus cabelos, misturando-se com os reflexos esverdeados. Coloquei as mãos no balcão gelado e respirei fundo para começar. Era para fazer uma massa, e sem dúvidas, a farinha e o leite eram bastante importantes como reagentes daquela receita. Abri o saco de farinha e as garrafas de leite. Peguei uma vasilha e comecei a dar ordens.

- Vou colocar o açúcar e a farinha, despeje um pouco de leite enquanto eu vou mexendo e amassando a massa. O fermento vai ser colocado junto do leite. Consegue fazer isso? - Treecko assentiu enquanto eu pegava uma colher para misturar todos os ingredientes. Sem delongas começamos, e esperávamos o melhor resultado possível.

O Master Chef Littleroot continuava a mil. Minha massa estava muito bonita, eu a comeria crua. Ok. Não é para tanto. Mas ela estava visualmente agradável. Separei uma vasilha e uma fôrma. A manteiga foi usada com um papel toalha para untar a fôrma, seja lá qual fosse a diferença. Deixei o forno pré-aquecido como mandara a receita. Joguei as Berries lavadas na vasilha e os amassei. Treecko me auxiliava despejando o pó de gelatina, onde após cozinhá-los, formariam o delicioso recheio azulado.

- Isso não vai prestar. - brinquei me referindo à delícia que estava fazendo.

Coloquei o recheio para cozinhar. Não tirei os olhos do creme azul que eu fiz, e quando julguei estar pronto, o despejei sobre a massa que estava na fôrma. Ainda sobrava um pouco da massa, e coloquei sobre o recheio para cobri-lo. Com a clara dos ovos pincelei a superfície da torta para dar um toque gourmet, estava tudo pronto. Coloquei no forno aquecido só restava agora esperar os 40 minutos. Quando passados, deixaria que Treecko checasse se estava tudo pronto, e se estivesse, esperaríamos o julgamento.