9 - Changing

Após um longo dia explorando as ruínas de Mountrock - e saindo cabisbaixo por não ter sucesso em encontrar alguma relíquia - acordei bastante disposto no Centro Pokémon. O egg de Whismur havia chocado e isso significava que o teste estava concluído, então, eu poderia me tornar um criador. Ainda não tinha ideia de qual área me especializaria, mas tinha em mente de tentar o máximo delas, já que todas me trariam ótimos benefícios.

Me levantei da cama, estava animado ao ver o novo dia, estava um pouco frio, afinal, o inverno havia chegado. Procurei as melhores roupas para tal estação, nada mais do que uma jaqueta e um calça que pudesse me deixar confortável. Saí do quarto, trancando-o, com minhas pokébolas na cintura. Yuki já devia estar me esperando no refeitório.

Dito e feito. Ao descer as escadas, vi minha amiga sentada em um dos bancos em uma mesa onde só ela estava, alimentava sua Igglybuff com uma porção de ração pokémon que comprara em uma loja no dia anterior. Me aproximei já acenando, onde fui retribuído, e sentei na frente dela, já retirando alguns pães da mochila, sobras da aventura de ontem.

- Então, dormiu bem? - Comecei com um assunto básico de toda manhã. Além de nostálgico, era bem comum ver Yuki logo neste horário, para mim.

- Muito bem! O serviço de hospedaria do Centro Pokémon é de outro mundo, nem parece que é gratuito. É melhor do que muitas pousadas que haviam em Pallet. - Disse a menina, soltando uma leve risada sarcástica após a piadinha. Tive que concordar com ela, afinal, Pallet não era a melhor cidade de hotéis do mundo.

Ela, então, retomou o assunto, com um ar mais sério.

- Ainda não tivemos tempo para conversar, Ryan. Você sabe do que aconteceu em Kanto, não é? - Perguntou Yuki, me olhando seriamente.

- Eu soube o que aconteceu quando vi pela televisão, tentei entrar em contato com eles e com sua família no dia seguinte, mas tudo já estava fora de área. Vim para Hoenn logo depois de chegar em Viridian, ganhei uma passagem. Você me disse que eles estão em Petalburg e que são seus vizinhos novamente, certo? - Continuei com a conversa de maneira simplória.

- Sim, e pediram gentilmente para que eu te procurasse e mandasse notícias. - Respondeu Yuki, mudando sua feição para algo que não consegui deduzir se era medo ou insegurança. - Eu também estava com saudades de você, afinal, saiu de Pallet sem nem se despedir de mim... - É, ela estava triste, errei nas duas opções. - Eu te falaria logo que chegássemos em Rinshin, mas toda essa proposta de investigar as ruínas, sabia que não queria perde-la, então deixei para depois e, enfim, chegamos até aqui. Eu não posso te seguir para sempre, Ryan, ainda quero terminar meus estudos e cuidar dos pokémon. Preciso que vá até Petalburg comigo e dê um oi aos seus avós, se não vai fazer isso, pelo menos ligue para eles. São seus avós, Ryan... Seus avós.

As palavras de Yuki me deixavam bastante desequilibrado, eu sabia que meus avós queriam falar comigo e procuraria-os assim que tivesse um tempo. Não estava preocupado em vê-los, apenas de saber que estavam bem, e isso eu já tive noção quando vi Yuki na floresta de Petalburg. Mas ela estava certa, eu precisava ir para Petalburg.

- Eu ainda tenho algumas coisas a fazer aqui, assim que termina-las, irei para Petalburg. - Disse para minha amiga, que reagiu de uma maneira que nunca pensei que aconteceria.

Yuki se levantou, com a cabeça baixa, e pegou sua pokémon no colo. Virou as costas e se afastou, rumando os dormitórios.

- Certo, você já sabe seu caminho. Eu preciso ir para Rustboro, não posso perder a chance que tive na escola veterinária de lá. Então, se eu não estiver aqui quando voltar, já sabe para onde ir e... onde estou.

A saída dela foi bastante dramática, bem típica de que estava triste ou chateada. Talvez meu jeito de falar não foi o melhor, não conseguia entender direito. Viajar em grupo sempre foi complicado para mim, por isso sempre evitei. Acabei magoando uma amiga importante, mas sabia que o melhor agora era evitar falar algo.

Sendo assim, suspirei e contei minhas pokébolas, faria um treino matinal com Taillow e, para isso, precisaria de Joltik e Freya, que ajudariam no processo. Ainda não tinha um apelido para a ave, mas pensaria no caminho. Me direcionei para os fundos do Centro Pokémon, onde havia um campo de batalha, perfeito para um treino.

Off: Ao narrador, obrigado por me narrar. Gostaria de pedir que não fizesse um plot longo, caso tenha algum em mente, pois, futuramente, Artie entrará nesta rota e faremos um PvP. Portanto, manterei apenas o treino de Taillow até que ele chegue. Ele ainda tem que passar pelo evento, eu acho, então creio que temos umas duas semanas, mais ou menos, até ele chegar.

Exatamente como imaginei, o campo estava totalmente vazio e livre para que meus pokémon pudessem treinar. Com isso, liberei-os de suas respectivas pokébolas. Joltik subiu em minha cabeça logo de cara, como de praste, Freya começou a olhar ao redor e sentir o ar livre, fazia tempo que não via o Centro Pokémon ou uma cidade, e Taillow parecia um pouco isolado, não estranhei, pois ele era o novato da equipe e até eu me sentiria assim.

- Estes são seus amigos, Taillow. O na minha cabeça é Raijin e a perdidinha ali é a Freya. - Falei para o pássaro, apontando para cada um que apresentava. Ambos foram receptivos com a ave, que já começou a se sentir um pouco mais confortável.

- Hoje, vamos treinar você, Taillow! E Freya e Raijin vão me ajudar nessa! - Tinha comigo quatro hastes de madeira, na qual posicionei-as em pares no chão, elas possuíam uma base para manter-se firme. As madeiras ficariam posicionadas alinhadamente, em uma distância entre cada uma de dois metros e, entre os pares, quatro. - Raijin, faça uma teia que ligue cada par de hastes, a mais poderosa que puder.

Peguei um bloco de notas, onde anotaria cada passo da evolução do treino, e, apontando com a caneta para Taillow, comecei a explicar.

- Taillow, você terá um treino de esquiva e rasante. Freya disparará três rochas de seu Rock Tomb e você, uma de cada vez, seu trabalho é desviar de todas e, no final, aplicar uma rasante para perfurar as duas redes de teia criadas por Joltik naquelas haste. - Apontei para os alvos após a explicação. - Freya, pegue leve com ele, vamos aumentando a dificuldade gradualmente.

Com isso, preparei a caneta e o bloco de notas para registrar alguma informação importante enquanto os pokémon começavam o treino de Taillow.

- Vamos fazer isso três vezes, dependendo dos resultados, dificultarei um pouco mais. Comecem!

Eu tinha pego um pouco pesado com Taillow logo de primeira, devia ter isso em mente. Caminhei até ele e retirei-o da teia de Joltik, acariciando sua cabeça e me desculpando, pois sabia que seria difícil. Verifiquei como estava a asa dele, certamente precisaria levar até a enfermeira no Centro Pokémon para recupera-lo.

- Freya e Joltik, cuidem aqui, vou leva-lo até o Centro e voltaremos ao treino. Vamos reduzir para apenas um par de hastes e duas rochas lançadas, ok?

Com Taillow em mãos, corri para dentro do Centro Pokémon, que não era tão longe assim - basicamente do lado - e me aproximei do balcão da enfermeira.

- Meu Taillow machucou a asa no treino, poderia cuidar dele ou instruir algum curativo para eu aplicar?

Off: Post bem bosta, to sem inspiração.