[NPC] Johann Strauss

Nome: Johann Strauss
Sexo: Masculino
Idade: 23 anos
Nascimento: 02/05/1994, Saffron City, Kanto.
Classe:  Rocket/ Ghost Tamer.
Uso pela Staff: Liberado

Descrição Física: Aqueles que põem seus olhos sobre o garoto Strauss não podem impedir o arrepio funesto na espinha. Talvez seja algo em seus olhos, tão ocos de vida, ou, quem sabe, as estranhas marcas que serpeiam torso acima, restos de um incêndio ou coisa que o valha, para marcá-lo com aquelas queimaduras profundas manchadas para sempre em sua pele. Tem a aparência doentia dos que se escondem do sol; uma cor amarelada, que se adorna com olheiras de noites mal dormidas. É esguio tal qual um adolescente que um estirão do crescimento tenha deixado desacomodado dentro do próprio corpo. Os ossos lhe despontam na coluna, sempre visíveis, e nas costelas: verdadeiro exemplo de ossada humana. Tenta esconder a impostura frágil com roupas que o avolumem. São casacos, jaquetas, calças sempre largas demais, folgadas demais, que usa sob o pretexto de parecer maior do que realmente é: como um pequeno roedor que se avulte a arrepiar os pelos para escapar de um predador. Desnecessário dizer quão bom estratagema não funciona: parece, antes, um destes filhos mais novos de família empobrecida que têm de usar as roupas relegadas a si pelos irmãos.

Descrição Psicológica: Esquizofrênico, Johann vive sob o estigma do que é ser considerado clinicamente insano. Vê a imagem da irmã morta que tiraniza sua vida; crê num perigo iminente que anseia por sua morte. Ouve vozes que chamam seu nome; vê vultos e pessoas que jamais existiram em outro lugar que não em sua mente. Seu comportamento recluso beira sociopatia. Egocêntrico, desconectado, sua distinta falta de empatia o torna um perigo em potencial. É incapaz de diferenciar amigos de inimigos, aliados de rivais: acredita-se só, numa busca solitária; um Dom Quixote a bramir sua espada para moinhos que se agigantam e se avultam em seu deturpado imaginário. A vida lhe é um eterno torpor. Sente-se dormente, distanciado; assiste à peça de sua existência em terceira pessoa. Assim, sente pouco ou nenhum medo face a ameaças reais. Triste que não seja o caso com suas ilusões. Elas o afetam e consomem, lançando-o ao desespero, ao terror puro, à depressão e sua única saída é buscar prazer na dor, tanto própria quanto externalizada.

Breve História: Ora criança vivaz, o homem que Johann se tornara sequer remete a um passado de sorrisos, alegria e descobrimentos da infância. Heike Strauss, sua irmã mais velha, lhe fora o maior exemplo durante os primeiros anos: era seu ponto de partida, sua guia, sua meta; o objetivo maior que devesse seguir. Não era de se admirar que sua morte, sob tão horríveis circunstâncias, o empurrasse na direção de um abismo de um colapso nervoso. Não aceitara o fato de que Heike se fora. Antes, a incorporara a sua psicose, nos delírios que tinha, onde a via tal qual a havia visto em vida. Mas a Heike de suas desilusões não era aquela que havia sido tão dedicada irmã: era, antes, uma tirana que o atormentava e que o atirava ao insano e à loucura. Ela fê-lo acreditar em um perigo imaginário, tão real e tangível quanto aquele que a ceifara em vida. A cada canto e cada sombra via inimigos querentes de seu sangue, de seu corpo, de sua mente. E ele não cederia.

Aos treze, fora internado em um hospital psiquiátrico, detido após cortar um colega de classe com uma tesoura de ponta a ponta. Aos gritos, tentara fazer seus captores acreditarem de que o garoto o atacara. Talvez houvesse – talvez fosse! – ou assim as vozes e Heike gritavam dentro de sua cabeça. O garoto fora hospitalizado; passava bem. Johann fora internado; seu quadro mais grave com a medicação do que fora em qualquer momento a priori. Heike – a irmã morta que lhe roubava a vida – fora aquela a arquitetar sua fuga.

Aos quatorze, Johann era um foragido. As estradas chamavam seus pés, os corpos clamavam suas facas e ele estava mais que contente em atender àqueles mudos pedidos por libertação e clemência. E ele era tão, tão clemente. Aos dezesseis era procurado em um estado ou dois; um selvagem que se esgueirava pelas casas na calada da noite e deixava ecos de seu reinado de terror. Curioso não ter sido a polícia a pôr nele as mãos primeiro, mas sim um homem chamado Demian Hasse. Igualmente insano, diriam as más línguas, sem saber que Hasse era apenas uma mente manipulativa capaz de dobrar fogo e tempestade e fazê-los obedecer aos seus comandos.

Quebrara Johann além de reparo e, mesmo assim, o garoto via nele o epítome da salvação; um deus, um messias; aquele merecedor de sua lealdade e com quem deveria caminhar dali para diante. Culpem Stockholm, mas Strauss fora vencido pela malícia de Hasse e se tornara a mais importante das ferramentas em sua empreitada rumo ao topo do mundo do crime. Para Hasse, Strauss lhe era uma força da natureza, um berserker, um demônio domesticado a mero cão de guarda de quem puxava a coleira. Estalava os dedos e lá ele estava – a cauda abanando, as orelhas baixas, a respiração sofrida. Seu monstrinho de estimação. Para Johann, Hasse era – e sempre seria – salvação.