Novos ares, nova floresta..

Henrique não fez muito além de bolar uma estratégia de defesa caso aquilo seja uma ameça, infelizmente o agressor não aparecera de primeiras. Os tufinhos desapareceram. Aya e Sparky, ao invés de atacar tentaram ajudar seu trienador à levantar, principalmente por não haver alvo para responder as demandas do mestre. Numa ajuda mais psicológica que prática Henrique podia já levantar, mas não sem antes ver seu Pikachu escorrengando em outro tudo amarelado no chão. A pokedex brilhou; rapidamente um pokemon começou a se desenhar na tela e o aparelho começara a piscar:
- Alolan Diglett! Um pokemon natural das ilhas Alola muito parecido com o Diglett comum. Suas primordiais diferenças são os cabelos louros e sua tipificação como metálico - Disse a Pokedex que logo ao fim da explicação gritou mais uma vez - Alolan Dugtrio! Um outro pokemon natural das ilhas Alola, muito parecido com um Dugtrio comum. Suas primordiais diferenças são os cabelos louros e sua tipificação como metálico - Repetiu, finalizou e desligou-se.

A luz e voz robótica do sistema operacional de Henrique o denunciou: ele era um treinador! Medrosos os dois pokemons correram mata à dentro, fugindo da trilha e largando um rastro de lama ao chão; eram eles os responsáveis pela aquela lamaçada toda? Ao menos os pokemons eram rápidos e logo mais saiam do radar da PokeDex de Henrique.

Saíram daquela lama toda e partiram para o meio da floresta; aos poucos o rastro dos fugitivos ficavam mais leve mas ainda conseguiam seguí-lo facilmente. A corrida foi longa e Aya e Sparky já pareciam cansados, ainda assim, prosseguiram. Muito tempo com paisagem igual; os monstrinhos até chegaram à cogitar que estavam andando em circulo! Mata fechada, chão barroso repleto de folhagem seca, árvores de troncos medianos e bastante alta. Nenhum outro ser vivo à vista! Mantiveram-se assim até encontrar uma pequena luminosidade ao fundo; como se aquele denso matagal, de alguma forma, tivesse saída. O rastro dos Alolan Pokemons pareciam levar para lá, ainda assim não tinham certeza; estavam longe demais para confirmar.

Sparky disparou na frente enquanto Aya sentia-se nostálgica pelo lamaçal de outrora. Agora o chão já estava mais firme, talvez Henrique não tenha percebido mas sua corrida estava leve e fácil, já que a lama grudenta e profunda estava cada vez mais escassa. A paisagem arbórea continuava identica ao de outrora e o rastro de lama permanecia; enxuto porém vivo. O grupo permanecia livre de perigos ou problemas mas ainda não havia encontrado os terráqueos que correram à frente.

A luz começava a ganhar uma esboço de uma paisagem; à frente um campo aberto, de mato baixo, que permitiria ver sem muitos problemas o que estava à frente; era um dos poucos lugares que o sol batia diretamente na cabeça dos nossos protagonistas. A medida que se aproximava mais conseguia arriscar outras figuras; um pequenino lago, uma árvore mediana ao centro do espaço aberto e logo ao lado um espacinho de terra arada. Mais próximo ainda Henrique conseguiu ver com mais clareza uma silhueta que, ao passo da aproximação, conseguia afirmar que era uma mulher! Ou melhor, uma moça, jovem, que levemente andava do lago à terra e da terra ao lago. Seu vestido balançava com a brisa leve e encostados na árvore via os dois Alolans pokemons.

Ainda não haviam notado sua presença; talvez o pequeno Diglett tenha suspeitado de que estivessem sido seguidos mas não acharia que Henrique seria tão rápido ao meio daquela lama toda, por isso os três pareciam não estar nem um pouco preocupados com a presença do rapazinho ali; muito menos perceptivos à ele. Passou como um completo vulto e poderia voltar na mesma sutileza que chegou, se quisesse.

Henrique era esperto, sabia que as aparências enganam então só mostrou-se semi-aberto. Esperto da sua parte mas desnecessário: a mulher à frente abrira um sorriso completamente sincero e como quem não tinha maldade alguma disse:
- Oh, eu moro por aqui... As vezes. Enfim, não estou perdida e me chamo Rosalina - Começou, pausou e então corrigiu a afirmação, transformando-a em uma semi-verdade - Prazer Henrique! Eu não to em apuros não mas talvez você possa ser útil sim - Finalizou com uma risada, meio sem jeito de continuar.

A verdade era que Rosalina tinha um problema sim e não duvidava de sua capacidade de resolvê-lo sozinha, ainda assim, uma ajuda seria sempre muito bem vinda; encarou o adolescente de cima a baixo e quando reparou na sua disponibilidade inofensiva deixou de lado a vergonha e o receio. Primeiro havia cogitado incomodar-lhe desnecessariamente, depois havia pensado sobre como diabos aquele menino chegou ali; oh, pergunta importante! Decidira fazer antes de o interpelar:
- Er... você veio da trilha né? Veio parar aqui como? Não é muito fácil achar esse campo, eu mesma demorei encontrar esse lugar - Bombardeou o rapaz com perguntas.