[Friend Safari Ghost] Andros

Depois de passar por uma rápida entrevista, eu escolhia o Safari Ghost para explorar. Ao sair da sala, Nagisa estava me esperando com Piplup em seu colo.

- E ai? Pra onde vamos? – Ele perguntou todo animado.

- Eu escolhi o safari Ghost. Parece ser bem interessante. Mas não perguntei se você poderia ir comigo. Eu achei que você queria ir em outro, sozinho.

- Claro que não. Eu quero te acompanhar. É mais divertido assim. - Ele foi até o balcão da sede do Safari de Sootopolis, e perguntou. - Eu posso acompanha-lo durante o safari? Mas não vou fazer nada, apenas ir junto. Posso?

Nagisa fazia uma cara de cachorro pidão, esperando que assim fosse possível convencer a funcionária. Eu apenas esperava perto da porta, já que logo um transporte nos levaria para Mauville, onde aconteceria o safari.

“Como será o habitat artificial dos fantasmas? Será um cemitério? Estou louco pra ver.” Eu pensava enquanto esperava.

Allan estava pronto para entrar no safari de pokemons fantasmas, e curioso também para saber como seria o ambiente artificial que abrigava tantas espécimes de pokemons deste tipo. Um cemitério? Uma casa abandonada no meio da floresta? Ele descobriria em breve. Mas Nagisa não podia dizer o mesmo, mesmo a cara de pidão não foi suficiente para convencer o homem atrás do balcão.

- Sinto muito meu jovem, fui informado que somente sua entrada foi autorizada nesse Safari, e somente daqui a algumas horas quando escurecer. - Falou seco enquanto apontou para a janela e mostrou um carro azul que o esperava do lado de fora. - Você fica, disse apontando para o loiro ao lado de Allan.

Allan esperou, se despediu e entrou no carro, foi levado para um parque de diversões abandonado, era realmente assustador aquele lugar. Todos os brinquedos, sem exceção, estavam em péssimas condições, nenhuma pessoa caminhava por ali, e alguns barulhos estranhos eram ouvidos de tempo em tempo. A iluminação era péssima, um ambiente muito propício para pokemons do tipo fantasma, que adoravam se aventurar numa noite escura como esta.

- Esta é a única entrada do Safari. Boa sorte. - Disse o motorista que deixou Leoxes em frente a um trem fantasma e lhe entregou um candelabro portátil de três velas acesas. - É só sentar no carrinho e apertar o botão. Até breve.

Por mais que eu quisesse ter companhia durante a minha aventura no meio dos fantasmas, Nagisa não poderia me acompanhar.

- Sinto muito... Tente ir em um safari sozinho. - Eu dizia depois de ouvir as palavras do funcionário.

- Não quero ir... Não sozinho. – Ele disse meio emburrado. Mas durou pouco, já que logo ele abriu um grande sorriso e continuou animado. - Mas pode deixar que eu vou ficar aqui e me divertir bastante na cidade. Ainda estão acontecendo aquelas peças de teatro. Até mais então. - Ele acenou e foi em direção à porta.

Eu ainda tive que esperar um pouco até que chegasse o horário em que eu poderia ir até o habitat do fantasmas. Eu estava empolgado, já que gostava bastante dos pokémons desse tipo, não mais que os de fogo é claro.

Assim que chegou a hora, o transporte veio me buscar. Não foi uma viagem muito longa, e apesar de não saber onde estava indo, foi muito obvio dizer quando chegamos. Um grande parque de diversões, mas não um tradicional, aquele era extremamente velho e destruído. Estava abandonado, a não ser, pelos pokémons que viviam ali.

- Nossa! – Eu disse espantado. Eu não esperava isso, um parque em ruínas... Era muito empolgante, e me deixava bastante animado. - Obrigado! – Eu disse quando o motorista me entregou o candelabro. Senti meus olhos brilhando assim como os de Nagisa ao ver um pelúcia de Piplup. - Você vai me esperar aqui fora, pra quando eu terminar? – Perguntei curioso.

Logo em seguida, eu fui até o carrinho, e me sentei. Procurei por um cinto de segurança, já que as coisas ali não pareciam muito seguras. Apesar disso, eu estava tranquilo, e bastante ansioso. Depois de me preparar, eu apertei o botão indicado.

Antes de apertar o botão que daria início a sua jornada pelo safari fantasma, Allan se virou e perguntou ao motorista se ele ainda estaria ali quando ele terminasse, o motorista com um belo sorriso e respondeu. - Mas é claro! O último que busquei, tive que levar para o hospital, ele saiu doidinho, não falava coisa com coisa. - Disse o homem enquanto engatava a ré para manobrar o carro e sair bem rápido.

O afastar do veículo deixou tudo mais escuro ainda, pouco se enxergava longe do candelabro. Leoxes então se sentou no carrinho e sua primeira ação foi procurar um sinto de segurança, ele até achou, mas estava com cerca de 10 centímetros e uma ponta mastigada, não serviria nem para segurar sua perna. Mesmo assim ele decidiu apertar o botão, que fez uma luzinha vermelha na frente do carrinho acender. Era estranho como aquele lugar em ruínas podia ter eletricidade. Mas algo no ar dizia que aquilo não seria a única coisa estranha no local.

- IIIIIIINNIIHINN... - O carrinho deu a partida e começou a andar pelo trilho, que obviamente não tinha nenhum tipo de lubrificação, fazendo o mover de rodas produzir um barulho contínuo muito irritante.

Lá dentro Allan passou por uma espécie de cortina que parecia mostrar o começo da aventura. O candelabro permitia o garoto ver alguns metros a sua frente, possibilitando observar as paredes enquanto percorria o trajeto. Lá haviam quadros assustadores de pokemons considerados fofos riscados com tinta vermelha, ou o que parecia ser tinta. Um Jigglypuff pintado a mão com um rasgo no meio talvez fosse o mais bizarro deles.

- AHAHAHAHAHA!

Uma risada muito alta e assustadora derrepente tomou conta do lugar, ao mesmo tempo que o carrinho parava bruscamente. Andros tomou um susto, era impossível não tomar, mesmo o mais corajoso tremeria diante de tal situação. Em sequência a voz parou e lâmpadas bem fraquinhas de luzes vermelhas se acenderam no chão uma atrás da outra, indicando um caminho a ser seguido. Apesar da luz no solo a iluminação ainda era muito precária, o que não deixava Allan ver o que tinha a frente, talvez não fosse uma boa ideia deixar seu candelabro.

Tudo naquele ambiente era feito para tentar me deixar assustado. Mas essa não era uma tarefa fácil, já que eu não costumava ter medo de muitas coisas. Assim que o carrinho começou a se mover, um barulho bastante irritando ecoou por todo o ambiente. ”Ok... Agora todos já sabem que eu estou aqui. “ Eu pensei franzindo o rosto por causa do barulho.

A medida em que o carrinho percorria os trilhos, algumas coisas bem grotescas eram visíveis. Quadros estranhos, com imagens riscadas ou rasgadas. Apesar de não poder enxergar muito por causa da escuridão, pelo menos alguns metros ao meu redor, eu conseguia enxergar, por causa do candelabro.

O carrinho parou repentinamente, no mesmo instante em que uma risada ecoou por todo o lugar. Fui pego de surpresa, me assustei com a freada brusca, que acabou tomando mais ênfase por causa da risada. ”$#@8&%” Xinguei em pensamento, segurando firme o candelabro.

Algumas luzes se acenderam no chão, criando uma espécie de caminho iluminado. ”Será que tenho que descer e seguir por ali? Vamos lá então...” Eu me levantei do carrinho, que quase havia me matado do coração, e segui pelo caminho de luzes. Eu permanecia segurando o candelabro, para evitar ficar no escuro. ”Será que tem algum pokémon por ali? Espero que tenha... Mas de qualquer forma, qualquer coisa é melhor do que aquele carrinho horrível. “

Allan decidiu sair do carrinho e percorrer o restante do trajeto a pé, mas numa decisão sábia continuou segurando o candelabro que lhe permitia aumentar o campo de visão. Segurava ele bem firme por sinal depois daquele susto da risada, e de onde diabos tinha vindo aquela voz?! Andou poucos metros e ouviu um click, uma das luzes vermelhas que ele tinha passado apagou, e outras em sequência conforme ele ia caminhando. Parecia que havia algum tipo de sensor que só iluminava onde havia movimento.

Mas o jovem era um menino corajoso e continuava sua caminhada sem medo. E sozinho! Naquela altura muitos já teriam liberado algum pokemon para prevenir qualquer problema, era uma bravura admirável. Cerca de 20 metros de luzes acendendo e se apagando resultaram em um beco sem saída. Sério? Depois disso tudo, um beco sem saída? Porém antes que Allan pudesse pensar qualquer coisa, as luzes todas se apagaram ao mesmo tempo. Cinco segundos depois uma luz vermelha mais forte vinda do teto iluminou uma cena bizarra bem atrás do garoto, onde ele tinha acabado de passar.

Aparentemente era alguém de costas estendido numa forca com a cabeça meio torta. Pelo tamanho parecia ser uma menina morta, usava roupas brancas sujas e sapatilhas amarelas, estava totalmente imóvel pendurada naquela corda. De costas não dava para ver o rosto da criança, mas era bem visível o cabelo azulado e com pontas roxas. Mais alguns segundos se passaram e nada acontecia.

- Miiiiis! - O corpo da criança foi jogado para cima de Allan que tomou outro susto, mas esse com menos intensidade que o primeiro, parecia já estar pronto para alguma surpresa.

Na verdade o que seria o cadáver de uma menina era somente o corpo de uma boneca em tamanho real, mas estava sem cabeça. Leoxes procurou a cabeça no chão mas quando olhou para frente viu um pokemon rindo da sua cara. Aparentemente tudo aquilo era uma pegadinha desta fantasma que fingiu ser o cabelo da boneca.

Misdreavus F lvl 20
Trait: Levitate

Depois de descer do carrinho e começar a seguir andando, as luzes começaram a se apagar, à medida que eu passava por elas. Tudo era realmente feito para assustar as pessoas. Eu continuava seguindo na direção que as luzes me levavam, até que finalmente cheguei literalmente no fim do túnel. Eu estava encarando uma parede, no fim de um corredor sem saída. ”O que eu farei agora?” Eu pensei olhando ao redor, quando de repente as luzes se apagaram, acendendo apenas uma bem acima de mim.

Eu não fiquei totalmente no escuro, já que ainda segurava o candelabro, e isso não me assustou. Mas quando olhei atrás de mim... - Uau! – Eu disse admirado. Parecia muito real, uma garota enforcada, e seus cabelos se movimentando, e ela voando na minha direção... Eu tomei outro susto quando ela vou na minha direção, e por reflexo eu apenas me afastei. ”Mas peraí, cadê a cabeça?” Eu olhei para o chão procurando, mas ela não tinha rolado para lugar nenhum.

Aí resolvi olhar pra frente, e lá estava ela. Mas não era a cabeça da boneca, e sim um pokémon. - Tá achando graça né... – Eu disse pegando minha PokéDex. Era um pokémon que eu não conhecia, então eu aprenderia um pouco sobre ele.

Misdreavus respondeu o questionamento do garoto com uma bela risada que parecia muito uma voz humana. - HAHAHAHA! - Talvez assuste gente com tanta frequência que já tinha decorado suas risadas e gritos.

- Então você é uma Misdreavus... Belo cabelo. – Eu dizia depois de ler as informações. - Está afim de uma batalha? Você me deve essa, pelo susto. - Eu nem esperei uma resposta, saquei a pokébola de Minun, e o liberei. - Vamos lá amigão. Essa vai ser nossa batalha de estreia, mas não se desanime comigo, eu ainda estou pegando o jeito. Essa é Misdreavus, nossa oponente da noite. - Eu disse apontando para a fantasma. - Então vamos lá. Minun, comesse usando Thunder Wave, e depois ataque com Spark. Cuidado com os ataques dela, permaneça sempre em movimento e tente desviar quando ela atacar.

Minun só possuía um ataque que eu poderia usar, já que o Quick Attack não funcionaria contra um fantasma. Mas eu achava que seríamos capazes de vencer.