[Friend Safari Rock] Mathito

Logo após me despir do Matito Samonji em quanto Thito, tive que me esquivar dos fãs da estrela que meu personagem artístico estava atraído cada vez mais. Eles me chamavam de Fairy King. Ainda bem que dessa vez nenhum repórter estava plantado na porta dos camarins. Consegui sair dali como Matthew Monclar com certa tranquilidade.

A chance de participar do Friend Safari surgia novamente. Da última vez eu estive ocupado e não consegui me inscrever, mas desta me avisaram com antecedência, dizendo que teria uma transporte de ida e volta para todos. Ter muito o que pensar, aceitava e já fazia minha parte, aguardando no CP, aproveitando para curar meus parceiros que encenaram, até ter a minha condução autorizada pela staff organizadora.


Em Mauville, cidade sede do evento, eu tinha a minha escolha três tipos que não me deixaram muito animado. Durante toda a viagem pensei que talvez pudesse reunir tipos que ainda não tinha, como Steel ou até mesmo um outro Water. Mas das opções, tinha Normal, que não me interessava, Eletric, do qual possuía 3 do tipo, e por fim Rock. De todas as opções, o último era o que mais se enquadrava nas minhas expectativas apesar se não ter simpatia por algo tão pouco maleável.

Tendo então escolhido Rock, com a cara meio amarrada, ouvia as instruções do guia e aceitava os termos, só esperando ele abrir as portas para eu poder viver o safari. Na real, minhas expectativas estavam tão baixas quanto um Pichu ao lado de um Onix.

Off: desculpa a bad, mas é isso aí ;-;

Mesmo com baixas expectativas, ao abrirem as portas, o lugar parecia um grande canyon e mesmo sabendo que era um ambiente artificial, as rochas pareciam tão sólidas quanto as reais. A tecnologia naquela sala não me permitia nem mesmo ver o fim do espaço. Aquilo pode ter feito eu ficar um tantinho mais animado, só que não foi tanto pra dominar meu estado de espírito atual.

Coloquei as mãos na cintura e inspirei aquele ar. Olhei para os lados e não via um sinal de vida. Olhei para baixo e me senti meio tonto. Parecia uma queda feia, apesar de ter como descer se eu for cauteloso "ou tiver um Tropius pra me levar até lá" - pensava em controvérsia. Contudo, ficar naquela posição de "rei" no topo dos montes me parecia privilégio, contanto que eu podia observar os que estavam no mesmo nível que eu e as civilizações lá embaixo. Só que ficar num ambiente novo, por mais que não parecesse hostil, me dava nervoso. Eu tinha minha equipe Fairy comigo, além da Voadora, dois novos companheiros que conversei bem pouco. Decidi ver como um deles estava para me fazer companhia.

— Ei Munna, como você está? Gostou de passar um tempinho de repouso? - eu ri enquanto ele flutuava ao meu redor. - Tudo bem, tudo bem. Olha, eu sei que você curte lugares mais escuros, então a gente vai ficar um tempinho aqui encima olhando lá pra baixo e ver se a gente encontra algum túnel de algum Pokémon.

Apontava pro abismo e o Psíquico não se importava tanto com a altura. Bem... ele flutuava.

Dei de ombros e comecei a caminhar com cuidado pelas pedras ali de cima.

Off: let's rock, man ;-;
Off²: Sckar, quando for usar imagens grandes na minha rota pode por elas em spoiler, por favor? Facilita o acesso, obrigado :)

Tirava a camisa e a amarrava na testa, proporcionando uma sombra para parte do rosto. Aquele calor provavelmente não irritava algumas espécies dali, mas a mim e ao Munna, que preferia mais a companhia da lua, era quase que insuportável.

Após cerca de 15min caminhando sem proteção alguma, era natura de meus olhos começarem a arder e minha boca desejar água. Ainda bem que trazia uma garrafinha para beber. Dei um pouco ao Munna e percebi neste momento uma cavidade dentre as rochas abaixo de nós. Parecia muito com um túnel natural. Aquilo me trazia lembranças da exploração com Lucas e Gwen pelo Vale do Aço. Por um momento eu sorri, chamando a atenção do Psíquico.

— Olha lá campeão, um buraco!

Não tardei a decidir descer pelo modo tradicional: escalando. Como Munna não se prendia ao solo, só me acompanharia até o nível da caverna que identificamos e caso algo desse errado enquanto descia, tinha a vista a esfera de Tropius. Não gostaria de virar manchete como o treinador que morreu num Safari após escorregar no canyon Rock. Chegando lá eu usaria meu Silph Scope que era melhor que a lanterna da P-Gear, pois além de ter o modo visão noturna, ele não ofuscaria as criaturas que ali vivem só para eu poder enxergar. Ou seja, nada de incomodar os outros. Meu dia estava ruim, mas eu não era um canalha pra depositar isso nos outros.

Não conseguia parar de pensar em que tipo de criatura viveria ali, se houvesse alguma.

Esticava os dedos até que estalassem para facilitar a circulação na mão após aquela descida meio que sinistra. Mais uma vez sequei o suor da testa e respirei fundo.

Com os óculos no lugar, adentrava a caverna na companhia de Munna. Eu não era um grande explorador de lugares escuros como cavernas, mas sabia reconhecer o cheiro de mofo e aquele lugar estava cheio dele. Contudo era só o que parecia ter vida ali, um montão de fungo. Bem, foi o que pensei até ouvir o som de água. Este eu sabia identificar muito bem por ter tido um pai que era especialista em água e os Pokémon que viviam nela.

Caminhei na direção de onde achava que vinham os sons até que eles cessaram, mas não foi problema, pois encontrei a fonte das minhas certezas. Era uma espécie de piscina natural. Um pequeno lago perdido no meio de um habitat seco e marcado por milhares de rochas. Mas apesar de ter encontrado a fonte do som aquático, o produtor dela parecia ter se escondido ou até mesmo fugido. Com os óculos não consegui enxergar muito bem sobre, então o guardei e chegava mais perto do laguinho, usando desta vez a pokédex para detectar se havia um Pokémon ali.

— Munna, fique atento e a qualquer sinal de ameaça, use seu Yawn. Pode nos dar um tempo para fugir. - falava em tom mais baixo que o normal para o Psíquico ouvir.

Nada!

Era muito estranho eu ter ouvido um som de algo se movendo na água e de repente nada mais. Não havia outra saída. Não podia ser alguém de passagem que tinha aparecido só para beber daquela água e foi embora. Não. Havia um Pokémon ali dentro da água e seu segundo tipo era Water. Só esperava que não fosse um Corsola, pois estava determinado a entrar.

— Munna, olhe os meus pertences. - nisso, liberava outro Pokémon, era meu Sylveon, que me abraçava, mas não entendia que lugar era aquele. - Eros, eu vou mergulhar ali e quero te pedir dois favores. O primeiro, me enlaça e não solta por nada! O segundo, usar se Dazzling Gleam pra iluminar a caverna enquanto eu estiver lá embaixo e faz companhia pro Munna, por favor.

Dito isso, já me encontrava sem as calças e as meias. Não tinha necessidade de molhar minhas roupas sendo que estávamos sozinhos ali. Me certifiquei de que o laço do meu Eeveelution estava bem firme e mergulhei com os pés primeiro, pegando fôlego e indo para dentro do lago ver quem se escondia lá.