Crow Hikigari
Cidade Natal: Littleroot Town
Carreira: Treinador
Idade: 36
Altura: 1.81 m
Peso: 86,2 kg
Descrição física:
Dotado de um rosto expressivo, Crow possui linhas marcantes contornando as mandíbulas e uma barba rasa aparada quase por completo. Uma ruga acima dos olhos negros se formou devido a expressão séria que mantém sempre. Além da ruga, a idade também trouxe cabelos grisalhos que se confundem com o branco natural. Os músculos muito desenvolvidos podem ser vistos mesmo através da blusa cinza e da jaqueta branca com detalhes pretos. Um cinto que por vezes fica parcialmente à mostra segura a calça preta que usa. A partir do momento que decidiu viajar, botas e mochila pretas viraram acessórios para o homem. Outros "acessórios" eram os charutos e cigarros que levava no bolso da jaqueta.
Personalidade:
No passado costumava ser um tanto impulsivo, do tipo que gritava por pouca coisa, porém a personalidade se tornou melancólica e guiada pela razão. Numa total mudança de comportamento, Crow se tornou analítico, mas mais empático com os sentimentos. Não trocou as emoções pela lógica, aprendeu a usar a lógica para preservar quem gostava, e o que gostava, por perto. Da antiga personalidade manteve só o semblante sério capaz de enganar qualquer um que não o conhece, pois tão logo lhe é pedido qualquer coisa, um sorriso tranquilizador se abre, típico de quem sabe o que faz e, portanto, estará pronto para resolver o problema que a vida lhe trazer, seja ele qual for.
Biografia:
A vida em Littleroot era pouco promissora desde a infância. Precisava se deslocar grandes distâncias só para chegar na escola, onde dormia a maior parte do tempo devido ao cansaço das viagens. Estranhamente, mesmo dormindo nas aulas suas notas eram elevadas nas matérias que diziam respeito a Pokémons, talvez pelo contato que tinha com o natural, mesmo assim não explicava o conhecimento sobre alguns que nunca tinha visto. O talento que tinha para com Pokémons não foi polido, pais super-protetores impediram que saísse pelo mundo no inicio da adolescência. O tempo passou, Crow completara os 18 anos e já era o sucessor a administrar a grande indústria de seus pais, enquanto eles iam aos poucos se ausentando das funções e assumindo a vida de aposentados. Aos 21, seu irmão menor atingiu a maioridade e começou a trabalhar com ele na fábrica, foi quando seus pais se ausentaram por completo do serviço.
Tinha 24 anos quando descobriu que tinha engravidado uma das mulheres que ficava. Não foi a melhor notícia a se ouvir por alguém tão atarefado, era muita responsabilidade e pouca idade. Crow não era do tipo que faria isso, mas assumiu a criança e se casou com a mulher, era um novo momento em sua vida que aconteceu com mais imprevistos. A gravidez acabou sendo de risco e apenas a criança sobreviveu. Foram anos de paternidade solitários, mas muito melhor do que pensara, ele e a filha viveram onze anos em perfeita paz, até que ela desejou se aventurar. Não havia motivos para ele dizer não, era um sonho que ele mesmo já teve e a as indústrias estavam bem regidas por ele e pelo irmão. Semanalmente ele recebia uma carta da filha e lia com satisfação, a garota tão nova já tinha sete das oito insígnias, mas as cartas pararam de chegar, a preocupação veio e a polícia foi acionada. Uma grande investigação foi aberta, mas os resultados foram inconclusivos, por vários meses ela não estava em lugar nenhum mapa, foi dada como morta.
Foi a partir de então que mudou. Eram dias tristes sem notícias que lhe tiraram a disposição, então se ausentou completamente do trabalho e viveu unicamente na cozinha de casa onde boas memórias foram formadas ao lado da filha. Mas espinhos cresciam em suas memórias, era difícil lembrar sem sofrer, por isso não era mais difícil ver porta-retratos virados ou derrubados na casa, quando quisesse reviver aqueles sentimentos podia sempre ir ao quarto dela e sofrer lá em silêncio. Mas ele nunca queria enfrentar tais memória, todos os dias a rotina era repetida, sem que visitasse o quarto dela, ele acordava, ia ao banheiro tomar o primeiro banho do dia e depois pra cozinha, colocava dois pratos na mesa e se servia, depois dormia a tarde inteira e finalmente pelo período da noite ele repetia o que tinha feito de manhã, tomava banho e colocava dois pratos. Certo noite os pratos já estavam colocados quando um Pokémon surgiu, um Murkrow atraído pelo brilho do porta-retrato virado para a janela. Foi o primeiro contato que Crow teve com o Pokémon, e como não tinha nada a perder, abriu a janela. A ave tentou levar o porta-retrato, claro que o homem não deixou, mas entregou comida e uma moeda.
O Murkrow retornou diversas noites e aos poucos foi a causa de mudanças. Os dois pratos se tornaram um prato e uma tigela com comida Pokémon, ademais uma moeda era preparada diariamente para dar a ele. Os dois se acostumaram àquilo, Murkrow recebeu até um nome, devido às moedas passou a ser chamado de Coin. Tempos depois o Pokémon decidiu ir morar ali.
Crow voltou a pensar no passado, mas com o velho vício do tabagismo para lhe ajudar a se acalmar. Sua percepção de mundo tinha mudado mais uma vez e cultivou na cabeça a ideia de seguir uma jornada, porém um velho pensar naquilo era difícil, pensar sobre inúmeros problemas que arquitetou na cabeça. Para seguir aquilo precisava de forças, e sabia que de tudo o principal e mais complicado seria se despedir do quarto da filha. Um passo de cada vez, antes confirmou com Murkrow se ele o acompanharia tanto na jornada quanto na despedida. A resposta foi positiva, não podia dar pra trás depois da confiança que lhe foi depositada, mas antes ele finalmente usou a Pokéball para definir aquele Pokémon como seu. O corvo foi capturado com sucesso, contudo não se adaptou e quis sair logo depois. Último dia ali, não podia mais adiar, degrau por degrau subiria a escadaria para entrar no quarto. Lá estava ele e Murkrow, frente à incerteza, à esperança e à tristeza. No último momento, murmurou: "quando voltar, ficará de castigo". Lágrimas escorriam pelos seus olhos, mas dentre todos os instante dos últimos meses, aquele era o que se sentia melhor.