Philip Seuss
Cidade Natal: Oldale
Carreira: Monotreinador - Água
Idade: 7
Altura: 1,15m
Peso: 27kg
Descrição física: Philip é uma criança comum de sete anos. Pela idade, é relativamente baixo e talvez um pouco cheinho, o que o faz ter bochechas enormes e convidativas para um afago. Seus olhos são de um tom violeta e seus cabelos são esbranquiçados, como os das pessoas albinas. Desde sempre, deixou-os de um tamanho considerável, que até tampam seus olhos, se desarrumados.Carreira: Monotreinador - Água
Idade: 7
Altura: 1,15m
Peso: 27kg
As roupas de Philip são sempre escolhidas para tampar o máximo do corpo possível, para evitar as piadas sobre seu peso. Na verdade, o excesso de pano só piora a situação, mas, em sua mente, tudo está controlado.
Personalidade: De acordo com sua pouca, mas significativa vivência, Philip aprendeu a ser retraído e solitário. Dificilmente conseguia conviver com outras crianças, embora fosse esse seu sonho. Sempre se deu melhor com as pessoas mais velhas, de preferência do sexo feminino, por serem mais cuidadosas e afáveis. Philip é bastante inseguro consigo mesmo e só se solta quando conhece alguém que conheça e reconheça sua vulnerabilidade, sem julgá-lo ou caçoá-lo. É uma criança sensível, chorona e totalmente dependente dos outros à sua volta. Fica a maior parte do tempo calado e observando, o que o tornou um bom leitor de expressões e intenções das outras pessoas.
Enfim, possui habilidade sociais desprezíveis, mas tem um bom coração e uma inocência digna de pena.
Biografia: A história de Philip ninguém sabe contar.
De todas suas memórias, poucas são sobre a época quando vivia com seus pais ou com quaisquer parentes. Tudo o que Philip sabe é o que as pedagogas da creche onde vivia, em Oldale, o contavam. "Nós cuidamos de você desde que você chegou aqui com menos de três anos de idade.", "Você foi um dos maiores desafios que tivemos aqui, por não conseguir fazer nada sozinho. Mas é adorável.", "Lembro quando você acordava todos no prédio com o seu berreiro. Eu tinha vontade de te mandar para outra creche.", cada cuidadora com diferentes opiniões a respeito dele. E, a cada comentário feliz, Philip se ruborizava e encolhia seu queixo no pescoço. E, a cada comentário infeliz, se perguntava o que tinha feito de errado e continuava a achar a solução para seus problemas no silêncio.
Por quatro anos, Philip morou na creche municipal de Oldale, junto com várias outras crianças órfãs ou rejeitadas. A história de como ele foi parar ali nunca foi descoberta, e é um dos mistérios que o garoto mais quer revelar em sua vida. Ao que parecia, ele não era nem mesmo daquela cidade, pois ninguém nunca o havia visto antes, ou sua família biológica.
Como sempre solitário, Philip foi a uma excursão com a creche, após ouvir de uma cuidadora que já não tinha mais um pingo de paciência com ele, portanto ele devia passar alguns dias longe dela. Apertou o quepe na cabeça, encarou o ônibus e embarcou na viagem. Após talvez 1 hora de estrada de terra, o veículo parou, e todos os meninos desceram, todos acompanhados dos amigos, rindo, conversando e se divertindo. Em um dos últimos bancos, lá estava ele, olhando para a janela, com os braços dentro dos bolsos e o sorriso guardado no peito. Ao seu lado, uma menina que havia dormido babava na poltrona, embora o menino nem ligasse.
Quando desceram, Philip se deparou com um enorme campo de flora. Havia flores, arbustos, árvores e alguns Pokémons de planta tomando banho de sol. Cauteloso, o menino se escondia atrás das cuidadoras, temeroso de qualquer movimento estranho.
A verdade é que ele nem queria estar ali. Preferia estar em seu quarto, quieto, no silêncio, olhando para o nada e também pensando no nada. Mas enfim, eram as circunstâncias.
- Philip, venha ficar comigo. Não se perca de mim, está bem?
Era a cuidadora de quem Philip mais gostava, embora soubesse que ela não tinha sentimentos pessoais para com ele. Era somente uma boa profissional. Assim, agarrou sua saia e observou cada canto que podia ver. Era uma fazenda enorme, com pasto, lago, uma mansão e uma plenitude tediosa.
O dia foi produtivo, conhecendo vários Pokémons rurais e até alguns selvagens vez ou outra. A cuidadora esteve paciente o tempo todo e voltou toda sua atenção ao garoto, que evitou ao máximo dizer qualquer palavra.
Em certo momento, eles finalmente foram para o lago, lugar do qual Philip mais estava com medo. Era onde havia mais Pokémons, grandes, pequenos, peixes, anfíbios e até pássaros que mergulhavam na água. Aproximando-se, amedrontado, viu um pokémon azul na beira da água, olhando o menino atentamente. Possuía um bico que parecia mais um tubo de jorrar líquido. O Pokémon estava vidrado observando o menino, em meio a tanta gente. Philip ainda se escondia atrás da saia da cuidadora, até que ela o encorajou a ir ver o bichinho de perto.
- Esse Horsea não se mistura com nenhum outro Pokémon. Nós nem sabemos quem é a família dele. - disse um zelador, limpando a água.
Por algum motivo, o Pokémon havia notado Philip. E essa fissuração deixou o garoto curioso, que finalmente tomou coragem e se aproximou do animal. Ambos se olhavam profundamente e não diziam uma palavra. No fundo, Philip sentiu uma sensação de aconchego, de ter alguém finalmente olhando para ele, o notando. Aquela era a primeira vez em sua vida que isso acontecia.
Como de se esperar, o garoto passou o resto da tarde sentado à beira do lago, jogando água para lá e para cá timidamente. O Horsea também ia para perto e para longe, mas sempre observando o menino.
Quando o crepúsculo foi chegando, a cuidadora agachou ao lado de Philip e o chamou para ir embora. Ele levantou, sem tirar sua atenção do peixe e acenou a cabeça para ela. Finalmente virou as costas, com as mãos nos bolsos, e caminhou junto com a moça. No entanto, dessa vez, deixou-a guiá-lo, olhando para trás o tempo todo, vendo aqueles olhos grandes o olharem partir.
No dia seguinte, Philip estava em seu quarto, olhando para o nada, mas pensando em tudo. No dia anterior, havia sentido emoções que nunca imaginara que poderia. Nunca imaginara que existiam. Foi no meio de sua epifania que a cuidadora entrou em seu quarto, junto com a diretora da creche.
- Philip, precisamos conversar.
Não havia sido um diálogo, pois o garoto somente observava as mulheres e acenava a cabeça. Elas haviam conversado com o dono do sítio e, devido às circunstâncias, pediram a ele que pudessem presenteá-lo com o seu amigo. "Amigo" era uma palavra forte para aquele momento, sentimento esse que também o garoto nunca havia conhecido. Assim, a diretora tirou uma Pokébola de sua bolsa e a estendeu ao menino. Ele a pegou, sentiu o frio do metal na mão, e a guardou no bolso.
- Philip, por que não vamos até Littleroot conversar com o professor do laboratório? Talvez ele queira sua ajuda com sua pesquisa.
E assim foram, no mesmo dia, até o laboratório em Littleroot. Lá, Philip recebeu uma Pokédex e um propósito para sua vida, conhecer o mundo ao lado de seu novo companheiro, seu Horsea.
O garoto nunca esteve tão confuso em relação ao que estava sentindo, mas, pela primeira vez na vida, sentiu seu sangue ferver perante o desconhecido do amanhã.