II - Out of my way!

Entre a floresta e o mar

Diante da óbvia pista, Rin solicitou que Surya farejasse o rastro do mágico para qualquer lugar que ele tenha ido. A Pokémon de fogo então aproximou-se da carta cautelosamente e a mordeu, cheirando-a em seguida. Depois, colocou a carta de volta no chão e passou a erguer o focinho para cheirar o ar em busca de algo. A chuva atrapalhava um pouco o faro, mas a pista era fresca e o local também, então não foi difícil obter uma resposta. Demoraram apenas alguns segundos, mas parece que Surya sentiu o cheiro do ilusionista vindo do próprio bueiro. A Houndour parou na entrada e enfiou a cabeça lá dentro para rastrear, latindo em seguida para confirmar o caminho a seguir. Foi então que, para a surpresa de Rin, a Pokémon simplesmente saltou na escuridão do desconhecido do bueiro. O seu latido ainda vinha de lá, agora de forma abafada, mas não era o único som no local. Um ruído de estática, como uma TV velha também ecoava do esgoto.

Aparentemente a Pokémon de tipagem Noturna não tinha medo do escuro, ou ao menos preferia a escuridão do que a chuva. De qualquer modo, ela não estava sozinha lá embaixo e poderia estar em perigo. Rin estava ensopada e não havia muitas opções além de seguir a Houndour, além do mais uma sirene começava a ser ouvida ao longe, aproximando-se do local. Era bem provável que as meninas colegiais realmente tenham chamado a polícia após a confusão com as chamas de Surya. Sendo assim, qual seria a decisão de Rin? ◄

Entre a floresta e o mar

Intrigada com a situação, Rin também aproximou-se do bueiro e desceu, exatamente como sua ansiosa Houndour havia feito. Assim que terminou de galgar os degraus da escada de acesso, colocando o pé no úmido e fétido esgoto a treinadora foi envolvida pela escuridão do ambiente. Não era possível enxergar Surya ali, mas a menina sentia uma presença desconhecia e sabia que não estava sozinha. Tentando buscar alguma fonte de luz, Rin solicitou que a Houndour, onde é que estivesse, usasse seu golpe Ember para iluminar o local. A leal Pokémon conseguia ouvir e farejar sua treinadora, então imediatamente obedeceu, lançando uma explosão de brasas no ar. Rin pode ver então sua companheira alguns metros a frente, por um dos túneis daquele esgoto em forma de labirinto. Nos poucos segundos de iluminação que tinha, a menina conseguia identificar que o local era espaçoso, com uma espécie de "calçada" pra caminhar ao lado de um "rio" de esgoto. Pelo teto arqueado, passavam fios e canos dos dois lados das paredes. Curiosamente havia um vulto bem próximo de Surya, mas antes que Rin conseguisse identificá-lo, as brasas se dissiparam e a escuridão voltou.

Um zumbido de estática, como ouvido anteriormente, veio ecoando pelo túnel e conforme se aproximava ele se confundia com um guincho característico de rato misturado a estalos elétricos. Para a surpresa da menina, a escuridão desapareceu graças às lâmpadas bem antigas colocadas no topo do teto do esgoto que se acenderam abruptamente até ficarem extremamente fortes, como se estivessem em sobrecarga. Surya estava mais próxima de sua treinadora e mantinha as orelhas em pé, como se pressentisse uma aproximação. Um raio amarelado então passou pela visão periférica de Rin, saltando da direita para esquerda rapidamente. Um novo guincho foi ouvido e logo era possível identificar seu autor, era um Pokémon pequeno, amarelo de mais ou menos trinta centímetros. Suas orelhas eram proeminentes. Já a cauda azul, assim como a ponta das orelhas, terminava em um traço horizontal na cor azul. Ele roía um dos fios presos ao teto com voracidade, enquanto era atingido pela eletricidade do fio em sua boca, mas a energia não parecia lhe machucar. Quando finalmente conseguiu arrebentar o fio, o Pokémon lançou-o ao chão entre ele e Surya fazendo-o serpentear perigosamente. Ele então ficou parado encarando a treinadora e sua Pokémon com um olhar malicioso, como se as desafiasse a prosseguir. O que Rin faria? ◄

Entre a floresta e o mar

O rato elétrico esperava calmamente para ver se Rin ou Surya atreveriam-se a atravessar o fio arrebentado e serpenteante. Contudo, a treinadora foi mais esperta que o pequeno Pokémon e pediu para que a Houndour lançasse suas brasas sobre a armadilha improvisada e a fizesse voar para longe, em chamas. Bastante irritado com a estratégia de Rin, o Pokémon elétrico deu uma cambalhota para trás, desviando do próprio fio e começando a correr velozmente.

O adversário de Surya usou suas quatro patas para correr pela lateral do túnel, conseguindo até caminhar de ponta a cabeça no teto ao alcançar uma grande velocidade. Ele passou por cima de Rin para interceptá-la mais a frente, enquanto de sua cauda azulada raios saiam em direção das lâmpadas numa espécie de interação elétrica, fazendo uma delas até estourar. Finalmente o rato parou de frente para Rin e Surya novamente, mas do lado oposto do túnel.

Apesar da baixa estatura ele era corajoso e invocado — Min... Minminmin... MIn! Un! Un! — Dizia o pequeno Pokémon em sua língua própria, mas com bastante propriedade, fazendo faíscas saltarem de suas bochechas. Certamente ele só desistiria de enfrentar a dupla se elas desistissem de "passear" por ali ou se o derrotassem em uma batalha. O que Rin faria?  ◄

Entre a floresta e o mar

Rin entendeu que o objetivo daquele Minun era arranjar encrenca, então ela realmente a daria para ele. A treinadora ficava surpresa em como o oponente havia conseguido usar sua velocidade para escapar quase totalmente ileso da explosão, além de se perguntar sobre as consequências desse fio arrebentado para a energia da cidade. Certamente os moradores não sabiam o que se passava abaixo de seus pés no esgoto, enquanto preocupavam-se com a chuva que lhes caía sobre as cabeças — Min... Min! — Provocava novamente o pequeno rato elétrico. A garota resolveu então agir, ordenando que Surya lançasse seu Smog pelo ambiente, gerando uma forte nuvem tóxica. Dessa vez não havia corrente de ar que dissipasse o ataque e certamente seria melhor executado, mas seria mesmo a melhor escolha? Assim que a Houndour abriu suas presas para lançar o golpe, o Pokémon elétrico usou a sua velocidade eletrizante para atacar primeiro com um Quick Attack.

O primeiro golpe de Minun, que deixava um rastro de luz atrás de si conforme se movimentava, acertou em cheio o focinho de Surya, fazendo-a choramingar um pouco com o impacto. Pelo visto a Houndour ainda estava dolorida da última luta e não estava em suas melhores condições já que não havia passado por um Centro Pokémon para descansar. Surya ainda tentou lançar a nuvem tóxica na direção do adversário, mas o golpe mais lento não conseguia nem chegar parto do Minun que não parava quieto. Mesmo não sendo efetivo, o particulado roxo amarronzado agora formava uma espécie de tela de fumaça entre os dois Pokémon e poderia acabar prejudicando a visão do rato. O Pokémon elétrico então usou suas próprias mãos para esfregar as bochechas e produzir energia por atrito nos círculos azuis de seu rosto que passaram a emanar raios, até todo o corpo diminuto dele ser envolto por esra estática. O rato então disparou novamente em zigue-zague adentrando na fumaça em direção a Surya.

A Houndour já preparava um novo ataque tóxico, quando foi surpreendida pela aproximação do elétrico por trás, eletrocutando a cadela por alguns segundo, até se afastarem. Uma espécie de corrente parecia atravessar o corpo de Surya, que sofria de dor e se movimentava bem mais devagar, mas mesmo assim lançou uma nova nuvem tóxica Smog, acertando desta vez com perfeição o Minun. O rato elétrico cambaleou, um pouco tonto pela inalação de fumaça, mas ainda saudável e pronto para lutar. Em um piscar de olhos ele novamente desapareceu em meio àquela pesada névoa de poluição. Será que esta estratégia era a melhor para o momento ou a menina deveria repensar seus planos? O que Rin faria?  ◄


Campo: Chão de pedra, próximo a um córrego subterrâneo bastante mal-cheiroso. A iluminação é relativamente forte e há fios e canos passando no teto acima dos Pokémon..

Entre a floresta e o mar

Rin traçava uma estratégia ardilosa para o pequeno rato elétrico, enchendo o campo de batalha de uma pesada névoa tóxica densa e lacrimejante. Era incrível como o Pokémon adversário não havia sido intoxicado pelos golpes em sequência, mesmo atravessando eles com a cara e a coragem para executar um novo ataque veloz sobre o corpo da cadela negra, que rosnava irritada pelos constantes encontrões. Entretanto, considerando as novas ordens da treinadora na batalha, era de se esperar que a principal motivação dela não era envenenar ninguém e sim causar uma verdadeira bomba!

Rin ordenou que Surya lançasse suas brasas sobre a nuvem tóxica, gerando uma explosão de gases inflamáveis. As chamas espalharam-se para todos os lados, de uma forma que não se podia prever ou controlar e, conforme a névoa expandia violentamente, varria o que encontrava pela frente. Não apenas o rato elétrico havia sido afetado, como também a própria garota, que agora tinha um de seus braços e parte do cabelo chamuscados pelo fogo. De fato a única intacta era Surya, por motivos óbvios.

Até o teto havia sofrido o impacto, da explosão e agora as lâmpadas, ainda acesas, balançavam para lá e para cá, ora iluminando o combate, ora deixando-o na escuridão. Graças a isso, Rin não conseguia identificar aonde o Pokémon elétrico havia se escondido ou se ainda estava de pé. A menina apenas soube de sua presença quando o adversário chocou-se novamente com a Houndour, fazendo-a latir de dor e virar-se para atacá-lo. Mais uma vez Surya abriu sua boca para liberar a névoa tóxica que envolveu o rato e mais uma vez o adversário resistiu ao envenenamento, apesar de ficar mais debilitado do que antes.

O rato ainda rolou no chão algumas vezes para apagar as chamas que queimavam sua cauda, revelando marcas de queimadura graves no local. Além do mais, ele mal notara que uma de suas orelhas ainda pegava fogo, o que fazia com que ele perdesse um pouco de energia. Parece que incendiar nuvens tóxicas em espaços fechados podia ser um movimento perigoso para todos. Será que valeria a pena usar a mesma estratégia novamente? Quem sabe  com um pouco mais de cuidado? Com Surya paralisada e o Minun queimado, a batalha ficava cada vez mais intensa e visceral. O que Rin decidiria agora?  ◄


Campo: Chão de pedra, próximo a um córrego subterrâneo bastante mal-cheiroso. A iluminação é relativamente forte, mas está intermitente, pois ora as lâmpadas focam a batalha, ora focam a parede por estarem balançando. Há fios e canos passando pelo teto logo acima dos Pokémon.