Capitulo 10 - Caçadores de Insetos

Man-Eater Bugs

Depois de observarem com cautela o mapa e entenderem suas opções, Allan e Nagisa resolveram partir na direção de algum tipo de construção, com ferroes e tendas, não pela construção em si, mas pelos raios e explosão de faíscas que saíam das árvores e arbustos próximos. Seria a chuva ou alguma coisa lá embaixo tinha saído do controle? Os dois rapazes precisavam atravessar a selva para chegar até o seu destino e já que estava escuro, Nagisa não pode deixar de fazer uma gracinha para relembrar o momento em que chegaram ali — Afinal, não vimos o tão famoso Man Eater Bug... Será uma lenda? — E então caiu na gargalhada ao olhar para o rosto do amigo, enquanto mantinha as mãos dentro do bolso. Já Allan, possivelmente lembrava-se de ter visto algo numa das árvores de identidade suspeita,.Se fosse o caso e ele olhasse para o alto das árvores de novo, veria agora com mais clareza que existiam partes da vegetação cuja copa florescia em duas grandes flores vermelhas de pétalas grandes. Seriam esses os dois "olhos" que ele viu durante a sua chegada por aqui?

A caminhada tranquila finalmente chegava a fim conforme alcançavam o final da Selva e o início da pradaria. Aqui a mata fechada começava a ter uns ares de bosque tranquilo, com um gramado mais baixo e recheado de folhas soltas das árvores, já amareladas ou avermelhadas. Havia um rio bem calmo também e uma ponte de madeira sobre ele. Já era praticamente noite, mas os holofotes da tal construção iluminavam vários metros dentro da mata e os permitiam enxergar com clareza. Não demoraram muito a alcançar o local onde a obra acontecia e de perto parecia ainda maior. Era a montagem de algum festival possivelmente pelo número de palcos. Havia também um balcão de atendimentos, mas não tinha ninguém. Nagisa até procurou alguma faixa ou indicação sobre do que se tratava, mas mais uma vez, em vão.

— Não parem! Continuem pressionando, precisamos limpar isso aqui até amanhã e a noite está só começando! — Dizia uma voz masculina, grave, em um tom bem alto. Havia também sons de Pokémon não tão facilmente reconhecíveis e alguns raios elétricos, que pipocavam de vez em quando, exatamente como os dois garotos tinham observado ao longe. O que será que estaria acontecendo por ali? Um conflito entre treinadores? Um ataque de Pokémon selvagens? Ou algo mais...? O que Allan e Nagisa fariam? Iriam observar sem muita precaução ou traçariam um plano para darem uma espiada sem acabarem em encrenca? O que os treinadores fariam? ◄

Man-Eater Bugs

Pé por pé, os dois amigos caminharam por trás de um palco em construção para observar o que se desenrolava ali. Ao finalmente conseguir enxergar a confusão em que se metiam, uma cena curiosa ia se desenrolando, isso para não dizer muito estranha! Alguns homens, vestidos de operários, com capacetes e macacões, usavam seus Pokémon, todos do tipo lutador, para combater um inimigo praticamente invisível. Haviam Machops, Makuhitas, Tyrogues e até alguns Timburr, tentando acertar o ar com movimentos característicos, entre chutes e golpes de mão, mas realmente não pareciam haver inimigos a se combater. Contudo, dos arbustos e árvores pequenas próximas, uma estática misturada a faíscas e pequenos raios evoluía-se na direção dos treinadores e também de seus Pokémon. A interferência elétrica escalava a estrutura de ferro e afetava também os equipamentos de iluminação e algumas ferramentas de trabalho, que se ligavam sozinhos ao receber o golpe.

— Ei Allan, cuidado, não vá encostar nesses ferros — Dizia Nagisa, apesar dele próprio estar quase recostado em uma parte metálica do andaime em suas costas. Seja lá o que estava causando todo esse alvoroço entre os trabalhadores, não era um inimigo comum àquela região, pois eles pareciam ter certa dificuldade em identificá-lo e lidar com ele.  — O que será isso? Um Pokémon? Algo sobrenatural? Será que vale a pena irmos perguntar a esses caras? Eles parecem bastante ocupados... E irritados... Mas claramente precisam de ajuda — Dizia o menino de Sinnoh, com uma expressão extremamente pensativa. Caberia então a Allan decidir se era um bom negócio se meter em assuntos externos ou se deveriam cuidar dos próprios problemas, contornando esse caos e indo até onde desejassem. O que o rapaz de Kanto decidiria afinal? ◄

Man-Eater Bugs

Nagisa e Allan discutiam sobre a origem de todo aquele grande problema que vislumbravam no cair da noite. Apesar da falta de evidências que lhes dessem um parecer mais exato, o menino de Kanto tinha uma estratégia para descobrir de vez do que se tratava tudo aquilo. Era quase como uma manifestação de uma força da natureza realmente,  mas se de fato fosse isso, não haveria como resolver com batalhas ou qualquer coisa do tipo, apenas aceitar. Contudo, se fosse causado por um Pokémon ou vários deles, como era a real suspeita, então bastava um pouco de ação para que tudo voltasse ao normal. A única coisa que restava era perguntar aos trabalhadores se podiam ajudar.

Os dois rapazes aproximaram-se dos homens extremamente focados e ocupados, na companhia de seus elétricos. Allan levava consigo Thor, enquanto Nagisa era escoltado por Plusle e por Minun. Foi difícil abordar algum deles, mas um senhor mais velho e parrudo, que parecia o chefe dos demais, aproximou-se para ouvir melhor o que tinham a dizer. Ele escutou Allan, ficando um pouco em dúvidas sobre o que decidiria — Pois bem, como podem ver... Esse lugar não é um lugar para jovenzinhos da sua idade. Estamos tentando cumprir com o nosso prazo de construção das estruturas físicas do evento, mas nossos esquipamentos simplesmente pararam de funcionar e quando notamos, a eletricidade havia sido completamente roubada. Ao investigarmos, fomos atacados pela própria eletricidade... Uma loucura! Talvez possam realmente nos ajudar...  — Explicou o senhor, com uma expressão de desolação.

— Se descobrirem o que está causando isso, pode nos avisar. Pois estamos lutando contra o vento desde o início da tarde e não tivemos resultados muito promissores  — Terminou de explicar, o encarregado da construção. Nagisa e Allan ficaram livres então para agir e ordenaram aos seus elétricos que tentassem descobrir a fonte do problema. Os três partiram, espalhando-se velozmente, tentando cercar aquele "fenômeno natural". Entretanto, o que eles conseguiam com isso era apenas transferir os raios e estática do chão, dos arbustos e da estrutura diretamente para seus próprios corpos.

Em pouco tempo, Thor começou a se coçar desesperadamente, enquanto rios envolviam seu corpo, como a eletricidade da pelagem fosse roubada. Plusle e Minun não estavam melhores e rolavam pelo chão. Seja o que fosse, parecia estar lutando contra os elétricos, mesmo não conseguindo ser vistos. Nagisa então deu um passo atrás e pisou em algo, que fez "crack", ou seja, um som de quebra ao ser pisado. Olhando para seu pé ele notou que se tratava de uma casquinha amarelada, minúscula. O rapaz pegou na mão e analisou com a ponta do dedo, chegando a uma conclusão — Allan, olha só. Tem várias cascas de ovo espalhadas nas proximidades desse esqueleto de ferro, acho que quando construíram isso, acabaram quebrando esses ovos. Será que tem algo a ver com o problema?  — Questionou o menino de Sinnoh a seu amigo. O que Allan faria? ◄

Man-Eater Bugs

Ao notar que os Pokémon não estavam nada bem, Allan chamou Thor de volta para perto de si, assim conseguiria analisar sua pelagem em busca de pistas. Juntando isso a informação de Nagisa sobre os ovos recém-eclodidos, era de se esperar que tratava-se de filhotes de Pokémon, por isso tanta confusão, possivelmente estavam desesperados e assustados. O rapaz então pegou sua Pokédex e apontou para o corpo de Luxio, enquanto afastava seus pelos em vários locais. Entretanto, a indicação na tela do aparelho sempre mostrava apenas a presença do próprio Thor e não de qualquer outra espécime diferente.

— Eu não entendo o que está acontecendo, parem quietos pessoal!  — Dizia Nagisa, analisando o casal Plusle/Minun. Com a dificuldade de encontrar o causados dos problemas também, o menino loiro lançou Prinplup para fora de sua Pokébola e pediu que usasse seu movimento aquático para dar uma aliviada na coceira dos elétricos — Iwatobi, use Water Sport sobre eles, por favor!  — Comandou o treinador, fazendo com que seu aquático lançasse água para cima. As gotículas caíram como um sereno, cobrindo o corpo dos elétricos e gerando uma estática mais forte, que fez algumas coisas saltarem dos corpos deles, diretamente para o chão, amontoando-se.

— Ali estão eles! — Dizia Nagisa, apontando para um bolo de criaturinhas amarelas, que amontavam-se, formando uma cena que podia ser angustiante para quem tinha fobia de insetos. Era uma infinidade de patinhas esbarrando-se e tentando achar um rumo, mas acabando diante de treinadores, Pokémon ou algum obstáculo. Eles, juntos, formaram um grande conjunto de raios, lançando-os na direção de Nagisa, Allan e os trabalhadores, como se quisessem abrir caminho para a pradaria na força. Enquanto isso, a Pokédex de Allan finalmente apitava, indicando que criatura era aquela. Trava-se de Joltik e o aparelho informava um pouco mais sobre o Pokémon, dando informações novas ao rapaz para que tomasse uma decisão. O que Allan e Nagisa fariam diante do ocorrido? ◄

Man-Eater Bugs

Depois de observar o comportamento dos pequenos insetos e descobrir mais sobre eles através da Pokédex, Allan criou uma rápida estratégia para contê-los e impedir que continuassem a causar uma grande confusão no meio daquela obra. Os trabalhadores, que antes tentavam acertar os pequeninos com golpes físicos, agora aproximavam-se curiosos para ver o que o garoto e seus Pokémon estavam fazendo. Eles cochichavam entre si, falando sobre as criaturas e os próprios rapazes, entre apontamentos, balançadas de cabeça e risadinhas. De todo modo, se Allan conseguisse concretizar seu plano, os insetos não seriam um grande problema para mais ninguém por ali.

— Muito bom Allan!  — Disse Nagisa, observando as ordens que o amigo daria para três de seus Pokémon. Ele ordenou que Luxio concentrasse uma grande quantidade de energia em sua pelagem para atrair os insetos, depois pediu a Sewaddle que prendesse os pequeninos com sua seda e por fim, que Golett usasse sua velocidade e o movimento Rollout para cercá-los e impedir uma fuga. Uma estratégia brilhante, se não fosse um pequeno problema. Quando os Joltik atacaram Thor, absorveram tanta energia do Pokémon, que o deixaram debilitado e incapaz de utilizar golpes elétricos. Ele não tinha de onde tirar energia elétrica para o movimento e acabou apenas olhando seu treinador, sem saber o que fazer.

Por outro lado, Sewaddle e Golett não notaram a "falha" de seu companheiro de equipe e acabaram seguindo adiante com o plano. O inseto aproximou-se dos insetos e lançou sua seda, prendendo-os todos juntos em um "embrulho" só, mas não impedindo seus movimentos. As criaturinhas, muito raivosas com a situação, concentraram seus golpes elétricos e atacaram o inseto, deixando-o atordoado e incapaz de continuar segurando a seda. Diante desse quadro, os pequenos tentaram correr, ainda todos unidos, mas foram cercados por Golett e seu golpe do tipo pedra. Eles tentaram eletrocutar o Pokémon, o que foi em vão pelo seu tipo. Como não havia outra forma de agir, tentaram atravessar a "linha de ataque" mesmo assim.

Parte dos Joltik tentava ir adiante e parte tentava voltar, colocando-os na "linha de fogo" do Pokémon de Allan. Colossus, que não via nada, acabou passando por cima deles e lançando aquele "saco de seda", cheio de criaturas, bem longe no meio da Pradaria. Nagisa, que já estava prestes a pedir auxílio a Slowpoke, acabou paralisado e incrédulo com o que houve, rindo de nervoso. Já os trabalhadores, comemoravam a atitude do rapaz, como se ele tivesse pensado nisso o tempo todo para se livrar de uma vez só dos Joltik e ajudá-los — Genial! Então era tudo causado por esses insetos invasores? Eles são uma verdadeira praga mesmo! Parabéns!  — Dizia o Chefe dos Trabalhadores, enquanto todos batiam palmas. O que Nagisa e Allan fariam agora? ◄