Capitulo 10 - Caçadores de Insetos

Man-Eater Bugs

Precipitado como só ele, Nagisa já começava a seguir na direção do desconhecido e Allan precisou se desdobrar para acompanhá-lo juntamente de Spartos e poder interceptá-lo. De forma brilhante, o rapaz de Kanto havia notado que se haviam várias partes do teto daquela construção detonados, é porque o lugar tinha uma certa fragilidade e isso corroborava para uma necessária evacuação, o quanto antes. O treinador só conseguiu alcançar seu amigo loiro quando já estavam próximos do corredor de interesse, onde Nagisa deu ouvidos ao amigo e virou-se para ele. Os dois então começaram uma conversa bastante franca, onde o rapaz de Sinnoh finalmente abriu-se sobre o ocorrido entre Iwatobi e Dragoon, apesar dos evidentes receios. Felizmente eles conseguiram esclarecer as coisas e podiam se atentar totalmente no problema mais grave atualmente.

Allan agora queria averiguar com bastante cuidado as possíveis saídas daquele lugar, para não serem pegos desprevenidos ao explorarem, principalmente se a parede frágil estourasse. É claro que essa medida cautelar minava o tempo que tinham ali, mas era apenas um ponto de vista válido, de segurança acima de tudo. Pensando nisso, o treinador ao lado de Spartos começaram a investigar a região. Eles estavam em uma encruzilhada, onde o caminho "norte" levava ao corredor descoberto por Nagisa. Ali havia realmente uma porta grossa e que aparentava ser resistente e impermeável, mas o caminho seguia por uma distância longa demais para ser verificado. Ao "Sul" estava um corredor bastante escuro, mas que ostentava uma conveniente placa de "Saída de Emergência", à "Leste" era o corredor investigado anteriormente por Allan, que ameaçava desabar e ao "Oeste" era exatamente de onde eles haviam saído.

—  E aí? Tudo certo? Eu acho que podemos ir com calma... Temos Iwatobi, Slow e... Dragoon... Bem, são vários aquáticos que podem nos dar uma força se a represa realmente estourar — Levantou Nagisa, quando Allan finalmente retornou. Se o rapaz quisesse investigar mais a fundo cada um dos corredores levaria tempo e quanto mais tempo passasse ali no meio da encruzilhada, mais perigoso seria. Sendo assim, o treinador escolheria o que? Ceder à pressão da animação de seu amigo ou tomar a decisão mais segura de todas, indo embora dali de uma vez por todas? ◄

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Após muita pressão e argumentação por parte de Nagisa, finalmente Allan havia concordado em seguir na direção que ele havia sugerido inicialmente. Entretanto, com a condição de que eles realmente trancassem a pesada porta que havia no corredor como uma medida cautelar. O rapaz loiro não discordou de nenhuma das medidas de segurança do amigo. Sendo assim, os dois rapazes seguiram pelo lugar de interesse, fechando a passagem logo atrás de si. O encontro de ferro com ferro, há tanto tempo abandonado e gasto, gerou um som fortíssimo, que certamente ecoou por todo o túnel. Sewaddle, que ainda estava no colo de Allan e ameaçava subir em seu ombro, assustou-se com o forte impacto da porta e quase caiu, ficando de costas nos braços do garoto, como um bebê. Já Nagisa, dessa vez sem correr na frente do amigo, ia sorrindo para tudo que via, apontando coisas que achava interessante e praticamente narrando o que faziam.

—  Há! Agora a gente segue por aqui e... olha só! Uma bifurcação! Que incrível! — Era difícil saber o que havia de tão incrível em uma bifurcação, mas certamente o treinador de Sinnoh via algo maravilhoso no fato. O que isso realmente significava é que os dois teriam de tomar uma decisão. Inicialmente separar-se ou não e em caso negativo para qual das direções eles seguiriam. Diante do iminente risco de desabamento, era esperado que Allan não quisesse que se separassem, mas tudo era possível em situações como essas. O fato era que havia uma passagem inclinada para cima e outra que parecia descer ainda mais pelos confins daquela represa em ruínas. Talvez a parte que suba saia em algum lugar diferente na superfície, mas tudo isso é apenas especulação.

—  Eu acho que descer é mais legal, porque podem ter mais e mais túneis. Se a gente chegar na superfície, meio que acabou... Não sei... O que acha Allan? — Perguntou o amigo, esperando uma resposta do garoto de Kanto. Enquanto Allan pensava, era possível ouvir os barulhos que vinham dos dois caminhos. No caminho que subia havia um constante som de estalo e leve batidas no que parecia metal oco. Na parte que descia, além de um som curioso de vento, havia algo como sussurros, que talvez fossem efeito do ar passando por frestas. Mas o mais estranho era o que vinha de trás deles, do corredor por onde vieram. Um som um pouco mais baixo, de ferro contra ferro, uma versão mais fraca da porta se fechando anteriormente. Nagisa, que estava ansioso e contente, agora esboçou uma expressão de preocupação, que logo tratou de tentar esconder com um meio sorriso. Mas o que Allan faria diante disso? Que escolha o treinador faria? ◄

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Diante de uma bifurcação, Allan parecia tentado a descer mais ainda naquela ruína. E observando a reação esboçada por Nagisa, o amigo do treinador também pensava na mesma coisa. Entretanto, uma decisão que seria simples se torna complexa a medida que sons suspeitos são ouvidos do caminho por onde vieram. Seria uma inundação? Para evitar descobrir da pior maneira possível do que se tratava, o rapaz de Kanto resolveu que era melhor todos se deslocarem o mais rápido possível para o destino, enquanto tentava convencer Sewaddle a entrar na Pokébola para ficar um pouco mais seguro, caso algo de ruim acontecesse. O inseto ainda hesitou por algum tempo, mas assim que eles começaram a alcançar o andar imediatamente mais baixo, algo parece ter feito o Pokémon decidir-se por entrar de vez na cápsula, depois de dar uma cabeçada no objeto. A esfera nem ao menos agitou-se, estabilizando-se quase imediatamente com o som característico de captura.

—  Que esperto! Ou esperta! Bem, parece que resolveu ser seu novo Pokémon, finalmente! Espero também encontrar algum Pokémon do tipo — Comentou o rapaz loiro, enquanto eles caminhavam rumo ao desconhecido. Após alguns minutos indo nesta direção, uma luz veio de algum lugar mais ao alto e aos poucos ia preenchendo a visão da dupla. Em certo ponto, a luz de Spartos era inútil diante da claridade que vinha do céu, alguns muitos metros acima deles. Ali havia acontecido mais um desmoronamento de alguns andares, formando uma montanha de escombros sobre um chão levemente alagado que permitia a eles escalarem para o andar superior. Neste andar acima deles havia uma certa vegetação que certamente cresceu graças a um "rio" artificial que vinha lá da superfície e caía como uma cascata até o solo. Além de muito capim e algumas flores, havia uma árvore frutífera, mas não eram possível ver algum fruto dali de onde estavam.

—  Cara, esse lugar é demais! Olha só como a natureza invadiu com tudo as ruínas! — Comentava Nagisa, enquanto caminhava por lá encantado. Olhando para o alto e vislumbrando tudo ao redor. Spartos por sua vez não estava nada contente em ter tanta água por perto e olhava para Allan, como se pedisse para voltar para a sua cápsula. Durante todo o tempo em que estiveram descendo, os rapazes não ouviram mais barulhos atrás de si. Estariam seguros agora? Valeria a pena continuar a exploração e até mesmo investigar os andares acima? O que Allan e Nagisa decidiriam? ◄

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O ambiente aonde Allan e Nagisa chegaram era realmente estonteante, mas mais do que isso, era um prato cheio para curiosos! Nagisa se encaixava bem nesse perfil e já ficou de olho no que poderia encontrar se subisse a pilha de escombros. Allan, mesmo que com ressalvas, também pensava em subir, mas antes queria investigar algo a mais no térreo, pedindo para que seu amigo fosse na frente com os devidos cuidados a serem tomados. Antes de tudo, o rapaz também trouxe Spartos novamente para dentro de sua cápsula, a salvo de toda aquela umidade. Agora sozinho, o menino de Kanto aproximou-se da leve cascata formada pela inflitração das ruínas, procurando algo de interessante atrás dela.

—  Allan! — Gritou Nagisa, fazendo o treinador ainda no térreo se assustar, mas antes que Allan tomasse alguma atitude quanto a isso, seu amigo continuou —  ...Eu estou indo bem aqui, boa sorte aí! — E então, mais aliviado, o menino de cabelos negros pode continuar sua exploração, finalmente chegando atrás daquela cascatinha. Dali ele conseguia ver que existia muito mais do que os olhos absorviam anteriormente. Logo atrás havia um possível buraco, agora preenchido de água que caía constantemente e formava um lago de águas escuras e algumas pedras espalhadas. Allan ficou bem na margem, em segurança e observava o ambiente. Ao olhar para o chão notou que havia sido uma boa ideia ter guardado Spartos em sua cápsula, pois o nível da água subia lentamente pelo seu corpo. Ao virar-se para sair dali, ir para o andar superior e talvez procurar Nagisa e informar o que havia, o pior aconteceu. Uma mão, surgindo de dentro das águas agarrou sua canela e segurou firme, não parecendo largar. Havia algo nas águas e talvez não fosse tão amistoso quanto o rapaz gostaria que fosse. O que Allan faria diante disso? ◄

Man-Eater Bugs

Depois de conferir o que havia ali atrás da pequena cascata indoor, Allan viu-se em um estado de perigo, pois a sala que já estava levemente alagada, agora começava a ser completamente inundada em uma velocidade nada confortável. Isso não seria o maior dos problemas, já que havia uma forma rápida de chegar ao segundo piso, o grande problema era que uma "mão misteriosa" havia segurado o treinador pelos pés antes que ele pudesse sair dali. A primeira reação do treinador foi segurar com firmeza a Pokébola de seu Pokémon elétrico, Thor, além de torcer do fundo do coração que não fosse nada agressivo ali debaixo d'água.

Para a surpresa do rapaz, não havia como enxergar a mão através da água escura, mas enquanto ele ainda era segurado, duas criaturas surgiram de dentro do "lago". Uma delas era uma ave azulada, com grandes olhos estáticos. A outra possuía um corpo completamente amarelo, com olhos misteriosamente perdidos, enquanto parecia segurar a própria cabeça, como se ela fosse pender para o lado a qualquer momento. As criaturas encararam Allan, mas não pareciam hostis, apenas observavam passivamente, enquanto o nível da inundação só aumentava.


Para completar o cenário curioso, uma cabeça envolta em um material de textura emborrachada contendo um único olho de aparência vítrea e que emanava uma luz avermelhada, surgiu de dentro da mesma água, depois de soltar os pés do garoto. A cabeça também tinha um corpo e acreditem, sabia falar, mesmo que em um som inicialmente abafado, sussurrante! Era inevitável que o garoto não acabasse fazendo uma associação com o vulto que viu no meio da floresta ou que se lembrasse do tal Man-Eater Bug comentado por Nagisa. A confusão só começava a ser desfeita quando o ser abriu o vidro frontal de sua roupa e finalmente pode ser escutado —  Ei, você não deveria estar aqui rapazinho... Isso não é bom para os negócios... — Comentou o mergulhador, segurando uma espécie de maleta de metal.

Após analisar Allan de cima abaixo, o homem emitiu um risinho e voltou a falar, agora menos cheio de marra, mas ainda em um tom ameaçador —  Você não me viu, tudo bem? Para ficarmos quites, devo avisar que fechei uma porta lá embaixo, por isso a água não escoa e o nível vai subir bastante. Vamos Ducks, precisamos sair logo daqui! — Comentava o homem agarrando a maleta e afastando-se do treinador. O que será que ele guardava naquela maleta? Pelo zelo, parecia algo bastante valioso e talvez ilegal. Allan tomaria alguma iniciativa para pará-lo, enganá-lo ou negociar com ele? Oi simplesmente seguiria seu caminho? O que o treinador decidiria? ◄