#01 - O começo de um Steel Trainer

A grande metrópole de Mauville, lar do maior comércio da região de Hoenn e também responsável pelo maior mercado de transportes também de Hoenn. Ela abriga uma grande quantidade de moradores, a maioria jovens estudantes que vieram do interior e também de regiões distantes, além de é claro o Ginásio elétrico comandado por Wattson.
A cidade abriga, por toda sua extensão, uma grande quantidade de tecnologia de ultima geração e também uma arquitetura que lembra de uma região distante, Kalos, a qual é reverenciada principalmente pela réplica da torre da cidade de Lumiose. Suas academias de estudos de exatas, administração e também arquitetura são umas das mais aclamadas do mundo, sempre há alguma invenção que sai de lá. A cidade é um verdadeiro lar para os estudiosos cientistas e dedicados pesquisadores, que se deleitam em toda a informação disposta através de seus institutos.
Tudo aquilo poderia encher os olhos de Azrael, que mesmo não tendo um objetivo principal a ser alcançado durante sua caminhada em direção ao norte de Mauville, ainda poderia explorar a cidade e acabar por ficar ainda mais maravilhado por sua grandiosidade e pluriculturalismo.
A região norte da cidade era uma concentração de empresas de transporte, lá vários carros, motos e caminhões estavam em constante tráfego realizando diversos serviços, suas logomarcas estampadas nas laterais dos veículos dispunham de toda a parte comercial da propaganda empresarial, além também de diversos panfletos e outdoors que eram dispostos ao longo da avenida. Algumas lojas estavam abertas e a quantidade de diversidade em seus produtos era de chamar a atenção, desde itens medicinais e também de consumíveis até cosméticos e itens para batalhas Pokémon.
Ao longo da rua alguns pontos interessantes se destacavam, dentre eles estavam um pequeno grupo de rapazes que pareciam se exercitar enquanto carregavam alguns megafones e bandeiras com Electabuzz desenhados na mesma, além de suas roupas serem típicas de esportes, eles pareciam ir para uma área onde se encontrava um campo de futebol da cidade, pelos pôsteres era possível perceber que haveria um jogo logo mais.
Também havia duas senhoras sentadas em frente a uma loja de flores, elas conversavam e riam bastante, e por segundos apreciam fitar o jovem Azrael enquanto andava. Não pareciam portar nada demais, apenas suas roupas de grife e guarda chuvas com diversos adereços bordados sobre eles. Elas eram facilmente identificadas como pessoas ricas e da alta sociedade da região, talvez por questões comerciais ou até mesmo familiares.
Do outro lado da rua alguns jovens pareciam causar uma confusão em um pequeno beco, o qual estava bem escuro e também havia alguns Magnemite mais ao fundo, próximos a um pequeno gerador. Os garotos brigavam e também se insultavam, verdadeiros punks, os quais não demonstravam o menor respeito pro quem passava próximo a eles, fazendo até mesmo alguns transeuntes atravessarem a rua para evitar contato.
Azrael tinha tais, além de várias outras, oportunidades de começar algum tipo de interação e também buscar descobrir o que mais lhe agradaria para fazer naquela grande cidade, ele, acompanhado de seu Togedemaru, dispunham de um grande leque de possibilidades e restava a eles decidir qual seguir.

A caminhada do rapaz até certo momento não estava lá tão empolgante, ele não tinha nada em mente até ali, pelo que parecia, tentava se distrair com alguns caminhões de empresas de transporte e também, após colocar para fora seu Togedemaru somente para acaricia-lo pode sentir, ainda que pequeno e talvez inexplorado, um sentimento de liberdade.
Era interessante perceber que quanto mais ele caminhava mais dava para ver o grande estádio de esportes, e por consequência a grande multidão que tinha por lá. Várias pessoas, desde criancinhas de colo até idosos, todos animados para o jogo tão esperado do time da cidade, várias bandeiras e também megafones estavam nas mãos dos garotos, além de pompons e também fitas com as cores do time nas mãos das garotas. Eles demonstravam toda sua empolgação através de sua energia sendo liberada.
Ainda assim ele continuava caminhando. Era notável que como ele ainda estava indo ao norte em algum momento ele chegaria em uma usina de energia abandona, lá o jovem certamente poderia cumprir seu objetivo, já que mesmo sendo uma usina abandonada ela ainda abrigava várias espécies, principalmente metálicas e elétricas. O Pokémon mais comum que habitava um local daqueles era o Magnemite, afinal ele se alimentava de energia.
Azrael ainda dispunha de poucas opções a serem exploradas e visto que ignorou todas e se mantinha em seu caminho o jovem ainda poderia aproveitar mais algumas outras coisas. Neste ponto da cidade não haviam tantas lojas e comércios como antes, agora as ruas eram tomadas pelas grandes indústrias. Vários trabalhadores passavam pelas calçadas, todos com feições sérias e cansadas, alguns bem sujos de óleo e graxa. Eles olhavam ara um jovem andando por aqueles locais e se perguntavam, talvez pensavam alto demais. – O que esse pirralho está fazendo aqui? – O treinador poderia ignorar como também retrucar os homens. Naquele ponto ele já conseguia ver a antiga usina abandonada. Ela estava coberta por um grande véu branco em sua entrada e suas janelas laterais cobertas por placas de madeira e também panos brancos, e mesmo de longe era possível ver alguns movimentos no interior da mesma, restava saber se eram Pokémon ou não.
O jovem, continuava seguindo seu rumo, não havia feito nenhum tipo de interação e nem ação com qualquer coisa a não ser seus pensamentos e seu Parceiro Togedemaru. Como ele agiria dali para frente era de sua total escolha.

A dedução em identificar aquela situação como não muito adequada e segura foi muito bem pensada pelo treinador. Ele, logo na entrada do enorme prédio abandonado, após passar pelo grande véu branco que cobria sua entrada, pode ouvir passos e sussurros vindos do segundo andar. Não era nada perceptível, mas as palavras eram muito estranhas para a língua. Eram emboladas e longas, além de terem pequenas pausas e sequências, acompanhadas de repetições constantes. Algo assim poderia atiçar sua curiosidade.
O prédio estava completamente abandonado, e pela parte de dentro isso era mais perceptível. O jovem podia ver que o chão e as paredes estavam bastante sujos e cheios de rachaduras e marcas de batalha, como crateras e marcas de fumaça. O jovem também conseguia ver que as janelas estavam sempre bloqueadas por madeiras e sobre a porta também havia algumas mateiras que pareciam prestes a cair, além de vários objetos metálicos espalhados pelo chão. As escadas eram cobertas por um longo tapete vermelho com alguns detalhes em dourado em sua borda, em conjunto com uma pequena mesa de centro na metade do primeiro andar, onde a escada se dividia em duas.
A desordem era visível e os barulhos de Pokémon também, pois logo na entrada, alguns segundos após o treinador abrir seus olhos lentamente, alguns Rattata passavam correndo pelo grande saguão. Eles entravam em pequenos buracos nas paredes e também sob as escadas.
Azrael, percebendo os movimentos no andar superior e também toda aquela bagunça, poderia optar por sair dali. Logicamente era a melhor escolha para pessoas sensatas, mas o treinador era assim? Só restava a ele decidir.

A escolha de Azrael fora completamente racional, afinal, qualquer passo errado poderia custar sua segurança e também a de seu Pokémon. Era notável sua dedução e identificação do local, o qual era bem suspeito, ele conseguia imaginar o que aconteceu ali e certamente não era nada bom.

Ao subir pelas escadas dispostas do lado esquerdo o jovem se deparou com um grande corredor repleto de portas, algumas abertas e outras não. O corredor era bem escuro e tinha algumas teias de aranha que estavam grudadas pelas paredes e nas portas, talvez vestígios de alguns insetos. Era perceptível também alguns barulhos de morcegos, os quais apreciam estar se aproximando, seu bater de asas e o zunido emitido era facilmente ouvido.
Era notável que ao subir as escadas, por aquele lado, ele percebeu que a voz que pronunciava palavras estranhas se calou, ele não conseguia mais ouvi-la. Após alguns segundos ele foi alcançado por um Zubat, Pokémon que saía da escuridão e chegava próximo do treinador com o intuito de ataca-lo.

Talvez, caso Azrael optasse por aquilo, aquela seria sua primeira batalha e seria bem interessante ver o Togedemaru em atividade, porém aquilo poderia ser perigoso o suficiente para deixar o jovem em uma situação perigosa.

O jovem tinha a intenção clara de batalhar, ele lançava sua parceira Togedemaru e também se colocava em posição de combate, porém a falta de comandos fez com que eles recebessem dano de graça.

O pequeno morcego voava em volta da dupla e, com seus afiados dentes, começava a arranhar a pequena esfera metálica e rasgar, ainda que com pequenos cortes, a camisa de Azrael.

Ele não demonstrava nenhuma reação e logo deveria agir, seu Pokémon expressava uma feição de desespero e esperava por comandos, aquilo poderia render uma situação ainda mais perigosa.

Infelizmente o barulho feito pelo morcego parece ter feito algum efeito em uma das várias salas naquele escuro corredor. O barulho de cadeiras arrastando e o ranger de janelas se abrindo parecia ensurdecedor, algo estava prestes a acontecer.

Seria interessante ver o jovem treinador tomar medidas imediatas naquela situação.

Pokédex escreveu:

Zubat, o Pokémon morcego. Ao voar, constantemente emite ondas ultrassônicas de sua boca para verificar seus arredores.