Luna, por fim, via que aquela criaturinha que havia causado tanto estrago se tratava de apenas um pequeno Meltan, porém, a jovem monotreinadora não conhecia aquela espécie, até então e com a falta de ajuda da Pokédex ela também não poderia identifica-lo tão cedo.

O metálico se arrastava ao redor da garota e olhava para ela constantemente, com aquele objeto metálico que ele chamava de cabeça e uma pequena esfera escura que, provavelmente, fosse seu olho. E curiosamente ele permanecia sem a menos vontade de fazer alguma coisa perigosa, como atacar seja Luna ou seus Pokémon.

Ele continuava caminhando ao redor dela e de seus Pokémon bem animado por sinal, e aproveitava isso para dar pequenos saltos e também “correr”. Porém não demorou muito para demonstrar seu perigo. Poucos minutos após sua aparição um Zigzagoon curioso havia aparecido, o pequeno furão estava dentro de um pequeno buraco que ele havia cavado para se aproximar do grupo, mas ao ser visto pelo pequeno metálico ele era terrivelmente eletrocutado por uma poderosa onda de choque de lhe nocauteou facilmente, além de queimar todo o chão a sua volta. Após isso o Meltan voltava a caminhar e saltar feliz da vida.

O ataque repentino contra o Zigzagoon não só assustou Luna e seus Pokémon como também fez com que a monotreinadora ficasse indignada com aquilo, ver uma espécie tão inocente como aquele furão, que por pura curiosidade, apenas observava o que o grupo fazia ser atacado inesperadamente pelo pequeno metálico atingiu algum sentimento bem interior da menina que tentava buscar razões sobre o por que da gosma metálica ter feito aquilo.

Ao ser indagado sobre a razão dos golpes o Meltan continuava ignorando a garota e rodeando ela e seus Pokémon com saltos e corridas bem animadas e energéticas.

Certamente ele não era alguém fácil e lidar, talvez, como fosse de quase possível percepção, alguém bem travesso e brincalhão, mas certamente não era alguém fácil de lidar. A jovem deveria ter uma flexibilidade ao interagir com ele e não só isso como também deveria ter cuidado, afinal, ele se mostrava alguém bem poderoso e com movimentos do tipo a qual a jovem deveria ter precaução e se dar conta de que, caso surgisse um possível embatem, ele teria uma considerável vantagem contra seus Pokémon.

A jovem tinha todo o ambiente ao ser dispor, a água as árvores e toda aquela vegetação gramínea que circulava o grupo que poderiam ser de ajuda numa situação como aquela. Outro ponto interessante era que os Marill e os Magikarp voltavam a saltar na água, mas, caso a garota prestasse bem atenção, suas feições eram de completa raiva, eles provavelmente também não gostaram do que o Meltan havia feito e pareciam querer revidar.

Luna, caso percebesse a situação, havia se metido em uma serie de diversos problemas bem complicados de se resolver, ou até mesmo sair, mas que com sabedoria e inteligência ela conseguiria dar um fim naquilo e continuar sua aventura sem mais por maiores.

O Meltan, após a tigela ser disposta a sua frente, enfim parava com toda aquela animação e começava a ficar estático frente a ração a sua frente. Porem só havia um pequeno problema, ele olhava para a comida e ficava confuso, talvez não fosse daquilo que ele se alimentava.

O pequeno metálico trocava olhares entre a tigela de comida, os Pokémon de Luna se alimentando e a própria Luna que continuava lhe dando orientações de como se portar. Ele não tinha muito o que fazer naquela situação, além de observar o grupo a sua volta e permanecer confuso, até certo momento.

Mas a cada segundo ele começava a assimilar a situação, vendo o que estava acontecendo e logo se dava conta de que era hora de comer, porém ele gostava de uma comida bem diferente. Mesmo com a Pokédex e Pokébolas da jovem treinadora estando na bolsa, ou mochila, ela sentia os itens esquentarem, como foi feito antes, a temperatura dos mesmos subia rapidamente e, caso ela não tomasse uma atitude algum dano seria feito seja a sua mochila, ou bolsa, ou até mesmo a incapacitação de uso dos objetos.

Com aquela situação a pequena gosminha metálica ficava mais alegre, ele parecia ter alguma relação com os metais que, infelizmente devido ao problema temporário da Pokédex da monotreinadora, ela não poderia saber e nem resolver, tendo que solucionar aquela situação de um modo mais manual.

Infelizmente o pequeno parecia não ouvir a garota, ele permanecia esquentando os itens e, caso ela não agisse rapidamente, haveriam danos permanentes.

Era muito esperançoso ver que a garota, talvez, quisesse tomar ações mais pacíficas para resolver aquele problema, mas nem tudo saíra como ela esperava. Todo o histórico naquela rota era completamente inesperado, primeiro fora o Slowpoke aprendendo o movimento facilmente, logo em seguida fora a aparição de um Pokémon desconhecido e ver sua total falta de respeito com os outros e agora era ver ele se deleitar ao esquentar o metal em qualquer objeto que estivesse no alcance de seus poderes.

Luna tinha poucas opções do que fazer para com o Meltan, mas, talvez, seus Pokémon, ou os Pokémon selvagens, fossem uma boa escolha para pará-lo, mas claro, tudo dependia de como ela resolveria aquela situação.

O pequeno estava bem vulnerável naquele momento, talvez se ela se afastasse, ou coisa parecida, ele pararia com aquilo, mas não era nada certo. Outro ponto era que ela tinha total controle de sua mobilidade, o que era lógico, e sair dali também era uma opção.

A garota deveria tomar ações imediatas, sua dedução da situação já estava em um grau bem avançado e ela, provavelmente, já tinha identificado os fortes e fracos daquele Pokémon, como foi muito bem observado ao deduzir que aquele Pokémon poderia ser do tipo metal.

Logo, e sem demora, seria curioso saber como ela reagiria a personalidade difícil do Meltan.

Luna tomava então uma atitude rápida que priorizava a sua segurança e o bem-estar de seus mantimentos e itens. Ela se afastava do Meltan e a cada passo dado os poderes dele começavam a diminuir e a intensidade em que os objetos estavam sendo esquentados diminuía.

A pokédex voltava a sua inatividade, devido a alta temperatura, ela ainda não estava sendo de possível uso, mas, por hora, não fora danificada em nenhum ponto. O mesmo poderia ser dito de suas pokébolas, que já voltavam ao normal e com a capacidade de serem usadas.

Luna observava que o pequeno Meltan não demonstrava nenhum outro sentimento, ele permanecia inerte olhando para a garota que já estava relativamente longe. O pequeno metálico olhava para os lados, para os Pokémon da garota, principalmente, e logo dava as costas retornando para o buraco de onde havia saído. Após se lançar naquele túnel qualquer sinal de sua presença era apagado, seja a temperatura dos metais como os arrepios que corriam pelo corpo dos que estavam ali, como se o Meltan desaparecesse.

A garota poderia então ficar mais tranquila, uma pequena ameaça, ou um grande problema, havia ido embora e ela tinha total liberdade para voltar ao que estava planejando e explorar ainda mais a rota 106.